RIO - A Petrobras concluiu a segunda fase dos testes de voo com drones para plataformas de óleo e gás, uma das tecnologias que devem ser incorporadas no futuro para reduzir custos e dar agilidade às operações.
Desta vez, as aeronaves remotamente pilotadas (RPA, na sigla em inglês) dividiram o espaço aéreo com aeronaves tripuladas, que fazem os trajetos diariamente. Foram sete voos de longa distância, feitos com o mesmo modelo de drone, nos primeiros dias de novembro. Uma terceira fase de testes está programada para o primeiro semestre de 2025.
“Nessa operação o drone voou em um nível acima dos helicópteros, usando um espaço aéreo significativamente reduzido. Em determinados momentos, a Bacia de Campos contava com 20 aeronaves em rota. Foi diferente dos voos tradicionais de RPA, que costumam ocorrer abaixo das aeronaves tripuladas com um espaço aéreo exclusivo “, detalhou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.
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Tecnologia servirá para reduzir custos e dar agilidade às operações para cargas e monitoramento em plataformas
Carga e monitoramento
A ideia, disse o executivo, é que esses drones, ora movidos a gasolina de aviação, transportem cargas para uso de rotina nas unidades marítimas ou sejam aplicados no monitoramento das estruturas, operações e condições ambientais, sobretudo noturno, por meio de câmeras neles instaladas.
As RPA podem transportar cargas a distâncias de até 200 quilômetros em velocidade seis vezes maior que a atual, detalhou a Petrobras ao Estadão/Broadcast em nota.
Hoje o transporte de carga é feito por embarcações, com roteiros de atendimento que duram dias. A RPA pode transportar até 50 quilos de carga em dois compartimentos, com um tempo médio de três horas e meia para percorrer, ida e volta, distâncias de 180 quilômetros. Nestas condições, o drone consome cerca de 30 litros de gasolina de aviação. Além do tempo, haveria redução de custos e de emissões de gases do efeito estufa não detalhados pela estatal.
Primeira fase
A Petrobras foi pioneira no Brasil ao fazer, em julho, o primeiro voo de longo alcance com uma RPA. Então, a companhia avaliou a performance do drone em voos noturnos entre Imbetiba, no município de Macaé (RJ), e a plataforma P-51, com peso máximo de decolagem de 200 quilos e capacidade de carga de até 50 quilos.
Na fase 2, o principal objetivo era avaliar a viabilidade dos voos diurnos do RPA e abrir caminho para que essa tecnologia integre, de fato, a logística offshore (em alto-mar) da companhia, somando-se aos modais tradicionais (helicópteros e embarcações).
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Regulamentação
Questionada pelo Estadão/Broadcast sobre o que ainda falta para a adoção da tecnologia em escala, a Petrobras ressalvou que ainda é preciso regulamentar o uso do espaço aéreo para RPAs em missões offshore de longa distância.
“Isso inclui estudos de simulação de tráfego aéreo e certificação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com base nos resultados, vamos dimensionar a frota e avaliar a escalabilidade da solução”, informou a estatal em nota.