Otimismo exagerado é principal barreira de ação contra mudanças climáticas, aponta pesquisa


Levantamento também indica falta de informação e de esperança como atitudes limitadoras; para especialistas, melhor estratégia para as empresas é entranhar sustentabilidade em sua cultura

Por Luis Filipe Santos

O otimismo exagerado de que será possível evitar as piores consequências das mudanças climáticas é a principal barreira para uma ação decisiva contra elas, aponta a pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” (Inteligência Social para a Ação Climática, em tradução livre) realizada pela consultoria Capgemini, em parceria com a empresa de tecnologia Dassault Systemes e a startup de análise de dados Bloom.

O levantamento, feito a partir de coletas de dados nas redes sociais, também apontou outras quatro barreiras relevantes: falta de informação, medo de consequências ruins das ações ambientais, delegação de autoridade e falta de esperança.

A pesquisa foi feita com dados da internet em língua inglesa, por meio de plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e X (antigo Twitter). A ideia foi chegar ao máximo de países e regiões do globo e captar os sentimentos e o vocabulário utilizados pelas pessoas para falar sobre o tema. Foram analisados mais de 480 milhões de ações e engajamentos, de 330 milhões de pessoas, em 14 milhões de documentos agregados sobre as mudanças climáticas.

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Entre as principais descobertas, estão as de que as preocupações ambientais aparecem em diversos países — embora, pelas limitações da pesquisa, as nações de língua inglesa tenham aparecido mais. Também foi indicado que o grupo mais jovem a participar, entre 16 e 34 anos, é o mais engajado no tema, e que as pessoas estão prestando atenção na comunicação das empresas.

Atualmente, a grande maioria das pessoas confia nas companhias — apenas 3% acredita que elas comunicam demais sobre sustentabilidade sem causar um impacto realmente positivo. É necessário que haja honestidade, para evitar que essa parcela venha a aumentar. Por outro lado, cerca de 30% das interações sobre as mudanças climáticas são negativas, percentual considerado alto e que demonstra que o tema também sofre com a polarização.

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Cinco barreiras

Nos posts, a principal conclusão foi a identificação das cinco barreiras, com destaque para o otimismo exagerado. “É um otimismo até por falta de informação, impensado, quando você está cego e não vê a realidade”, avalia Emanuel Queiroz, diretor de sustentabilidade da Capgemini no Brasil.

O relatório cita o perigo do “greenwashing”, quando as empresas vendem como sustentável uma ação ou produto que não tem efeito ou é prejudicial; o tecno-otimismo, uma aposta de que novas tecnologias irão solucionar o problema, e a utilização de ideias antigas em vez de buscar novas soluções.

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Na sequência, a própria falta de informações aparece como uma barreira relevante, que leva à falta de confiança e causa a sensação de falta de poder entre as pessoas.

“A situação é agravada pelos principais afetados pela crise climática muitas vezes não terem como fazer sua voz chegar ao mundo todo”, afirma Queiroz. Segundo ele, como os mais afetados são principalmente os mais pobres e moradores de países considerados periféricos, muitas vezes eles não falam línguas como o inglês e suas histórias são mais difíceis de serem compartilhadas.

Garantir acesso à informação de qualidade pode evitar tanto o otimismo exagerado quanto a falta de esperança para lutar contra mudanças climáticas Foto: Pixabay
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O medo de consequências ruins das ações ambientais é outro obstáculo para a ação. Mais regulações podem complicar o mercado para pequenas e médias empresas, e trabalhadores de setores como os de produção de combustíveis fósseis podem perder os empregos — assim, se torna necessário um plano que garanta recolocação profissional e que as necessidades básicas desses indivíduos e suas famílias sejam atendidas.

A delegação de autoridade é uma atitude na qual os cidadãos deixam apenas a cargo das empresas e governos tomarem atitudes para conter a crise climática. Contudo, a participação das pessoas comuns também é possível e necessária para evitar as piores consequências. “O poder individual menor é potencializado pelo poder coletivo”, cita Queiroz, destacando os boicotes como uma forma de ação. Outras, como protestos e ações judiciais, também são possíveis.

Por fim, a falta de esperança leva a pensamentos como “para que agir, se será impossível evitar?”. Assim como seu “oposto”, o otimismo exagerado, a solução é fornecer informações corretas para demonstrar que ainda há possibilidade de evitar o pior. “Uma via é abrir fóruns de discussão, desde que baseado em dados reais, em informações concretas”, diz Queiroz. Ele menciona ainda que, apesar do otimismo aparecer mais na crise climática, a falta de esperança predomina ao se tratar da erradicação da pobreza.

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Empresas

Outro estudo da Capgemini, o Climate Tech, lançado em abril, aponta que a maioria das empresas ainda não vê a pauta ambiental como uma chance de investimento, e sim como um gasto. Apenas 21% dos executivos concordam com a afirmação de que “os argumentos econômicos a favor da sustentabilidade são claros”, e para 53%, as iniciativas de sustentabilidade são um encargo financeiro que tem de ser suportado para fazer negócios, ao comentar sobre o hidrogênio verde.

Apenas 11% das organizações foram classificadas como sustentáveis, mas dentre estas, a margem de lucro líquido foi 9% maior em comparação com a média, e 83% tiveram receitas mais elevadas por empregado em comparação com a média. “Temos que apresentar business cases que fogem dos tradicionais”, comenta Queiroz. Ele alerta que o custo de uma empresa não se preocupar com a sustentabilidade, no futuro, é ir à falência.

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“Hoje, as empresas não aplicam a sustentabilidade na estratégia de crescimento como um todo, tem apenas iniciativas no marketing, na comunicação com a sociedade. Enquanto não levar como um pilar da estratégia de crescimento, não vai trazer retorno”, projeta o especialista da Capgemini.

A melhor estratégia para conseguir isso é entranhar a sustentabilidade na cultura da empresa, desde os mais altos cargos, que devem ter suas remunerações e bônus atrelados ao resultado alcançado no tema, até o operacional. Contratar funcionários com habilidades relacionadas a temas ambientais é um passo, assim como treinar os que já estão na empresa. Criar um portal colaborativo ajuda.

A pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” aponta ainda outras ações possíveis: transmitir as mensagens corporativas de forma eficiente e sem greenwashing, lidar também com as ações sociais, e assumir responsabilidades. “Não adianta um setor empurrar a responsabilidade para outro”, adverte Queiroz. Mesmo para as empresas brasileiras, há oportunidades — o Brasil pode ser um grande solucionador de questões ambientais e climáticas, devido aos seus recursos naturais e expertise no assunto.

O otimismo exagerado de que será possível evitar as piores consequências das mudanças climáticas é a principal barreira para uma ação decisiva contra elas, aponta a pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” (Inteligência Social para a Ação Climática, em tradução livre) realizada pela consultoria Capgemini, em parceria com a empresa de tecnologia Dassault Systemes e a startup de análise de dados Bloom.

O levantamento, feito a partir de coletas de dados nas redes sociais, também apontou outras quatro barreiras relevantes: falta de informação, medo de consequências ruins das ações ambientais, delegação de autoridade e falta de esperança.

A pesquisa foi feita com dados da internet em língua inglesa, por meio de plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e X (antigo Twitter). A ideia foi chegar ao máximo de países e regiões do globo e captar os sentimentos e o vocabulário utilizados pelas pessoas para falar sobre o tema. Foram analisados mais de 480 milhões de ações e engajamentos, de 330 milhões de pessoas, em 14 milhões de documentos agregados sobre as mudanças climáticas.

Entre as principais descobertas, estão as de que as preocupações ambientais aparecem em diversos países — embora, pelas limitações da pesquisa, as nações de língua inglesa tenham aparecido mais. Também foi indicado que o grupo mais jovem a participar, entre 16 e 34 anos, é o mais engajado no tema, e que as pessoas estão prestando atenção na comunicação das empresas.

Atualmente, a grande maioria das pessoas confia nas companhias — apenas 3% acredita que elas comunicam demais sobre sustentabilidade sem causar um impacto realmente positivo. É necessário que haja honestidade, para evitar que essa parcela venha a aumentar. Por outro lado, cerca de 30% das interações sobre as mudanças climáticas são negativas, percentual considerado alto e que demonstra que o tema também sofre com a polarização.

Cinco barreiras

Nos posts, a principal conclusão foi a identificação das cinco barreiras, com destaque para o otimismo exagerado. “É um otimismo até por falta de informação, impensado, quando você está cego e não vê a realidade”, avalia Emanuel Queiroz, diretor de sustentabilidade da Capgemini no Brasil.

O relatório cita o perigo do “greenwashing”, quando as empresas vendem como sustentável uma ação ou produto que não tem efeito ou é prejudicial; o tecno-otimismo, uma aposta de que novas tecnologias irão solucionar o problema, e a utilização de ideias antigas em vez de buscar novas soluções.

Na sequência, a própria falta de informações aparece como uma barreira relevante, que leva à falta de confiança e causa a sensação de falta de poder entre as pessoas.

“A situação é agravada pelos principais afetados pela crise climática muitas vezes não terem como fazer sua voz chegar ao mundo todo”, afirma Queiroz. Segundo ele, como os mais afetados são principalmente os mais pobres e moradores de países considerados periféricos, muitas vezes eles não falam línguas como o inglês e suas histórias são mais difíceis de serem compartilhadas.

Garantir acesso à informação de qualidade pode evitar tanto o otimismo exagerado quanto a falta de esperança para lutar contra mudanças climáticas Foto: Pixabay

O medo de consequências ruins das ações ambientais é outro obstáculo para a ação. Mais regulações podem complicar o mercado para pequenas e médias empresas, e trabalhadores de setores como os de produção de combustíveis fósseis podem perder os empregos — assim, se torna necessário um plano que garanta recolocação profissional e que as necessidades básicas desses indivíduos e suas famílias sejam atendidas.

A delegação de autoridade é uma atitude na qual os cidadãos deixam apenas a cargo das empresas e governos tomarem atitudes para conter a crise climática. Contudo, a participação das pessoas comuns também é possível e necessária para evitar as piores consequências. “O poder individual menor é potencializado pelo poder coletivo”, cita Queiroz, destacando os boicotes como uma forma de ação. Outras, como protestos e ações judiciais, também são possíveis.

Por fim, a falta de esperança leva a pensamentos como “para que agir, se será impossível evitar?”. Assim como seu “oposto”, o otimismo exagerado, a solução é fornecer informações corretas para demonstrar que ainda há possibilidade de evitar o pior. “Uma via é abrir fóruns de discussão, desde que baseado em dados reais, em informações concretas”, diz Queiroz. Ele menciona ainda que, apesar do otimismo aparecer mais na crise climática, a falta de esperança predomina ao se tratar da erradicação da pobreza.

Empresas

Outro estudo da Capgemini, o Climate Tech, lançado em abril, aponta que a maioria das empresas ainda não vê a pauta ambiental como uma chance de investimento, e sim como um gasto. Apenas 21% dos executivos concordam com a afirmação de que “os argumentos econômicos a favor da sustentabilidade são claros”, e para 53%, as iniciativas de sustentabilidade são um encargo financeiro que tem de ser suportado para fazer negócios, ao comentar sobre o hidrogênio verde.

Apenas 11% das organizações foram classificadas como sustentáveis, mas dentre estas, a margem de lucro líquido foi 9% maior em comparação com a média, e 83% tiveram receitas mais elevadas por empregado em comparação com a média. “Temos que apresentar business cases que fogem dos tradicionais”, comenta Queiroz. Ele alerta que o custo de uma empresa não se preocupar com a sustentabilidade, no futuro, é ir à falência.

“Hoje, as empresas não aplicam a sustentabilidade na estratégia de crescimento como um todo, tem apenas iniciativas no marketing, na comunicação com a sociedade. Enquanto não levar como um pilar da estratégia de crescimento, não vai trazer retorno”, projeta o especialista da Capgemini.

A melhor estratégia para conseguir isso é entranhar a sustentabilidade na cultura da empresa, desde os mais altos cargos, que devem ter suas remunerações e bônus atrelados ao resultado alcançado no tema, até o operacional. Contratar funcionários com habilidades relacionadas a temas ambientais é um passo, assim como treinar os que já estão na empresa. Criar um portal colaborativo ajuda.

A pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” aponta ainda outras ações possíveis: transmitir as mensagens corporativas de forma eficiente e sem greenwashing, lidar também com as ações sociais, e assumir responsabilidades. “Não adianta um setor empurrar a responsabilidade para outro”, adverte Queiroz. Mesmo para as empresas brasileiras, há oportunidades — o Brasil pode ser um grande solucionador de questões ambientais e climáticas, devido aos seus recursos naturais e expertise no assunto.

O otimismo exagerado de que será possível evitar as piores consequências das mudanças climáticas é a principal barreira para uma ação decisiva contra elas, aponta a pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” (Inteligência Social para a Ação Climática, em tradução livre) realizada pela consultoria Capgemini, em parceria com a empresa de tecnologia Dassault Systemes e a startup de análise de dados Bloom.

O levantamento, feito a partir de coletas de dados nas redes sociais, também apontou outras quatro barreiras relevantes: falta de informação, medo de consequências ruins das ações ambientais, delegação de autoridade e falta de esperança.

A pesquisa foi feita com dados da internet em língua inglesa, por meio de plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e X (antigo Twitter). A ideia foi chegar ao máximo de países e regiões do globo e captar os sentimentos e o vocabulário utilizados pelas pessoas para falar sobre o tema. Foram analisados mais de 480 milhões de ações e engajamentos, de 330 milhões de pessoas, em 14 milhões de documentos agregados sobre as mudanças climáticas.

Entre as principais descobertas, estão as de que as preocupações ambientais aparecem em diversos países — embora, pelas limitações da pesquisa, as nações de língua inglesa tenham aparecido mais. Também foi indicado que o grupo mais jovem a participar, entre 16 e 34 anos, é o mais engajado no tema, e que as pessoas estão prestando atenção na comunicação das empresas.

Atualmente, a grande maioria das pessoas confia nas companhias — apenas 3% acredita que elas comunicam demais sobre sustentabilidade sem causar um impacto realmente positivo. É necessário que haja honestidade, para evitar que essa parcela venha a aumentar. Por outro lado, cerca de 30% das interações sobre as mudanças climáticas são negativas, percentual considerado alto e que demonstra que o tema também sofre com a polarização.

Cinco barreiras

Nos posts, a principal conclusão foi a identificação das cinco barreiras, com destaque para o otimismo exagerado. “É um otimismo até por falta de informação, impensado, quando você está cego e não vê a realidade”, avalia Emanuel Queiroz, diretor de sustentabilidade da Capgemini no Brasil.

O relatório cita o perigo do “greenwashing”, quando as empresas vendem como sustentável uma ação ou produto que não tem efeito ou é prejudicial; o tecno-otimismo, uma aposta de que novas tecnologias irão solucionar o problema, e a utilização de ideias antigas em vez de buscar novas soluções.

Na sequência, a própria falta de informações aparece como uma barreira relevante, que leva à falta de confiança e causa a sensação de falta de poder entre as pessoas.

“A situação é agravada pelos principais afetados pela crise climática muitas vezes não terem como fazer sua voz chegar ao mundo todo”, afirma Queiroz. Segundo ele, como os mais afetados são principalmente os mais pobres e moradores de países considerados periféricos, muitas vezes eles não falam línguas como o inglês e suas histórias são mais difíceis de serem compartilhadas.

Garantir acesso à informação de qualidade pode evitar tanto o otimismo exagerado quanto a falta de esperança para lutar contra mudanças climáticas Foto: Pixabay

O medo de consequências ruins das ações ambientais é outro obstáculo para a ação. Mais regulações podem complicar o mercado para pequenas e médias empresas, e trabalhadores de setores como os de produção de combustíveis fósseis podem perder os empregos — assim, se torna necessário um plano que garanta recolocação profissional e que as necessidades básicas desses indivíduos e suas famílias sejam atendidas.

A delegação de autoridade é uma atitude na qual os cidadãos deixam apenas a cargo das empresas e governos tomarem atitudes para conter a crise climática. Contudo, a participação das pessoas comuns também é possível e necessária para evitar as piores consequências. “O poder individual menor é potencializado pelo poder coletivo”, cita Queiroz, destacando os boicotes como uma forma de ação. Outras, como protestos e ações judiciais, também são possíveis.

Por fim, a falta de esperança leva a pensamentos como “para que agir, se será impossível evitar?”. Assim como seu “oposto”, o otimismo exagerado, a solução é fornecer informações corretas para demonstrar que ainda há possibilidade de evitar o pior. “Uma via é abrir fóruns de discussão, desde que baseado em dados reais, em informações concretas”, diz Queiroz. Ele menciona ainda que, apesar do otimismo aparecer mais na crise climática, a falta de esperança predomina ao se tratar da erradicação da pobreza.

Empresas

Outro estudo da Capgemini, o Climate Tech, lançado em abril, aponta que a maioria das empresas ainda não vê a pauta ambiental como uma chance de investimento, e sim como um gasto. Apenas 21% dos executivos concordam com a afirmação de que “os argumentos econômicos a favor da sustentabilidade são claros”, e para 53%, as iniciativas de sustentabilidade são um encargo financeiro que tem de ser suportado para fazer negócios, ao comentar sobre o hidrogênio verde.

Apenas 11% das organizações foram classificadas como sustentáveis, mas dentre estas, a margem de lucro líquido foi 9% maior em comparação com a média, e 83% tiveram receitas mais elevadas por empregado em comparação com a média. “Temos que apresentar business cases que fogem dos tradicionais”, comenta Queiroz. Ele alerta que o custo de uma empresa não se preocupar com a sustentabilidade, no futuro, é ir à falência.

“Hoje, as empresas não aplicam a sustentabilidade na estratégia de crescimento como um todo, tem apenas iniciativas no marketing, na comunicação com a sociedade. Enquanto não levar como um pilar da estratégia de crescimento, não vai trazer retorno”, projeta o especialista da Capgemini.

A melhor estratégia para conseguir isso é entranhar a sustentabilidade na cultura da empresa, desde os mais altos cargos, que devem ter suas remunerações e bônus atrelados ao resultado alcançado no tema, até o operacional. Contratar funcionários com habilidades relacionadas a temas ambientais é um passo, assim como treinar os que já estão na empresa. Criar um portal colaborativo ajuda.

A pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” aponta ainda outras ações possíveis: transmitir as mensagens corporativas de forma eficiente e sem greenwashing, lidar também com as ações sociais, e assumir responsabilidades. “Não adianta um setor empurrar a responsabilidade para outro”, adverte Queiroz. Mesmo para as empresas brasileiras, há oportunidades — o Brasil pode ser um grande solucionador de questões ambientais e climáticas, devido aos seus recursos naturais e expertise no assunto.

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