Pix por aproximação e sem redirecionamento viram ameaça ao mercado de cartão de crédito


Bancos já oferecem funcionalidades parecidas com as que estão sendo planejadas pelo Banco Central; combinação de ferramentas deve ajudar meio de pagamento a ganhar espaço no mercado

Por Matheus Piovesana

As novas ferramentas anunciadas pelo Banco Central (BC) devem turbinar ainda mais o uso do Pix pela população brasileira. Além da possibilidade de parcelamento e do pagamento instantâneo por aproximação, a Jornada de Pagamentos sem Redirecionamentos (JSR), que permitirá pagamento de compra online sem ter de sair do ambiente de compra e acessar o banco, deve fazer com que o sistema ganhe espaços que hoje pertencem aos cartões de crédito.

Na visão de especialistas, as ferramentas combinadas eliminarão o principal obstáculo ao crescimento do Pix nos pagamentos de produtos e serviços no mundo físico. Na semana passada, o BC divulgou as normas para a jornada sem redirecionamento, que utiliza o Open Finance para permitir que pagamentos com Pix sejam feitos sem a necessidade de entrar nos aplicativos de bancos e fintechs ou digitar senhas.

O gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur, afirma que a entrada do Pix nas carteiras digitais tem o potencial de aumentar a fatia que o sistema “morde” nos pagamentos feitos pelos brasileiros.

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Um dos pontos de entrada pode ser o uso dos celulares para pagar via aproximação com cartões: 25% dos pagamentos da modalidade são feitos através dos dispositivos móveis, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). “Provavelmente é aí que o Pix NFC entra e que começa a participar de uma forma mais ativa”, diz Pandur.

Pix deve ter novas funcionalidades em breve Foto: Leo Souza / Estadão

Em junho deste ano, o Pix movimentou R$ 2,2 trilhões, conforme o BC, um crescimento de 57% em um ano. Embora o regulador não divulgue dados sobre os tipos de uso, especialistas apontam que a maioria das transferências é entre pessoas, e que o Pix ainda é pouco utilizado em compras no mundo físico. A necessidade de entrar no aplicativo do banco é a grande barreira para este uso.

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Mesmo antes da divulgação da norma, agentes de mercado se movimentaram. O Estadão/Broadcast mostrou na semana passada que o Itaú Unibanco oferecerá Pix por aproximação a partir de outubro, com aceitação pelas maquininhas da Rede. Já o Google inseriu no Google Pay o pagamento via Pix, inicialmente para clientes do C6 Bank e do PicPay.

Um potencial efeito sobre o cartão de crédito não deve ser imediato. O consultor e presidente da Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, diz que o que impede que o Pix ganhe mais espaço atualmente, além da dificuldade de uso no mundo físico, é o limite associado ao cartão de crédito. “Essa é uma função pensada para o Pix no futuro. Quem está oferecendo tem soluções próprias”, afirma.

Misturas

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Estudado pelo BC, o chamado Pix garantido ainda não tem prazo de lançamento, o que não impediu que bancos e fintechs começassem a oferecer produtos similares. As estruturas hoje existentes usam limites pré-aprovados do cartão de crédito ou de cheque especial. Quando o cliente parcela um Pix ou transfere sem ter saldo em conta, paga ou na fatura do cartão ou no limite do cheque especial.

No Itaú, o cliente pode optar entre os dois. “O nosso papel é ter as soluções disponíveis, para o cliente optar pela que fizer mais sentido para ele”, disse na semana retrasada o diretor de Pagamentos para Pessoas Físicas do banco, Mario Miguel. O banco é o maior emissor de cartões do Brasil.

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Esse intercâmbio entre produtos leva a duas conclusões. A primeira é que os bancos podem se beneficiar do Pix ao conceder crédito através dele. A segunda é que os cartões sem anuidade, que não têm benefícios como programas de pontos, podem ser as vítimas das novidades no pagamento instantâneo.

“Ouvimos em algumas discussões que o limite não é do cartão e, sim, do cliente. Com as novas tecnologias, esse limite é portável”, diz Pandur, da Accenture. Os efeitos mais fortes, segundo ele, são sobre outros agentes da indústria de cartões, como as credenciadoras e as bandeiras, que terão de aumentar a eficiência das operações e buscar a liquidação instantânea dos pagamentos.

Hoje, o comerciante recebe o dinheiro pago via Pix na hora, mas tem de esperar até 28 dias para que os pagamentos com cartão de crédito caiam na conta. Para ter acesso imediato, precisa descontar os recebíveis, o que tem custos. É por isso que boa parte do comércio oferece descontos para quem paga com Pix.

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Até aqui, o efeito do Pix se reflete sobre o cartão de débito, que teve contração de 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abecs. O crédito cresceu 14,4%, ajudando a aumentar o tamanho da indústria em 11,4%, para R$ 965 bilhões de janeiro a abril.

Cartão de débito

A Abecs afirma que evoluções do Pix, como o Pix por aproximação, ajudam mais do que atrapalham o setor e o cartão de débito, que tem perdido espaço para o pagamento instantâneo.

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O presidente da entidade, Giancarlo Greco, afirmou que nos casos do débito e do Pix, as fontes de recursos são as mesmas - a conta do cliente. “Desde que o Pix foi lançado, o que mais perdeu espaço foi o papel-moeda”, disse ele.

Greco afirmou que o Pix tem retirado mercado do cartão de débito, mas disse que não é possível quantificar o quanto. Entretanto, o sistema não é somente negativo para o setor.

“O Pix vem tirando mercado do débito, mas ele ajuda a acostumar o cliente a se acostumar ao pagamento eletrônico”, afirmou.

As novas ferramentas anunciadas pelo Banco Central (BC) devem turbinar ainda mais o uso do Pix pela população brasileira. Além da possibilidade de parcelamento e do pagamento instantâneo por aproximação, a Jornada de Pagamentos sem Redirecionamentos (JSR), que permitirá pagamento de compra online sem ter de sair do ambiente de compra e acessar o banco, deve fazer com que o sistema ganhe espaços que hoje pertencem aos cartões de crédito.

Na visão de especialistas, as ferramentas combinadas eliminarão o principal obstáculo ao crescimento do Pix nos pagamentos de produtos e serviços no mundo físico. Na semana passada, o BC divulgou as normas para a jornada sem redirecionamento, que utiliza o Open Finance para permitir que pagamentos com Pix sejam feitos sem a necessidade de entrar nos aplicativos de bancos e fintechs ou digitar senhas.

O gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur, afirma que a entrada do Pix nas carteiras digitais tem o potencial de aumentar a fatia que o sistema “morde” nos pagamentos feitos pelos brasileiros.

Um dos pontos de entrada pode ser o uso dos celulares para pagar via aproximação com cartões: 25% dos pagamentos da modalidade são feitos através dos dispositivos móveis, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). “Provavelmente é aí que o Pix NFC entra e que começa a participar de uma forma mais ativa”, diz Pandur.

Pix deve ter novas funcionalidades em breve Foto: Leo Souza / Estadão

Em junho deste ano, o Pix movimentou R$ 2,2 trilhões, conforme o BC, um crescimento de 57% em um ano. Embora o regulador não divulgue dados sobre os tipos de uso, especialistas apontam que a maioria das transferências é entre pessoas, e que o Pix ainda é pouco utilizado em compras no mundo físico. A necessidade de entrar no aplicativo do banco é a grande barreira para este uso.

Mesmo antes da divulgação da norma, agentes de mercado se movimentaram. O Estadão/Broadcast mostrou na semana passada que o Itaú Unibanco oferecerá Pix por aproximação a partir de outubro, com aceitação pelas maquininhas da Rede. Já o Google inseriu no Google Pay o pagamento via Pix, inicialmente para clientes do C6 Bank e do PicPay.

Um potencial efeito sobre o cartão de crédito não deve ser imediato. O consultor e presidente da Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, diz que o que impede que o Pix ganhe mais espaço atualmente, além da dificuldade de uso no mundo físico, é o limite associado ao cartão de crédito. “Essa é uma função pensada para o Pix no futuro. Quem está oferecendo tem soluções próprias”, afirma.

Misturas

Estudado pelo BC, o chamado Pix garantido ainda não tem prazo de lançamento, o que não impediu que bancos e fintechs começassem a oferecer produtos similares. As estruturas hoje existentes usam limites pré-aprovados do cartão de crédito ou de cheque especial. Quando o cliente parcela um Pix ou transfere sem ter saldo em conta, paga ou na fatura do cartão ou no limite do cheque especial.

No Itaú, o cliente pode optar entre os dois. “O nosso papel é ter as soluções disponíveis, para o cliente optar pela que fizer mais sentido para ele”, disse na semana retrasada o diretor de Pagamentos para Pessoas Físicas do banco, Mario Miguel. O banco é o maior emissor de cartões do Brasil.

Esse intercâmbio entre produtos leva a duas conclusões. A primeira é que os bancos podem se beneficiar do Pix ao conceder crédito através dele. A segunda é que os cartões sem anuidade, que não têm benefícios como programas de pontos, podem ser as vítimas das novidades no pagamento instantâneo.

“Ouvimos em algumas discussões que o limite não é do cartão e, sim, do cliente. Com as novas tecnologias, esse limite é portável”, diz Pandur, da Accenture. Os efeitos mais fortes, segundo ele, são sobre outros agentes da indústria de cartões, como as credenciadoras e as bandeiras, que terão de aumentar a eficiência das operações e buscar a liquidação instantânea dos pagamentos.

Hoje, o comerciante recebe o dinheiro pago via Pix na hora, mas tem de esperar até 28 dias para que os pagamentos com cartão de crédito caiam na conta. Para ter acesso imediato, precisa descontar os recebíveis, o que tem custos. É por isso que boa parte do comércio oferece descontos para quem paga com Pix.

Até aqui, o efeito do Pix se reflete sobre o cartão de débito, que teve contração de 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abecs. O crédito cresceu 14,4%, ajudando a aumentar o tamanho da indústria em 11,4%, para R$ 965 bilhões de janeiro a abril.

Cartão de débito

A Abecs afirma que evoluções do Pix, como o Pix por aproximação, ajudam mais do que atrapalham o setor e o cartão de débito, que tem perdido espaço para o pagamento instantâneo.

O presidente da entidade, Giancarlo Greco, afirmou que nos casos do débito e do Pix, as fontes de recursos são as mesmas - a conta do cliente. “Desde que o Pix foi lançado, o que mais perdeu espaço foi o papel-moeda”, disse ele.

Greco afirmou que o Pix tem retirado mercado do cartão de débito, mas disse que não é possível quantificar o quanto. Entretanto, o sistema não é somente negativo para o setor.

“O Pix vem tirando mercado do débito, mas ele ajuda a acostumar o cliente a se acostumar ao pagamento eletrônico”, afirmou.

As novas ferramentas anunciadas pelo Banco Central (BC) devem turbinar ainda mais o uso do Pix pela população brasileira. Além da possibilidade de parcelamento e do pagamento instantâneo por aproximação, a Jornada de Pagamentos sem Redirecionamentos (JSR), que permitirá pagamento de compra online sem ter de sair do ambiente de compra e acessar o banco, deve fazer com que o sistema ganhe espaços que hoje pertencem aos cartões de crédito.

Na visão de especialistas, as ferramentas combinadas eliminarão o principal obstáculo ao crescimento do Pix nos pagamentos de produtos e serviços no mundo físico. Na semana passada, o BC divulgou as normas para a jornada sem redirecionamento, que utiliza o Open Finance para permitir que pagamentos com Pix sejam feitos sem a necessidade de entrar nos aplicativos de bancos e fintechs ou digitar senhas.

O gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur, afirma que a entrada do Pix nas carteiras digitais tem o potencial de aumentar a fatia que o sistema “morde” nos pagamentos feitos pelos brasileiros.

Um dos pontos de entrada pode ser o uso dos celulares para pagar via aproximação com cartões: 25% dos pagamentos da modalidade são feitos através dos dispositivos móveis, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). “Provavelmente é aí que o Pix NFC entra e que começa a participar de uma forma mais ativa”, diz Pandur.

Pix deve ter novas funcionalidades em breve Foto: Leo Souza / Estadão

Em junho deste ano, o Pix movimentou R$ 2,2 trilhões, conforme o BC, um crescimento de 57% em um ano. Embora o regulador não divulgue dados sobre os tipos de uso, especialistas apontam que a maioria das transferências é entre pessoas, e que o Pix ainda é pouco utilizado em compras no mundo físico. A necessidade de entrar no aplicativo do banco é a grande barreira para este uso.

Mesmo antes da divulgação da norma, agentes de mercado se movimentaram. O Estadão/Broadcast mostrou na semana passada que o Itaú Unibanco oferecerá Pix por aproximação a partir de outubro, com aceitação pelas maquininhas da Rede. Já o Google inseriu no Google Pay o pagamento via Pix, inicialmente para clientes do C6 Bank e do PicPay.

Um potencial efeito sobre o cartão de crédito não deve ser imediato. O consultor e presidente da Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, diz que o que impede que o Pix ganhe mais espaço atualmente, além da dificuldade de uso no mundo físico, é o limite associado ao cartão de crédito. “Essa é uma função pensada para o Pix no futuro. Quem está oferecendo tem soluções próprias”, afirma.

Misturas

Estudado pelo BC, o chamado Pix garantido ainda não tem prazo de lançamento, o que não impediu que bancos e fintechs começassem a oferecer produtos similares. As estruturas hoje existentes usam limites pré-aprovados do cartão de crédito ou de cheque especial. Quando o cliente parcela um Pix ou transfere sem ter saldo em conta, paga ou na fatura do cartão ou no limite do cheque especial.

No Itaú, o cliente pode optar entre os dois. “O nosso papel é ter as soluções disponíveis, para o cliente optar pela que fizer mais sentido para ele”, disse na semana retrasada o diretor de Pagamentos para Pessoas Físicas do banco, Mario Miguel. O banco é o maior emissor de cartões do Brasil.

Esse intercâmbio entre produtos leva a duas conclusões. A primeira é que os bancos podem se beneficiar do Pix ao conceder crédito através dele. A segunda é que os cartões sem anuidade, que não têm benefícios como programas de pontos, podem ser as vítimas das novidades no pagamento instantâneo.

“Ouvimos em algumas discussões que o limite não é do cartão e, sim, do cliente. Com as novas tecnologias, esse limite é portável”, diz Pandur, da Accenture. Os efeitos mais fortes, segundo ele, são sobre outros agentes da indústria de cartões, como as credenciadoras e as bandeiras, que terão de aumentar a eficiência das operações e buscar a liquidação instantânea dos pagamentos.

Hoje, o comerciante recebe o dinheiro pago via Pix na hora, mas tem de esperar até 28 dias para que os pagamentos com cartão de crédito caiam na conta. Para ter acesso imediato, precisa descontar os recebíveis, o que tem custos. É por isso que boa parte do comércio oferece descontos para quem paga com Pix.

Até aqui, o efeito do Pix se reflete sobre o cartão de débito, que teve contração de 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abecs. O crédito cresceu 14,4%, ajudando a aumentar o tamanho da indústria em 11,4%, para R$ 965 bilhões de janeiro a abril.

Cartão de débito

A Abecs afirma que evoluções do Pix, como o Pix por aproximação, ajudam mais do que atrapalham o setor e o cartão de débito, que tem perdido espaço para o pagamento instantâneo.

O presidente da entidade, Giancarlo Greco, afirmou que nos casos do débito e do Pix, as fontes de recursos são as mesmas - a conta do cliente. “Desde que o Pix foi lançado, o que mais perdeu espaço foi o papel-moeda”, disse ele.

Greco afirmou que o Pix tem retirado mercado do cartão de débito, mas disse que não é possível quantificar o quanto. Entretanto, o sistema não é somente negativo para o setor.

“O Pix vem tirando mercado do débito, mas ele ajuda a acostumar o cliente a se acostumar ao pagamento eletrônico”, afirmou.

As novas ferramentas anunciadas pelo Banco Central (BC) devem turbinar ainda mais o uso do Pix pela população brasileira. Além da possibilidade de parcelamento e do pagamento instantâneo por aproximação, a Jornada de Pagamentos sem Redirecionamentos (JSR), que permitirá pagamento de compra online sem ter de sair do ambiente de compra e acessar o banco, deve fazer com que o sistema ganhe espaços que hoje pertencem aos cartões de crédito.

Na visão de especialistas, as ferramentas combinadas eliminarão o principal obstáculo ao crescimento do Pix nos pagamentos de produtos e serviços no mundo físico. Na semana passada, o BC divulgou as normas para a jornada sem redirecionamento, que utiliza o Open Finance para permitir que pagamentos com Pix sejam feitos sem a necessidade de entrar nos aplicativos de bancos e fintechs ou digitar senhas.

O gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur, afirma que a entrada do Pix nas carteiras digitais tem o potencial de aumentar a fatia que o sistema “morde” nos pagamentos feitos pelos brasileiros.

Um dos pontos de entrada pode ser o uso dos celulares para pagar via aproximação com cartões: 25% dos pagamentos da modalidade são feitos através dos dispositivos móveis, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). “Provavelmente é aí que o Pix NFC entra e que começa a participar de uma forma mais ativa”, diz Pandur.

Pix deve ter novas funcionalidades em breve Foto: Leo Souza / Estadão

Em junho deste ano, o Pix movimentou R$ 2,2 trilhões, conforme o BC, um crescimento de 57% em um ano. Embora o regulador não divulgue dados sobre os tipos de uso, especialistas apontam que a maioria das transferências é entre pessoas, e que o Pix ainda é pouco utilizado em compras no mundo físico. A necessidade de entrar no aplicativo do banco é a grande barreira para este uso.

Mesmo antes da divulgação da norma, agentes de mercado se movimentaram. O Estadão/Broadcast mostrou na semana passada que o Itaú Unibanco oferecerá Pix por aproximação a partir de outubro, com aceitação pelas maquininhas da Rede. Já o Google inseriu no Google Pay o pagamento via Pix, inicialmente para clientes do C6 Bank e do PicPay.

Um potencial efeito sobre o cartão de crédito não deve ser imediato. O consultor e presidente da Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, diz que o que impede que o Pix ganhe mais espaço atualmente, além da dificuldade de uso no mundo físico, é o limite associado ao cartão de crédito. “Essa é uma função pensada para o Pix no futuro. Quem está oferecendo tem soluções próprias”, afirma.

Misturas

Estudado pelo BC, o chamado Pix garantido ainda não tem prazo de lançamento, o que não impediu que bancos e fintechs começassem a oferecer produtos similares. As estruturas hoje existentes usam limites pré-aprovados do cartão de crédito ou de cheque especial. Quando o cliente parcela um Pix ou transfere sem ter saldo em conta, paga ou na fatura do cartão ou no limite do cheque especial.

No Itaú, o cliente pode optar entre os dois. “O nosso papel é ter as soluções disponíveis, para o cliente optar pela que fizer mais sentido para ele”, disse na semana retrasada o diretor de Pagamentos para Pessoas Físicas do banco, Mario Miguel. O banco é o maior emissor de cartões do Brasil.

Esse intercâmbio entre produtos leva a duas conclusões. A primeira é que os bancos podem se beneficiar do Pix ao conceder crédito através dele. A segunda é que os cartões sem anuidade, que não têm benefícios como programas de pontos, podem ser as vítimas das novidades no pagamento instantâneo.

“Ouvimos em algumas discussões que o limite não é do cartão e, sim, do cliente. Com as novas tecnologias, esse limite é portável”, diz Pandur, da Accenture. Os efeitos mais fortes, segundo ele, são sobre outros agentes da indústria de cartões, como as credenciadoras e as bandeiras, que terão de aumentar a eficiência das operações e buscar a liquidação instantânea dos pagamentos.

Hoje, o comerciante recebe o dinheiro pago via Pix na hora, mas tem de esperar até 28 dias para que os pagamentos com cartão de crédito caiam na conta. Para ter acesso imediato, precisa descontar os recebíveis, o que tem custos. É por isso que boa parte do comércio oferece descontos para quem paga com Pix.

Até aqui, o efeito do Pix se reflete sobre o cartão de débito, que teve contração de 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abecs. O crédito cresceu 14,4%, ajudando a aumentar o tamanho da indústria em 11,4%, para R$ 965 bilhões de janeiro a abril.

Cartão de débito

A Abecs afirma que evoluções do Pix, como o Pix por aproximação, ajudam mais do que atrapalham o setor e o cartão de débito, que tem perdido espaço para o pagamento instantâneo.

O presidente da entidade, Giancarlo Greco, afirmou que nos casos do débito e do Pix, as fontes de recursos são as mesmas - a conta do cliente. “Desde que o Pix foi lançado, o que mais perdeu espaço foi o papel-moeda”, disse ele.

Greco afirmou que o Pix tem retirado mercado do cartão de débito, mas disse que não é possível quantificar o quanto. Entretanto, o sistema não é somente negativo para o setor.

“O Pix vem tirando mercado do débito, mas ele ajuda a acostumar o cliente a se acostumar ao pagamento eletrônico”, afirmou.

As novas ferramentas anunciadas pelo Banco Central (BC) devem turbinar ainda mais o uso do Pix pela população brasileira. Além da possibilidade de parcelamento e do pagamento instantâneo por aproximação, a Jornada de Pagamentos sem Redirecionamentos (JSR), que permitirá pagamento de compra online sem ter de sair do ambiente de compra e acessar o banco, deve fazer com que o sistema ganhe espaços que hoje pertencem aos cartões de crédito.

Na visão de especialistas, as ferramentas combinadas eliminarão o principal obstáculo ao crescimento do Pix nos pagamentos de produtos e serviços no mundo físico. Na semana passada, o BC divulgou as normas para a jornada sem redirecionamento, que utiliza o Open Finance para permitir que pagamentos com Pix sejam feitos sem a necessidade de entrar nos aplicativos de bancos e fintechs ou digitar senhas.

O gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur, afirma que a entrada do Pix nas carteiras digitais tem o potencial de aumentar a fatia que o sistema “morde” nos pagamentos feitos pelos brasileiros.

Um dos pontos de entrada pode ser o uso dos celulares para pagar via aproximação com cartões: 25% dos pagamentos da modalidade são feitos através dos dispositivos móveis, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). “Provavelmente é aí que o Pix NFC entra e que começa a participar de uma forma mais ativa”, diz Pandur.

Pix deve ter novas funcionalidades em breve Foto: Leo Souza / Estadão

Em junho deste ano, o Pix movimentou R$ 2,2 trilhões, conforme o BC, um crescimento de 57% em um ano. Embora o regulador não divulgue dados sobre os tipos de uso, especialistas apontam que a maioria das transferências é entre pessoas, e que o Pix ainda é pouco utilizado em compras no mundo físico. A necessidade de entrar no aplicativo do banco é a grande barreira para este uso.

Mesmo antes da divulgação da norma, agentes de mercado se movimentaram. O Estadão/Broadcast mostrou na semana passada que o Itaú Unibanco oferecerá Pix por aproximação a partir de outubro, com aceitação pelas maquininhas da Rede. Já o Google inseriu no Google Pay o pagamento via Pix, inicialmente para clientes do C6 Bank e do PicPay.

Um potencial efeito sobre o cartão de crédito não deve ser imediato. O consultor e presidente da Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, diz que o que impede que o Pix ganhe mais espaço atualmente, além da dificuldade de uso no mundo físico, é o limite associado ao cartão de crédito. “Essa é uma função pensada para o Pix no futuro. Quem está oferecendo tem soluções próprias”, afirma.

Misturas

Estudado pelo BC, o chamado Pix garantido ainda não tem prazo de lançamento, o que não impediu que bancos e fintechs começassem a oferecer produtos similares. As estruturas hoje existentes usam limites pré-aprovados do cartão de crédito ou de cheque especial. Quando o cliente parcela um Pix ou transfere sem ter saldo em conta, paga ou na fatura do cartão ou no limite do cheque especial.

No Itaú, o cliente pode optar entre os dois. “O nosso papel é ter as soluções disponíveis, para o cliente optar pela que fizer mais sentido para ele”, disse na semana retrasada o diretor de Pagamentos para Pessoas Físicas do banco, Mario Miguel. O banco é o maior emissor de cartões do Brasil.

Esse intercâmbio entre produtos leva a duas conclusões. A primeira é que os bancos podem se beneficiar do Pix ao conceder crédito através dele. A segunda é que os cartões sem anuidade, que não têm benefícios como programas de pontos, podem ser as vítimas das novidades no pagamento instantâneo.

“Ouvimos em algumas discussões que o limite não é do cartão e, sim, do cliente. Com as novas tecnologias, esse limite é portável”, diz Pandur, da Accenture. Os efeitos mais fortes, segundo ele, são sobre outros agentes da indústria de cartões, como as credenciadoras e as bandeiras, que terão de aumentar a eficiência das operações e buscar a liquidação instantânea dos pagamentos.

Hoje, o comerciante recebe o dinheiro pago via Pix na hora, mas tem de esperar até 28 dias para que os pagamentos com cartão de crédito caiam na conta. Para ter acesso imediato, precisa descontar os recebíveis, o que tem custos. É por isso que boa parte do comércio oferece descontos para quem paga com Pix.

Até aqui, o efeito do Pix se reflete sobre o cartão de débito, que teve contração de 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abecs. O crédito cresceu 14,4%, ajudando a aumentar o tamanho da indústria em 11,4%, para R$ 965 bilhões de janeiro a abril.

Cartão de débito

A Abecs afirma que evoluções do Pix, como o Pix por aproximação, ajudam mais do que atrapalham o setor e o cartão de débito, que tem perdido espaço para o pagamento instantâneo.

O presidente da entidade, Giancarlo Greco, afirmou que nos casos do débito e do Pix, as fontes de recursos são as mesmas - a conta do cliente. “Desde que o Pix foi lançado, o que mais perdeu espaço foi o papel-moeda”, disse ele.

Greco afirmou que o Pix tem retirado mercado do cartão de débito, mas disse que não é possível quantificar o quanto. Entretanto, o sistema não é somente negativo para o setor.

“O Pix vem tirando mercado do débito, mas ele ajuda a acostumar o cliente a se acostumar ao pagamento eletrônico”, afirmou.

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