O que é um superapp e por que bancos, varejistas e até o WhatsApp correm atrás de criar o seu


Empresas integram serviços financeiros e outras funcionalidades aos aplicativos em busca de conquistar clientes; especialistas afirmam que corrida por app único terá mais de um vencedor

Por Lucas Agrela
Atualização:

Criar um “superapp” é um sonho de muitas empresas, sejam elas de tecnologia, de varejo ou bancos. A tese é simples: ter um aplicativo capaz de atender a grande parte das necessidades do dia a dia, e lucrar com isso. O tema voltou à tona com a liberação do superapp do Itaú para todos os seus clientes.

Antes, apenas quem era correntista tinha acesso a facilidades como pagamento de débitos veiculares, recarga de celular, financiamentos, empréstimos ou compras de produtos em fornecedores parceiros. Na primeira fase de lançamento, 15 milhões de clientes ganharão o acesso ao app.

O superapp é uma tendência inspirada no mercado chinês. O aplicativo de mensagens WeChat é um dos mais emblemáticos. Além de ser a principal plataforma de mensagens entre as pessoas, como o WhatsApp é no Brasil, também realiza pagamentos. O WeChat passou a fazer pagamentos em 2013, por meio de uma carteira digital compatível com diversos cartões de crédito e débito. Depois, o aplicativo permitiu que vendedores criassem lojas virtuais ali dentro, transformando o local também em um espaço para compras.

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Os pagamentos entre pessoas, como o Pix, só chegaram depois que essa plataforma já tinha se tornado forte tanto em mensagens quanto em pagamentos para comércios online. Vieram, então, os pagamentos feitos a lojas físicas, em 2014. Em algumas cidades chinesas, o aplicativo do WeChat pode até pagar por passagens de transporte público.

Até 2027, a consultoria Gartner estima que mais de 50% da população mundial use vários superapps regularmente. Com isso, há uma corrida global pela criação de plataformas digitais capazes de resolver todo tipo de problema e dar acesso a comodidades em um só lugar. No Brasil, as varejistas e as instituições financeiras entraram nessa onda. Além de Itaú, BB, Nubank, Neon e MadeiraMadeira correm para deixar seus aplicativos cada vez mais robustos.

Itaú vai liberar superapp para clientes que não têm conta no banco Foto: SM2/Itaú
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No caso do BB, a instituição unifica em seu aplicativo acesso a todas as suas funcionalidades bancárias, como conta, cartões, financiamentos e investimentos, além de ter, desde 2020, uma área de shopping com ofertas de produtos que dão dinheiro de volta (cashback).

Em 2015, o banco foi o primeiro a oferecer a todos os seus clientes o recurso Minhas Finanças, solução de gestão de finanças pessoais usada hoje por mais de 9 milhões de clientes. A gestão de finanças pode ser feita tanto pelo app quanto pelo Whatsapp.

“O nosso objetivo é continuar expandindo a oferta de produtos e serviços que vão ao encontro da necessidade dos clientes com experiências, simples, paradigmáticas e seguras”, informou o BB, em nota.

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O banco digital Neon aposta na sua natureza digital para competir com os bancos tradicionais, deixando o seu superapp menos complexo e mais leve para os celulares dos consumidores por não ter problemas de legado tecnológico. Com isso, assim como os demais bancos, o Neon tem colocado novos serviços e melhorias no aplicativo.

“Nosso foco é proporcionar ao cliente brasileiro a melhor experiência possível, oferecendo o produto certo no momento certo. Para isso, investimos continuamente em Inteligência Artificial para personalizar e otimizar a jornada do usuário, além de integrar outros aplicativos ao nosso principal, ajudando os clientes a economizar tempo e dinheiro”, afirma o diretor de produtos do Neon, Wilton Pinheiro. O próximo passo é integrar o aplicativo Mei Fácil no Neon para facilitar a vida de quem tem uma microempresa.

No Nubank, a empresa tem integrado cada vez mais serviços ao seu aplicativo. Além de ferramentas para a gestão do dinheiro, há também opções de investimento, a possibilidade de quitar débitos de IPVA, um buscador de boletos ligados ao CPF do correntista e um shopping virtual que vende produtos ali mesmo ou no site de parceiros com cashback.

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Varejistas também entram na busca pela criação de um superapp, como a MadeiraMadeira. A loja especializada em móveis e revestimentos passou por uma reestruturação de time, cortando 10% da equipe para se tornar mais ágil, e almeja fechar o ano com 5 milhões de produtos à venda, mais do que o dobro dos 2 milhões disponíveis no começo deste ano. Fora isso, a startup quer consolidar a oferta de serviços ligados ao seu negócio, como montagens, limpezas diversas e instalação de piso. A integração dos serviços é o resultado da compra da plataforma IguanaFix, em 2022.

O vice-presidente de tecnologia da MadeiraMadeira, Felipe Toazza, conta que a companhia vê a medida como uma forma de ampliar o relacionamento com o cliente, o que pode ter impacto financeiro positivo. “Um dos grandes objetivos da empresa é a aquisição e fidelização do consumidor. Queremos fazer com que o consumidor entenda que por meio do aplicativo da MadeiraMadeira é possível resolver diversos problemas para a casa dele, seja na compra de produtos ou prestação de serviços.”

Consequentemente, diz ele, quando o consumidor for procurar um item para sua casa, seja um tapete, um armário, a empresa quer que ele busque diretamente o app da MadeiraMadeira em seu celular e encontre os produtos conforme sua necessidade.

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O Magazine Luiza também entrou na onda dos superapps. A varejista passou a oferecer aos seus clientes nos últimos anos serviços financeiros que incluem gestão de saldo de cashback de compras no seu comércio eletrônico e cartão de crédito. Uma adição recente foi a compra e venda de criptomoedas, como o Bitcoin.

Para lojistas que vendem produtos no seu aplicativo, ela também ofereceu empréstimos da categoria chamada antecipação de recebíveis. As iniciativas, entretanto, não foram o suficiente para evitar prejuízos ao negócio nos últimos anos, marcados pela escalada dos juros e pela redução do poder de compra dos consumidores.

Procurados, Magazine Luiza, BTG, Bradesco e Santander não comentaram sobre suas iniciativas de superapp.

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Entre as empresas globais que buscam criar os tais superapps está o WhatsApp, da Meta. O WhatsApp, além de ser uma plataforma de mensagens instantâneas, permite o envio de dinheiro entre pessoas e comércios, provê um aplicativo separado para que pequenas e médias empresas se comuniquem com seus clientes e também permite a criação de catálogos de produtos de lojas.

Uma das mudanças mais recentes foi a introdução das comunidades, que permitem aos donos enviar mensagens, imagens e links para todos os integrantes. Com isso, a plataforma reúne mensageria e serviços financeiros num só aplicativo.

Para o professor Diogo Cortiz, da PUC-SP e também pesquisador do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (NIC.br), a predominância de um único superapp no País é improvável. “A dinâmica que temos no Brasil facilita os dois caminhos possíveis, tanto a integração de serviços financeiros quanto a expansão de aplicativos que são originais do ramo financeiro.”

Por isso, diz ele, talvez a gente nunca tenha um grande superapp, porque teremos tantas opções, tantas facilidades vindo de fontes diferentes, que isso acabará pulverizando um pouco mais as possibilidades desse desenvolvimento tecnológico, principalmente a partir do serviço financeiro. “O que vejo como mais natural no Brasil é que os aplicativos consolidados em áreas específicas tentem se envolver e expandir suas funcionalidades para o segmento financeiro.”

Criar um “superapp” é um sonho de muitas empresas, sejam elas de tecnologia, de varejo ou bancos. A tese é simples: ter um aplicativo capaz de atender a grande parte das necessidades do dia a dia, e lucrar com isso. O tema voltou à tona com a liberação do superapp do Itaú para todos os seus clientes.

Antes, apenas quem era correntista tinha acesso a facilidades como pagamento de débitos veiculares, recarga de celular, financiamentos, empréstimos ou compras de produtos em fornecedores parceiros. Na primeira fase de lançamento, 15 milhões de clientes ganharão o acesso ao app.

O superapp é uma tendência inspirada no mercado chinês. O aplicativo de mensagens WeChat é um dos mais emblemáticos. Além de ser a principal plataforma de mensagens entre as pessoas, como o WhatsApp é no Brasil, também realiza pagamentos. O WeChat passou a fazer pagamentos em 2013, por meio de uma carteira digital compatível com diversos cartões de crédito e débito. Depois, o aplicativo permitiu que vendedores criassem lojas virtuais ali dentro, transformando o local também em um espaço para compras.

Os pagamentos entre pessoas, como o Pix, só chegaram depois que essa plataforma já tinha se tornado forte tanto em mensagens quanto em pagamentos para comércios online. Vieram, então, os pagamentos feitos a lojas físicas, em 2014. Em algumas cidades chinesas, o aplicativo do WeChat pode até pagar por passagens de transporte público.

Até 2027, a consultoria Gartner estima que mais de 50% da população mundial use vários superapps regularmente. Com isso, há uma corrida global pela criação de plataformas digitais capazes de resolver todo tipo de problema e dar acesso a comodidades em um só lugar. No Brasil, as varejistas e as instituições financeiras entraram nessa onda. Além de Itaú, BB, Nubank, Neon e MadeiraMadeira correm para deixar seus aplicativos cada vez mais robustos.

Itaú vai liberar superapp para clientes que não têm conta no banco Foto: SM2/Itaú

No caso do BB, a instituição unifica em seu aplicativo acesso a todas as suas funcionalidades bancárias, como conta, cartões, financiamentos e investimentos, além de ter, desde 2020, uma área de shopping com ofertas de produtos que dão dinheiro de volta (cashback).

Em 2015, o banco foi o primeiro a oferecer a todos os seus clientes o recurso Minhas Finanças, solução de gestão de finanças pessoais usada hoje por mais de 9 milhões de clientes. A gestão de finanças pode ser feita tanto pelo app quanto pelo Whatsapp.

“O nosso objetivo é continuar expandindo a oferta de produtos e serviços que vão ao encontro da necessidade dos clientes com experiências, simples, paradigmáticas e seguras”, informou o BB, em nota.

O banco digital Neon aposta na sua natureza digital para competir com os bancos tradicionais, deixando o seu superapp menos complexo e mais leve para os celulares dos consumidores por não ter problemas de legado tecnológico. Com isso, assim como os demais bancos, o Neon tem colocado novos serviços e melhorias no aplicativo.

“Nosso foco é proporcionar ao cliente brasileiro a melhor experiência possível, oferecendo o produto certo no momento certo. Para isso, investimos continuamente em Inteligência Artificial para personalizar e otimizar a jornada do usuário, além de integrar outros aplicativos ao nosso principal, ajudando os clientes a economizar tempo e dinheiro”, afirma o diretor de produtos do Neon, Wilton Pinheiro. O próximo passo é integrar o aplicativo Mei Fácil no Neon para facilitar a vida de quem tem uma microempresa.

No Nubank, a empresa tem integrado cada vez mais serviços ao seu aplicativo. Além de ferramentas para a gestão do dinheiro, há também opções de investimento, a possibilidade de quitar débitos de IPVA, um buscador de boletos ligados ao CPF do correntista e um shopping virtual que vende produtos ali mesmo ou no site de parceiros com cashback.

Varejistas também entram na busca pela criação de um superapp, como a MadeiraMadeira. A loja especializada em móveis e revestimentos passou por uma reestruturação de time, cortando 10% da equipe para se tornar mais ágil, e almeja fechar o ano com 5 milhões de produtos à venda, mais do que o dobro dos 2 milhões disponíveis no começo deste ano. Fora isso, a startup quer consolidar a oferta de serviços ligados ao seu negócio, como montagens, limpezas diversas e instalação de piso. A integração dos serviços é o resultado da compra da plataforma IguanaFix, em 2022.

O vice-presidente de tecnologia da MadeiraMadeira, Felipe Toazza, conta que a companhia vê a medida como uma forma de ampliar o relacionamento com o cliente, o que pode ter impacto financeiro positivo. “Um dos grandes objetivos da empresa é a aquisição e fidelização do consumidor. Queremos fazer com que o consumidor entenda que por meio do aplicativo da MadeiraMadeira é possível resolver diversos problemas para a casa dele, seja na compra de produtos ou prestação de serviços.”

Consequentemente, diz ele, quando o consumidor for procurar um item para sua casa, seja um tapete, um armário, a empresa quer que ele busque diretamente o app da MadeiraMadeira em seu celular e encontre os produtos conforme sua necessidade.

O Magazine Luiza também entrou na onda dos superapps. A varejista passou a oferecer aos seus clientes nos últimos anos serviços financeiros que incluem gestão de saldo de cashback de compras no seu comércio eletrônico e cartão de crédito. Uma adição recente foi a compra e venda de criptomoedas, como o Bitcoin.

Para lojistas que vendem produtos no seu aplicativo, ela também ofereceu empréstimos da categoria chamada antecipação de recebíveis. As iniciativas, entretanto, não foram o suficiente para evitar prejuízos ao negócio nos últimos anos, marcados pela escalada dos juros e pela redução do poder de compra dos consumidores.

Procurados, Magazine Luiza, BTG, Bradesco e Santander não comentaram sobre suas iniciativas de superapp.

Entre as empresas globais que buscam criar os tais superapps está o WhatsApp, da Meta. O WhatsApp, além de ser uma plataforma de mensagens instantâneas, permite o envio de dinheiro entre pessoas e comércios, provê um aplicativo separado para que pequenas e médias empresas se comuniquem com seus clientes e também permite a criação de catálogos de produtos de lojas.

Uma das mudanças mais recentes foi a introdução das comunidades, que permitem aos donos enviar mensagens, imagens e links para todos os integrantes. Com isso, a plataforma reúne mensageria e serviços financeiros num só aplicativo.

Para o professor Diogo Cortiz, da PUC-SP e também pesquisador do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (NIC.br), a predominância de um único superapp no País é improvável. “A dinâmica que temos no Brasil facilita os dois caminhos possíveis, tanto a integração de serviços financeiros quanto a expansão de aplicativos que são originais do ramo financeiro.”

Por isso, diz ele, talvez a gente nunca tenha um grande superapp, porque teremos tantas opções, tantas facilidades vindo de fontes diferentes, que isso acabará pulverizando um pouco mais as possibilidades desse desenvolvimento tecnológico, principalmente a partir do serviço financeiro. “O que vejo como mais natural no Brasil é que os aplicativos consolidados em áreas específicas tentem se envolver e expandir suas funcionalidades para o segmento financeiro.”

Criar um “superapp” é um sonho de muitas empresas, sejam elas de tecnologia, de varejo ou bancos. A tese é simples: ter um aplicativo capaz de atender a grande parte das necessidades do dia a dia, e lucrar com isso. O tema voltou à tona com a liberação do superapp do Itaú para todos os seus clientes.

Antes, apenas quem era correntista tinha acesso a facilidades como pagamento de débitos veiculares, recarga de celular, financiamentos, empréstimos ou compras de produtos em fornecedores parceiros. Na primeira fase de lançamento, 15 milhões de clientes ganharão o acesso ao app.

O superapp é uma tendência inspirada no mercado chinês. O aplicativo de mensagens WeChat é um dos mais emblemáticos. Além de ser a principal plataforma de mensagens entre as pessoas, como o WhatsApp é no Brasil, também realiza pagamentos. O WeChat passou a fazer pagamentos em 2013, por meio de uma carteira digital compatível com diversos cartões de crédito e débito. Depois, o aplicativo permitiu que vendedores criassem lojas virtuais ali dentro, transformando o local também em um espaço para compras.

Os pagamentos entre pessoas, como o Pix, só chegaram depois que essa plataforma já tinha se tornado forte tanto em mensagens quanto em pagamentos para comércios online. Vieram, então, os pagamentos feitos a lojas físicas, em 2014. Em algumas cidades chinesas, o aplicativo do WeChat pode até pagar por passagens de transporte público.

Até 2027, a consultoria Gartner estima que mais de 50% da população mundial use vários superapps regularmente. Com isso, há uma corrida global pela criação de plataformas digitais capazes de resolver todo tipo de problema e dar acesso a comodidades em um só lugar. No Brasil, as varejistas e as instituições financeiras entraram nessa onda. Além de Itaú, BB, Nubank, Neon e MadeiraMadeira correm para deixar seus aplicativos cada vez mais robustos.

Itaú vai liberar superapp para clientes que não têm conta no banco Foto: SM2/Itaú

No caso do BB, a instituição unifica em seu aplicativo acesso a todas as suas funcionalidades bancárias, como conta, cartões, financiamentos e investimentos, além de ter, desde 2020, uma área de shopping com ofertas de produtos que dão dinheiro de volta (cashback).

Em 2015, o banco foi o primeiro a oferecer a todos os seus clientes o recurso Minhas Finanças, solução de gestão de finanças pessoais usada hoje por mais de 9 milhões de clientes. A gestão de finanças pode ser feita tanto pelo app quanto pelo Whatsapp.

“O nosso objetivo é continuar expandindo a oferta de produtos e serviços que vão ao encontro da necessidade dos clientes com experiências, simples, paradigmáticas e seguras”, informou o BB, em nota.

O banco digital Neon aposta na sua natureza digital para competir com os bancos tradicionais, deixando o seu superapp menos complexo e mais leve para os celulares dos consumidores por não ter problemas de legado tecnológico. Com isso, assim como os demais bancos, o Neon tem colocado novos serviços e melhorias no aplicativo.

“Nosso foco é proporcionar ao cliente brasileiro a melhor experiência possível, oferecendo o produto certo no momento certo. Para isso, investimos continuamente em Inteligência Artificial para personalizar e otimizar a jornada do usuário, além de integrar outros aplicativos ao nosso principal, ajudando os clientes a economizar tempo e dinheiro”, afirma o diretor de produtos do Neon, Wilton Pinheiro. O próximo passo é integrar o aplicativo Mei Fácil no Neon para facilitar a vida de quem tem uma microempresa.

No Nubank, a empresa tem integrado cada vez mais serviços ao seu aplicativo. Além de ferramentas para a gestão do dinheiro, há também opções de investimento, a possibilidade de quitar débitos de IPVA, um buscador de boletos ligados ao CPF do correntista e um shopping virtual que vende produtos ali mesmo ou no site de parceiros com cashback.

Varejistas também entram na busca pela criação de um superapp, como a MadeiraMadeira. A loja especializada em móveis e revestimentos passou por uma reestruturação de time, cortando 10% da equipe para se tornar mais ágil, e almeja fechar o ano com 5 milhões de produtos à venda, mais do que o dobro dos 2 milhões disponíveis no começo deste ano. Fora isso, a startup quer consolidar a oferta de serviços ligados ao seu negócio, como montagens, limpezas diversas e instalação de piso. A integração dos serviços é o resultado da compra da plataforma IguanaFix, em 2022.

O vice-presidente de tecnologia da MadeiraMadeira, Felipe Toazza, conta que a companhia vê a medida como uma forma de ampliar o relacionamento com o cliente, o que pode ter impacto financeiro positivo. “Um dos grandes objetivos da empresa é a aquisição e fidelização do consumidor. Queremos fazer com que o consumidor entenda que por meio do aplicativo da MadeiraMadeira é possível resolver diversos problemas para a casa dele, seja na compra de produtos ou prestação de serviços.”

Consequentemente, diz ele, quando o consumidor for procurar um item para sua casa, seja um tapete, um armário, a empresa quer que ele busque diretamente o app da MadeiraMadeira em seu celular e encontre os produtos conforme sua necessidade.

O Magazine Luiza também entrou na onda dos superapps. A varejista passou a oferecer aos seus clientes nos últimos anos serviços financeiros que incluem gestão de saldo de cashback de compras no seu comércio eletrônico e cartão de crédito. Uma adição recente foi a compra e venda de criptomoedas, como o Bitcoin.

Para lojistas que vendem produtos no seu aplicativo, ela também ofereceu empréstimos da categoria chamada antecipação de recebíveis. As iniciativas, entretanto, não foram o suficiente para evitar prejuízos ao negócio nos últimos anos, marcados pela escalada dos juros e pela redução do poder de compra dos consumidores.

Procurados, Magazine Luiza, BTG, Bradesco e Santander não comentaram sobre suas iniciativas de superapp.

Entre as empresas globais que buscam criar os tais superapps está o WhatsApp, da Meta. O WhatsApp, além de ser uma plataforma de mensagens instantâneas, permite o envio de dinheiro entre pessoas e comércios, provê um aplicativo separado para que pequenas e médias empresas se comuniquem com seus clientes e também permite a criação de catálogos de produtos de lojas.

Uma das mudanças mais recentes foi a introdução das comunidades, que permitem aos donos enviar mensagens, imagens e links para todos os integrantes. Com isso, a plataforma reúne mensageria e serviços financeiros num só aplicativo.

Para o professor Diogo Cortiz, da PUC-SP e também pesquisador do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (NIC.br), a predominância de um único superapp no País é improvável. “A dinâmica que temos no Brasil facilita os dois caminhos possíveis, tanto a integração de serviços financeiros quanto a expansão de aplicativos que são originais do ramo financeiro.”

Por isso, diz ele, talvez a gente nunca tenha um grande superapp, porque teremos tantas opções, tantas facilidades vindo de fontes diferentes, que isso acabará pulverizando um pouco mais as possibilidades desse desenvolvimento tecnológico, principalmente a partir do serviço financeiro. “O que vejo como mais natural no Brasil é que os aplicativos consolidados em áreas específicas tentem se envolver e expandir suas funcionalidades para o segmento financeiro.”

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