Líderes empresariais brasileiros são voltados para comunicação e persuasão, aponta pesquisa


A maioria dos empresários e gestores valoriza mais o comando e a autonomia para tomar decisões do que o planejamento e a escuta dos colaboradores

Por Luis Filipe Santos
Atualização:

Os líderes empresariais brasileiros têm perfis classificados como persuasivos e dominantes, voltados principalmente para influenciar as equipes e tomar decisões rápidas. A conclusão é da pesquisa Tendências Comportamentais de Líderes Brasileiros, realizada pela escola de negócios Febracis. Por outro lado, os perfis classificados como “estáveis”, com foco em dinamismo, e “conformidade”, voltados para o cumprimento de regras, aparecem com menos frequência.

A coleta de dados foi feita através do software CIS Assessment, e chegou a 20.395 empreendedores e 26.978 gestores (coordenadores, supervisores, gerentes, etc.). Para a interpretação dos dados, foram utilizadas as teorias comportamentais DISC, de William Moulton Marston, e de Valores, de Eduard Spranger. As informações obtidas não passaram por avaliação sob critérios socioeconômicos ou demográficos.

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Os números apontaram que 63,8% dos empresários tem o fator influência alto, com foco em comunicação, e outros 58,2% pontuam alto como “dominantes”, focados em decisão. Isso significa que, com autoconhecimento, podem ser por um lado carismáticos e inspiradores e por outro, assertivos, práticos e destemidos. Contudo, também podem ser vaidosos e superficiais, ou ríspidos, centralizadores e intolerantes.

Dos outros perfis, 38,19% tem o fator “estabilidade” alto e 28% focaram em conformidade. Os “estáveis” podem ser acolhedores, empáticos e planejadores, mas também hesitantes e resistentes a mudanças. Já os que buscam conformidade tendem a ser detalhistas, organizados e questionadores, e perfeccionistas e presos a regras de outro lado.

Perfil dos líderes empresariais brasileiros pode indicar dificuldade em ouvir funcionários Foto: Pixabay
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Segundo Paulo Vieira, presidente da Febracis, os números apontam que os empresários brasileiros “podem ser líderes com certa dificuldade para ouvir o time, na pressão de partir imediatamente para a ação e resoluções”. Dessa forma, em busca de mais velocidade, podem tomar decisões precipitadas e ter dificuldade com planejamento, processos, regras e detalhes. Mas também há pontos positivos. “Líderes que apresentam esta combinação de Influência com Dominância tendem a ter maior facilidade para assumir uma postura inspiradora, que persuade e cativa”, afirma Vieira.

Outros pontos da pesquisa confirmam os números. Entre os estilos de liderança, 35,93% disseram ter o estilo “motivador”, e uma quantidade um pouco menor, 32,69%, o “executivo”. Já o “metódico” foi para 18,65% e apenas 12,73% como “sistemático”. Os estilos estão associados, respectivamente, aos perfis influente, dominante, estável e de conformidade.

Entre as competências, as mais prevalentes foram extroversão e entusiasmo (características dos influentes) e comando (dos dominantes) e as que menos apareceram foram paciência e planejamento (dos estáveis) e prudência (dos focados em conformidade).

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Conforme Vieira, isso significa que existe uma tendência entre os líderes brasileiros a assumirem posturas mais imediatistas, sem um planejamento de longo prazo e, por vezes, correndo riscos desnecessários. “Pessoas com competências como paciência, planejamento e prudência menos desenvolvidas têm predisposição a tomarem decisões precipitadas, olhando apenas o resultado imediato, mas sem enxergar consequências e problemas futuros”.

Gestores

Entre os gestores, tradicionalmente abaixo dos empreendedores na hierarquia, os perfis não são tão diferentes. No total, 58,9% tem perfil com fator dominância alto; 54,65% tem o fator de influência; 39,85% o fator estabilidade, e, por fim, 35,21%, o fator conformidade. Apesar dos maiores números em conformidade, o dado pode ser preocupante por manter os números altos em dominância e influência.

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Dessa forma, empresários e gestores têm perfis parecidos, o que pode ser prejudicial. Para Vieira, é até natural que entre os empreendedores se sobressaiam pessoas ousadas, entusiasmadas e pouco focadas em prudência e paciência. No entanto, pode-se buscar perfis diferentes para outras funções de gerenciamento. “Um ponto interessante é trabalhar a complementaridade. Por exemplo, um gerente com estilo “Executivo” pode usufruir de muitos benefícios ao contratar um coordenador “Metódico”, pois o que falta em um, sobra no outro”, avalia.

Parte dos resultados podem ser atribuídos também à cultura empresarial de cada país e de organização específica. Com a busca por maior engajamento dos trabalhadores, para aumentar a produtividade, parte dessa cultura está sendo alterada. “Aquele chefe autoritário, que gritava com as pessoas, que decidia tudo sozinho, está sendo gradualmente substituído, dando lugar para outros estilos de liderança”, comenta Vieira.

No Brasil, que costuma valorizar a simpatia e o carisma, o estilo “Motivador” (que lidera por conexão e exemplo) começa a ganhar mais espaço. Já nos EUA, nota-se uma crescente valorização de líderes mais discretos e processuais, relata o presidente da Febracis.

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Inteligência emocional

Uma vez que tenham conhecido a qual perfil correspondem, os líderes podem trabalhar a inteligência emocional para ressaltar as qualidades que possuem e diminuir os defeitos. É preciso humildade para aceitar e reconhecer as falhas, sem super valorizá-las.

“Se o líder tem facilidade em comunicação e persuasão, pode traçar no seu dia a dia estratégias que explorem estas habilidades. Por outro lado, se o líder tem dificuldade com planejamento, pode identificar em sua equipe um colaborador com facilidade para planejar e delegar tarefas de planejamento para ele”, indica Vieira. Também é possível desenvolver habilidades através de treinamentos, mentorias e cursos.

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Por fim, a humildade é necessária também para pedir ajuda quando for necessário. “Se o líder percebe que tem a tendência de ousar e correr riscos desnecessários, pode se aconselhar com pessoas mais prudentes antes de tomar decisões importantes. Já o que se reconhece mais cauteloso e, por vezes, trava no planejamento, pode pedir ajuda a um colega para ter posicionamentos mais firmes”, aponta o especialista.

Os líderes empresariais brasileiros têm perfis classificados como persuasivos e dominantes, voltados principalmente para influenciar as equipes e tomar decisões rápidas. A conclusão é da pesquisa Tendências Comportamentais de Líderes Brasileiros, realizada pela escola de negócios Febracis. Por outro lado, os perfis classificados como “estáveis”, com foco em dinamismo, e “conformidade”, voltados para o cumprimento de regras, aparecem com menos frequência.

A coleta de dados foi feita através do software CIS Assessment, e chegou a 20.395 empreendedores e 26.978 gestores (coordenadores, supervisores, gerentes, etc.). Para a interpretação dos dados, foram utilizadas as teorias comportamentais DISC, de William Moulton Marston, e de Valores, de Eduard Spranger. As informações obtidas não passaram por avaliação sob critérios socioeconômicos ou demográficos.

Os números apontaram que 63,8% dos empresários tem o fator influência alto, com foco em comunicação, e outros 58,2% pontuam alto como “dominantes”, focados em decisão. Isso significa que, com autoconhecimento, podem ser por um lado carismáticos e inspiradores e por outro, assertivos, práticos e destemidos. Contudo, também podem ser vaidosos e superficiais, ou ríspidos, centralizadores e intolerantes.

Dos outros perfis, 38,19% tem o fator “estabilidade” alto e 28% focaram em conformidade. Os “estáveis” podem ser acolhedores, empáticos e planejadores, mas também hesitantes e resistentes a mudanças. Já os que buscam conformidade tendem a ser detalhistas, organizados e questionadores, e perfeccionistas e presos a regras de outro lado.

Perfil dos líderes empresariais brasileiros pode indicar dificuldade em ouvir funcionários Foto: Pixabay

Segundo Paulo Vieira, presidente da Febracis, os números apontam que os empresários brasileiros “podem ser líderes com certa dificuldade para ouvir o time, na pressão de partir imediatamente para a ação e resoluções”. Dessa forma, em busca de mais velocidade, podem tomar decisões precipitadas e ter dificuldade com planejamento, processos, regras e detalhes. Mas também há pontos positivos. “Líderes que apresentam esta combinação de Influência com Dominância tendem a ter maior facilidade para assumir uma postura inspiradora, que persuade e cativa”, afirma Vieira.

Outros pontos da pesquisa confirmam os números. Entre os estilos de liderança, 35,93% disseram ter o estilo “motivador”, e uma quantidade um pouco menor, 32,69%, o “executivo”. Já o “metódico” foi para 18,65% e apenas 12,73% como “sistemático”. Os estilos estão associados, respectivamente, aos perfis influente, dominante, estável e de conformidade.

Entre as competências, as mais prevalentes foram extroversão e entusiasmo (características dos influentes) e comando (dos dominantes) e as que menos apareceram foram paciência e planejamento (dos estáveis) e prudência (dos focados em conformidade).

Conforme Vieira, isso significa que existe uma tendência entre os líderes brasileiros a assumirem posturas mais imediatistas, sem um planejamento de longo prazo e, por vezes, correndo riscos desnecessários. “Pessoas com competências como paciência, planejamento e prudência menos desenvolvidas têm predisposição a tomarem decisões precipitadas, olhando apenas o resultado imediato, mas sem enxergar consequências e problemas futuros”.

Gestores

Entre os gestores, tradicionalmente abaixo dos empreendedores na hierarquia, os perfis não são tão diferentes. No total, 58,9% tem perfil com fator dominância alto; 54,65% tem o fator de influência; 39,85% o fator estabilidade, e, por fim, 35,21%, o fator conformidade. Apesar dos maiores números em conformidade, o dado pode ser preocupante por manter os números altos em dominância e influência.

Dessa forma, empresários e gestores têm perfis parecidos, o que pode ser prejudicial. Para Vieira, é até natural que entre os empreendedores se sobressaiam pessoas ousadas, entusiasmadas e pouco focadas em prudência e paciência. No entanto, pode-se buscar perfis diferentes para outras funções de gerenciamento. “Um ponto interessante é trabalhar a complementaridade. Por exemplo, um gerente com estilo “Executivo” pode usufruir de muitos benefícios ao contratar um coordenador “Metódico”, pois o que falta em um, sobra no outro”, avalia.

Parte dos resultados podem ser atribuídos também à cultura empresarial de cada país e de organização específica. Com a busca por maior engajamento dos trabalhadores, para aumentar a produtividade, parte dessa cultura está sendo alterada. “Aquele chefe autoritário, que gritava com as pessoas, que decidia tudo sozinho, está sendo gradualmente substituído, dando lugar para outros estilos de liderança”, comenta Vieira.

No Brasil, que costuma valorizar a simpatia e o carisma, o estilo “Motivador” (que lidera por conexão e exemplo) começa a ganhar mais espaço. Já nos EUA, nota-se uma crescente valorização de líderes mais discretos e processuais, relata o presidente da Febracis.

Inteligência emocional

Uma vez que tenham conhecido a qual perfil correspondem, os líderes podem trabalhar a inteligência emocional para ressaltar as qualidades que possuem e diminuir os defeitos. É preciso humildade para aceitar e reconhecer as falhas, sem super valorizá-las.

“Se o líder tem facilidade em comunicação e persuasão, pode traçar no seu dia a dia estratégias que explorem estas habilidades. Por outro lado, se o líder tem dificuldade com planejamento, pode identificar em sua equipe um colaborador com facilidade para planejar e delegar tarefas de planejamento para ele”, indica Vieira. Também é possível desenvolver habilidades através de treinamentos, mentorias e cursos.

Por fim, a humildade é necessária também para pedir ajuda quando for necessário. “Se o líder percebe que tem a tendência de ousar e correr riscos desnecessários, pode se aconselhar com pessoas mais prudentes antes de tomar decisões importantes. Já o que se reconhece mais cauteloso e, por vezes, trava no planejamento, pode pedir ajuda a um colega para ter posicionamentos mais firmes”, aponta o especialista.

Os líderes empresariais brasileiros têm perfis classificados como persuasivos e dominantes, voltados principalmente para influenciar as equipes e tomar decisões rápidas. A conclusão é da pesquisa Tendências Comportamentais de Líderes Brasileiros, realizada pela escola de negócios Febracis. Por outro lado, os perfis classificados como “estáveis”, com foco em dinamismo, e “conformidade”, voltados para o cumprimento de regras, aparecem com menos frequência.

A coleta de dados foi feita através do software CIS Assessment, e chegou a 20.395 empreendedores e 26.978 gestores (coordenadores, supervisores, gerentes, etc.). Para a interpretação dos dados, foram utilizadas as teorias comportamentais DISC, de William Moulton Marston, e de Valores, de Eduard Spranger. As informações obtidas não passaram por avaliação sob critérios socioeconômicos ou demográficos.

Os números apontaram que 63,8% dos empresários tem o fator influência alto, com foco em comunicação, e outros 58,2% pontuam alto como “dominantes”, focados em decisão. Isso significa que, com autoconhecimento, podem ser por um lado carismáticos e inspiradores e por outro, assertivos, práticos e destemidos. Contudo, também podem ser vaidosos e superficiais, ou ríspidos, centralizadores e intolerantes.

Dos outros perfis, 38,19% tem o fator “estabilidade” alto e 28% focaram em conformidade. Os “estáveis” podem ser acolhedores, empáticos e planejadores, mas também hesitantes e resistentes a mudanças. Já os que buscam conformidade tendem a ser detalhistas, organizados e questionadores, e perfeccionistas e presos a regras de outro lado.

Perfil dos líderes empresariais brasileiros pode indicar dificuldade em ouvir funcionários Foto: Pixabay

Segundo Paulo Vieira, presidente da Febracis, os números apontam que os empresários brasileiros “podem ser líderes com certa dificuldade para ouvir o time, na pressão de partir imediatamente para a ação e resoluções”. Dessa forma, em busca de mais velocidade, podem tomar decisões precipitadas e ter dificuldade com planejamento, processos, regras e detalhes. Mas também há pontos positivos. “Líderes que apresentam esta combinação de Influência com Dominância tendem a ter maior facilidade para assumir uma postura inspiradora, que persuade e cativa”, afirma Vieira.

Outros pontos da pesquisa confirmam os números. Entre os estilos de liderança, 35,93% disseram ter o estilo “motivador”, e uma quantidade um pouco menor, 32,69%, o “executivo”. Já o “metódico” foi para 18,65% e apenas 12,73% como “sistemático”. Os estilos estão associados, respectivamente, aos perfis influente, dominante, estável e de conformidade.

Entre as competências, as mais prevalentes foram extroversão e entusiasmo (características dos influentes) e comando (dos dominantes) e as que menos apareceram foram paciência e planejamento (dos estáveis) e prudência (dos focados em conformidade).

Conforme Vieira, isso significa que existe uma tendência entre os líderes brasileiros a assumirem posturas mais imediatistas, sem um planejamento de longo prazo e, por vezes, correndo riscos desnecessários. “Pessoas com competências como paciência, planejamento e prudência menos desenvolvidas têm predisposição a tomarem decisões precipitadas, olhando apenas o resultado imediato, mas sem enxergar consequências e problemas futuros”.

Gestores

Entre os gestores, tradicionalmente abaixo dos empreendedores na hierarquia, os perfis não são tão diferentes. No total, 58,9% tem perfil com fator dominância alto; 54,65% tem o fator de influência; 39,85% o fator estabilidade, e, por fim, 35,21%, o fator conformidade. Apesar dos maiores números em conformidade, o dado pode ser preocupante por manter os números altos em dominância e influência.

Dessa forma, empresários e gestores têm perfis parecidos, o que pode ser prejudicial. Para Vieira, é até natural que entre os empreendedores se sobressaiam pessoas ousadas, entusiasmadas e pouco focadas em prudência e paciência. No entanto, pode-se buscar perfis diferentes para outras funções de gerenciamento. “Um ponto interessante é trabalhar a complementaridade. Por exemplo, um gerente com estilo “Executivo” pode usufruir de muitos benefícios ao contratar um coordenador “Metódico”, pois o que falta em um, sobra no outro”, avalia.

Parte dos resultados podem ser atribuídos também à cultura empresarial de cada país e de organização específica. Com a busca por maior engajamento dos trabalhadores, para aumentar a produtividade, parte dessa cultura está sendo alterada. “Aquele chefe autoritário, que gritava com as pessoas, que decidia tudo sozinho, está sendo gradualmente substituído, dando lugar para outros estilos de liderança”, comenta Vieira.

No Brasil, que costuma valorizar a simpatia e o carisma, o estilo “Motivador” (que lidera por conexão e exemplo) começa a ganhar mais espaço. Já nos EUA, nota-se uma crescente valorização de líderes mais discretos e processuais, relata o presidente da Febracis.

Inteligência emocional

Uma vez que tenham conhecido a qual perfil correspondem, os líderes podem trabalhar a inteligência emocional para ressaltar as qualidades que possuem e diminuir os defeitos. É preciso humildade para aceitar e reconhecer as falhas, sem super valorizá-las.

“Se o líder tem facilidade em comunicação e persuasão, pode traçar no seu dia a dia estratégias que explorem estas habilidades. Por outro lado, se o líder tem dificuldade com planejamento, pode identificar em sua equipe um colaborador com facilidade para planejar e delegar tarefas de planejamento para ele”, indica Vieira. Também é possível desenvolver habilidades através de treinamentos, mentorias e cursos.

Por fim, a humildade é necessária também para pedir ajuda quando for necessário. “Se o líder percebe que tem a tendência de ousar e correr riscos desnecessários, pode se aconselhar com pessoas mais prudentes antes de tomar decisões importantes. Já o que se reconhece mais cauteloso e, por vezes, trava no planejamento, pode pedir ajuda a um colega para ter posicionamentos mais firmes”, aponta o especialista.

Os líderes empresariais brasileiros têm perfis classificados como persuasivos e dominantes, voltados principalmente para influenciar as equipes e tomar decisões rápidas. A conclusão é da pesquisa Tendências Comportamentais de Líderes Brasileiros, realizada pela escola de negócios Febracis. Por outro lado, os perfis classificados como “estáveis”, com foco em dinamismo, e “conformidade”, voltados para o cumprimento de regras, aparecem com menos frequência.

A coleta de dados foi feita através do software CIS Assessment, e chegou a 20.395 empreendedores e 26.978 gestores (coordenadores, supervisores, gerentes, etc.). Para a interpretação dos dados, foram utilizadas as teorias comportamentais DISC, de William Moulton Marston, e de Valores, de Eduard Spranger. As informações obtidas não passaram por avaliação sob critérios socioeconômicos ou demográficos.

Os números apontaram que 63,8% dos empresários tem o fator influência alto, com foco em comunicação, e outros 58,2% pontuam alto como “dominantes”, focados em decisão. Isso significa que, com autoconhecimento, podem ser por um lado carismáticos e inspiradores e por outro, assertivos, práticos e destemidos. Contudo, também podem ser vaidosos e superficiais, ou ríspidos, centralizadores e intolerantes.

Dos outros perfis, 38,19% tem o fator “estabilidade” alto e 28% focaram em conformidade. Os “estáveis” podem ser acolhedores, empáticos e planejadores, mas também hesitantes e resistentes a mudanças. Já os que buscam conformidade tendem a ser detalhistas, organizados e questionadores, e perfeccionistas e presos a regras de outro lado.

Perfil dos líderes empresariais brasileiros pode indicar dificuldade em ouvir funcionários Foto: Pixabay

Segundo Paulo Vieira, presidente da Febracis, os números apontam que os empresários brasileiros “podem ser líderes com certa dificuldade para ouvir o time, na pressão de partir imediatamente para a ação e resoluções”. Dessa forma, em busca de mais velocidade, podem tomar decisões precipitadas e ter dificuldade com planejamento, processos, regras e detalhes. Mas também há pontos positivos. “Líderes que apresentam esta combinação de Influência com Dominância tendem a ter maior facilidade para assumir uma postura inspiradora, que persuade e cativa”, afirma Vieira.

Outros pontos da pesquisa confirmam os números. Entre os estilos de liderança, 35,93% disseram ter o estilo “motivador”, e uma quantidade um pouco menor, 32,69%, o “executivo”. Já o “metódico” foi para 18,65% e apenas 12,73% como “sistemático”. Os estilos estão associados, respectivamente, aos perfis influente, dominante, estável e de conformidade.

Entre as competências, as mais prevalentes foram extroversão e entusiasmo (características dos influentes) e comando (dos dominantes) e as que menos apareceram foram paciência e planejamento (dos estáveis) e prudência (dos focados em conformidade).

Conforme Vieira, isso significa que existe uma tendência entre os líderes brasileiros a assumirem posturas mais imediatistas, sem um planejamento de longo prazo e, por vezes, correndo riscos desnecessários. “Pessoas com competências como paciência, planejamento e prudência menos desenvolvidas têm predisposição a tomarem decisões precipitadas, olhando apenas o resultado imediato, mas sem enxergar consequências e problemas futuros”.

Gestores

Entre os gestores, tradicionalmente abaixo dos empreendedores na hierarquia, os perfis não são tão diferentes. No total, 58,9% tem perfil com fator dominância alto; 54,65% tem o fator de influência; 39,85% o fator estabilidade, e, por fim, 35,21%, o fator conformidade. Apesar dos maiores números em conformidade, o dado pode ser preocupante por manter os números altos em dominância e influência.

Dessa forma, empresários e gestores têm perfis parecidos, o que pode ser prejudicial. Para Vieira, é até natural que entre os empreendedores se sobressaiam pessoas ousadas, entusiasmadas e pouco focadas em prudência e paciência. No entanto, pode-se buscar perfis diferentes para outras funções de gerenciamento. “Um ponto interessante é trabalhar a complementaridade. Por exemplo, um gerente com estilo “Executivo” pode usufruir de muitos benefícios ao contratar um coordenador “Metódico”, pois o que falta em um, sobra no outro”, avalia.

Parte dos resultados podem ser atribuídos também à cultura empresarial de cada país e de organização específica. Com a busca por maior engajamento dos trabalhadores, para aumentar a produtividade, parte dessa cultura está sendo alterada. “Aquele chefe autoritário, que gritava com as pessoas, que decidia tudo sozinho, está sendo gradualmente substituído, dando lugar para outros estilos de liderança”, comenta Vieira.

No Brasil, que costuma valorizar a simpatia e o carisma, o estilo “Motivador” (que lidera por conexão e exemplo) começa a ganhar mais espaço. Já nos EUA, nota-se uma crescente valorização de líderes mais discretos e processuais, relata o presidente da Febracis.

Inteligência emocional

Uma vez que tenham conhecido a qual perfil correspondem, os líderes podem trabalhar a inteligência emocional para ressaltar as qualidades que possuem e diminuir os defeitos. É preciso humildade para aceitar e reconhecer as falhas, sem super valorizá-las.

“Se o líder tem facilidade em comunicação e persuasão, pode traçar no seu dia a dia estratégias que explorem estas habilidades. Por outro lado, se o líder tem dificuldade com planejamento, pode identificar em sua equipe um colaborador com facilidade para planejar e delegar tarefas de planejamento para ele”, indica Vieira. Também é possível desenvolver habilidades através de treinamentos, mentorias e cursos.

Por fim, a humildade é necessária também para pedir ajuda quando for necessário. “Se o líder percebe que tem a tendência de ousar e correr riscos desnecessários, pode se aconselhar com pessoas mais prudentes antes de tomar decisões importantes. Já o que se reconhece mais cauteloso e, por vezes, trava no planejamento, pode pedir ajuda a um colega para ter posicionamentos mais firmes”, aponta o especialista.

Os líderes empresariais brasileiros têm perfis classificados como persuasivos e dominantes, voltados principalmente para influenciar as equipes e tomar decisões rápidas. A conclusão é da pesquisa Tendências Comportamentais de Líderes Brasileiros, realizada pela escola de negócios Febracis. Por outro lado, os perfis classificados como “estáveis”, com foco em dinamismo, e “conformidade”, voltados para o cumprimento de regras, aparecem com menos frequência.

A coleta de dados foi feita através do software CIS Assessment, e chegou a 20.395 empreendedores e 26.978 gestores (coordenadores, supervisores, gerentes, etc.). Para a interpretação dos dados, foram utilizadas as teorias comportamentais DISC, de William Moulton Marston, e de Valores, de Eduard Spranger. As informações obtidas não passaram por avaliação sob critérios socioeconômicos ou demográficos.

Os números apontaram que 63,8% dos empresários tem o fator influência alto, com foco em comunicação, e outros 58,2% pontuam alto como “dominantes”, focados em decisão. Isso significa que, com autoconhecimento, podem ser por um lado carismáticos e inspiradores e por outro, assertivos, práticos e destemidos. Contudo, também podem ser vaidosos e superficiais, ou ríspidos, centralizadores e intolerantes.

Dos outros perfis, 38,19% tem o fator “estabilidade” alto e 28% focaram em conformidade. Os “estáveis” podem ser acolhedores, empáticos e planejadores, mas também hesitantes e resistentes a mudanças. Já os que buscam conformidade tendem a ser detalhistas, organizados e questionadores, e perfeccionistas e presos a regras de outro lado.

Perfil dos líderes empresariais brasileiros pode indicar dificuldade em ouvir funcionários Foto: Pixabay

Segundo Paulo Vieira, presidente da Febracis, os números apontam que os empresários brasileiros “podem ser líderes com certa dificuldade para ouvir o time, na pressão de partir imediatamente para a ação e resoluções”. Dessa forma, em busca de mais velocidade, podem tomar decisões precipitadas e ter dificuldade com planejamento, processos, regras e detalhes. Mas também há pontos positivos. “Líderes que apresentam esta combinação de Influência com Dominância tendem a ter maior facilidade para assumir uma postura inspiradora, que persuade e cativa”, afirma Vieira.

Outros pontos da pesquisa confirmam os números. Entre os estilos de liderança, 35,93% disseram ter o estilo “motivador”, e uma quantidade um pouco menor, 32,69%, o “executivo”. Já o “metódico” foi para 18,65% e apenas 12,73% como “sistemático”. Os estilos estão associados, respectivamente, aos perfis influente, dominante, estável e de conformidade.

Entre as competências, as mais prevalentes foram extroversão e entusiasmo (características dos influentes) e comando (dos dominantes) e as que menos apareceram foram paciência e planejamento (dos estáveis) e prudência (dos focados em conformidade).

Conforme Vieira, isso significa que existe uma tendência entre os líderes brasileiros a assumirem posturas mais imediatistas, sem um planejamento de longo prazo e, por vezes, correndo riscos desnecessários. “Pessoas com competências como paciência, planejamento e prudência menos desenvolvidas têm predisposição a tomarem decisões precipitadas, olhando apenas o resultado imediato, mas sem enxergar consequências e problemas futuros”.

Gestores

Entre os gestores, tradicionalmente abaixo dos empreendedores na hierarquia, os perfis não são tão diferentes. No total, 58,9% tem perfil com fator dominância alto; 54,65% tem o fator de influência; 39,85% o fator estabilidade, e, por fim, 35,21%, o fator conformidade. Apesar dos maiores números em conformidade, o dado pode ser preocupante por manter os números altos em dominância e influência.

Dessa forma, empresários e gestores têm perfis parecidos, o que pode ser prejudicial. Para Vieira, é até natural que entre os empreendedores se sobressaiam pessoas ousadas, entusiasmadas e pouco focadas em prudência e paciência. No entanto, pode-se buscar perfis diferentes para outras funções de gerenciamento. “Um ponto interessante é trabalhar a complementaridade. Por exemplo, um gerente com estilo “Executivo” pode usufruir de muitos benefícios ao contratar um coordenador “Metódico”, pois o que falta em um, sobra no outro”, avalia.

Parte dos resultados podem ser atribuídos também à cultura empresarial de cada país e de organização específica. Com a busca por maior engajamento dos trabalhadores, para aumentar a produtividade, parte dessa cultura está sendo alterada. “Aquele chefe autoritário, que gritava com as pessoas, que decidia tudo sozinho, está sendo gradualmente substituído, dando lugar para outros estilos de liderança”, comenta Vieira.

No Brasil, que costuma valorizar a simpatia e o carisma, o estilo “Motivador” (que lidera por conexão e exemplo) começa a ganhar mais espaço. Já nos EUA, nota-se uma crescente valorização de líderes mais discretos e processuais, relata o presidente da Febracis.

Inteligência emocional

Uma vez que tenham conhecido a qual perfil correspondem, os líderes podem trabalhar a inteligência emocional para ressaltar as qualidades que possuem e diminuir os defeitos. É preciso humildade para aceitar e reconhecer as falhas, sem super valorizá-las.

“Se o líder tem facilidade em comunicação e persuasão, pode traçar no seu dia a dia estratégias que explorem estas habilidades. Por outro lado, se o líder tem dificuldade com planejamento, pode identificar em sua equipe um colaborador com facilidade para planejar e delegar tarefas de planejamento para ele”, indica Vieira. Também é possível desenvolver habilidades através de treinamentos, mentorias e cursos.

Por fim, a humildade é necessária também para pedir ajuda quando for necessário. “Se o líder percebe que tem a tendência de ousar e correr riscos desnecessários, pode se aconselhar com pessoas mais prudentes antes de tomar decisões importantes. Já o que se reconhece mais cauteloso e, por vezes, trava no planejamento, pode pedir ajuda a um colega para ter posicionamentos mais firmes”, aponta o especialista.

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