Nubank seguirá com ações em Nova York, mas decide fechar o capital no Brasil


Em dezembro de 2021, banco digital havia feito dupla listagem; agora, quem comprou papel na B3 poderá trocá-lo por BDR ou então vender o ativo

Por Matheus Piovesana e Fernanda Guimarães
Atualização:

O Nubank, o maior banco digital do mundo, vai pedir à Bolsa brasileira, a B3, e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a conversão de seus papéis hoje listados no País (BDRs nível 3) em recibos de ações comuns (ou BDRs de nível 1). O movimento vem menos de um ano depois de o neobanco abrir seu capital, em uma das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla e inglês) mais badaladas do mundo.

Isso significa que a fintech deixará de ser listada diretamente no Brasil. A notícia chega como um balde de água fria para a Bolsa brasileira, visto que, à época, a oferta do Nubank foi comemorada pelo potencial que representaria para o futuro do mercado local. Ao tomar a decisão, o banco se equivale outras empresas ligadas ao mercado financeiro, como XP, Stone e PagSeguro – que são listadas apenas nos Estados Unidos desde seus IPOs.

Atualmente, o Nubank é uma companhia de capital aberto tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Agora, com a conversão de seus recibos, pedirá o fim do programa de BDRs de nível 3 e, posteriormente, o cancelamento de seu registro de emissora estrangeira de valores mobiliários da categoria A, que é tipo de registro que permite que a empresa emita ações e faça captações de recursos localmente. Os investidores brasileiros, apesar a mudança, seguirão com o mesmo acesso às ações do Nubank pela B3.

continua após a publicidade

Segundo a fintech, o objetivo da mudança é maximizar a eficiência. Por ter dupla listagem, o Nubank precisa ter estruturas diferentes, para atender às normas específicas dos dois mercados. Uma fonte, que acompanhou o processo, afirmou ao Estadão que a fintech quis “fugir da burocracia do Brasil”. Outra disse que o interesse do Nubank sempre foi se listar fora e sempre demonstrou pouco interesse no mercado de capitais local.

Dentre os pontos que geraram incômodo ao Nubank em ter sua listagem no Brasil seria a regra de ter que divulgar os fatos relevantes localmente – e não apenas nos Estado Unidos –, além de regras mais restritas para a possibilidade de negociação de ações da empresa por diretores. “A SEC (órgão equivalente à CVM dos Estados Unidos) é mais flexível nesse tema”, explicou uma fonte. As regras, contudo, não mudaram, é eram de conhecimento do Nubank na época da abertura de capital.

David Vélez, fundador do Nubank: mudanças para o investidor brasileiro no banco digital Foto: Brendan McDermid/Reuters
continua após a publicidade

“O Nubank visa a maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis”, disse, em nota, a cofundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira.

O neobanco afirma ainda que a mudança não afeta seu compromisso de longo prazo com o Brasil e o mercado de capitais local, e lembra que empresas como Google, Tesla e Facebook têm BDRs de nível 1 por aqui. Todas essas empresas, contudo, não são brasileiras, nem têm o Brasil como o principal mercado.

No ano passado, ao longo do processo do IPO, uma das razões que convenceu a fintech a fazer a dupla listagem era a possibilidade de ficar mais próxima dos clientes.

continua após a publicidade

Conversão dos papéis: como vai funcionar

Os atuais detentores de BDRs do Nubank terão três opções: trocar os recibos por ações negociadas nos EUA; trocar o BDR de nível 3 por um novo, de nível 1; ou fazer a venda dos BDRs em Bolsa brasileira ou americana, a depender das aprovações, em processo de venda facilitado.

Para converter os BDRs em ações, o investidor precisa deter recibos suficientes. Cada BDR do Nubank equivale a um sexto de uma ação do neobanco listada em Nova York, proporção que será mantida na mudança de programa. Ou seja: o investidor precisará deter seis ou mais BDRs para aderir à opção, além de conta ativa em uma corretora nos EUA.

continua após a publicidade

Caso opte por receber os BDRs de nível 1, o investidor receberá um novo BDR para cada papel que atualmente detém. Os participantes do NuSócios receberão BDRs nível 1 via comissário mercantil.

NuSócios: criado para distribuir BDRs

continua após a publicidade

O Nubank abriu capital simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos, no fim do ano passado. A dupla listagem foi inédita no mercado brasileiro, e permitiu o lançamento do NuSócios, programa em que distribuiu BDRs gratuitamente a 7,5 milhões de clientes, de forma paralela à oferta dos recibos.

“Conseguimos criar uma das maiores iniciativas de inclusão financeira da história do Brasil: mais de 7,5 milhões de pessoas se tornaram investidores do mercado de ações”, afirmou Junqueira. “No ano passado, nosso plano nos desafiou a superar as complexidades de engenharia, financeiras e legais de uma listagem dupla, mas valeu a pena incluir nossos clientes na linha de partida do nosso ambicioso plano de longo prazo.”

Os clientes do NuSócios também poderão escolher entre a conversão e a venda de seus BDRs, antes do término do período específico de lock-up (proibição de venda) do programa, de acordo com o Nubank.

O Nubank, o maior banco digital do mundo, vai pedir à Bolsa brasileira, a B3, e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a conversão de seus papéis hoje listados no País (BDRs nível 3) em recibos de ações comuns (ou BDRs de nível 1). O movimento vem menos de um ano depois de o neobanco abrir seu capital, em uma das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla e inglês) mais badaladas do mundo.

Isso significa que a fintech deixará de ser listada diretamente no Brasil. A notícia chega como um balde de água fria para a Bolsa brasileira, visto que, à época, a oferta do Nubank foi comemorada pelo potencial que representaria para o futuro do mercado local. Ao tomar a decisão, o banco se equivale outras empresas ligadas ao mercado financeiro, como XP, Stone e PagSeguro – que são listadas apenas nos Estados Unidos desde seus IPOs.

Atualmente, o Nubank é uma companhia de capital aberto tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Agora, com a conversão de seus recibos, pedirá o fim do programa de BDRs de nível 3 e, posteriormente, o cancelamento de seu registro de emissora estrangeira de valores mobiliários da categoria A, que é tipo de registro que permite que a empresa emita ações e faça captações de recursos localmente. Os investidores brasileiros, apesar a mudança, seguirão com o mesmo acesso às ações do Nubank pela B3.

Segundo a fintech, o objetivo da mudança é maximizar a eficiência. Por ter dupla listagem, o Nubank precisa ter estruturas diferentes, para atender às normas específicas dos dois mercados. Uma fonte, que acompanhou o processo, afirmou ao Estadão que a fintech quis “fugir da burocracia do Brasil”. Outra disse que o interesse do Nubank sempre foi se listar fora e sempre demonstrou pouco interesse no mercado de capitais local.

Dentre os pontos que geraram incômodo ao Nubank em ter sua listagem no Brasil seria a regra de ter que divulgar os fatos relevantes localmente – e não apenas nos Estado Unidos –, além de regras mais restritas para a possibilidade de negociação de ações da empresa por diretores. “A SEC (órgão equivalente à CVM dos Estados Unidos) é mais flexível nesse tema”, explicou uma fonte. As regras, contudo, não mudaram, é eram de conhecimento do Nubank na época da abertura de capital.

David Vélez, fundador do Nubank: mudanças para o investidor brasileiro no banco digital Foto: Brendan McDermid/Reuters

“O Nubank visa a maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis”, disse, em nota, a cofundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira.

O neobanco afirma ainda que a mudança não afeta seu compromisso de longo prazo com o Brasil e o mercado de capitais local, e lembra que empresas como Google, Tesla e Facebook têm BDRs de nível 1 por aqui. Todas essas empresas, contudo, não são brasileiras, nem têm o Brasil como o principal mercado.

No ano passado, ao longo do processo do IPO, uma das razões que convenceu a fintech a fazer a dupla listagem era a possibilidade de ficar mais próxima dos clientes.

Conversão dos papéis: como vai funcionar

Os atuais detentores de BDRs do Nubank terão três opções: trocar os recibos por ações negociadas nos EUA; trocar o BDR de nível 3 por um novo, de nível 1; ou fazer a venda dos BDRs em Bolsa brasileira ou americana, a depender das aprovações, em processo de venda facilitado.

Para converter os BDRs em ações, o investidor precisa deter recibos suficientes. Cada BDR do Nubank equivale a um sexto de uma ação do neobanco listada em Nova York, proporção que será mantida na mudança de programa. Ou seja: o investidor precisará deter seis ou mais BDRs para aderir à opção, além de conta ativa em uma corretora nos EUA.

Caso opte por receber os BDRs de nível 1, o investidor receberá um novo BDR para cada papel que atualmente detém. Os participantes do NuSócios receberão BDRs nível 1 via comissário mercantil.

NuSócios: criado para distribuir BDRs

O Nubank abriu capital simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos, no fim do ano passado. A dupla listagem foi inédita no mercado brasileiro, e permitiu o lançamento do NuSócios, programa em que distribuiu BDRs gratuitamente a 7,5 milhões de clientes, de forma paralela à oferta dos recibos.

“Conseguimos criar uma das maiores iniciativas de inclusão financeira da história do Brasil: mais de 7,5 milhões de pessoas se tornaram investidores do mercado de ações”, afirmou Junqueira. “No ano passado, nosso plano nos desafiou a superar as complexidades de engenharia, financeiras e legais de uma listagem dupla, mas valeu a pena incluir nossos clientes na linha de partida do nosso ambicioso plano de longo prazo.”

Os clientes do NuSócios também poderão escolher entre a conversão e a venda de seus BDRs, antes do término do período específico de lock-up (proibição de venda) do programa, de acordo com o Nubank.

O Nubank, o maior banco digital do mundo, vai pedir à Bolsa brasileira, a B3, e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a conversão de seus papéis hoje listados no País (BDRs nível 3) em recibos de ações comuns (ou BDRs de nível 1). O movimento vem menos de um ano depois de o neobanco abrir seu capital, em uma das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla e inglês) mais badaladas do mundo.

Isso significa que a fintech deixará de ser listada diretamente no Brasil. A notícia chega como um balde de água fria para a Bolsa brasileira, visto que, à época, a oferta do Nubank foi comemorada pelo potencial que representaria para o futuro do mercado local. Ao tomar a decisão, o banco se equivale outras empresas ligadas ao mercado financeiro, como XP, Stone e PagSeguro – que são listadas apenas nos Estados Unidos desde seus IPOs.

Atualmente, o Nubank é uma companhia de capital aberto tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Agora, com a conversão de seus recibos, pedirá o fim do programa de BDRs de nível 3 e, posteriormente, o cancelamento de seu registro de emissora estrangeira de valores mobiliários da categoria A, que é tipo de registro que permite que a empresa emita ações e faça captações de recursos localmente. Os investidores brasileiros, apesar a mudança, seguirão com o mesmo acesso às ações do Nubank pela B3.

Segundo a fintech, o objetivo da mudança é maximizar a eficiência. Por ter dupla listagem, o Nubank precisa ter estruturas diferentes, para atender às normas específicas dos dois mercados. Uma fonte, que acompanhou o processo, afirmou ao Estadão que a fintech quis “fugir da burocracia do Brasil”. Outra disse que o interesse do Nubank sempre foi se listar fora e sempre demonstrou pouco interesse no mercado de capitais local.

Dentre os pontos que geraram incômodo ao Nubank em ter sua listagem no Brasil seria a regra de ter que divulgar os fatos relevantes localmente – e não apenas nos Estado Unidos –, além de regras mais restritas para a possibilidade de negociação de ações da empresa por diretores. “A SEC (órgão equivalente à CVM dos Estados Unidos) é mais flexível nesse tema”, explicou uma fonte. As regras, contudo, não mudaram, é eram de conhecimento do Nubank na época da abertura de capital.

David Vélez, fundador do Nubank: mudanças para o investidor brasileiro no banco digital Foto: Brendan McDermid/Reuters

“O Nubank visa a maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis”, disse, em nota, a cofundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira.

O neobanco afirma ainda que a mudança não afeta seu compromisso de longo prazo com o Brasil e o mercado de capitais local, e lembra que empresas como Google, Tesla e Facebook têm BDRs de nível 1 por aqui. Todas essas empresas, contudo, não são brasileiras, nem têm o Brasil como o principal mercado.

No ano passado, ao longo do processo do IPO, uma das razões que convenceu a fintech a fazer a dupla listagem era a possibilidade de ficar mais próxima dos clientes.

Conversão dos papéis: como vai funcionar

Os atuais detentores de BDRs do Nubank terão três opções: trocar os recibos por ações negociadas nos EUA; trocar o BDR de nível 3 por um novo, de nível 1; ou fazer a venda dos BDRs em Bolsa brasileira ou americana, a depender das aprovações, em processo de venda facilitado.

Para converter os BDRs em ações, o investidor precisa deter recibos suficientes. Cada BDR do Nubank equivale a um sexto de uma ação do neobanco listada em Nova York, proporção que será mantida na mudança de programa. Ou seja: o investidor precisará deter seis ou mais BDRs para aderir à opção, além de conta ativa em uma corretora nos EUA.

Caso opte por receber os BDRs de nível 1, o investidor receberá um novo BDR para cada papel que atualmente detém. Os participantes do NuSócios receberão BDRs nível 1 via comissário mercantil.

NuSócios: criado para distribuir BDRs

O Nubank abriu capital simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos, no fim do ano passado. A dupla listagem foi inédita no mercado brasileiro, e permitiu o lançamento do NuSócios, programa em que distribuiu BDRs gratuitamente a 7,5 milhões de clientes, de forma paralela à oferta dos recibos.

“Conseguimos criar uma das maiores iniciativas de inclusão financeira da história do Brasil: mais de 7,5 milhões de pessoas se tornaram investidores do mercado de ações”, afirmou Junqueira. “No ano passado, nosso plano nos desafiou a superar as complexidades de engenharia, financeiras e legais de uma listagem dupla, mas valeu a pena incluir nossos clientes na linha de partida do nosso ambicioso plano de longo prazo.”

Os clientes do NuSócios também poderão escolher entre a conversão e a venda de seus BDRs, antes do término do período específico de lock-up (proibição de venda) do programa, de acordo com o Nubank.

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.