Madero recebe ‘socorro’ de R$ 300 milhões do Carlyle para ganhar tempo até o IPO


Fundo americano agora tem 35% da rede de lanchonetes controlada pelo empresário paranaense Junior Durski; dívida da companhia é de cerca de R$ 1 bilhão

Por Altamiro Silva Junior, Cynthia Decloedt e Fernanda Guimarães

Após várias renegociações de dívidas com os bancos nos últimos meses, a rede de restaurantes Madero ganhou novo fôlego financeiro, agora com a ajuda de um de seus maiores sócios, o fundo americano Carlyle. O plano inicial era buscar dinheiro na Bolsa, por meio de uma oferta inicial (IPO, na sigla em inglês) para fazer frente a uma dívida que saltou para R$ 1 bilhão este ano por causa da pandemia. Agora, o “socorro” vem de um de seus sócios.

Com a turbulência do mercado, o Carlyle acaba de assinar um segundo cheque, de R$ 300 milhões, dois anos depois de entrar no restaurante do chef Junior Durski por meio de um aporte de R$ 700 milhões. A fatia do fundo americano no Madero passou de 27% para cerca de 35%. Durski segue como controlador, com 57%.

Unidade do restaurante Madero em São Paulo; sócio do restaurante 'socorreu' a empresa ao fazer um aporte de R$ 300 milhões Foto: Werther Santana/ Estadão - 17/2/2020
continua após a publicidade

Com os bancos, o Madero conseguiu renegociar sua dívida e adiou vencimentos de janeiro para julho do ano que vem. A rede de restaurantes recebeu, no dia 17, o registro de empresa aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas não conseguiu chegar na B3. O IPO estava previsto para acontecer entre outubro e novembro, mas acabou suspenso para o começo de 2022 por conta da piora do mercado, como reflexo do aumento do risco fiscal do Brasil.

O plano para o IPO, segundo o Madero, está mantido. A operação deve ser retomada "assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a companhia entender adequados". O objetivo é usar metade dos recursos captados para reduzir o endividamento. 

Assim que houver mercado e uma avaliação que considerar razoável em relação ao preço do papel, a empresa vai retomar o IPO, afirma o diretor de um banco, na condição de anonimato. Ele afirma que, com a nova injeção de recursos e a renegociação, não há pressa.

continua após a publicidade

A companhia, criada em Curitiba pelo empresário Junior Durski, se viu alvo de polêmicas nos últimos dois anos graças a declarações polêmicas de seu controlador – em especial um vídeo de março de 2020 no qual ele minimizava o total de mortes da pandemia. Ao lado de Carlos Wizard Martins e de Luciano Hang, da Havan, o empresário também foi um apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, mas, nos últimos tempos, deixou de fazer declarações sobre o tema nos últimos tempos.

Composição da dívida

Da dívida bruta do grupo, de R$ 1,017 bilhão, a maior parte (70%) tem vencimento de curto prazo, em até 12 meses, de acordo com o balanço do trimestre. Ao mesmo tempo, o caixa do grupo estava em apenas R$ 36,5 milhões ao fim de setembro.

continua após a publicidade

Por isso, a rede paranaense precisou fazer novas rodadas de conversas com bancos. Conseguiu que prazos e critérios de endividamento estabelecidos fossem alterados. A explosão no endividamento do grupo teria acontecido porque foi necessário dinheiro para manter as operações em funcionamento durante a pandemia, que fechou o comércio no País, e também para abrir novos restaurantes - só este ano, foram 27.

Na renegociação com os bancos – Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil –, o Madero estava descumprindo cláusulas ("covenants") acertadas na tomada de recursos, como a que previa que a empresa mantivesse uma dívida financeira líquida de até 2,5 vezes o Ebitda (resultado operacional). Nas conversas, a rede de restaurantes conseguiu adiar as medições para 2022.

O Madero conseguiu também postergar o vencimento de debêntures de R$ 160 milhões feitas com o Itaú BBA, em duas séries. Uma delas venceria setembro e a outra, em janeiro, mas o grupo de restaurantes jogou os vencimentos para julho de 2022.

continua após a publicidade

Em uma dívida com o BTG Pactual, de R$ 100 milhões, por meio da emissão de Cédula de Crédito Bancário (CCB), houve nova renegociação. Em janeiro de 2021, o vencimento foi adiado para o mesmo mês de 2022 e, agora, foi postergado por mais seis meses, para julho.

Os recursos do Carlyle vão ser usados "principalmente para a estratégia de expansão da empresa", de acordo com o comunicado oficial. A transação foi assinada no sábado (20) e revelada na manhã de hoje. "O Grupo Madero tem superado com sucesso os desafios impostos pela pandemia e está bem posicionado para ... continuar com seu plano de expansão de forma sustentável no longo prazo", afirma o diretor do fundo, Jay Sammons, no comunicado.

A dívida líquida do grupo fechou setembro em R$ 981 milhões, alta de 80,6% em um ano. O Madero teve prejuízo de R$ 25,2 milhões no terceiro trimestre, com pequena melhora em relação ao mesmo período de 2020, quando a perda ficou em R$ 28 milhões. No acumulado do ano até setembro, o prejuízo soma R$ 115 milhões, abaixo do rombo de R$ 223 milhões do mesmo período de 2020.

Após várias renegociações de dívidas com os bancos nos últimos meses, a rede de restaurantes Madero ganhou novo fôlego financeiro, agora com a ajuda de um de seus maiores sócios, o fundo americano Carlyle. O plano inicial era buscar dinheiro na Bolsa, por meio de uma oferta inicial (IPO, na sigla em inglês) para fazer frente a uma dívida que saltou para R$ 1 bilhão este ano por causa da pandemia. Agora, o “socorro” vem de um de seus sócios.

Com a turbulência do mercado, o Carlyle acaba de assinar um segundo cheque, de R$ 300 milhões, dois anos depois de entrar no restaurante do chef Junior Durski por meio de um aporte de R$ 700 milhões. A fatia do fundo americano no Madero passou de 27% para cerca de 35%. Durski segue como controlador, com 57%.

Unidade do restaurante Madero em São Paulo; sócio do restaurante 'socorreu' a empresa ao fazer um aporte de R$ 300 milhões Foto: Werther Santana/ Estadão - 17/2/2020

Com os bancos, o Madero conseguiu renegociar sua dívida e adiou vencimentos de janeiro para julho do ano que vem. A rede de restaurantes recebeu, no dia 17, o registro de empresa aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas não conseguiu chegar na B3. O IPO estava previsto para acontecer entre outubro e novembro, mas acabou suspenso para o começo de 2022 por conta da piora do mercado, como reflexo do aumento do risco fiscal do Brasil.

O plano para o IPO, segundo o Madero, está mantido. A operação deve ser retomada "assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a companhia entender adequados". O objetivo é usar metade dos recursos captados para reduzir o endividamento. 

Assim que houver mercado e uma avaliação que considerar razoável em relação ao preço do papel, a empresa vai retomar o IPO, afirma o diretor de um banco, na condição de anonimato. Ele afirma que, com a nova injeção de recursos e a renegociação, não há pressa.

A companhia, criada em Curitiba pelo empresário Junior Durski, se viu alvo de polêmicas nos últimos dois anos graças a declarações polêmicas de seu controlador – em especial um vídeo de março de 2020 no qual ele minimizava o total de mortes da pandemia. Ao lado de Carlos Wizard Martins e de Luciano Hang, da Havan, o empresário também foi um apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, mas, nos últimos tempos, deixou de fazer declarações sobre o tema nos últimos tempos.

Composição da dívida

Da dívida bruta do grupo, de R$ 1,017 bilhão, a maior parte (70%) tem vencimento de curto prazo, em até 12 meses, de acordo com o balanço do trimestre. Ao mesmo tempo, o caixa do grupo estava em apenas R$ 36,5 milhões ao fim de setembro.

Por isso, a rede paranaense precisou fazer novas rodadas de conversas com bancos. Conseguiu que prazos e critérios de endividamento estabelecidos fossem alterados. A explosão no endividamento do grupo teria acontecido porque foi necessário dinheiro para manter as operações em funcionamento durante a pandemia, que fechou o comércio no País, e também para abrir novos restaurantes - só este ano, foram 27.

Na renegociação com os bancos – Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil –, o Madero estava descumprindo cláusulas ("covenants") acertadas na tomada de recursos, como a que previa que a empresa mantivesse uma dívida financeira líquida de até 2,5 vezes o Ebitda (resultado operacional). Nas conversas, a rede de restaurantes conseguiu adiar as medições para 2022.

O Madero conseguiu também postergar o vencimento de debêntures de R$ 160 milhões feitas com o Itaú BBA, em duas séries. Uma delas venceria setembro e a outra, em janeiro, mas o grupo de restaurantes jogou os vencimentos para julho de 2022.

Em uma dívida com o BTG Pactual, de R$ 100 milhões, por meio da emissão de Cédula de Crédito Bancário (CCB), houve nova renegociação. Em janeiro de 2021, o vencimento foi adiado para o mesmo mês de 2022 e, agora, foi postergado por mais seis meses, para julho.

Os recursos do Carlyle vão ser usados "principalmente para a estratégia de expansão da empresa", de acordo com o comunicado oficial. A transação foi assinada no sábado (20) e revelada na manhã de hoje. "O Grupo Madero tem superado com sucesso os desafios impostos pela pandemia e está bem posicionado para ... continuar com seu plano de expansão de forma sustentável no longo prazo", afirma o diretor do fundo, Jay Sammons, no comunicado.

A dívida líquida do grupo fechou setembro em R$ 981 milhões, alta de 80,6% em um ano. O Madero teve prejuízo de R$ 25,2 milhões no terceiro trimestre, com pequena melhora em relação ao mesmo período de 2020, quando a perda ficou em R$ 28 milhões. No acumulado do ano até setembro, o prejuízo soma R$ 115 milhões, abaixo do rombo de R$ 223 milhões do mesmo período de 2020.

Após várias renegociações de dívidas com os bancos nos últimos meses, a rede de restaurantes Madero ganhou novo fôlego financeiro, agora com a ajuda de um de seus maiores sócios, o fundo americano Carlyle. O plano inicial era buscar dinheiro na Bolsa, por meio de uma oferta inicial (IPO, na sigla em inglês) para fazer frente a uma dívida que saltou para R$ 1 bilhão este ano por causa da pandemia. Agora, o “socorro” vem de um de seus sócios.

Com a turbulência do mercado, o Carlyle acaba de assinar um segundo cheque, de R$ 300 milhões, dois anos depois de entrar no restaurante do chef Junior Durski por meio de um aporte de R$ 700 milhões. A fatia do fundo americano no Madero passou de 27% para cerca de 35%. Durski segue como controlador, com 57%.

Unidade do restaurante Madero em São Paulo; sócio do restaurante 'socorreu' a empresa ao fazer um aporte de R$ 300 milhões Foto: Werther Santana/ Estadão - 17/2/2020

Com os bancos, o Madero conseguiu renegociar sua dívida e adiou vencimentos de janeiro para julho do ano que vem. A rede de restaurantes recebeu, no dia 17, o registro de empresa aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas não conseguiu chegar na B3. O IPO estava previsto para acontecer entre outubro e novembro, mas acabou suspenso para o começo de 2022 por conta da piora do mercado, como reflexo do aumento do risco fiscal do Brasil.

O plano para o IPO, segundo o Madero, está mantido. A operação deve ser retomada "assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a companhia entender adequados". O objetivo é usar metade dos recursos captados para reduzir o endividamento. 

Assim que houver mercado e uma avaliação que considerar razoável em relação ao preço do papel, a empresa vai retomar o IPO, afirma o diretor de um banco, na condição de anonimato. Ele afirma que, com a nova injeção de recursos e a renegociação, não há pressa.

A companhia, criada em Curitiba pelo empresário Junior Durski, se viu alvo de polêmicas nos últimos dois anos graças a declarações polêmicas de seu controlador – em especial um vídeo de março de 2020 no qual ele minimizava o total de mortes da pandemia. Ao lado de Carlos Wizard Martins e de Luciano Hang, da Havan, o empresário também foi um apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, mas, nos últimos tempos, deixou de fazer declarações sobre o tema nos últimos tempos.

Composição da dívida

Da dívida bruta do grupo, de R$ 1,017 bilhão, a maior parte (70%) tem vencimento de curto prazo, em até 12 meses, de acordo com o balanço do trimestre. Ao mesmo tempo, o caixa do grupo estava em apenas R$ 36,5 milhões ao fim de setembro.

Por isso, a rede paranaense precisou fazer novas rodadas de conversas com bancos. Conseguiu que prazos e critérios de endividamento estabelecidos fossem alterados. A explosão no endividamento do grupo teria acontecido porque foi necessário dinheiro para manter as operações em funcionamento durante a pandemia, que fechou o comércio no País, e também para abrir novos restaurantes - só este ano, foram 27.

Na renegociação com os bancos – Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil –, o Madero estava descumprindo cláusulas ("covenants") acertadas na tomada de recursos, como a que previa que a empresa mantivesse uma dívida financeira líquida de até 2,5 vezes o Ebitda (resultado operacional). Nas conversas, a rede de restaurantes conseguiu adiar as medições para 2022.

O Madero conseguiu também postergar o vencimento de debêntures de R$ 160 milhões feitas com o Itaú BBA, em duas séries. Uma delas venceria setembro e a outra, em janeiro, mas o grupo de restaurantes jogou os vencimentos para julho de 2022.

Em uma dívida com o BTG Pactual, de R$ 100 milhões, por meio da emissão de Cédula de Crédito Bancário (CCB), houve nova renegociação. Em janeiro de 2021, o vencimento foi adiado para o mesmo mês de 2022 e, agora, foi postergado por mais seis meses, para julho.

Os recursos do Carlyle vão ser usados "principalmente para a estratégia de expansão da empresa", de acordo com o comunicado oficial. A transação foi assinada no sábado (20) e revelada na manhã de hoje. "O Grupo Madero tem superado com sucesso os desafios impostos pela pandemia e está bem posicionado para ... continuar com seu plano de expansão de forma sustentável no longo prazo", afirma o diretor do fundo, Jay Sammons, no comunicado.

A dívida líquida do grupo fechou setembro em R$ 981 milhões, alta de 80,6% em um ano. O Madero teve prejuízo de R$ 25,2 milhões no terceiro trimestre, com pequena melhora em relação ao mesmo período de 2020, quando a perda ficou em R$ 28 milhões. No acumulado do ano até setembro, o prejuízo soma R$ 115 milhões, abaixo do rombo de R$ 223 milhões do mesmo período de 2020.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.