Novo CEO da Vale é bem recebido pelo mercado, mas incertezas sobre Mariana ainda pesam


Analistas esperam que Pimenta acelere negociações sobre questões como a reparação por rompimento de barragem, o ambiente regulatório e a renovação das concessões ferroviárias

Por Beatriz Capirazi, Luana Reis e Isabela Mendes
Atualização:

A escolha de um executivo de dentro da companhia como Gustavo Pimenta, atual CFO (vice-presidente financeiro), para substituir Eduardo Bartolomeo no comando da Vale, mostra que a empresa deve dar continuidade à sua estratégia de negócios, além de acabar com o risco de possíveis interferências do governo Lula, segundo analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Contudo, questões pendentes, como o acordo final da Samarco sobre o desastre de Mariana, ainda pesam sobre a companhia.

“Olhando para o futuro, a única questão relevante para a Vale deve continuar sendo a renegociação do passivo da Samarco, para o qual esperamos desfecho nas próximas semanas”, afirmam os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, do BTG Pactual. Para eles, a resolução deste tema pode colocar a mineradora em uma base mais firme com a comunidade de investimentos e ajudar a estabilizar ou mesmo reverter o sentimento negativo em torno da empresa nos últimos meses.

Ilan Abertman, analista da Ativa Investimentos, é de uma opinião similar. Ele avalia que os três principais riscos impedindo a alta dos papéis em pregões anteriores eram a sucessão, a recessão na China e o acordo de Mariana. “CEO foi resolvido, China não tem o que fazer e só o tempo dirá. O próximo passo é resolver Mariana, a principal prioridade da empresa”, diz.

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Relação com o governo, solução para passivos de desastres em barragens e desaceleração chinesa estão entre os desafios do novo comando da Vale Foto: Fabio Motta/Estadão

A Genial aponta que a experiência prévia do executivo na companhia, especialmente como vice-presidente financeiro, posição em que gerenciou a alocação de capital, o coloca como uma escolha estratégica interna, familiarizado com os ativos, projetos de expansão e a importância da Vale na transição energética.

A casa destaca que, sob a gestão financeira de Pimenta, a empresa manteve uma alavancagem (relação de endividamento para operar e expandir seus negócios) responsável e tomou decisões assertivas em relação ao capex (Investimentos em bens de capital), destacando-se na condução dos projetos Capanema, MegaHubs, Vargem Grande, além de iniciativas voltadas para a descarbonização, como a VBM (níquel e cobre) e os briquetes verdes. Ao mesmo tempo, a nomeação desvincula a posição de influências governamentais, beneficiando a imagem e as operações da empresa.

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Os temas mais sensíveis

Além disso, como fator positivo, há as expectativas de que Pimenta possa acelerar as negociações com o governo, abordando temas relevantes para a agenda da companhia como o imbróglio de Mariana, o ambiente regulatório e a renovação das concessões ferroviárias.

O Itaú BBA avalia que esses dois pontos devem ganhar um ritmo maior com a gestão de Pimenta, com a possibilidade de que sejam priorizadas pelo executivo. Os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares acrescentam que, operacionalmente, o foco do novo CEO deve ser a melhoria da confiabilidade do sistema Norte.

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O trader Fábio Lemos, da Fatorial Investimentos, aponta que a ampla experiência de mercado e familiaridade com a empresa são pontos de peso na escolha de Pimenta, lembrando que o executivo já demonstrou expertise anteriormente ao liderar a negociação de spinoff da Vale Metals.

Desafios do novo CEO

Com relação aos desafios que o novo CEO deve enfrentar no comando da mineradora a partir de janeiro do ano que vem, os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, do Goldman Sachs, apontam a melhoria operacional contínua, incluindo desafios regulatórios no Norte, além de aumentar a eficiência dos ativos subutilizados no Sistema Sul.

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Outro desafio identificado pelos analistas Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza, da Genial, é a incerteza sobre quem assumirá o cargo de CFO após sua saída, já que a empresa não forneceu detalhes sobre isso em seu comunicado.

A Guide, por sua vez, enxerga o crescimento moderado da China como um desafio relevante para a Vale. O país asiático representa 50% da demanda global de aço e 70% da demanda por minério de ferro, sendo um dos principais destinos das exportações da companhia. Os preços reduzidos do minério de ferro também são um ponto de alerta para a companhia.

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Pimenta possui mais de 20 anos de carreira, com atuação global nos setores financeiro, de energia e mineração, no Brasil, Estados Unidos e Europa. Em 2021, assumiu como CFO e de Relações com Investidores da Vale, com responsabilidades adicionais nas áreas de Suprimentos e Energia & Descarbonização.

Antes da Vale, trabalhou 12 anos na AES, onde foi CFO Global, diretor de Planejamento e Estratégia, e vice-presidente de Performance e Serviços. Também foi vice-presidente de Estratégia e M&A no Citigroup em Nova York. Pimenta é formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais e tem mestrado em Finanças e Economia pela Fundação Getulio Vargas.

A escolha de um executivo de dentro da companhia como Gustavo Pimenta, atual CFO (vice-presidente financeiro), para substituir Eduardo Bartolomeo no comando da Vale, mostra que a empresa deve dar continuidade à sua estratégia de negócios, além de acabar com o risco de possíveis interferências do governo Lula, segundo analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Contudo, questões pendentes, como o acordo final da Samarco sobre o desastre de Mariana, ainda pesam sobre a companhia.

“Olhando para o futuro, a única questão relevante para a Vale deve continuar sendo a renegociação do passivo da Samarco, para o qual esperamos desfecho nas próximas semanas”, afirmam os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, do BTG Pactual. Para eles, a resolução deste tema pode colocar a mineradora em uma base mais firme com a comunidade de investimentos e ajudar a estabilizar ou mesmo reverter o sentimento negativo em torno da empresa nos últimos meses.

Ilan Abertman, analista da Ativa Investimentos, é de uma opinião similar. Ele avalia que os três principais riscos impedindo a alta dos papéis em pregões anteriores eram a sucessão, a recessão na China e o acordo de Mariana. “CEO foi resolvido, China não tem o que fazer e só o tempo dirá. O próximo passo é resolver Mariana, a principal prioridade da empresa”, diz.

Relação com o governo, solução para passivos de desastres em barragens e desaceleração chinesa estão entre os desafios do novo comando da Vale Foto: Fabio Motta/Estadão

A Genial aponta que a experiência prévia do executivo na companhia, especialmente como vice-presidente financeiro, posição em que gerenciou a alocação de capital, o coloca como uma escolha estratégica interna, familiarizado com os ativos, projetos de expansão e a importância da Vale na transição energética.

A casa destaca que, sob a gestão financeira de Pimenta, a empresa manteve uma alavancagem (relação de endividamento para operar e expandir seus negócios) responsável e tomou decisões assertivas em relação ao capex (Investimentos em bens de capital), destacando-se na condução dos projetos Capanema, MegaHubs, Vargem Grande, além de iniciativas voltadas para a descarbonização, como a VBM (níquel e cobre) e os briquetes verdes. Ao mesmo tempo, a nomeação desvincula a posição de influências governamentais, beneficiando a imagem e as operações da empresa.

Os temas mais sensíveis

Além disso, como fator positivo, há as expectativas de que Pimenta possa acelerar as negociações com o governo, abordando temas relevantes para a agenda da companhia como o imbróglio de Mariana, o ambiente regulatório e a renovação das concessões ferroviárias.

O Itaú BBA avalia que esses dois pontos devem ganhar um ritmo maior com a gestão de Pimenta, com a possibilidade de que sejam priorizadas pelo executivo. Os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares acrescentam que, operacionalmente, o foco do novo CEO deve ser a melhoria da confiabilidade do sistema Norte.

O trader Fábio Lemos, da Fatorial Investimentos, aponta que a ampla experiência de mercado e familiaridade com a empresa são pontos de peso na escolha de Pimenta, lembrando que o executivo já demonstrou expertise anteriormente ao liderar a negociação de spinoff da Vale Metals.

Desafios do novo CEO

Com relação aos desafios que o novo CEO deve enfrentar no comando da mineradora a partir de janeiro do ano que vem, os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, do Goldman Sachs, apontam a melhoria operacional contínua, incluindo desafios regulatórios no Norte, além de aumentar a eficiência dos ativos subutilizados no Sistema Sul.

Outro desafio identificado pelos analistas Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza, da Genial, é a incerteza sobre quem assumirá o cargo de CFO após sua saída, já que a empresa não forneceu detalhes sobre isso em seu comunicado.

A Guide, por sua vez, enxerga o crescimento moderado da China como um desafio relevante para a Vale. O país asiático representa 50% da demanda global de aço e 70% da demanda por minério de ferro, sendo um dos principais destinos das exportações da companhia. Os preços reduzidos do minério de ferro também são um ponto de alerta para a companhia.

Pimenta possui mais de 20 anos de carreira, com atuação global nos setores financeiro, de energia e mineração, no Brasil, Estados Unidos e Europa. Em 2021, assumiu como CFO e de Relações com Investidores da Vale, com responsabilidades adicionais nas áreas de Suprimentos e Energia & Descarbonização.

Antes da Vale, trabalhou 12 anos na AES, onde foi CFO Global, diretor de Planejamento e Estratégia, e vice-presidente de Performance e Serviços. Também foi vice-presidente de Estratégia e M&A no Citigroup em Nova York. Pimenta é formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais e tem mestrado em Finanças e Economia pela Fundação Getulio Vargas.

A escolha de um executivo de dentro da companhia como Gustavo Pimenta, atual CFO (vice-presidente financeiro), para substituir Eduardo Bartolomeo no comando da Vale, mostra que a empresa deve dar continuidade à sua estratégia de negócios, além de acabar com o risco de possíveis interferências do governo Lula, segundo analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Contudo, questões pendentes, como o acordo final da Samarco sobre o desastre de Mariana, ainda pesam sobre a companhia.

“Olhando para o futuro, a única questão relevante para a Vale deve continuar sendo a renegociação do passivo da Samarco, para o qual esperamos desfecho nas próximas semanas”, afirmam os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, do BTG Pactual. Para eles, a resolução deste tema pode colocar a mineradora em uma base mais firme com a comunidade de investimentos e ajudar a estabilizar ou mesmo reverter o sentimento negativo em torno da empresa nos últimos meses.

Ilan Abertman, analista da Ativa Investimentos, é de uma opinião similar. Ele avalia que os três principais riscos impedindo a alta dos papéis em pregões anteriores eram a sucessão, a recessão na China e o acordo de Mariana. “CEO foi resolvido, China não tem o que fazer e só o tempo dirá. O próximo passo é resolver Mariana, a principal prioridade da empresa”, diz.

Relação com o governo, solução para passivos de desastres em barragens e desaceleração chinesa estão entre os desafios do novo comando da Vale Foto: Fabio Motta/Estadão

A Genial aponta que a experiência prévia do executivo na companhia, especialmente como vice-presidente financeiro, posição em que gerenciou a alocação de capital, o coloca como uma escolha estratégica interna, familiarizado com os ativos, projetos de expansão e a importância da Vale na transição energética.

A casa destaca que, sob a gestão financeira de Pimenta, a empresa manteve uma alavancagem (relação de endividamento para operar e expandir seus negócios) responsável e tomou decisões assertivas em relação ao capex (Investimentos em bens de capital), destacando-se na condução dos projetos Capanema, MegaHubs, Vargem Grande, além de iniciativas voltadas para a descarbonização, como a VBM (níquel e cobre) e os briquetes verdes. Ao mesmo tempo, a nomeação desvincula a posição de influências governamentais, beneficiando a imagem e as operações da empresa.

Os temas mais sensíveis

Além disso, como fator positivo, há as expectativas de que Pimenta possa acelerar as negociações com o governo, abordando temas relevantes para a agenda da companhia como o imbróglio de Mariana, o ambiente regulatório e a renovação das concessões ferroviárias.

O Itaú BBA avalia que esses dois pontos devem ganhar um ritmo maior com a gestão de Pimenta, com a possibilidade de que sejam priorizadas pelo executivo. Os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares acrescentam que, operacionalmente, o foco do novo CEO deve ser a melhoria da confiabilidade do sistema Norte.

O trader Fábio Lemos, da Fatorial Investimentos, aponta que a ampla experiência de mercado e familiaridade com a empresa são pontos de peso na escolha de Pimenta, lembrando que o executivo já demonstrou expertise anteriormente ao liderar a negociação de spinoff da Vale Metals.

Desafios do novo CEO

Com relação aos desafios que o novo CEO deve enfrentar no comando da mineradora a partir de janeiro do ano que vem, os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, do Goldman Sachs, apontam a melhoria operacional contínua, incluindo desafios regulatórios no Norte, além de aumentar a eficiência dos ativos subutilizados no Sistema Sul.

Outro desafio identificado pelos analistas Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza, da Genial, é a incerteza sobre quem assumirá o cargo de CFO após sua saída, já que a empresa não forneceu detalhes sobre isso em seu comunicado.

A Guide, por sua vez, enxerga o crescimento moderado da China como um desafio relevante para a Vale. O país asiático representa 50% da demanda global de aço e 70% da demanda por minério de ferro, sendo um dos principais destinos das exportações da companhia. Os preços reduzidos do minério de ferro também são um ponto de alerta para a companhia.

Pimenta possui mais de 20 anos de carreira, com atuação global nos setores financeiro, de energia e mineração, no Brasil, Estados Unidos e Europa. Em 2021, assumiu como CFO e de Relações com Investidores da Vale, com responsabilidades adicionais nas áreas de Suprimentos e Energia & Descarbonização.

Antes da Vale, trabalhou 12 anos na AES, onde foi CFO Global, diretor de Planejamento e Estratégia, e vice-presidente de Performance e Serviços. Também foi vice-presidente de Estratégia e M&A no Citigroup em Nova York. Pimenta é formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais e tem mestrado em Finanças e Economia pela Fundação Getulio Vargas.

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