Kwai expande operação no Brasil e terá primeira rede social com e-commerce integrado na plataforma


Companhia chinesa aumenta aposta no País de olho no potencial de crescimento do varejo virtual e do live commerce; desde 2019, empresa investiu R$ 7 bilhões no País

Por Wesley Gonsalves
Atualização:

PEQUIM - Enquanto os players do varejo virtual tentam transformar suas plataformas e deixá-las com uma cara de “rede social”, o Kwai decidiu ir na direção oposta, mas em busca do mesmo objetivo: transformou sua rede social para vídeos curtos em uma plataforma de e-commerce. Essa será a primeira vez no Brasil que uma rede social terá integrado no mesmo aplicativo os dois serviços.

Essa também é a primeira vez em um país fora da China, que a Kuaishou, dona da Kwai, terá o seu serviço de e-commerce integrado na rede social. Até então em fase de teste, o Kwai Shop estará disponível para todos os cerca de 60 milhões de usuários da plataforma no Brasil, com seu modelo de e-commerce atrelado à plataforma de rede social.

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O movimento de diversificação faz parte dos investimentos da companhia no País, que já investiu aproximadamente R$ 7 bilhões no mercado brasileiro desde 2019, segundo a empresa. Agora ela quer brigar por mais espaço no setor de comércio eletrônico. O diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, conta que o aumento na aposta dos negócios do Brasil se dá em meio ao resultado positivo. Ele relata que, entre os mercados operados pela Kuaishou, o País foi aquele com os melhores desempenhos. “Para nós, o Brasil é o mercado mais promissor, por isso vamos aumentar os investimentos de longo prazo”, diz.

A necessidade de migrar da rede social para outra plataforma de venda para finalizar uma compra é visto pelo mercado como um dos gargalos para a expansão do e-commerce e do live commerce nas mídias digitais no Brasil. É justamente nesta deficiência dos concorrentes que a Kwai quer ganhar seu território. Unindo o universo das redes sociais com a experiência do e-commerce no mesmo aplicativo, algo já comum em diversas empresas asiáticas que atuam no mercado chinês.

Companhia traz para o Brasil modelo de negócio que faz sucesso na China, ao unir rede social com plataforma de vendas Foto: Divulgação
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Apesar do lançamento oficial da plataforma, o novo modelo de e-commerce integrado já vinha sendo testado desde o final de 2023 com alguns usuários e vendedores selecionados. Segundo a companhia, o resultado durante o período de testes mostrou aumento de até 800% nas ordens diárias de compras.

Conforme apurou o Estadão, assim como o Kwai, o TikTok se prepara para lançar sua ferramenta de comércio eletrônico, o TikTok Shop, no segundo semestre de 2025, de olho, justamente, no potencial de vendas atrelados ao consumo de vídeos curtos no País.

Questionada, a rede social rival do Kwai afirmou que é “guiada pela demanda” e que segue “testando e experimentando novos recursos que inspiram criatividade, trazem alegria e inovam na experiência de compra do TikTok em mercados de todo o mundo”. Conforme divulgado, o TikTok shop está disponível na Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Malásia, Cingapura, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos, diz a empresa.

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Inspiração chinesa

O novo modelo de negócio da Kwai no Brasil é uma aposta que já se mostrou bem sucedida em mercados do outro lado do mundo. Na China, por exemplo, as gigantes das redes sociais como Alipay, WeChat, TikTok e outras plataformas já oferecem aos seus usuários uma mescla de redes sociais com serviços de compras.

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O professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, explica que o modelo de aplicativos híbridos já está maturado na China, tendo grande representatividade nas vendas de muitas dessas empresas. Ele conta que um dos principais fatores desse sucesso está atrelado ao fato de que os usuários não precisam deixar uma plataforma para finalizar a compra.

Isso reduz os níveis de desistência. “As redes sociais são hoje o que as emissoras de TV já foram no passado para as vendas do varejo. Essas plataformas agora têm uma audiência muito grande, além de conseguir medir os resultados de negócio do seu público, porque elas conseguem ser mais efetivas nas ativações”, afirma.

Para o diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, mercado brasileiro é fundamental para os planos de expansão da dona do Kwai Foto: Divulgação Kwai
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O especialista também acredita que essa nova ferramenta deve catapultar o segmento de live commerce, outro ponto de atenção da Kwai nos negócios para o Brasil. Isso porque a chegada do serviço de e-commerce na rede social também deve complementar os planos da companhia de consolidar o modelo por aqui. A transmissão ao vivo com foco em vendas também apareceu nos planos dos concorrentes, que tem investido na modalidade, a exemplo de Mercado Livre, AliExpress e Shopee, que são alguns marketplaces que já ofereceram a ferramentas em suas plataformas de vendas.

Atualmente, o serviço já existe na rede social, mas com a chegada do e-commerce integrado, os consumidores poderão agilizar o processo de compra que passa a ser feito no mesmo aplicativo em que se consomem conteúdos e produtos. “A granularidade de dados que essas ‘big datas’ têm à disposição é muito grande e vai ajudar a escolher o produto certo, para o cliente certo e o momento que o usuário está mais disposto a consumir. Isso torna o fechamento da venda algo muito mais fácil”, analisa.

Dados da consultoria Statista sobre o mercado chinês apontam uma movimentação de 4,9 trilhões de yuans (R$ 3,97 trilhões) no setor de live commerce, em 2023. Para se ter uma ideia do avanço dessa vertical para o varejo local, em 2017, o modelo movimentou algo em torno de 20 bilhões de yuans (R$ 16,21 bilhões). Na pandemia, em 2020, em meio ao lockdown e aumento da digitalização dos negócios, o setor deu um salto de 6.500%, atingindo o primeiro trilhão em negócios. Entre 2022 e 2023, o live commerce cresceu 40% no país e chegou a marca de 4,9 trilhões de yuans.

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Foco nos pequenos negócios

Assim como os concorrentes que já atuam no mercado de varejo online, com plataformas próprias de e-commerce como AliExpress, Mercado Livre, Shopee e afins, o novo serviço do Kwai olha com atenção para os pequenos empreendedores, conhecidos como “sellers”.

Esse é o caso da Casa Aconchegante, uma loja de produtos domésticos que entrou na plataforma durante o período teste do novo sistema. Segundo dados de vendas, o negócio registrou um crescimento de 318% nas vendas do último trimestre. A empresa, contudo, não abre o número de vendedores já cadastrados para atuar no app.

Sobre os gargalos de adesão do consumidor em geral ao novo modelo de e-commerce integrado da Kwai, o professor vê a integração dos canais de venda, preços, e logística, entre outras questões como desafio, já que o País tem um alto nível de custo para as companhias nestes quesitos. “Isso, no Brasil, não é algo muito simples”, avalia o especialista da FGV.

Como funciona o Kwai Shop

  • 1. O usuário poderá explorar os perfis de criadores de conteúdo ou acessar a página inicial do Kwai Shop para descobrir os produtos.
  • 2. Adicionar os produtos ao carrinho de compras diretamente pelos vídeos ao vivo ou pelas páginas dos vendedores no Kwai Shop
  • 3. Acompanhar seus pedidos na plataforma, que permite o rastreamento das compras em tempo real
  • 4. Suporte ao cliente direto na rede social, no mesmo aplicativo.

O jornalista viajou à China a convite da Kwai e do Centro de Comunicação da China para as Américas.

PEQUIM - Enquanto os players do varejo virtual tentam transformar suas plataformas e deixá-las com uma cara de “rede social”, o Kwai decidiu ir na direção oposta, mas em busca do mesmo objetivo: transformou sua rede social para vídeos curtos em uma plataforma de e-commerce. Essa será a primeira vez no Brasil que uma rede social terá integrado no mesmo aplicativo os dois serviços.

Essa também é a primeira vez em um país fora da China, que a Kuaishou, dona da Kwai, terá o seu serviço de e-commerce integrado na rede social. Até então em fase de teste, o Kwai Shop estará disponível para todos os cerca de 60 milhões de usuários da plataforma no Brasil, com seu modelo de e-commerce atrelado à plataforma de rede social.

O movimento de diversificação faz parte dos investimentos da companhia no País, que já investiu aproximadamente R$ 7 bilhões no mercado brasileiro desde 2019, segundo a empresa. Agora ela quer brigar por mais espaço no setor de comércio eletrônico. O diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, conta que o aumento na aposta dos negócios do Brasil se dá em meio ao resultado positivo. Ele relata que, entre os mercados operados pela Kuaishou, o País foi aquele com os melhores desempenhos. “Para nós, o Brasil é o mercado mais promissor, por isso vamos aumentar os investimentos de longo prazo”, diz.

A necessidade de migrar da rede social para outra plataforma de venda para finalizar uma compra é visto pelo mercado como um dos gargalos para a expansão do e-commerce e do live commerce nas mídias digitais no Brasil. É justamente nesta deficiência dos concorrentes que a Kwai quer ganhar seu território. Unindo o universo das redes sociais com a experiência do e-commerce no mesmo aplicativo, algo já comum em diversas empresas asiáticas que atuam no mercado chinês.

Companhia traz para o Brasil modelo de negócio que faz sucesso na China, ao unir rede social com plataforma de vendas Foto: Divulgação

Apesar do lançamento oficial da plataforma, o novo modelo de e-commerce integrado já vinha sendo testado desde o final de 2023 com alguns usuários e vendedores selecionados. Segundo a companhia, o resultado durante o período de testes mostrou aumento de até 800% nas ordens diárias de compras.

Conforme apurou o Estadão, assim como o Kwai, o TikTok se prepara para lançar sua ferramenta de comércio eletrônico, o TikTok Shop, no segundo semestre de 2025, de olho, justamente, no potencial de vendas atrelados ao consumo de vídeos curtos no País.

Questionada, a rede social rival do Kwai afirmou que é “guiada pela demanda” e que segue “testando e experimentando novos recursos que inspiram criatividade, trazem alegria e inovam na experiência de compra do TikTok em mercados de todo o mundo”. Conforme divulgado, o TikTok shop está disponível na Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Malásia, Cingapura, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos, diz a empresa.

Inspiração chinesa

O novo modelo de negócio da Kwai no Brasil é uma aposta que já se mostrou bem sucedida em mercados do outro lado do mundo. Na China, por exemplo, as gigantes das redes sociais como Alipay, WeChat, TikTok e outras plataformas já oferecem aos seus usuários uma mescla de redes sociais com serviços de compras.

O professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, explica que o modelo de aplicativos híbridos já está maturado na China, tendo grande representatividade nas vendas de muitas dessas empresas. Ele conta que um dos principais fatores desse sucesso está atrelado ao fato de que os usuários não precisam deixar uma plataforma para finalizar a compra.

Isso reduz os níveis de desistência. “As redes sociais são hoje o que as emissoras de TV já foram no passado para as vendas do varejo. Essas plataformas agora têm uma audiência muito grande, além de conseguir medir os resultados de negócio do seu público, porque elas conseguem ser mais efetivas nas ativações”, afirma.

Para o diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, mercado brasileiro é fundamental para os planos de expansão da dona do Kwai Foto: Divulgação Kwai

O especialista também acredita que essa nova ferramenta deve catapultar o segmento de live commerce, outro ponto de atenção da Kwai nos negócios para o Brasil. Isso porque a chegada do serviço de e-commerce na rede social também deve complementar os planos da companhia de consolidar o modelo por aqui. A transmissão ao vivo com foco em vendas também apareceu nos planos dos concorrentes, que tem investido na modalidade, a exemplo de Mercado Livre, AliExpress e Shopee, que são alguns marketplaces que já ofereceram a ferramentas em suas plataformas de vendas.

Atualmente, o serviço já existe na rede social, mas com a chegada do e-commerce integrado, os consumidores poderão agilizar o processo de compra que passa a ser feito no mesmo aplicativo em que se consomem conteúdos e produtos. “A granularidade de dados que essas ‘big datas’ têm à disposição é muito grande e vai ajudar a escolher o produto certo, para o cliente certo e o momento que o usuário está mais disposto a consumir. Isso torna o fechamento da venda algo muito mais fácil”, analisa.

Dados da consultoria Statista sobre o mercado chinês apontam uma movimentação de 4,9 trilhões de yuans (R$ 3,97 trilhões) no setor de live commerce, em 2023. Para se ter uma ideia do avanço dessa vertical para o varejo local, em 2017, o modelo movimentou algo em torno de 20 bilhões de yuans (R$ 16,21 bilhões). Na pandemia, em 2020, em meio ao lockdown e aumento da digitalização dos negócios, o setor deu um salto de 6.500%, atingindo o primeiro trilhão em negócios. Entre 2022 e 2023, o live commerce cresceu 40% no país e chegou a marca de 4,9 trilhões de yuans.

Foco nos pequenos negócios

Assim como os concorrentes que já atuam no mercado de varejo online, com plataformas próprias de e-commerce como AliExpress, Mercado Livre, Shopee e afins, o novo serviço do Kwai olha com atenção para os pequenos empreendedores, conhecidos como “sellers”.

Esse é o caso da Casa Aconchegante, uma loja de produtos domésticos que entrou na plataforma durante o período teste do novo sistema. Segundo dados de vendas, o negócio registrou um crescimento de 318% nas vendas do último trimestre. A empresa, contudo, não abre o número de vendedores já cadastrados para atuar no app.

Sobre os gargalos de adesão do consumidor em geral ao novo modelo de e-commerce integrado da Kwai, o professor vê a integração dos canais de venda, preços, e logística, entre outras questões como desafio, já que o País tem um alto nível de custo para as companhias nestes quesitos. “Isso, no Brasil, não é algo muito simples”, avalia o especialista da FGV.

Como funciona o Kwai Shop

  • 1. O usuário poderá explorar os perfis de criadores de conteúdo ou acessar a página inicial do Kwai Shop para descobrir os produtos.
  • 2. Adicionar os produtos ao carrinho de compras diretamente pelos vídeos ao vivo ou pelas páginas dos vendedores no Kwai Shop
  • 3. Acompanhar seus pedidos na plataforma, que permite o rastreamento das compras em tempo real
  • 4. Suporte ao cliente direto na rede social, no mesmo aplicativo.

O jornalista viajou à China a convite da Kwai e do Centro de Comunicação da China para as Américas.

PEQUIM - Enquanto os players do varejo virtual tentam transformar suas plataformas e deixá-las com uma cara de “rede social”, o Kwai decidiu ir na direção oposta, mas em busca do mesmo objetivo: transformou sua rede social para vídeos curtos em uma plataforma de e-commerce. Essa será a primeira vez no Brasil que uma rede social terá integrado no mesmo aplicativo os dois serviços.

Essa também é a primeira vez em um país fora da China, que a Kuaishou, dona da Kwai, terá o seu serviço de e-commerce integrado na rede social. Até então em fase de teste, o Kwai Shop estará disponível para todos os cerca de 60 milhões de usuários da plataforma no Brasil, com seu modelo de e-commerce atrelado à plataforma de rede social.

O movimento de diversificação faz parte dos investimentos da companhia no País, que já investiu aproximadamente R$ 7 bilhões no mercado brasileiro desde 2019, segundo a empresa. Agora ela quer brigar por mais espaço no setor de comércio eletrônico. O diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, conta que o aumento na aposta dos negócios do Brasil se dá em meio ao resultado positivo. Ele relata que, entre os mercados operados pela Kuaishou, o País foi aquele com os melhores desempenhos. “Para nós, o Brasil é o mercado mais promissor, por isso vamos aumentar os investimentos de longo prazo”, diz.

A necessidade de migrar da rede social para outra plataforma de venda para finalizar uma compra é visto pelo mercado como um dos gargalos para a expansão do e-commerce e do live commerce nas mídias digitais no Brasil. É justamente nesta deficiência dos concorrentes que a Kwai quer ganhar seu território. Unindo o universo das redes sociais com a experiência do e-commerce no mesmo aplicativo, algo já comum em diversas empresas asiáticas que atuam no mercado chinês.

Companhia traz para o Brasil modelo de negócio que faz sucesso na China, ao unir rede social com plataforma de vendas Foto: Divulgação

Apesar do lançamento oficial da plataforma, o novo modelo de e-commerce integrado já vinha sendo testado desde o final de 2023 com alguns usuários e vendedores selecionados. Segundo a companhia, o resultado durante o período de testes mostrou aumento de até 800% nas ordens diárias de compras.

Conforme apurou o Estadão, assim como o Kwai, o TikTok se prepara para lançar sua ferramenta de comércio eletrônico, o TikTok Shop, no segundo semestre de 2025, de olho, justamente, no potencial de vendas atrelados ao consumo de vídeos curtos no País.

Questionada, a rede social rival do Kwai afirmou que é “guiada pela demanda” e que segue “testando e experimentando novos recursos que inspiram criatividade, trazem alegria e inovam na experiência de compra do TikTok em mercados de todo o mundo”. Conforme divulgado, o TikTok shop está disponível na Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Malásia, Cingapura, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos, diz a empresa.

Inspiração chinesa

O novo modelo de negócio da Kwai no Brasil é uma aposta que já se mostrou bem sucedida em mercados do outro lado do mundo. Na China, por exemplo, as gigantes das redes sociais como Alipay, WeChat, TikTok e outras plataformas já oferecem aos seus usuários uma mescla de redes sociais com serviços de compras.

O professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, explica que o modelo de aplicativos híbridos já está maturado na China, tendo grande representatividade nas vendas de muitas dessas empresas. Ele conta que um dos principais fatores desse sucesso está atrelado ao fato de que os usuários não precisam deixar uma plataforma para finalizar a compra.

Isso reduz os níveis de desistência. “As redes sociais são hoje o que as emissoras de TV já foram no passado para as vendas do varejo. Essas plataformas agora têm uma audiência muito grande, além de conseguir medir os resultados de negócio do seu público, porque elas conseguem ser mais efetivas nas ativações”, afirma.

Para o diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, mercado brasileiro é fundamental para os planos de expansão da dona do Kwai Foto: Divulgação Kwai

O especialista também acredita que essa nova ferramenta deve catapultar o segmento de live commerce, outro ponto de atenção da Kwai nos negócios para o Brasil. Isso porque a chegada do serviço de e-commerce na rede social também deve complementar os planos da companhia de consolidar o modelo por aqui. A transmissão ao vivo com foco em vendas também apareceu nos planos dos concorrentes, que tem investido na modalidade, a exemplo de Mercado Livre, AliExpress e Shopee, que são alguns marketplaces que já ofereceram a ferramentas em suas plataformas de vendas.

Atualmente, o serviço já existe na rede social, mas com a chegada do e-commerce integrado, os consumidores poderão agilizar o processo de compra que passa a ser feito no mesmo aplicativo em que se consomem conteúdos e produtos. “A granularidade de dados que essas ‘big datas’ têm à disposição é muito grande e vai ajudar a escolher o produto certo, para o cliente certo e o momento que o usuário está mais disposto a consumir. Isso torna o fechamento da venda algo muito mais fácil”, analisa.

Dados da consultoria Statista sobre o mercado chinês apontam uma movimentação de 4,9 trilhões de yuans (R$ 3,97 trilhões) no setor de live commerce, em 2023. Para se ter uma ideia do avanço dessa vertical para o varejo local, em 2017, o modelo movimentou algo em torno de 20 bilhões de yuans (R$ 16,21 bilhões). Na pandemia, em 2020, em meio ao lockdown e aumento da digitalização dos negócios, o setor deu um salto de 6.500%, atingindo o primeiro trilhão em negócios. Entre 2022 e 2023, o live commerce cresceu 40% no país e chegou a marca de 4,9 trilhões de yuans.

Foco nos pequenos negócios

Assim como os concorrentes que já atuam no mercado de varejo online, com plataformas próprias de e-commerce como AliExpress, Mercado Livre, Shopee e afins, o novo serviço do Kwai olha com atenção para os pequenos empreendedores, conhecidos como “sellers”.

Esse é o caso da Casa Aconchegante, uma loja de produtos domésticos que entrou na plataforma durante o período teste do novo sistema. Segundo dados de vendas, o negócio registrou um crescimento de 318% nas vendas do último trimestre. A empresa, contudo, não abre o número de vendedores já cadastrados para atuar no app.

Sobre os gargalos de adesão do consumidor em geral ao novo modelo de e-commerce integrado da Kwai, o professor vê a integração dos canais de venda, preços, e logística, entre outras questões como desafio, já que o País tem um alto nível de custo para as companhias nestes quesitos. “Isso, no Brasil, não é algo muito simples”, avalia o especialista da FGV.

Como funciona o Kwai Shop

  • 1. O usuário poderá explorar os perfis de criadores de conteúdo ou acessar a página inicial do Kwai Shop para descobrir os produtos.
  • 2. Adicionar os produtos ao carrinho de compras diretamente pelos vídeos ao vivo ou pelas páginas dos vendedores no Kwai Shop
  • 3. Acompanhar seus pedidos na plataforma, que permite o rastreamento das compras em tempo real
  • 4. Suporte ao cliente direto na rede social, no mesmo aplicativo.

O jornalista viajou à China a convite da Kwai e do Centro de Comunicação da China para as Américas.

PEQUIM - Enquanto os players do varejo virtual tentam transformar suas plataformas e deixá-las com uma cara de “rede social”, o Kwai decidiu ir na direção oposta, mas em busca do mesmo objetivo: transformou sua rede social para vídeos curtos em uma plataforma de e-commerce. Essa será a primeira vez no Brasil que uma rede social terá integrado no mesmo aplicativo os dois serviços.

Essa também é a primeira vez em um país fora da China, que a Kuaishou, dona da Kwai, terá o seu serviço de e-commerce integrado na rede social. Até então em fase de teste, o Kwai Shop estará disponível para todos os cerca de 60 milhões de usuários da plataforma no Brasil, com seu modelo de e-commerce atrelado à plataforma de rede social.

O movimento de diversificação faz parte dos investimentos da companhia no País, que já investiu aproximadamente R$ 7 bilhões no mercado brasileiro desde 2019, segundo a empresa. Agora ela quer brigar por mais espaço no setor de comércio eletrônico. O diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, conta que o aumento na aposta dos negócios do Brasil se dá em meio ao resultado positivo. Ele relata que, entre os mercados operados pela Kuaishou, o País foi aquele com os melhores desempenhos. “Para nós, o Brasil é o mercado mais promissor, por isso vamos aumentar os investimentos de longo prazo”, diz.

A necessidade de migrar da rede social para outra plataforma de venda para finalizar uma compra é visto pelo mercado como um dos gargalos para a expansão do e-commerce e do live commerce nas mídias digitais no Brasil. É justamente nesta deficiência dos concorrentes que a Kwai quer ganhar seu território. Unindo o universo das redes sociais com a experiência do e-commerce no mesmo aplicativo, algo já comum em diversas empresas asiáticas que atuam no mercado chinês.

Companhia traz para o Brasil modelo de negócio que faz sucesso na China, ao unir rede social com plataforma de vendas Foto: Divulgação

Apesar do lançamento oficial da plataforma, o novo modelo de e-commerce integrado já vinha sendo testado desde o final de 2023 com alguns usuários e vendedores selecionados. Segundo a companhia, o resultado durante o período de testes mostrou aumento de até 800% nas ordens diárias de compras.

Conforme apurou o Estadão, assim como o Kwai, o TikTok se prepara para lançar sua ferramenta de comércio eletrônico, o TikTok Shop, no segundo semestre de 2025, de olho, justamente, no potencial de vendas atrelados ao consumo de vídeos curtos no País.

Questionada, a rede social rival do Kwai afirmou que é “guiada pela demanda” e que segue “testando e experimentando novos recursos que inspiram criatividade, trazem alegria e inovam na experiência de compra do TikTok em mercados de todo o mundo”. Conforme divulgado, o TikTok shop está disponível na Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Malásia, Cingapura, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos, diz a empresa.

Inspiração chinesa

O novo modelo de negócio da Kwai no Brasil é uma aposta que já se mostrou bem sucedida em mercados do outro lado do mundo. Na China, por exemplo, as gigantes das redes sociais como Alipay, WeChat, TikTok e outras plataformas já oferecem aos seus usuários uma mescla de redes sociais com serviços de compras.

O professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, explica que o modelo de aplicativos híbridos já está maturado na China, tendo grande representatividade nas vendas de muitas dessas empresas. Ele conta que um dos principais fatores desse sucesso está atrelado ao fato de que os usuários não precisam deixar uma plataforma para finalizar a compra.

Isso reduz os níveis de desistência. “As redes sociais são hoje o que as emissoras de TV já foram no passado para as vendas do varejo. Essas plataformas agora têm uma audiência muito grande, além de conseguir medir os resultados de negócio do seu público, porque elas conseguem ser mais efetivas nas ativações”, afirma.

Para o diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, mercado brasileiro é fundamental para os planos de expansão da dona do Kwai Foto: Divulgação Kwai

O especialista também acredita que essa nova ferramenta deve catapultar o segmento de live commerce, outro ponto de atenção da Kwai nos negócios para o Brasil. Isso porque a chegada do serviço de e-commerce na rede social também deve complementar os planos da companhia de consolidar o modelo por aqui. A transmissão ao vivo com foco em vendas também apareceu nos planos dos concorrentes, que tem investido na modalidade, a exemplo de Mercado Livre, AliExpress e Shopee, que são alguns marketplaces que já ofereceram a ferramentas em suas plataformas de vendas.

Atualmente, o serviço já existe na rede social, mas com a chegada do e-commerce integrado, os consumidores poderão agilizar o processo de compra que passa a ser feito no mesmo aplicativo em que se consomem conteúdos e produtos. “A granularidade de dados que essas ‘big datas’ têm à disposição é muito grande e vai ajudar a escolher o produto certo, para o cliente certo e o momento que o usuário está mais disposto a consumir. Isso torna o fechamento da venda algo muito mais fácil”, analisa.

Dados da consultoria Statista sobre o mercado chinês apontam uma movimentação de 4,9 trilhões de yuans (R$ 3,97 trilhões) no setor de live commerce, em 2023. Para se ter uma ideia do avanço dessa vertical para o varejo local, em 2017, o modelo movimentou algo em torno de 20 bilhões de yuans (R$ 16,21 bilhões). Na pandemia, em 2020, em meio ao lockdown e aumento da digitalização dos negócios, o setor deu um salto de 6.500%, atingindo o primeiro trilhão em negócios. Entre 2022 e 2023, o live commerce cresceu 40% no país e chegou a marca de 4,9 trilhões de yuans.

Foco nos pequenos negócios

Assim como os concorrentes que já atuam no mercado de varejo online, com plataformas próprias de e-commerce como AliExpress, Mercado Livre, Shopee e afins, o novo serviço do Kwai olha com atenção para os pequenos empreendedores, conhecidos como “sellers”.

Esse é o caso da Casa Aconchegante, uma loja de produtos domésticos que entrou na plataforma durante o período teste do novo sistema. Segundo dados de vendas, o negócio registrou um crescimento de 318% nas vendas do último trimestre. A empresa, contudo, não abre o número de vendedores já cadastrados para atuar no app.

Sobre os gargalos de adesão do consumidor em geral ao novo modelo de e-commerce integrado da Kwai, o professor vê a integração dos canais de venda, preços, e logística, entre outras questões como desafio, já que o País tem um alto nível de custo para as companhias nestes quesitos. “Isso, no Brasil, não é algo muito simples”, avalia o especialista da FGV.

Como funciona o Kwai Shop

  • 1. O usuário poderá explorar os perfis de criadores de conteúdo ou acessar a página inicial do Kwai Shop para descobrir os produtos.
  • 2. Adicionar os produtos ao carrinho de compras diretamente pelos vídeos ao vivo ou pelas páginas dos vendedores no Kwai Shop
  • 3. Acompanhar seus pedidos na plataforma, que permite o rastreamento das compras em tempo real
  • 4. Suporte ao cliente direto na rede social, no mesmo aplicativo.

O jornalista viajou à China a convite da Kwai e do Centro de Comunicação da China para as Américas.

PEQUIM - Enquanto os players do varejo virtual tentam transformar suas plataformas e deixá-las com uma cara de “rede social”, o Kwai decidiu ir na direção oposta, mas em busca do mesmo objetivo: transformou sua rede social para vídeos curtos em uma plataforma de e-commerce. Essa será a primeira vez no Brasil que uma rede social terá integrado no mesmo aplicativo os dois serviços.

Essa também é a primeira vez em um país fora da China, que a Kuaishou, dona da Kwai, terá o seu serviço de e-commerce integrado na rede social. Até então em fase de teste, o Kwai Shop estará disponível para todos os cerca de 60 milhões de usuários da plataforma no Brasil, com seu modelo de e-commerce atrelado à plataforma de rede social.

O movimento de diversificação faz parte dos investimentos da companhia no País, que já investiu aproximadamente R$ 7 bilhões no mercado brasileiro desde 2019, segundo a empresa. Agora ela quer brigar por mais espaço no setor de comércio eletrônico. O diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, conta que o aumento na aposta dos negócios do Brasil se dá em meio ao resultado positivo. Ele relata que, entre os mercados operados pela Kuaishou, o País foi aquele com os melhores desempenhos. “Para nós, o Brasil é o mercado mais promissor, por isso vamos aumentar os investimentos de longo prazo”, diz.

A necessidade de migrar da rede social para outra plataforma de venda para finalizar uma compra é visto pelo mercado como um dos gargalos para a expansão do e-commerce e do live commerce nas mídias digitais no Brasil. É justamente nesta deficiência dos concorrentes que a Kwai quer ganhar seu território. Unindo o universo das redes sociais com a experiência do e-commerce no mesmo aplicativo, algo já comum em diversas empresas asiáticas que atuam no mercado chinês.

Companhia traz para o Brasil modelo de negócio que faz sucesso na China, ao unir rede social com plataforma de vendas Foto: Divulgação

Apesar do lançamento oficial da plataforma, o novo modelo de e-commerce integrado já vinha sendo testado desde o final de 2023 com alguns usuários e vendedores selecionados. Segundo a companhia, o resultado durante o período de testes mostrou aumento de até 800% nas ordens diárias de compras.

Conforme apurou o Estadão, assim como o Kwai, o TikTok se prepara para lançar sua ferramenta de comércio eletrônico, o TikTok Shop, no segundo semestre de 2025, de olho, justamente, no potencial de vendas atrelados ao consumo de vídeos curtos no País.

Questionada, a rede social rival do Kwai afirmou que é “guiada pela demanda” e que segue “testando e experimentando novos recursos que inspiram criatividade, trazem alegria e inovam na experiência de compra do TikTok em mercados de todo o mundo”. Conforme divulgado, o TikTok shop está disponível na Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Malásia, Cingapura, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos, diz a empresa.

Inspiração chinesa

O novo modelo de negócio da Kwai no Brasil é uma aposta que já se mostrou bem sucedida em mercados do outro lado do mundo. Na China, por exemplo, as gigantes das redes sociais como Alipay, WeChat, TikTok e outras plataformas já oferecem aos seus usuários uma mescla de redes sociais com serviços de compras.

O professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, explica que o modelo de aplicativos híbridos já está maturado na China, tendo grande representatividade nas vendas de muitas dessas empresas. Ele conta que um dos principais fatores desse sucesso está atrelado ao fato de que os usuários não precisam deixar uma plataforma para finalizar a compra.

Isso reduz os níveis de desistência. “As redes sociais são hoje o que as emissoras de TV já foram no passado para as vendas do varejo. Essas plataformas agora têm uma audiência muito grande, além de conseguir medir os resultados de negócio do seu público, porque elas conseguem ser mais efetivas nas ativações”, afirma.

Para o diretor global de produto e e-commerce da Kuaishou International Business, Ricky Xu, mercado brasileiro é fundamental para os planos de expansão da dona do Kwai Foto: Divulgação Kwai

O especialista também acredita que essa nova ferramenta deve catapultar o segmento de live commerce, outro ponto de atenção da Kwai nos negócios para o Brasil. Isso porque a chegada do serviço de e-commerce na rede social também deve complementar os planos da companhia de consolidar o modelo por aqui. A transmissão ao vivo com foco em vendas também apareceu nos planos dos concorrentes, que tem investido na modalidade, a exemplo de Mercado Livre, AliExpress e Shopee, que são alguns marketplaces que já ofereceram a ferramentas em suas plataformas de vendas.

Atualmente, o serviço já existe na rede social, mas com a chegada do e-commerce integrado, os consumidores poderão agilizar o processo de compra que passa a ser feito no mesmo aplicativo em que se consomem conteúdos e produtos. “A granularidade de dados que essas ‘big datas’ têm à disposição é muito grande e vai ajudar a escolher o produto certo, para o cliente certo e o momento que o usuário está mais disposto a consumir. Isso torna o fechamento da venda algo muito mais fácil”, analisa.

Dados da consultoria Statista sobre o mercado chinês apontam uma movimentação de 4,9 trilhões de yuans (R$ 3,97 trilhões) no setor de live commerce, em 2023. Para se ter uma ideia do avanço dessa vertical para o varejo local, em 2017, o modelo movimentou algo em torno de 20 bilhões de yuans (R$ 16,21 bilhões). Na pandemia, em 2020, em meio ao lockdown e aumento da digitalização dos negócios, o setor deu um salto de 6.500%, atingindo o primeiro trilhão em negócios. Entre 2022 e 2023, o live commerce cresceu 40% no país e chegou a marca de 4,9 trilhões de yuans.

Foco nos pequenos negócios

Assim como os concorrentes que já atuam no mercado de varejo online, com plataformas próprias de e-commerce como AliExpress, Mercado Livre, Shopee e afins, o novo serviço do Kwai olha com atenção para os pequenos empreendedores, conhecidos como “sellers”.

Esse é o caso da Casa Aconchegante, uma loja de produtos domésticos que entrou na plataforma durante o período teste do novo sistema. Segundo dados de vendas, o negócio registrou um crescimento de 318% nas vendas do último trimestre. A empresa, contudo, não abre o número de vendedores já cadastrados para atuar no app.

Sobre os gargalos de adesão do consumidor em geral ao novo modelo de e-commerce integrado da Kwai, o professor vê a integração dos canais de venda, preços, e logística, entre outras questões como desafio, já que o País tem um alto nível de custo para as companhias nestes quesitos. “Isso, no Brasil, não é algo muito simples”, avalia o especialista da FGV.

Como funciona o Kwai Shop

  • 1. O usuário poderá explorar os perfis de criadores de conteúdo ou acessar a página inicial do Kwai Shop para descobrir os produtos.
  • 2. Adicionar os produtos ao carrinho de compras diretamente pelos vídeos ao vivo ou pelas páginas dos vendedores no Kwai Shop
  • 3. Acompanhar seus pedidos na plataforma, que permite o rastreamento das compras em tempo real
  • 4. Suporte ao cliente direto na rede social, no mesmo aplicativo.

O jornalista viajou à China a convite da Kwai e do Centro de Comunicação da China para as Américas.

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