Mercado de beleza aposta em diminuição do plástico nos produtos para acelerar agenda ESG


Faber-Castell Cosmetics anunciou nesta sexta-feira, 01º, parceria com Suzano e Grupo Boticário para produzir tampas dos lápis de maquiagem com material biodegradável

Por Beatriz Capirazi
Atualização:

A Faber-Castell Cosmetics anunciou ao Estadão nesta sexta-feira, 01º, que fechou uma parceria com a Suzano e o Grupo Boticário para avançar na pauta da sustentabilidade dentro das marcas e produzir as tampas dos lápis de maquiagem sem o uso do plástico. A parceria segue uma tendência que já tem sido vista no mercado de beleza, considerado uma das principais apostas para a economia brasileira nos próximos anos.

Este mercado registrou um aumento de procura de 30,9% no primeiro quadrimestre de 2023 no Brasil, movimentando US$29,2 milhões (cerca de R$147 milhões) entre janeiro e abril, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). A expectativa é que o setor cresça R$ 23 bilhões até 2027 no País.

Embora em ascensão, esse mercado é também considerado um dos mais poluentes. O Brasil é o quarto país do mundo entre os que geram mais lixo plástico, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Estima-se que a indústria de cosméticos use, no mínimo, 10 mil produtos químicos de difícil decomposição com alto potencial de poluição da água e do solo. Além do uso de químicos tóxicos, frequentes na fabricação de muitos cosméticos.

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Seguindo a agenda ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), diversas empresas têm apostado no conceito de clean beauty (beleza limpa, em livre tradução), movimento que abarca produtos livres de ingredientes controversos.

É o caso da Faber-Castell Cosmetics, divisão da multinacional de EcoLápis voltada para a terceirização de produtos de maquiagens para abastecer grandes marcas, que aposta em embalagens mais sustentáveis para se tornar mais sustentável.

Tampas dos lápis de maquiagem da Faber serão produzidas totalmente livres de plástico com o uso do papel Loop+ Foto: Divulgação/ Faber-Castell
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Em parceria com a Suzano e o Grupo Boticário, as tampas dos lápis de maquiagem da empresa agora são produzidas totalmente livres de plástico com o uso do papel Loop+, material biodegradável 100% brasileiro feito pela Suzano. Segundo a companhia, esta é a primeira tampa deste modelo a ser produzida no País.

O ‘braço’ de cosméticos da Faber-Castell ainda usa madeira de reflorestamento no “corpo” dos seus produtos, visando tornar o produto sustentável desde o seu conteúdo até a sua embalagem. A primeira marca a usar oficialmente essa solução foi o Grupo Boticário, com o delineador de olhos da linha Intense, já disponível para compra no mercado.

Uma nova marca que também tem apostado na sustentabilidade é a vegana Creamy. Ao Estadão, ela afirmou ter diminuído em 75% o plástico usado em seu portóflio com o lançamento de produtos em refis.

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Neste primeiro momento, cinco produtos do seu portfólio foram contemplados com a mudança: retinol, vitamina C e os ácidos mandélico, glicólico e lático. Segundo a marca, a iniciativa visa também democratizar o acesso aos produtos, considerando que o consumidor terá 15% de desconto comprando o refil.

Ácido Glicólico em sua nova embalagem.  Foto: Divulgação/ Creamy

“A estratégia de permitir que os consumidores utilizem embalagens de produtos essenciais, aliada a um desconto significativo, incentiva a adoção de hábitos mais sustentáveis de maneira acessível, integrando a missão ambiental à experiência do consumidor”, afirma o diretor de produtos da Creamy, Luiz Romancini.

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A Vult também tem apostado na sustentabilidade reformulando alguns de seus produtos e embalagens. Nas ações, estão englobadas a redução de plástico, de resíduos plásticos e o uso de brilho nas maquiagens sem o uso de plástico, por exemplo.

Outro exemplo é a Natura, que tem como um dos principais conceitos a sustentabilidade. Nesta semana, a marca lançou o primeiro hidratante concentrado para o corpo do mundo. Ele possui 81% menos plástico que o refil convencional e é envasado em frasco refilável, feito 100% com plástico retirado dos rios amazônicos.

Novo hidratante concentrado da Natura de Castanha. Foto: Divulgação/Natura
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Impacto das mudanças

Para Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, uma das primeiras marcas a nascerem com o conceito de clean beauty no Brasil, houve uma mudança de posicionamento de muitas marcas nos últimos anos, mas, para ela, falta celeridade para o mercado deixar de ser poluente.

“Essa mudança das indústrias deveria ser mais rápida, mas elas só mudam na hora que elas veem o consumidor cobrando lá na ponta, porque o consumidor não compra mais. O que falta para uma mudança é informação. O cliente muitas vezes nem sabe quais são os ativos prejudiciais”, afirma.

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Patrícia, que estará na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28) falando sobre o conceito de beleza limpa, afirma que muitas marcas vendem imagens que não são verdadeiras com os seus produtos.

Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, uma das primeiras marcas a nascerem com o conceito de clean beauty no Brasil. Foto: Divulgação/ Simple Organic

“A indústria está mudando, de fato? Falam que o nosso discurso de beleza é terrorista quando falamos dos perigos de passar petróleo no corpo, que está presente em vários produtos. Tem marcas que falam que tiraram o parabeno, mas mantêm os derivados de petróleo na formulação e o consumidor não sabe isso”, diz.

Ela destaca que sustentabilidade se tornou um agregador de valor às marcas, mas isso por si só ainda não vende. Ela dá como exemplo o engajamento que as campanhas de sustentabilidade têm no TikTok, onde a marca explodiu, em comparação com as campanhas de promoção ou de diversidade.

“Fizemos uma ação de promoção normal sem nada de apelo. Deu um pico de venda. Tivemos outra com o mesmo desconto falando de sustentabilidade e vendeu três vezes menos. As pessoas acham legal o conceito, as causa que a gente apoia. Mas, na prática, sustentabilidade não engaja por si só”, afirma.

A Faber-Castell Cosmetics anunciou ao Estadão nesta sexta-feira, 01º, que fechou uma parceria com a Suzano e o Grupo Boticário para avançar na pauta da sustentabilidade dentro das marcas e produzir as tampas dos lápis de maquiagem sem o uso do plástico. A parceria segue uma tendência que já tem sido vista no mercado de beleza, considerado uma das principais apostas para a economia brasileira nos próximos anos.

Este mercado registrou um aumento de procura de 30,9% no primeiro quadrimestre de 2023 no Brasil, movimentando US$29,2 milhões (cerca de R$147 milhões) entre janeiro e abril, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). A expectativa é que o setor cresça R$ 23 bilhões até 2027 no País.

Embora em ascensão, esse mercado é também considerado um dos mais poluentes. O Brasil é o quarto país do mundo entre os que geram mais lixo plástico, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Estima-se que a indústria de cosméticos use, no mínimo, 10 mil produtos químicos de difícil decomposição com alto potencial de poluição da água e do solo. Além do uso de químicos tóxicos, frequentes na fabricação de muitos cosméticos.

Seguindo a agenda ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), diversas empresas têm apostado no conceito de clean beauty (beleza limpa, em livre tradução), movimento que abarca produtos livres de ingredientes controversos.

É o caso da Faber-Castell Cosmetics, divisão da multinacional de EcoLápis voltada para a terceirização de produtos de maquiagens para abastecer grandes marcas, que aposta em embalagens mais sustentáveis para se tornar mais sustentável.

Tampas dos lápis de maquiagem da Faber serão produzidas totalmente livres de plástico com o uso do papel Loop+ Foto: Divulgação/ Faber-Castell

Em parceria com a Suzano e o Grupo Boticário, as tampas dos lápis de maquiagem da empresa agora são produzidas totalmente livres de plástico com o uso do papel Loop+, material biodegradável 100% brasileiro feito pela Suzano. Segundo a companhia, esta é a primeira tampa deste modelo a ser produzida no País.

O ‘braço’ de cosméticos da Faber-Castell ainda usa madeira de reflorestamento no “corpo” dos seus produtos, visando tornar o produto sustentável desde o seu conteúdo até a sua embalagem. A primeira marca a usar oficialmente essa solução foi o Grupo Boticário, com o delineador de olhos da linha Intense, já disponível para compra no mercado.

Uma nova marca que também tem apostado na sustentabilidade é a vegana Creamy. Ao Estadão, ela afirmou ter diminuído em 75% o plástico usado em seu portóflio com o lançamento de produtos em refis.

Neste primeiro momento, cinco produtos do seu portfólio foram contemplados com a mudança: retinol, vitamina C e os ácidos mandélico, glicólico e lático. Segundo a marca, a iniciativa visa também democratizar o acesso aos produtos, considerando que o consumidor terá 15% de desconto comprando o refil.

Ácido Glicólico em sua nova embalagem.  Foto: Divulgação/ Creamy

“A estratégia de permitir que os consumidores utilizem embalagens de produtos essenciais, aliada a um desconto significativo, incentiva a adoção de hábitos mais sustentáveis de maneira acessível, integrando a missão ambiental à experiência do consumidor”, afirma o diretor de produtos da Creamy, Luiz Romancini.

A Vult também tem apostado na sustentabilidade reformulando alguns de seus produtos e embalagens. Nas ações, estão englobadas a redução de plástico, de resíduos plásticos e o uso de brilho nas maquiagens sem o uso de plástico, por exemplo.

Outro exemplo é a Natura, que tem como um dos principais conceitos a sustentabilidade. Nesta semana, a marca lançou o primeiro hidratante concentrado para o corpo do mundo. Ele possui 81% menos plástico que o refil convencional e é envasado em frasco refilável, feito 100% com plástico retirado dos rios amazônicos.

Novo hidratante concentrado da Natura de Castanha. Foto: Divulgação/Natura

Impacto das mudanças

Para Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, uma das primeiras marcas a nascerem com o conceito de clean beauty no Brasil, houve uma mudança de posicionamento de muitas marcas nos últimos anos, mas, para ela, falta celeridade para o mercado deixar de ser poluente.

“Essa mudança das indústrias deveria ser mais rápida, mas elas só mudam na hora que elas veem o consumidor cobrando lá na ponta, porque o consumidor não compra mais. O que falta para uma mudança é informação. O cliente muitas vezes nem sabe quais são os ativos prejudiciais”, afirma.

Patrícia, que estará na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28) falando sobre o conceito de beleza limpa, afirma que muitas marcas vendem imagens que não são verdadeiras com os seus produtos.

Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, uma das primeiras marcas a nascerem com o conceito de clean beauty no Brasil. Foto: Divulgação/ Simple Organic

“A indústria está mudando, de fato? Falam que o nosso discurso de beleza é terrorista quando falamos dos perigos de passar petróleo no corpo, que está presente em vários produtos. Tem marcas que falam que tiraram o parabeno, mas mantêm os derivados de petróleo na formulação e o consumidor não sabe isso”, diz.

Ela destaca que sustentabilidade se tornou um agregador de valor às marcas, mas isso por si só ainda não vende. Ela dá como exemplo o engajamento que as campanhas de sustentabilidade têm no TikTok, onde a marca explodiu, em comparação com as campanhas de promoção ou de diversidade.

“Fizemos uma ação de promoção normal sem nada de apelo. Deu um pico de venda. Tivemos outra com o mesmo desconto falando de sustentabilidade e vendeu três vezes menos. As pessoas acham legal o conceito, as causa que a gente apoia. Mas, na prática, sustentabilidade não engaja por si só”, afirma.

A Faber-Castell Cosmetics anunciou ao Estadão nesta sexta-feira, 01º, que fechou uma parceria com a Suzano e o Grupo Boticário para avançar na pauta da sustentabilidade dentro das marcas e produzir as tampas dos lápis de maquiagem sem o uso do plástico. A parceria segue uma tendência que já tem sido vista no mercado de beleza, considerado uma das principais apostas para a economia brasileira nos próximos anos.

Este mercado registrou um aumento de procura de 30,9% no primeiro quadrimestre de 2023 no Brasil, movimentando US$29,2 milhões (cerca de R$147 milhões) entre janeiro e abril, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). A expectativa é que o setor cresça R$ 23 bilhões até 2027 no País.

Embora em ascensão, esse mercado é também considerado um dos mais poluentes. O Brasil é o quarto país do mundo entre os que geram mais lixo plástico, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Estima-se que a indústria de cosméticos use, no mínimo, 10 mil produtos químicos de difícil decomposição com alto potencial de poluição da água e do solo. Além do uso de químicos tóxicos, frequentes na fabricação de muitos cosméticos.

Seguindo a agenda ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), diversas empresas têm apostado no conceito de clean beauty (beleza limpa, em livre tradução), movimento que abarca produtos livres de ingredientes controversos.

É o caso da Faber-Castell Cosmetics, divisão da multinacional de EcoLápis voltada para a terceirização de produtos de maquiagens para abastecer grandes marcas, que aposta em embalagens mais sustentáveis para se tornar mais sustentável.

Tampas dos lápis de maquiagem da Faber serão produzidas totalmente livres de plástico com o uso do papel Loop+ Foto: Divulgação/ Faber-Castell

Em parceria com a Suzano e o Grupo Boticário, as tampas dos lápis de maquiagem da empresa agora são produzidas totalmente livres de plástico com o uso do papel Loop+, material biodegradável 100% brasileiro feito pela Suzano. Segundo a companhia, esta é a primeira tampa deste modelo a ser produzida no País.

O ‘braço’ de cosméticos da Faber-Castell ainda usa madeira de reflorestamento no “corpo” dos seus produtos, visando tornar o produto sustentável desde o seu conteúdo até a sua embalagem. A primeira marca a usar oficialmente essa solução foi o Grupo Boticário, com o delineador de olhos da linha Intense, já disponível para compra no mercado.

Uma nova marca que também tem apostado na sustentabilidade é a vegana Creamy. Ao Estadão, ela afirmou ter diminuído em 75% o plástico usado em seu portóflio com o lançamento de produtos em refis.

Neste primeiro momento, cinco produtos do seu portfólio foram contemplados com a mudança: retinol, vitamina C e os ácidos mandélico, glicólico e lático. Segundo a marca, a iniciativa visa também democratizar o acesso aos produtos, considerando que o consumidor terá 15% de desconto comprando o refil.

Ácido Glicólico em sua nova embalagem.  Foto: Divulgação/ Creamy

“A estratégia de permitir que os consumidores utilizem embalagens de produtos essenciais, aliada a um desconto significativo, incentiva a adoção de hábitos mais sustentáveis de maneira acessível, integrando a missão ambiental à experiência do consumidor”, afirma o diretor de produtos da Creamy, Luiz Romancini.

A Vult também tem apostado na sustentabilidade reformulando alguns de seus produtos e embalagens. Nas ações, estão englobadas a redução de plástico, de resíduos plásticos e o uso de brilho nas maquiagens sem o uso de plástico, por exemplo.

Outro exemplo é a Natura, que tem como um dos principais conceitos a sustentabilidade. Nesta semana, a marca lançou o primeiro hidratante concentrado para o corpo do mundo. Ele possui 81% menos plástico que o refil convencional e é envasado em frasco refilável, feito 100% com plástico retirado dos rios amazônicos.

Novo hidratante concentrado da Natura de Castanha. Foto: Divulgação/Natura

Impacto das mudanças

Para Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, uma das primeiras marcas a nascerem com o conceito de clean beauty no Brasil, houve uma mudança de posicionamento de muitas marcas nos últimos anos, mas, para ela, falta celeridade para o mercado deixar de ser poluente.

“Essa mudança das indústrias deveria ser mais rápida, mas elas só mudam na hora que elas veem o consumidor cobrando lá na ponta, porque o consumidor não compra mais. O que falta para uma mudança é informação. O cliente muitas vezes nem sabe quais são os ativos prejudiciais”, afirma.

Patrícia, que estará na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28) falando sobre o conceito de beleza limpa, afirma que muitas marcas vendem imagens que não são verdadeiras com os seus produtos.

Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, uma das primeiras marcas a nascerem com o conceito de clean beauty no Brasil. Foto: Divulgação/ Simple Organic

“A indústria está mudando, de fato? Falam que o nosso discurso de beleza é terrorista quando falamos dos perigos de passar petróleo no corpo, que está presente em vários produtos. Tem marcas que falam que tiraram o parabeno, mas mantêm os derivados de petróleo na formulação e o consumidor não sabe isso”, diz.

Ela destaca que sustentabilidade se tornou um agregador de valor às marcas, mas isso por si só ainda não vende. Ela dá como exemplo o engajamento que as campanhas de sustentabilidade têm no TikTok, onde a marca explodiu, em comparação com as campanhas de promoção ou de diversidade.

“Fizemos uma ação de promoção normal sem nada de apelo. Deu um pico de venda. Tivemos outra com o mesmo desconto falando de sustentabilidade e vendeu três vezes menos. As pessoas acham legal o conceito, as causa que a gente apoia. Mas, na prática, sustentabilidade não engaja por si só”, afirma.

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