O leilão de privatização da estatal de energia paulista Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), marcado para a próxima sexta-feira, 19, contará com a presença de três potenciais compradores para o ativo, que estiveram na manhã desta segunda-feira, 15 na B3, em São Paulo, para entregar os envelopes das propostas.
Estão entre os potenciais compradores estão a francesa EDF, a Matrix Energy e o Fundo Phoenix.
O vencedor do certame será o consórcio que apresentar o maior valor unitário a ser pago por ação acima do preço mínimo definido, de R$ 52,85 por cada uma das 14,7 milhões de ações que o Estado detém diretamente na companhia e outras 350 mil que pertencem ao Metrô. Sem ágio, o valor de referência da privatização seria de de R$ 779,815 milhões.
No dia do leilão, haverá a sessão pública de abertura de envelopes dos proponentes com a proposta de preço e a classificação dos lances. Caso existam ofertas com valores iguais ou até 20% inferiores ao da maior proposta, haverá disputa “viva-voz”.
Os interessados que estiveram hoje na B3, em São Paulo, têm de apresentar garantias financeiras de 1% do valor total estipulado para a alienação das ações.
Na operação, os empregados da Emae poderão comprar 10% da companhia, o equivalente a 3,6 milhões de ações ao preço mínimo por ativo.
A venda da última estatal de energia de São Paulo tem sido tratada como um teste para a futura privatização da Sabesp, considerada a joia da coroa do governo paulista e também a operação mais aguardada.
O que é a Emae
A Emae opera cinco usinas, que somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada. A maior parte dessa potência vem da usina hidrelétrica (UHE) Henry Borden, em Cubatão (SP), com 889 MW, e que tem contrato de concessão até janeiro de 2043. A estatal paulista obteve receita operacional líquida de R$ 603,3 milhões ao longo de 2023 e anotou lucro líquido de R$ 150,5 milhões.
A desestatização da Emae está prevista desde a década de 1990 e a sua concretização encerrará o processo de saída do governo paulista do setor de geração de energia. Ativos que hoje pertencem à AES Brasil e à Auren Energia compunham a Cesp, estatal que foi cindida em três e privatizada nos anos 1990.