Mário Garnero fez de sua valiosa rede de contatos um catalisador para os negócios


Proximidade com políticos e empresários internacionais, além de famílias reais árabes, ajudou empresário a ser um importante intermediador de negócios, mas também enfrentou acusações de fraude financeira na década de 1980

Por Carlos Eduardo Valim

O empresário Mário Bernardo Garnero ascendeu aos holofotes do meio empresarial brasileiro após ter sido um dos coordenadores da campanha presidencial que Juscelino Kubitschek faria em 1964, anulada com o golpe militar. Ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no início da década de 1970, ele demonstrou talento para conectar empresários brasileiros com grandes nomes dos negócios e da política internacional. Tinha proximidade com os ex-presidentes americanos Lyndon Johnson e George H. Bush, o pai, e com o diplomata Henry Kissinger.

Por meio de sua empresa, a Brasilinvest, ajudou a tornar negócios internacionais viáveis por meio de sua rica rede de contatos. O auge foi atingido na década de 1980. Mas o baque também veio nesses período. Em 1985, o Banco Central decretou a liquidação de duas empresas do grupo — um banco de investimentos e uma corretora —, em meio a acusações de empréstimos fraudulentos a empresas fantasmas. Em 1986, foi decretada a liquidação do próprio Banco Brasilinvest.

Em 1988, a Justiça Federal de São Paulo chegou a condenar Garnero a cinco anos de prisão por estelionato e fraude contra o sistema financeiro. Em 1989, porém, o STF anulou a condenação e, em 1990, o BC suspendeu a liquidação do Banco Brasilinvest.

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Mesmo depois disso tudo, Garnero ainda manteve prestígio. Nos anos 2000, ele conseguia reunir num jantar na Europa nomes como os dos donos de fundos multibilionários Nathaniel Rothschild e do colombiano Julio Mario Santo Domingo (que angariou participações importantes na cervejaria SABMiller e na TV Caracol), do executivo estrela Jack Welch, ex-presidente da GE, e de Leonardo Ferragamo, da grife que leva o seu sobrenome. O último continua sendo parte do conselho da Brasilinvest, assim como o também italiano Carlo De Benedetti, ex-CEO da Fiat e da Olivetti.

Garnero também leva a fama de ter feito a ponte para a aproximação, em 2002, do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente americano George W. Bush e de ter organizado o primeiro encontro entre os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, na Flórida.

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'Ajudamos o governo, a oposição, a esquerda e a direita, no que for o melhor para o Brasil', diz Garnero Foto: Luciana Prezia/Estadão

Também fez contatos, durante o período em que foi presidente da Anfavea, nos anos 1970, com a família sueca Wallenberg, que era dona da Scania. E não só dela, mas de praticamente todas as grandes corporações do país, como Saab, Ericsson, Electrolux, ABB, SKF, AstraZeneca e Stora Enso.

Essa proximidade também permitiu trazer a Saab para a disputa pela compra de caças pelo governo brasileiro, que resultou na adoção dos Gripens pela Aeronáutica do Brasil, vencendo o programa de caças francês. “Trouxe Marcus Wallenberg para se encontrar com Lula e José Dirceu, a partir de um relacionamento que havia sido desenvolvido no passado”, diz ele. “Muitas vezes os resultados aparecem muito tempo depois.”

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“Não somos políticos. A Brasilinvest nunca teve lado político, ajudamos o governo, a oposição, a esquerda e a direita, no que for o melhor para o Brasil”, diz Garnero. “Hoje as coisas estão mais difíceis. Qualquer medida é considerada boa para metade dos brasileiros e ruim para a outra. Assim, o País não anda.”

O empresário Mário Bernardo Garnero ascendeu aos holofotes do meio empresarial brasileiro após ter sido um dos coordenadores da campanha presidencial que Juscelino Kubitschek faria em 1964, anulada com o golpe militar. Ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no início da década de 1970, ele demonstrou talento para conectar empresários brasileiros com grandes nomes dos negócios e da política internacional. Tinha proximidade com os ex-presidentes americanos Lyndon Johnson e George H. Bush, o pai, e com o diplomata Henry Kissinger.

Por meio de sua empresa, a Brasilinvest, ajudou a tornar negócios internacionais viáveis por meio de sua rica rede de contatos. O auge foi atingido na década de 1980. Mas o baque também veio nesses período. Em 1985, o Banco Central decretou a liquidação de duas empresas do grupo — um banco de investimentos e uma corretora —, em meio a acusações de empréstimos fraudulentos a empresas fantasmas. Em 1986, foi decretada a liquidação do próprio Banco Brasilinvest.

Em 1988, a Justiça Federal de São Paulo chegou a condenar Garnero a cinco anos de prisão por estelionato e fraude contra o sistema financeiro. Em 1989, porém, o STF anulou a condenação e, em 1990, o BC suspendeu a liquidação do Banco Brasilinvest.

Mesmo depois disso tudo, Garnero ainda manteve prestígio. Nos anos 2000, ele conseguia reunir num jantar na Europa nomes como os dos donos de fundos multibilionários Nathaniel Rothschild e do colombiano Julio Mario Santo Domingo (que angariou participações importantes na cervejaria SABMiller e na TV Caracol), do executivo estrela Jack Welch, ex-presidente da GE, e de Leonardo Ferragamo, da grife que leva o seu sobrenome. O último continua sendo parte do conselho da Brasilinvest, assim como o também italiano Carlo De Benedetti, ex-CEO da Fiat e da Olivetti.

Garnero também leva a fama de ter feito a ponte para a aproximação, em 2002, do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente americano George W. Bush e de ter organizado o primeiro encontro entre os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, na Flórida.

'Ajudamos o governo, a oposição, a esquerda e a direita, no que for o melhor para o Brasil', diz Garnero Foto: Luciana Prezia/Estadão

Também fez contatos, durante o período em que foi presidente da Anfavea, nos anos 1970, com a família sueca Wallenberg, que era dona da Scania. E não só dela, mas de praticamente todas as grandes corporações do país, como Saab, Ericsson, Electrolux, ABB, SKF, AstraZeneca e Stora Enso.

Essa proximidade também permitiu trazer a Saab para a disputa pela compra de caças pelo governo brasileiro, que resultou na adoção dos Gripens pela Aeronáutica do Brasil, vencendo o programa de caças francês. “Trouxe Marcus Wallenberg para se encontrar com Lula e José Dirceu, a partir de um relacionamento que havia sido desenvolvido no passado”, diz ele. “Muitas vezes os resultados aparecem muito tempo depois.”

“Não somos políticos. A Brasilinvest nunca teve lado político, ajudamos o governo, a oposição, a esquerda e a direita, no que for o melhor para o Brasil”, diz Garnero. “Hoje as coisas estão mais difíceis. Qualquer medida é considerada boa para metade dos brasileiros e ruim para a outra. Assim, o País não anda.”

O empresário Mário Bernardo Garnero ascendeu aos holofotes do meio empresarial brasileiro após ter sido um dos coordenadores da campanha presidencial que Juscelino Kubitschek faria em 1964, anulada com o golpe militar. Ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no início da década de 1970, ele demonstrou talento para conectar empresários brasileiros com grandes nomes dos negócios e da política internacional. Tinha proximidade com os ex-presidentes americanos Lyndon Johnson e George H. Bush, o pai, e com o diplomata Henry Kissinger.

Por meio de sua empresa, a Brasilinvest, ajudou a tornar negócios internacionais viáveis por meio de sua rica rede de contatos. O auge foi atingido na década de 1980. Mas o baque também veio nesses período. Em 1985, o Banco Central decretou a liquidação de duas empresas do grupo — um banco de investimentos e uma corretora —, em meio a acusações de empréstimos fraudulentos a empresas fantasmas. Em 1986, foi decretada a liquidação do próprio Banco Brasilinvest.

Em 1988, a Justiça Federal de São Paulo chegou a condenar Garnero a cinco anos de prisão por estelionato e fraude contra o sistema financeiro. Em 1989, porém, o STF anulou a condenação e, em 1990, o BC suspendeu a liquidação do Banco Brasilinvest.

Mesmo depois disso tudo, Garnero ainda manteve prestígio. Nos anos 2000, ele conseguia reunir num jantar na Europa nomes como os dos donos de fundos multibilionários Nathaniel Rothschild e do colombiano Julio Mario Santo Domingo (que angariou participações importantes na cervejaria SABMiller e na TV Caracol), do executivo estrela Jack Welch, ex-presidente da GE, e de Leonardo Ferragamo, da grife que leva o seu sobrenome. O último continua sendo parte do conselho da Brasilinvest, assim como o também italiano Carlo De Benedetti, ex-CEO da Fiat e da Olivetti.

Garnero também leva a fama de ter feito a ponte para a aproximação, em 2002, do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente americano George W. Bush e de ter organizado o primeiro encontro entre os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, na Flórida.

'Ajudamos o governo, a oposição, a esquerda e a direita, no que for o melhor para o Brasil', diz Garnero Foto: Luciana Prezia/Estadão

Também fez contatos, durante o período em que foi presidente da Anfavea, nos anos 1970, com a família sueca Wallenberg, que era dona da Scania. E não só dela, mas de praticamente todas as grandes corporações do país, como Saab, Ericsson, Electrolux, ABB, SKF, AstraZeneca e Stora Enso.

Essa proximidade também permitiu trazer a Saab para a disputa pela compra de caças pelo governo brasileiro, que resultou na adoção dos Gripens pela Aeronáutica do Brasil, vencendo o programa de caças francês. “Trouxe Marcus Wallenberg para se encontrar com Lula e José Dirceu, a partir de um relacionamento que havia sido desenvolvido no passado”, diz ele. “Muitas vezes os resultados aparecem muito tempo depois.”

“Não somos políticos. A Brasilinvest nunca teve lado político, ajudamos o governo, a oposição, a esquerda e a direita, no que for o melhor para o Brasil”, diz Garnero. “Hoje as coisas estão mais difíceis. Qualquer medida é considerada boa para metade dos brasileiros e ruim para a outra. Assim, o País não anda.”

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