Quem está por trás da Esportes da Sorte, bet ligada à operação que prendeu Deolane Bezerra


A bet é liderada por Darwin Henrique da Silva Filho, que tem 7 empresas em seu nome, a maioria sediada no Recife; a empresa diz que não teve acesso à investigação e que cumpre leis do segmento

Por Lucas Agrela
Atualização:

A empresa de apostas Esportes da Sorte está no centro da investigação “Integration” da Polícia Civil de Pernambuco, que emitiu uma série de pedidos de prisão, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra. A bet é liderada pelo empresário Darwin Henrique da Silva Filho e, segundo documento da investigação, é o único dono do negócio. A Esportes da Sorte diz que cumpre as leis do segmento (leia ao final do texto a nota do advogado da empresa).

Darwin Filho tem sete empresas em seu nome, a maioria delas sediada no Recife, onde mora. A investigação aponta indícios de prática de lavagem de dinheiro com cassino online e apostas esportivas da bet, além de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, proveniente da empresa de seu pai, Darwin Henrique da Silva, proprietário da banca de bicho denominada Caminho da Sorte, segundo documentos obtidos pelo Estado.

A polícia diz haver ainda indícios suficientes de que o dinheiro “oriundo do jogo do bicho (Caminho da Sorte) e jogos de azar esportivo e cassino (plataforma Esportes da Sorte) esteja sendo lavado nos diversos patrocínios que a plataforma celebrou contrato, ultrapassando a casa das dezenas de milhões de reais, bem como em imóveis e carros de luxo e outras empresas de propriedade dos investigados e pessoas físicas próximas a eles”.

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A Esportes da Sorte é operada pela HSF Gaming N.V. e atua no segmento desde 2018. A investigação aponta que Silva Filho é dono dessa empresa. Pelo site da bet, a empresa é “considerada uma das mais confiáveis e estáveis do mercado”, com “reputação consolidada por oferecer uma plataforma completa, com diversas categorias, uma equipe de especialistas em jogos e as melhores odds (chances de uma aposta dar certo)”. Segundo levantamento da plataforma digital SEMrush, a Esportes da Sorte teve 2,8 milhões de visualizações de páginas em julho deste ano, com uma média de 1,4 milhão nos últimos 12 meses.

Assim como a controladora da Vai de Bet, a HSF Gaming N.V. está registrada em Curaçao, um paraíso fiscal perto da Venezuela e que pertence à Holanda. Darwin Filho não foi encontrado na quarta-feira, 4, mas se apresentou às autoridades nesta quinta-feira, 5.

Na Esportes Gaming Brasil Ltda, com sede no Recife e capital social de R$ 65 milhões, Darwin Filho e Marcela Tavares Henrique da Silva Campos (ambos alvos da investigação) são apontados como administradores.

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Darwin da Silva Filho, CEO do Esportes da Sorte, está na mira da investigação da Polícia Civil de Pernambuco por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

No futebol, a Esportes da Sorte, patrocina clubes como Corinthians, Grêmio, Athletico-PR e Bahia. A equipe feminina de futebol do Palmeiras também tem patrocínio master da bet. Outros times patrocinados pela empresa são Ceará, Santa Cruz, Náutico e ABC de Natal. Na TV, a Esportes da Sorte foi patrocinadora da edição mais recente do Big Brother Brasil, da Rede Globo.

A Esportes da Sorte foi criada em 2018, quando empresas do ramo começaram a surgir no País e foram legalizadas em dezembro do mesmo ano pelo então presidente Michel Temer, com uma legislação clara e tributação para o setor previstas para existir em até quatro anos.

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A empresa entrou com uma solicitação de licença de operação no País em 2025, seguindo as novas regras que entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025. Além da Esportes da Sorte, Silva Filho também deu entrada na licença para operar com a Onabet, também administrada por ele. Cada empresa que pagar a outorga de cinco anos de exploração do mercado brasileiro poderá manter até três marcas, mediante pagamento de R$ 30 milhões.

Segundo o documento da investigação, Darwin Filho teve R$ 180 mil apreendidos em espécie em dezembro de 2022, em uma operação de busca e apreensão na sede da Banca Caminho da Sorte, de seu pai.

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O documento aponta ainda o recebimento de mais de R$ 3 milhões em contas de Darwin Filho, que enviou parte dos valores a familiares. A investigação não conseguiu determinar a origem do capital, segundo o documento.

Em uma de suas empresas, a HSF Entretenimento e Promoção de Eventos, o empresário teria recebido R$ 10 milhões da Pay Brokers Cobrança e Serviços em Tecnologia, também investigada.

“Com base em tudo o que foi exposto no presente relatório, diante do elevado número de comunicações realizadas pelos setores obrigados, que levam a crer que há grande possibilidade da prática de lavagem de capitais e, não sendo possível inferir apenas com as informações de inteligência financeira qual a origem dos recursos por ele movimentados, o que será possível por meio do aprofundamento das investigações em relação às pessoas acima citadas”, conclui o documento da investigação.

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Silva Filho foi um dos convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Manipulação de Jogos de Futebol da Câmara no ano passado, mas não prestou depoimento. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), determinou o encerramento das apurações em setembro daquele ano, antes das casas de apostas serem ouvidas.

A convocação foi aprovada no dia 6 de junho de 2023 para ouvir o CEO da Esportes da Sorte e o dono da Vai de bet, José André da Rocha Neto. O deputado Yuri do Paredão (PL-CE), autor dos requerimentos, afirmou na ocasião que era essencial a convocação de casas de apostas na CPI porque os empresários tinham “responsabilidade primária pelas operações”.

A CPI investigou a manipulação de resultados no futebol após o Ministério Público e a Polícia Federal desbancarem um esquema de combinação de resultados de partidas por meio de apostas online. A comissão entendeu que as empresas não estavam envolvidas na manipulação. O relatório da CPI, apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), foi lido, mas não chegou a ser votado.

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O que diz a Esportes da Sorte

Em nota, o advogado Ademar Rigueira Neto diz que, “desde os momentos iniciais das investigações, Darwin Filho se colocou à disposição das autoridades policiais para dirimir todas as dúvidas que porventura as autoridades pudessem ter a respeito das atividades empresariais da Esportes da Sorte”. Nesse sentido, segundo ele, mesmo após ter conhecimento da expedição do mandado de prisão, Darwin Filho se apresentou espontaneamente à Polícia Civil de Pernambuco e respondeu, rigorosamente, à todas as perguntas que lhe foram dirigidas.

“Em seu interrogatório, Darwin Filho esclareceu que a Esporte da Sorte exerce atividade lícita e todos os seus bens e rendimentos foram declarados à Receita Federal, inexistindo qualquer conexão entre a Esporte da Sorte e a prática do jogo do bicho ou afins”, declarou o advogado. “Além disso, a empresa é responsável direta pela criação de mais de 600 postos formais de trabalho e de fomentar diversas atividades e expressões culturais do Brasil. Portanto, a Esporte da Sorte reúne todos os requisitos legais para atuar no ramo das apostas esportivas, seguindo os mais altos padrões de ética empresarial e do Jogo Responsável.”

Ainda segundo ele, no tocante à relação da Esporte da Sorte com a influenciadora digital Deolane Bezerra, ”registre-se que a Esporte da Sorte possuía contrato de prestação de serviço com a influenciadora, cujo objetivo era divulgar a marca nas redes sociais da referida influenciadora. O contrato foi devidamente formalizado, as notas fiscais referentes ao serviço foram emitidas e todos os impostos foram recolhidos. Há cerca de seis meses, o referido contrato foi extinto, de modo que, hoje, não há qualquer vínculo entre a Esporte da Sorte e Deolane Bezerra.”

A empresa de apostas Esportes da Sorte está no centro da investigação “Integration” da Polícia Civil de Pernambuco, que emitiu uma série de pedidos de prisão, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra. A bet é liderada pelo empresário Darwin Henrique da Silva Filho e, segundo documento da investigação, é o único dono do negócio. A Esportes da Sorte diz que cumpre as leis do segmento (leia ao final do texto a nota do advogado da empresa).

Darwin Filho tem sete empresas em seu nome, a maioria delas sediada no Recife, onde mora. A investigação aponta indícios de prática de lavagem de dinheiro com cassino online e apostas esportivas da bet, além de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, proveniente da empresa de seu pai, Darwin Henrique da Silva, proprietário da banca de bicho denominada Caminho da Sorte, segundo documentos obtidos pelo Estado.

A polícia diz haver ainda indícios suficientes de que o dinheiro “oriundo do jogo do bicho (Caminho da Sorte) e jogos de azar esportivo e cassino (plataforma Esportes da Sorte) esteja sendo lavado nos diversos patrocínios que a plataforma celebrou contrato, ultrapassando a casa das dezenas de milhões de reais, bem como em imóveis e carros de luxo e outras empresas de propriedade dos investigados e pessoas físicas próximas a eles”.

A Esportes da Sorte é operada pela HSF Gaming N.V. e atua no segmento desde 2018. A investigação aponta que Silva Filho é dono dessa empresa. Pelo site da bet, a empresa é “considerada uma das mais confiáveis e estáveis do mercado”, com “reputação consolidada por oferecer uma plataforma completa, com diversas categorias, uma equipe de especialistas em jogos e as melhores odds (chances de uma aposta dar certo)”. Segundo levantamento da plataforma digital SEMrush, a Esportes da Sorte teve 2,8 milhões de visualizações de páginas em julho deste ano, com uma média de 1,4 milhão nos últimos 12 meses.

Assim como a controladora da Vai de Bet, a HSF Gaming N.V. está registrada em Curaçao, um paraíso fiscal perto da Venezuela e que pertence à Holanda. Darwin Filho não foi encontrado na quarta-feira, 4, mas se apresentou às autoridades nesta quinta-feira, 5.

Na Esportes Gaming Brasil Ltda, com sede no Recife e capital social de R$ 65 milhões, Darwin Filho e Marcela Tavares Henrique da Silva Campos (ambos alvos da investigação) são apontados como administradores.

Darwin da Silva Filho, CEO do Esportes da Sorte, está na mira da investigação da Polícia Civil de Pernambuco por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

No futebol, a Esportes da Sorte, patrocina clubes como Corinthians, Grêmio, Athletico-PR e Bahia. A equipe feminina de futebol do Palmeiras também tem patrocínio master da bet. Outros times patrocinados pela empresa são Ceará, Santa Cruz, Náutico e ABC de Natal. Na TV, a Esportes da Sorte foi patrocinadora da edição mais recente do Big Brother Brasil, da Rede Globo.

A Esportes da Sorte foi criada em 2018, quando empresas do ramo começaram a surgir no País e foram legalizadas em dezembro do mesmo ano pelo então presidente Michel Temer, com uma legislação clara e tributação para o setor previstas para existir em até quatro anos.

A empresa entrou com uma solicitação de licença de operação no País em 2025, seguindo as novas regras que entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025. Além da Esportes da Sorte, Silva Filho também deu entrada na licença para operar com a Onabet, também administrada por ele. Cada empresa que pagar a outorga de cinco anos de exploração do mercado brasileiro poderá manter até três marcas, mediante pagamento de R$ 30 milhões.

Segundo o documento da investigação, Darwin Filho teve R$ 180 mil apreendidos em espécie em dezembro de 2022, em uma operação de busca e apreensão na sede da Banca Caminho da Sorte, de seu pai.

O documento aponta ainda o recebimento de mais de R$ 3 milhões em contas de Darwin Filho, que enviou parte dos valores a familiares. A investigação não conseguiu determinar a origem do capital, segundo o documento.

Em uma de suas empresas, a HSF Entretenimento e Promoção de Eventos, o empresário teria recebido R$ 10 milhões da Pay Brokers Cobrança e Serviços em Tecnologia, também investigada.

“Com base em tudo o que foi exposto no presente relatório, diante do elevado número de comunicações realizadas pelos setores obrigados, que levam a crer que há grande possibilidade da prática de lavagem de capitais e, não sendo possível inferir apenas com as informações de inteligência financeira qual a origem dos recursos por ele movimentados, o que será possível por meio do aprofundamento das investigações em relação às pessoas acima citadas”, conclui o documento da investigação.

Silva Filho foi um dos convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Manipulação de Jogos de Futebol da Câmara no ano passado, mas não prestou depoimento. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), determinou o encerramento das apurações em setembro daquele ano, antes das casas de apostas serem ouvidas.

A convocação foi aprovada no dia 6 de junho de 2023 para ouvir o CEO da Esportes da Sorte e o dono da Vai de bet, José André da Rocha Neto. O deputado Yuri do Paredão (PL-CE), autor dos requerimentos, afirmou na ocasião que era essencial a convocação de casas de apostas na CPI porque os empresários tinham “responsabilidade primária pelas operações”.

A CPI investigou a manipulação de resultados no futebol após o Ministério Público e a Polícia Federal desbancarem um esquema de combinação de resultados de partidas por meio de apostas online. A comissão entendeu que as empresas não estavam envolvidas na manipulação. O relatório da CPI, apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), foi lido, mas não chegou a ser votado.

O que diz a Esportes da Sorte

Em nota, o advogado Ademar Rigueira Neto diz que, “desde os momentos iniciais das investigações, Darwin Filho se colocou à disposição das autoridades policiais para dirimir todas as dúvidas que porventura as autoridades pudessem ter a respeito das atividades empresariais da Esportes da Sorte”. Nesse sentido, segundo ele, mesmo após ter conhecimento da expedição do mandado de prisão, Darwin Filho se apresentou espontaneamente à Polícia Civil de Pernambuco e respondeu, rigorosamente, à todas as perguntas que lhe foram dirigidas.

“Em seu interrogatório, Darwin Filho esclareceu que a Esporte da Sorte exerce atividade lícita e todos os seus bens e rendimentos foram declarados à Receita Federal, inexistindo qualquer conexão entre a Esporte da Sorte e a prática do jogo do bicho ou afins”, declarou o advogado. “Além disso, a empresa é responsável direta pela criação de mais de 600 postos formais de trabalho e de fomentar diversas atividades e expressões culturais do Brasil. Portanto, a Esporte da Sorte reúne todos os requisitos legais para atuar no ramo das apostas esportivas, seguindo os mais altos padrões de ética empresarial e do Jogo Responsável.”

Ainda segundo ele, no tocante à relação da Esporte da Sorte com a influenciadora digital Deolane Bezerra, ”registre-se que a Esporte da Sorte possuía contrato de prestação de serviço com a influenciadora, cujo objetivo era divulgar a marca nas redes sociais da referida influenciadora. O contrato foi devidamente formalizado, as notas fiscais referentes ao serviço foram emitidas e todos os impostos foram recolhidos. Há cerca de seis meses, o referido contrato foi extinto, de modo que, hoje, não há qualquer vínculo entre a Esporte da Sorte e Deolane Bezerra.”

A empresa de apostas Esportes da Sorte está no centro da investigação “Integration” da Polícia Civil de Pernambuco, que emitiu uma série de pedidos de prisão, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra. A bet é liderada pelo empresário Darwin Henrique da Silva Filho e, segundo documento da investigação, é o único dono do negócio. A Esportes da Sorte diz que cumpre as leis do segmento (leia ao final do texto a nota do advogado da empresa).

Darwin Filho tem sete empresas em seu nome, a maioria delas sediada no Recife, onde mora. A investigação aponta indícios de prática de lavagem de dinheiro com cassino online e apostas esportivas da bet, além de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, proveniente da empresa de seu pai, Darwin Henrique da Silva, proprietário da banca de bicho denominada Caminho da Sorte, segundo documentos obtidos pelo Estado.

A polícia diz haver ainda indícios suficientes de que o dinheiro “oriundo do jogo do bicho (Caminho da Sorte) e jogos de azar esportivo e cassino (plataforma Esportes da Sorte) esteja sendo lavado nos diversos patrocínios que a plataforma celebrou contrato, ultrapassando a casa das dezenas de milhões de reais, bem como em imóveis e carros de luxo e outras empresas de propriedade dos investigados e pessoas físicas próximas a eles”.

A Esportes da Sorte é operada pela HSF Gaming N.V. e atua no segmento desde 2018. A investigação aponta que Silva Filho é dono dessa empresa. Pelo site da bet, a empresa é “considerada uma das mais confiáveis e estáveis do mercado”, com “reputação consolidada por oferecer uma plataforma completa, com diversas categorias, uma equipe de especialistas em jogos e as melhores odds (chances de uma aposta dar certo)”. Segundo levantamento da plataforma digital SEMrush, a Esportes da Sorte teve 2,8 milhões de visualizações de páginas em julho deste ano, com uma média de 1,4 milhão nos últimos 12 meses.

Assim como a controladora da Vai de Bet, a HSF Gaming N.V. está registrada em Curaçao, um paraíso fiscal perto da Venezuela e que pertence à Holanda. Darwin Filho não foi encontrado na quarta-feira, 4, mas se apresentou às autoridades nesta quinta-feira, 5.

Na Esportes Gaming Brasil Ltda, com sede no Recife e capital social de R$ 65 milhões, Darwin Filho e Marcela Tavares Henrique da Silva Campos (ambos alvos da investigação) são apontados como administradores.

Darwin da Silva Filho, CEO do Esportes da Sorte, está na mira da investigação da Polícia Civil de Pernambuco por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

No futebol, a Esportes da Sorte, patrocina clubes como Corinthians, Grêmio, Athletico-PR e Bahia. A equipe feminina de futebol do Palmeiras também tem patrocínio master da bet. Outros times patrocinados pela empresa são Ceará, Santa Cruz, Náutico e ABC de Natal. Na TV, a Esportes da Sorte foi patrocinadora da edição mais recente do Big Brother Brasil, da Rede Globo.

A Esportes da Sorte foi criada em 2018, quando empresas do ramo começaram a surgir no País e foram legalizadas em dezembro do mesmo ano pelo então presidente Michel Temer, com uma legislação clara e tributação para o setor previstas para existir em até quatro anos.

A empresa entrou com uma solicitação de licença de operação no País em 2025, seguindo as novas regras que entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025. Além da Esportes da Sorte, Silva Filho também deu entrada na licença para operar com a Onabet, também administrada por ele. Cada empresa que pagar a outorga de cinco anos de exploração do mercado brasileiro poderá manter até três marcas, mediante pagamento de R$ 30 milhões.

Segundo o documento da investigação, Darwin Filho teve R$ 180 mil apreendidos em espécie em dezembro de 2022, em uma operação de busca e apreensão na sede da Banca Caminho da Sorte, de seu pai.

O documento aponta ainda o recebimento de mais de R$ 3 milhões em contas de Darwin Filho, que enviou parte dos valores a familiares. A investigação não conseguiu determinar a origem do capital, segundo o documento.

Em uma de suas empresas, a HSF Entretenimento e Promoção de Eventos, o empresário teria recebido R$ 10 milhões da Pay Brokers Cobrança e Serviços em Tecnologia, também investigada.

“Com base em tudo o que foi exposto no presente relatório, diante do elevado número de comunicações realizadas pelos setores obrigados, que levam a crer que há grande possibilidade da prática de lavagem de capitais e, não sendo possível inferir apenas com as informações de inteligência financeira qual a origem dos recursos por ele movimentados, o que será possível por meio do aprofundamento das investigações em relação às pessoas acima citadas”, conclui o documento da investigação.

Silva Filho foi um dos convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Manipulação de Jogos de Futebol da Câmara no ano passado, mas não prestou depoimento. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), determinou o encerramento das apurações em setembro daquele ano, antes das casas de apostas serem ouvidas.

A convocação foi aprovada no dia 6 de junho de 2023 para ouvir o CEO da Esportes da Sorte e o dono da Vai de bet, José André da Rocha Neto. O deputado Yuri do Paredão (PL-CE), autor dos requerimentos, afirmou na ocasião que era essencial a convocação de casas de apostas na CPI porque os empresários tinham “responsabilidade primária pelas operações”.

A CPI investigou a manipulação de resultados no futebol após o Ministério Público e a Polícia Federal desbancarem um esquema de combinação de resultados de partidas por meio de apostas online. A comissão entendeu que as empresas não estavam envolvidas na manipulação. O relatório da CPI, apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), foi lido, mas não chegou a ser votado.

O que diz a Esportes da Sorte

Em nota, o advogado Ademar Rigueira Neto diz que, “desde os momentos iniciais das investigações, Darwin Filho se colocou à disposição das autoridades policiais para dirimir todas as dúvidas que porventura as autoridades pudessem ter a respeito das atividades empresariais da Esportes da Sorte”. Nesse sentido, segundo ele, mesmo após ter conhecimento da expedição do mandado de prisão, Darwin Filho se apresentou espontaneamente à Polícia Civil de Pernambuco e respondeu, rigorosamente, à todas as perguntas que lhe foram dirigidas.

“Em seu interrogatório, Darwin Filho esclareceu que a Esporte da Sorte exerce atividade lícita e todos os seus bens e rendimentos foram declarados à Receita Federal, inexistindo qualquer conexão entre a Esporte da Sorte e a prática do jogo do bicho ou afins”, declarou o advogado. “Além disso, a empresa é responsável direta pela criação de mais de 600 postos formais de trabalho e de fomentar diversas atividades e expressões culturais do Brasil. Portanto, a Esporte da Sorte reúne todos os requisitos legais para atuar no ramo das apostas esportivas, seguindo os mais altos padrões de ética empresarial e do Jogo Responsável.”

Ainda segundo ele, no tocante à relação da Esporte da Sorte com a influenciadora digital Deolane Bezerra, ”registre-se que a Esporte da Sorte possuía contrato de prestação de serviço com a influenciadora, cujo objetivo era divulgar a marca nas redes sociais da referida influenciadora. O contrato foi devidamente formalizado, as notas fiscais referentes ao serviço foram emitidas e todos os impostos foram recolhidos. Há cerca de seis meses, o referido contrato foi extinto, de modo que, hoje, não há qualquer vínculo entre a Esporte da Sorte e Deolane Bezerra.”

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