O executivo-chefe (CEO) da Nestlé, Paul Bulcke, afirmou nesta quinta-feira, 16, que a empresa está em "alerta" com o surto de vírus Ebola na África Ocidental, importante região produtora de cacau. "Esse surto afeta a nós e a sociedade em geral", afirmou em teleconferência com analistas após a divulgação dos resultados financeiros da companhia nos nove primeiros meses do ano. O surto da doença fez o preço do cacau disparar, o que pode encarecer o chocolate. A Nestlé não possui fábricas em Serra Leoa, Guiné ou Libéria, os mais afetados pelo Ebola, mas tem ajudado a Cruz Vermelha no combate ao vírus, com doação recente de 100 mil francos suíços (US$ 106 mil). O objetivo é evitar que a doença chegue a Costa do Marfim e Gana, os principais produtores mundiais, que respondem por mais da metade da oferta global da amêndoa. Mais cedo, a Nestlé reportou queda de 3,1% nas vendas no acumulado do ano até setembro ante igual período do ano passado, para 66,2 bilhões de francos suíços (US$ 70,4 bilhões). A fabricante de alimentos não divulga outras informações financeiras, como lucro ou prejuízo, no período. As vendas da companhia desaceleraram nos primeiros nove meses do ano com o impacto de uma fraqueza no desempenho na Ásia e pressões sobre preços na Europa.