O Santander Brasil registrou lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre deste ano - queda de 43,5%, em relação a igual período do ano passado. No ano, o lucro caiu 45%, para R$ 4,5 bi.
O banco voltou a crescer na margem financeira e reduziu o ritmo de expansão das provisões contra a inadimplência. Por outro lado, observou um crescimento maior das despesas, tanto gerais quanto de pessoal, o que reduziu os resultados.
A carteira de crédito da empresa somou R$ 617,2 bilhões em operações de crédito no final do segundo trimestre deste ano. O volume é 10,6% maior que o do mesmo período de 2022. O portfólio de pessoa física, que é a de maior importância na operação do Santander no País, teve crescimento de 6,5% em um ano e de 0,2% em três meses, para R$ 229,104 bilhões.
Entre as empresas, houve alta de 6,6% no crédito às pequenas e médias no espaço de um ano, para R$ 62,955 bilhões. O crédito para grandes empresas, por sua vez, aumentou 9,7%, para R$ 139,725 bilhões. A carteira total de pessoa jurídica somava R$ 202,680 bilhões no final de junho, alta de 8,7% em um ano. A inadimplência no segundo trimestre, medida por atrasos acima de 90 dias, atingiu 3,3% da carteira de crédito.
A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 13,579 bilhões, alta de 6,3% em um ano. O desempenho foi puxado pela margem com mercado, que apresenta o resultado da tesouraria do banco. Houve nova perda, de R$ 843 milhões, mas o número foi 44% melhor que o observado um ano antes, e 28% mais forte que o do trimestre anterior.
“Esperamos que essa tendência positiva que a gente mostra de novo persista e se repita nos próximos trimestres”, disse o CEO do Santander Brasil, Mario Leão. Segundo ele, a tendência observada nas margens do banco no segundo trimestre deve se repetir nos próximos. Os números do Santander cresceram diante da melhoria da tesouraria, que contudo, segue em campo negativo.
A tesouraria do Santander está no vermelho desde o ano passado, diante da alta da taxa Selic e da consequente abertura da curva de juros futuros no mercado. O banco tem posições majoritariamente prefixadas, que se desvalorizam em um cenário de juros em alta. No trimestre, porém, houve uma queda dos juros futuros diante da expectativa de cortes na Selic a partir de agosto.
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Nas margens com clientes, o resultado no trimestre foi de R$ 14,422 bilhões, crescimento 1% no comparativo anual, e de 0,7% em três meses. Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito. Os spreads (diferença entre custo de captação e juros cobrados) caíram 1,6 ponto porcentual em um ano, para 9,9%.
A margem com clientes do Santander tem crescido de modo mais lento diante do menor apetite a risco do banco, que tem preferido originar empréstimos garantidos, que também são menos rentáveis. Em um exemplo, no trimestre, o crescimento da carteira em pessoas físicas foi puxado pelo consignado.
“Nossa prioridade estratégica segue sendo maximizar rentabilidade da base de clientes”, disse o executivo. Ele afirma que os indicadores mostram os efeitos positivos do freio que o Santander aplicou ao crédito no início do ano passado.
“Mesmo com uma seletividade na originação, que resulta em spreads menores dado o foco em clientes com melhor perfil de riscos, observamos um aumento novamente da margem com clientes no trimestre, principalmente por volumes.”
Leão afirmou que o banco mantém a meta de chegar a 1 milhão de clientes no Select, seu segmento de alta renda, até o final do ano. No segundo trimestre, a base cresceu 42% em termos anuais, para 900 mil clientes. “Os clientes Select são três vezes mais vinculados (que usam seis ou mais produtos do banco) que os clientes pessoa física do varejo, e a receita é três vezes mais elevada também.”