Plástico que vira adubo é a aposta ‘verde’ do sócio dos shoppings Rio Sul e Mueller


Empresário investe em empresa de bioplástico nascida em um laboratório de uma universidade dos EUA; sócios e clientes da XP, além da Positivo Tecnologia, também aportaram recursos no projeto

Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Com participação societária nos shoppings Rio Sul e Mueller - o segundo mais antigos do Rio de Janeiro e o primeiro do Paraná, respectivamente -, Kim Gurtensten Fabri escolheu uma empresa de bioplástico compostável para fazer sua aposta no mercado de produtos sustentáveis. Após investir no setor de shoppings no Brasil e nos Estados Unidos, além da construção civil, a família do empresário colocou cerca de R$ 50 milhões para dar escala a uma empresa que nasceu em um laboratório de uma universidade americana.

A ERT (Earth Renewable Technologies) foi criada na Clemson University, na Carolina do Sul, em 2009, e desenvolveu resinas usadas na fabricação de produtos plásticos que se transformam em adubo, quando compostadas, em até seis meses. No Brasil, o bioplástico da ERT é produzido a partir de cana de açúcar e atraiu clientes e sócios da XP Private, junto aos quais a empresa levantou R$ 50 milhões, e, mais recentemente, o Grupo Positivo.

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A companhia captou R$ 32 milhões com a Positivo Tecnologia neste ano e usará parte desses recursos na instalação de uma planta em Manaus, que ampliará a capacidade de produção de 3,5 mil toneladas por ano para 35 mil até 2025. Hoje, a empresa tem apenas uma fábrica em Curitiba.

Ainda que minúsculo na comparação com o mercado de plásticos como um todo, o segmento de plástico fabricado a partir de fontes naturais cresceu 52% desde 2020 e deve atingir 380 mil toneladas neste ano. Para comparação, a produção anual de plásticos no mundo é de 400 milhões de toneladas.

“O Brasil produz mais de 11 milhões de toneladas de plástico por ano. Não é todo plástico que será feito por PLA (plástico produzido a partir de fonte natural). Sabemos que há várias soluções e aplicações, mas entendemos que ainda há muito potencial para crescer, atendendo às demandas da indústria e dos consumidores por alternativas ao plástico comum”, diz Fabri, presidente da ERT.

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Fábrica da ERT em Curitiba; empresa produz bioplástico a partir da cana de açúcar que pode virar adubo Foto: Felipe de Souza/ERT

Com uma unidade fabril no Amazonas, a empresa pretende desenvolver novas matérias-primas, como mandioca e açaí, para a produção do bioplástico, diz Fabri. Outro objetivo é fornecer suas resinas para a Positivo Tecnologia.

“Tem duas iniciativas aí. A primeira é o uso delas para embalagens dos computadores e a segunda é o computador ‘verde’. É possível migrar a base do produto para um plástico de baixa pegada de carbono e origem renovável”, acrescenta o empresário.

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Em nota, a Positivo afirmou que o investimento na ERT “reforça as práticas da companhia pela busca de soluções que aceleram o uso do bioplástico em descartáveis, bem como a busca para soluções para utilização em bens duráveis”.

Preço

As resinas da ERT são mais caras do que as usadas no plástico comum. Uma sacola plástica feita a partir da matéria-prima da ERT, por exemplo, custa o dobro de uma tradicional, segundo a diretora de estratégia e sustentabilidade da empresa, Gabriela Gugelmin.

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Consultor na área de varejo, Jean Paul Rebetz, sócio da Gouvea, afirma que o preço pode prejudicar a expansão da companhia. “Qualquer produto que custe mais de 15% do valor de mercado tem uma maior dificuldade de venda.” Por outro lado, Rebetz pondera que o consumidor está mais exigente e preocupado com a sustentabilidade, o que pode favorecer o negócio da ERT.

O coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV, Daniel Vargas, acrescenta que, conforme a tecnologia para desenvolver as resinas avance, o preço pode recuar e tornar o produto mais competitivo. “Em um primeiro momento, apenas setores premium tendem a absorver tendências. Ao longo do tempo, o preço cai e a demanda acaba aumentando”, diz. “Essa tendência é crível no caso do bioplástico. Tem uma pressão internacional cada vez maior contra o uso de derivados fósseis, em particular sobre o plástico. Isso significa que o mercado deve se ajustar para suprir ou complementar o mercado tradicional”, acrescenta Vargas.

Com participação societária nos shoppings Rio Sul e Mueller - o segundo mais antigos do Rio de Janeiro e o primeiro do Paraná, respectivamente -, Kim Gurtensten Fabri escolheu uma empresa de bioplástico compostável para fazer sua aposta no mercado de produtos sustentáveis. Após investir no setor de shoppings no Brasil e nos Estados Unidos, além da construção civil, a família do empresário colocou cerca de R$ 50 milhões para dar escala a uma empresa que nasceu em um laboratório de uma universidade americana.

A ERT (Earth Renewable Technologies) foi criada na Clemson University, na Carolina do Sul, em 2009, e desenvolveu resinas usadas na fabricação de produtos plásticos que se transformam em adubo, quando compostadas, em até seis meses. No Brasil, o bioplástico da ERT é produzido a partir de cana de açúcar e atraiu clientes e sócios da XP Private, junto aos quais a empresa levantou R$ 50 milhões, e, mais recentemente, o Grupo Positivo.

A companhia captou R$ 32 milhões com a Positivo Tecnologia neste ano e usará parte desses recursos na instalação de uma planta em Manaus, que ampliará a capacidade de produção de 3,5 mil toneladas por ano para 35 mil até 2025. Hoje, a empresa tem apenas uma fábrica em Curitiba.

Ainda que minúsculo na comparação com o mercado de plásticos como um todo, o segmento de plástico fabricado a partir de fontes naturais cresceu 52% desde 2020 e deve atingir 380 mil toneladas neste ano. Para comparação, a produção anual de plásticos no mundo é de 400 milhões de toneladas.

“O Brasil produz mais de 11 milhões de toneladas de plástico por ano. Não é todo plástico que será feito por PLA (plástico produzido a partir de fonte natural). Sabemos que há várias soluções e aplicações, mas entendemos que ainda há muito potencial para crescer, atendendo às demandas da indústria e dos consumidores por alternativas ao plástico comum”, diz Fabri, presidente da ERT.

Fábrica da ERT em Curitiba; empresa produz bioplástico a partir da cana de açúcar que pode virar adubo Foto: Felipe de Souza/ERT

Com uma unidade fabril no Amazonas, a empresa pretende desenvolver novas matérias-primas, como mandioca e açaí, para a produção do bioplástico, diz Fabri. Outro objetivo é fornecer suas resinas para a Positivo Tecnologia.

“Tem duas iniciativas aí. A primeira é o uso delas para embalagens dos computadores e a segunda é o computador ‘verde’. É possível migrar a base do produto para um plástico de baixa pegada de carbono e origem renovável”, acrescenta o empresário.

Em nota, a Positivo afirmou que o investimento na ERT “reforça as práticas da companhia pela busca de soluções que aceleram o uso do bioplástico em descartáveis, bem como a busca para soluções para utilização em bens duráveis”.

Preço

As resinas da ERT são mais caras do que as usadas no plástico comum. Uma sacola plástica feita a partir da matéria-prima da ERT, por exemplo, custa o dobro de uma tradicional, segundo a diretora de estratégia e sustentabilidade da empresa, Gabriela Gugelmin.

Consultor na área de varejo, Jean Paul Rebetz, sócio da Gouvea, afirma que o preço pode prejudicar a expansão da companhia. “Qualquer produto que custe mais de 15% do valor de mercado tem uma maior dificuldade de venda.” Por outro lado, Rebetz pondera que o consumidor está mais exigente e preocupado com a sustentabilidade, o que pode favorecer o negócio da ERT.

O coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV, Daniel Vargas, acrescenta que, conforme a tecnologia para desenvolver as resinas avance, o preço pode recuar e tornar o produto mais competitivo. “Em um primeiro momento, apenas setores premium tendem a absorver tendências. Ao longo do tempo, o preço cai e a demanda acaba aumentando”, diz. “Essa tendência é crível no caso do bioplástico. Tem uma pressão internacional cada vez maior contra o uso de derivados fósseis, em particular sobre o plástico. Isso significa que o mercado deve se ajustar para suprir ou complementar o mercado tradicional”, acrescenta Vargas.

Com participação societária nos shoppings Rio Sul e Mueller - o segundo mais antigos do Rio de Janeiro e o primeiro do Paraná, respectivamente -, Kim Gurtensten Fabri escolheu uma empresa de bioplástico compostável para fazer sua aposta no mercado de produtos sustentáveis. Após investir no setor de shoppings no Brasil e nos Estados Unidos, além da construção civil, a família do empresário colocou cerca de R$ 50 milhões para dar escala a uma empresa que nasceu em um laboratório de uma universidade americana.

A ERT (Earth Renewable Technologies) foi criada na Clemson University, na Carolina do Sul, em 2009, e desenvolveu resinas usadas na fabricação de produtos plásticos que se transformam em adubo, quando compostadas, em até seis meses. No Brasil, o bioplástico da ERT é produzido a partir de cana de açúcar e atraiu clientes e sócios da XP Private, junto aos quais a empresa levantou R$ 50 milhões, e, mais recentemente, o Grupo Positivo.

A companhia captou R$ 32 milhões com a Positivo Tecnologia neste ano e usará parte desses recursos na instalação de uma planta em Manaus, que ampliará a capacidade de produção de 3,5 mil toneladas por ano para 35 mil até 2025. Hoje, a empresa tem apenas uma fábrica em Curitiba.

Ainda que minúsculo na comparação com o mercado de plásticos como um todo, o segmento de plástico fabricado a partir de fontes naturais cresceu 52% desde 2020 e deve atingir 380 mil toneladas neste ano. Para comparação, a produção anual de plásticos no mundo é de 400 milhões de toneladas.

“O Brasil produz mais de 11 milhões de toneladas de plástico por ano. Não é todo plástico que será feito por PLA (plástico produzido a partir de fonte natural). Sabemos que há várias soluções e aplicações, mas entendemos que ainda há muito potencial para crescer, atendendo às demandas da indústria e dos consumidores por alternativas ao plástico comum”, diz Fabri, presidente da ERT.

Fábrica da ERT em Curitiba; empresa produz bioplástico a partir da cana de açúcar que pode virar adubo Foto: Felipe de Souza/ERT

Com uma unidade fabril no Amazonas, a empresa pretende desenvolver novas matérias-primas, como mandioca e açaí, para a produção do bioplástico, diz Fabri. Outro objetivo é fornecer suas resinas para a Positivo Tecnologia.

“Tem duas iniciativas aí. A primeira é o uso delas para embalagens dos computadores e a segunda é o computador ‘verde’. É possível migrar a base do produto para um plástico de baixa pegada de carbono e origem renovável”, acrescenta o empresário.

Em nota, a Positivo afirmou que o investimento na ERT “reforça as práticas da companhia pela busca de soluções que aceleram o uso do bioplástico em descartáveis, bem como a busca para soluções para utilização em bens duráveis”.

Preço

As resinas da ERT são mais caras do que as usadas no plástico comum. Uma sacola plástica feita a partir da matéria-prima da ERT, por exemplo, custa o dobro de uma tradicional, segundo a diretora de estratégia e sustentabilidade da empresa, Gabriela Gugelmin.

Consultor na área de varejo, Jean Paul Rebetz, sócio da Gouvea, afirma que o preço pode prejudicar a expansão da companhia. “Qualquer produto que custe mais de 15% do valor de mercado tem uma maior dificuldade de venda.” Por outro lado, Rebetz pondera que o consumidor está mais exigente e preocupado com a sustentabilidade, o que pode favorecer o negócio da ERT.

O coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV, Daniel Vargas, acrescenta que, conforme a tecnologia para desenvolver as resinas avance, o preço pode recuar e tornar o produto mais competitivo. “Em um primeiro momento, apenas setores premium tendem a absorver tendências. Ao longo do tempo, o preço cai e a demanda acaba aumentando”, diz. “Essa tendência é crível no caso do bioplástico. Tem uma pressão internacional cada vez maior contra o uso de derivados fósseis, em particular sobre o plástico. Isso significa que o mercado deve se ajustar para suprir ou complementar o mercado tradicional”, acrescenta Vargas.

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