RIO - O fundador e presidente do Nubank, David Vélez, disse nesta segunda-feira, 1, que o banco do futuro será completamente digital e que a empresa ainda está na primeira fase desse desenvolvimento. Segundo ele, o Nubank pretende ser uma porta de entrada para internet capaz de facilitar a vida da base de clientes, hoje 80 milhões de pessoas, com serviços que vão além do mundo financeiro.
Vélez foi um dos entrevistados na abertura do Web Summit Rio, evento de tecnologia e inovação que ocorre esta semana na capital fluminense. “O futuro bancário é certamente totalmente digital. Realmente não tem porque ter agências bancárias em todos os cantos no primeiro estágio desse desenvolvimento (tecnológico do setor)”, disse.
Segundo o executivo, outra percepção clara dentro do Nubank é que a realidade das plataformas de consumo vai mudar com o aprofundamento da inteligência artificial. “Cada vez menos as marcas serão a porta de entrada para a internet. Você efetivamente dividirá as empresas em dois estágios, as portas de entrada (gateways) para a Internet e as empresas proprietárias de seus ativos (base de dados e clientes)”, resumiu.
Segundo Vélez, no futuro as pessoas não irão ao site de uma agência de viagens, ou a um site de loja de sapatos para comprar produtos. Haverá uma espécie de portal que vai concentrar essas facilidades para oferecer à sua base de clientes.
“Queremos ser um desses gateways, que usa a grande base de clientes que temos, a marca que construímos para ajudar nossos clientes a resolver melhor seus problemas de serviços financeiros e outros problemas que possam ter”, disse Vélez.
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Desconcentração
Segundo o fundador do Nubank, a inteligência artificial, cada vez mais presente em um mundo dominado por smartphones, seguirá numa crescente no setor, que deve se especializar, com empresas fornecendo uma série de produtos e outras na retaguarda cuidando de poupanças, hipotecas e gestão de ativos.
Questionado sobre o avanço do Nubank no Brasil, onde está 75% da base de clientes da empresa, também presente no México e Colômbia, Vélez comemorou a desconcentração do setor. Em dez anos, disse, a participação de mercado dos cinco maiores bancos do País caiu de 85% para 70%.