Natura anuncia que pode vender The Body Shop e ações sobem


Apesar de mercado já aguardar medida, valor de mercado da empresa chegou a subir R$ 1 bilhão durante a manhã

Por Talita Nascimento

O conselho de administração da Natura &Co autorizou a diretoria da companhia a explorar “alternativas estratégicas” para a The Body Shop, marca do grupo com atuação predominante na Europa. As opções incluem a venda dessa unidade de negócios. Há cerca de um mês, bancos de investimento publicaram relatórios mencionando a possibilidade de venda desse ativo e reposicionando suas expectativas de preço.

Até então, porém, a empresa se limitava a dizer que estava reorganizando essa unidade de negócios. Com o anúncio, a Natura chegou a ser a segunda ação mais negociada do pregão, ganhando mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado em menos de 30 minutos. Depois, os ganhos se reduziram. As ações subiram, até às 16h30, 3,14%.

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Em 20 de junho, as ações da empresa fecharam em alta de mais de 5% após um novo relatório, desta vez do Bradesco BBI, atualizar as expectativas em relação à companhia. Recentemente, Itaú BBA e JP Morgan também publicaram comentários sobre a empresa. Os textos ainda apontavam para uma possível venda da The Body Shop, que até a última divulgação de resultados, a Natura dizia não fazer parte dos planos de venda.

“A principal força da Natura &Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina. Como The Body Shop (TBS) está além desse escopo, discutimos o potencial de venda dessa marca”, escreveram Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, em relatório do Bradesco BBI.

Ganhos

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Embora o BBI não assumisse a venda do negócio, os analistas destacavam que a alienação do ativo poderia agregar R$ 2 por ação no valor justo dos papéis da companhia. Além disso, a margem Ebitda da Natura &Co subiria cerca de 100 pontos-base, para 16,8%, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) avançaria mais de 2,5 pontos porcentuais, para 12,9% até 2029.

Natura é uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil Foto: Marcos Suguio / Divulgação

Já na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2023, o ponto mais negativo do balanço da Natura &Co foi a The Body Shop. O CEO, Fabio Barbosa, disse que a companhia estava “revisitando o diagnóstico” de problemas da marca, que teve queda nas vendas. Na ocasião, ele disse que a gestão dessa divisão havia sido trocada há cerca de três meses e que esse era um período ainda curto para estabelecer mudanças.

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As ações da empresa, segundo Barbosa, se voltavam, porém, para um rebalanceamento da geografia das lojas da marca, avaliação da operação digital, do portfólio de produtos e da força da marca. “Não é o caso de deixar de ter presença em determinados países, mas avaliar as regiões mais adequadas para estarmos nesses países”, disse.

Questionados sobre comentários de bancos de investimentos que sugeriam a venda dessa marca em relatórios nos últimos meses, a gestão negou que qualquer informação tenha saído da diretoria da companhia. O CFO da empresa, Guilherme Castellan, disse que a promessa da gestão era, ao longo do segundo semestre, dar mais informações ao mercado a respeito.

Com o anúncio de hoje, a companhia disse que “não há qualquer garantia de que a autorização concedida irá resultar em uma transação”, mas o mercado já tinha essa opção do radar e começou a fazer contas.

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Na visão dos analistas do Itaú BBA, a solução é “positiva, embora um tanto esperada”. Para o banco, o valor da marca é de R$ 3,150 bilhões e o valor patrimonial implícito de venda da The Body Shop é de R$ 1,3 bilhão.

Esforço para elevar receitas e lucratividade

O relatório do analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, diz que dado o foco atual da Natura &Co em racionalizar a sua gestão e melhorar sua estrutura de capital, uma potencial venda da The Body Shop seria boa no sentido de reduzir o risco de execução percebido na tese geral de investimentos da empresa, além de melhorar os resultados consolidados da companhia nos próximos anos.

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Já os analistas do Citi João Pedro, Felipe Reboredo argumentam que o balanço patrimonial da Natura está muito melhor agora com os recursos da venda da Aesop. Além disso, ao contrário da Aesop, que registra rápido crescimento e alta margem, a The Body Shop está lutando para elevar a receita e a lucratividade. Assim, a expectativa era de que a Natura iria primeiro renovar a marca, reacelerar o crescimento de receita e melhorar seu Ebitda antes de anunciar planos de uma transação potencial.

“O acordo em si não deve gerar um grande acréscimo de valor - pelo menos não o mesmo valor criado com a venda da Aesop”, escreveram os analistas do Citi. /Colaboraram Caroline Aragaki e Marcia Furlan

O conselho de administração da Natura &Co autorizou a diretoria da companhia a explorar “alternativas estratégicas” para a The Body Shop, marca do grupo com atuação predominante na Europa. As opções incluem a venda dessa unidade de negócios. Há cerca de um mês, bancos de investimento publicaram relatórios mencionando a possibilidade de venda desse ativo e reposicionando suas expectativas de preço.

Até então, porém, a empresa se limitava a dizer que estava reorganizando essa unidade de negócios. Com o anúncio, a Natura chegou a ser a segunda ação mais negociada do pregão, ganhando mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado em menos de 30 minutos. Depois, os ganhos se reduziram. As ações subiram, até às 16h30, 3,14%.

Em 20 de junho, as ações da empresa fecharam em alta de mais de 5% após um novo relatório, desta vez do Bradesco BBI, atualizar as expectativas em relação à companhia. Recentemente, Itaú BBA e JP Morgan também publicaram comentários sobre a empresa. Os textos ainda apontavam para uma possível venda da The Body Shop, que até a última divulgação de resultados, a Natura dizia não fazer parte dos planos de venda.

“A principal força da Natura &Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina. Como The Body Shop (TBS) está além desse escopo, discutimos o potencial de venda dessa marca”, escreveram Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, em relatório do Bradesco BBI.

Ganhos

Embora o BBI não assumisse a venda do negócio, os analistas destacavam que a alienação do ativo poderia agregar R$ 2 por ação no valor justo dos papéis da companhia. Além disso, a margem Ebitda da Natura &Co subiria cerca de 100 pontos-base, para 16,8%, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) avançaria mais de 2,5 pontos porcentuais, para 12,9% até 2029.

Natura é uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil Foto: Marcos Suguio / Divulgação

Já na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2023, o ponto mais negativo do balanço da Natura &Co foi a The Body Shop. O CEO, Fabio Barbosa, disse que a companhia estava “revisitando o diagnóstico” de problemas da marca, que teve queda nas vendas. Na ocasião, ele disse que a gestão dessa divisão havia sido trocada há cerca de três meses e que esse era um período ainda curto para estabelecer mudanças.

As ações da empresa, segundo Barbosa, se voltavam, porém, para um rebalanceamento da geografia das lojas da marca, avaliação da operação digital, do portfólio de produtos e da força da marca. “Não é o caso de deixar de ter presença em determinados países, mas avaliar as regiões mais adequadas para estarmos nesses países”, disse.

Questionados sobre comentários de bancos de investimentos que sugeriam a venda dessa marca em relatórios nos últimos meses, a gestão negou que qualquer informação tenha saído da diretoria da companhia. O CFO da empresa, Guilherme Castellan, disse que a promessa da gestão era, ao longo do segundo semestre, dar mais informações ao mercado a respeito.

Com o anúncio de hoje, a companhia disse que “não há qualquer garantia de que a autorização concedida irá resultar em uma transação”, mas o mercado já tinha essa opção do radar e começou a fazer contas.

Na visão dos analistas do Itaú BBA, a solução é “positiva, embora um tanto esperada”. Para o banco, o valor da marca é de R$ 3,150 bilhões e o valor patrimonial implícito de venda da The Body Shop é de R$ 1,3 bilhão.

Esforço para elevar receitas e lucratividade

O relatório do analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, diz que dado o foco atual da Natura &Co em racionalizar a sua gestão e melhorar sua estrutura de capital, uma potencial venda da The Body Shop seria boa no sentido de reduzir o risco de execução percebido na tese geral de investimentos da empresa, além de melhorar os resultados consolidados da companhia nos próximos anos.

Já os analistas do Citi João Pedro, Felipe Reboredo argumentam que o balanço patrimonial da Natura está muito melhor agora com os recursos da venda da Aesop. Além disso, ao contrário da Aesop, que registra rápido crescimento e alta margem, a The Body Shop está lutando para elevar a receita e a lucratividade. Assim, a expectativa era de que a Natura iria primeiro renovar a marca, reacelerar o crescimento de receita e melhorar seu Ebitda antes de anunciar planos de uma transação potencial.

“O acordo em si não deve gerar um grande acréscimo de valor - pelo menos não o mesmo valor criado com a venda da Aesop”, escreveram os analistas do Citi. /Colaboraram Caroline Aragaki e Marcia Furlan

O conselho de administração da Natura &Co autorizou a diretoria da companhia a explorar “alternativas estratégicas” para a The Body Shop, marca do grupo com atuação predominante na Europa. As opções incluem a venda dessa unidade de negócios. Há cerca de um mês, bancos de investimento publicaram relatórios mencionando a possibilidade de venda desse ativo e reposicionando suas expectativas de preço.

Até então, porém, a empresa se limitava a dizer que estava reorganizando essa unidade de negócios. Com o anúncio, a Natura chegou a ser a segunda ação mais negociada do pregão, ganhando mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado em menos de 30 minutos. Depois, os ganhos se reduziram. As ações subiram, até às 16h30, 3,14%.

Em 20 de junho, as ações da empresa fecharam em alta de mais de 5% após um novo relatório, desta vez do Bradesco BBI, atualizar as expectativas em relação à companhia. Recentemente, Itaú BBA e JP Morgan também publicaram comentários sobre a empresa. Os textos ainda apontavam para uma possível venda da The Body Shop, que até a última divulgação de resultados, a Natura dizia não fazer parte dos planos de venda.

“A principal força da Natura &Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina. Como The Body Shop (TBS) está além desse escopo, discutimos o potencial de venda dessa marca”, escreveram Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, em relatório do Bradesco BBI.

Ganhos

Embora o BBI não assumisse a venda do negócio, os analistas destacavam que a alienação do ativo poderia agregar R$ 2 por ação no valor justo dos papéis da companhia. Além disso, a margem Ebitda da Natura &Co subiria cerca de 100 pontos-base, para 16,8%, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) avançaria mais de 2,5 pontos porcentuais, para 12,9% até 2029.

Natura é uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil Foto: Marcos Suguio / Divulgação

Já na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2023, o ponto mais negativo do balanço da Natura &Co foi a The Body Shop. O CEO, Fabio Barbosa, disse que a companhia estava “revisitando o diagnóstico” de problemas da marca, que teve queda nas vendas. Na ocasião, ele disse que a gestão dessa divisão havia sido trocada há cerca de três meses e que esse era um período ainda curto para estabelecer mudanças.

As ações da empresa, segundo Barbosa, se voltavam, porém, para um rebalanceamento da geografia das lojas da marca, avaliação da operação digital, do portfólio de produtos e da força da marca. “Não é o caso de deixar de ter presença em determinados países, mas avaliar as regiões mais adequadas para estarmos nesses países”, disse.

Questionados sobre comentários de bancos de investimentos que sugeriam a venda dessa marca em relatórios nos últimos meses, a gestão negou que qualquer informação tenha saído da diretoria da companhia. O CFO da empresa, Guilherme Castellan, disse que a promessa da gestão era, ao longo do segundo semestre, dar mais informações ao mercado a respeito.

Com o anúncio de hoje, a companhia disse que “não há qualquer garantia de que a autorização concedida irá resultar em uma transação”, mas o mercado já tinha essa opção do radar e começou a fazer contas.

Na visão dos analistas do Itaú BBA, a solução é “positiva, embora um tanto esperada”. Para o banco, o valor da marca é de R$ 3,150 bilhões e o valor patrimonial implícito de venda da The Body Shop é de R$ 1,3 bilhão.

Esforço para elevar receitas e lucratividade

O relatório do analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, diz que dado o foco atual da Natura &Co em racionalizar a sua gestão e melhorar sua estrutura de capital, uma potencial venda da The Body Shop seria boa no sentido de reduzir o risco de execução percebido na tese geral de investimentos da empresa, além de melhorar os resultados consolidados da companhia nos próximos anos.

Já os analistas do Citi João Pedro, Felipe Reboredo argumentam que o balanço patrimonial da Natura está muito melhor agora com os recursos da venda da Aesop. Além disso, ao contrário da Aesop, que registra rápido crescimento e alta margem, a The Body Shop está lutando para elevar a receita e a lucratividade. Assim, a expectativa era de que a Natura iria primeiro renovar a marca, reacelerar o crescimento de receita e melhorar seu Ebitda antes de anunciar planos de uma transação potencial.

“O acordo em si não deve gerar um grande acréscimo de valor - pelo menos não o mesmo valor criado com a venda da Aesop”, escreveram os analistas do Citi. /Colaboraram Caroline Aragaki e Marcia Furlan

O conselho de administração da Natura &Co autorizou a diretoria da companhia a explorar “alternativas estratégicas” para a The Body Shop, marca do grupo com atuação predominante na Europa. As opções incluem a venda dessa unidade de negócios. Há cerca de um mês, bancos de investimento publicaram relatórios mencionando a possibilidade de venda desse ativo e reposicionando suas expectativas de preço.

Até então, porém, a empresa se limitava a dizer que estava reorganizando essa unidade de negócios. Com o anúncio, a Natura chegou a ser a segunda ação mais negociada do pregão, ganhando mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado em menos de 30 minutos. Depois, os ganhos se reduziram. As ações subiram, até às 16h30, 3,14%.

Em 20 de junho, as ações da empresa fecharam em alta de mais de 5% após um novo relatório, desta vez do Bradesco BBI, atualizar as expectativas em relação à companhia. Recentemente, Itaú BBA e JP Morgan também publicaram comentários sobre a empresa. Os textos ainda apontavam para uma possível venda da The Body Shop, que até a última divulgação de resultados, a Natura dizia não fazer parte dos planos de venda.

“A principal força da Natura &Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina. Como The Body Shop (TBS) está além desse escopo, discutimos o potencial de venda dessa marca”, escreveram Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, em relatório do Bradesco BBI.

Ganhos

Embora o BBI não assumisse a venda do negócio, os analistas destacavam que a alienação do ativo poderia agregar R$ 2 por ação no valor justo dos papéis da companhia. Além disso, a margem Ebitda da Natura &Co subiria cerca de 100 pontos-base, para 16,8%, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) avançaria mais de 2,5 pontos porcentuais, para 12,9% até 2029.

Natura é uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil Foto: Marcos Suguio / Divulgação

Já na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2023, o ponto mais negativo do balanço da Natura &Co foi a The Body Shop. O CEO, Fabio Barbosa, disse que a companhia estava “revisitando o diagnóstico” de problemas da marca, que teve queda nas vendas. Na ocasião, ele disse que a gestão dessa divisão havia sido trocada há cerca de três meses e que esse era um período ainda curto para estabelecer mudanças.

As ações da empresa, segundo Barbosa, se voltavam, porém, para um rebalanceamento da geografia das lojas da marca, avaliação da operação digital, do portfólio de produtos e da força da marca. “Não é o caso de deixar de ter presença em determinados países, mas avaliar as regiões mais adequadas para estarmos nesses países”, disse.

Questionados sobre comentários de bancos de investimentos que sugeriam a venda dessa marca em relatórios nos últimos meses, a gestão negou que qualquer informação tenha saído da diretoria da companhia. O CFO da empresa, Guilherme Castellan, disse que a promessa da gestão era, ao longo do segundo semestre, dar mais informações ao mercado a respeito.

Com o anúncio de hoje, a companhia disse que “não há qualquer garantia de que a autorização concedida irá resultar em uma transação”, mas o mercado já tinha essa opção do radar e começou a fazer contas.

Na visão dos analistas do Itaú BBA, a solução é “positiva, embora um tanto esperada”. Para o banco, o valor da marca é de R$ 3,150 bilhões e o valor patrimonial implícito de venda da The Body Shop é de R$ 1,3 bilhão.

Esforço para elevar receitas e lucratividade

O relatório do analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, diz que dado o foco atual da Natura &Co em racionalizar a sua gestão e melhorar sua estrutura de capital, uma potencial venda da The Body Shop seria boa no sentido de reduzir o risco de execução percebido na tese geral de investimentos da empresa, além de melhorar os resultados consolidados da companhia nos próximos anos.

Já os analistas do Citi João Pedro, Felipe Reboredo argumentam que o balanço patrimonial da Natura está muito melhor agora com os recursos da venda da Aesop. Além disso, ao contrário da Aesop, que registra rápido crescimento e alta margem, a The Body Shop está lutando para elevar a receita e a lucratividade. Assim, a expectativa era de que a Natura iria primeiro renovar a marca, reacelerar o crescimento de receita e melhorar seu Ebitda antes de anunciar planos de uma transação potencial.

“O acordo em si não deve gerar um grande acréscimo de valor - pelo menos não o mesmo valor criado com a venda da Aesop”, escreveram os analistas do Citi. /Colaboraram Caroline Aragaki e Marcia Furlan

O conselho de administração da Natura &Co autorizou a diretoria da companhia a explorar “alternativas estratégicas” para a The Body Shop, marca do grupo com atuação predominante na Europa. As opções incluem a venda dessa unidade de negócios. Há cerca de um mês, bancos de investimento publicaram relatórios mencionando a possibilidade de venda desse ativo e reposicionando suas expectativas de preço.

Até então, porém, a empresa se limitava a dizer que estava reorganizando essa unidade de negócios. Com o anúncio, a Natura chegou a ser a segunda ação mais negociada do pregão, ganhando mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado em menos de 30 minutos. Depois, os ganhos se reduziram. As ações subiram, até às 16h30, 3,14%.

Em 20 de junho, as ações da empresa fecharam em alta de mais de 5% após um novo relatório, desta vez do Bradesco BBI, atualizar as expectativas em relação à companhia. Recentemente, Itaú BBA e JP Morgan também publicaram comentários sobre a empresa. Os textos ainda apontavam para uma possível venda da The Body Shop, que até a última divulgação de resultados, a Natura dizia não fazer parte dos planos de venda.

“A principal força da Natura &Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina. Como The Body Shop (TBS) está além desse escopo, discutimos o potencial de venda dessa marca”, escreveram Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, em relatório do Bradesco BBI.

Ganhos

Embora o BBI não assumisse a venda do negócio, os analistas destacavam que a alienação do ativo poderia agregar R$ 2 por ação no valor justo dos papéis da companhia. Além disso, a margem Ebitda da Natura &Co subiria cerca de 100 pontos-base, para 16,8%, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) avançaria mais de 2,5 pontos porcentuais, para 12,9% até 2029.

Natura é uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil Foto: Marcos Suguio / Divulgação

Já na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2023, o ponto mais negativo do balanço da Natura &Co foi a The Body Shop. O CEO, Fabio Barbosa, disse que a companhia estava “revisitando o diagnóstico” de problemas da marca, que teve queda nas vendas. Na ocasião, ele disse que a gestão dessa divisão havia sido trocada há cerca de três meses e que esse era um período ainda curto para estabelecer mudanças.

As ações da empresa, segundo Barbosa, se voltavam, porém, para um rebalanceamento da geografia das lojas da marca, avaliação da operação digital, do portfólio de produtos e da força da marca. “Não é o caso de deixar de ter presença em determinados países, mas avaliar as regiões mais adequadas para estarmos nesses países”, disse.

Questionados sobre comentários de bancos de investimentos que sugeriam a venda dessa marca em relatórios nos últimos meses, a gestão negou que qualquer informação tenha saído da diretoria da companhia. O CFO da empresa, Guilherme Castellan, disse que a promessa da gestão era, ao longo do segundo semestre, dar mais informações ao mercado a respeito.

Com o anúncio de hoje, a companhia disse que “não há qualquer garantia de que a autorização concedida irá resultar em uma transação”, mas o mercado já tinha essa opção do radar e começou a fazer contas.

Na visão dos analistas do Itaú BBA, a solução é “positiva, embora um tanto esperada”. Para o banco, o valor da marca é de R$ 3,150 bilhões e o valor patrimonial implícito de venda da The Body Shop é de R$ 1,3 bilhão.

Esforço para elevar receitas e lucratividade

O relatório do analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, diz que dado o foco atual da Natura &Co em racionalizar a sua gestão e melhorar sua estrutura de capital, uma potencial venda da The Body Shop seria boa no sentido de reduzir o risco de execução percebido na tese geral de investimentos da empresa, além de melhorar os resultados consolidados da companhia nos próximos anos.

Já os analistas do Citi João Pedro, Felipe Reboredo argumentam que o balanço patrimonial da Natura está muito melhor agora com os recursos da venda da Aesop. Além disso, ao contrário da Aesop, que registra rápido crescimento e alta margem, a The Body Shop está lutando para elevar a receita e a lucratividade. Assim, a expectativa era de que a Natura iria primeiro renovar a marca, reacelerar o crescimento de receita e melhorar seu Ebitda antes de anunciar planos de uma transação potencial.

“O acordo em si não deve gerar um grande acréscimo de valor - pelo menos não o mesmo valor criado com a venda da Aesop”, escreveram os analistas do Citi. /Colaboraram Caroline Aragaki e Marcia Furlan

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