Ricardo K., consultor que recupera empresas, vira sócio da Atvos, antiga Odebrecht Agroindustrial


Especialista em reestruturação de empresas deve ficar com 5% do negócio do setor sucroalcooleiro, que vai receber novo aporte de R$ 500 milhões do Mubadala

Por Fernanda Guimarães e Fernando Scheller
Atualização:

O executivo Ricardo Knoepfelmacher, conhecido somente como Ricardo K., especialista em reestruturarão de empresas por trás de uma série de empresas em dificuldades, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), o que vale ao menos R$ 150 milhões, apurou o Estadão. A entrada de Ricardo K. no negócio faz parte da mesma transação que marcará um investimento do todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi, na empresa de energia. O especialista em reestruturação não faria um desembolso. As ações seriam reflexo do fato de ele ter sido assessor financeiro da companhia.

Uma assembleia ocorrerá nesta sexta-feira, 16, após ser convocada pelos bancos credores – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, que darão o aval para a troca de controle para o fundo Mubadala. O atual controlador da empresa, o fundo Lone Star, não teria participado das conversas.

A transação entre os credores bancários e o Mubadala inclui um aporte de R$ 500 milhões na empresa. Com isso, o Mubadala ficaria com 31,5% da Atvos e os bancos, com 60%. O que teria chamado atenção de alguns dos envolvidos, contudo, foi que o acordo prevê a entrada do fundo o fundo Agroenergia FIP Multiestratégia, dos sócios Ricardo Knoepfelmacher e Giovanni Forace, da RK Partners, com 5%. Já a Lone Star e Novonor (ex-Odebrecht) dividiriam a fatia restante, de 3,5%.

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Fundador da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, assessorou recuperações de diversas grandes empresas Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Ricardo K., conforme fontes, essa não seria a primeira vez que o pagamento por seus serviços seriam pagos com ações, já que essa seria uma forma de alinhar a remuneração com o resultado dos projetos. “Assim existe um alinhamento total com a valorização da empresa”, comenta uma fonte. O especialista também recebeu em papéis quando trabalhou na recuperação da CAB Ambiental, atual Iguá Saneamento.

Assembleia para decisão

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A reunião desta sexta-feira será realizada no escritório do Banco do Brasil da Avenida Paulista, em São Paulo. Conforme a pauta da reunião, à qual o Estadão teve acesso, a entrada de um novo controlador era algo já previsto no plano de recuperação judicial da Atvos – o que poderia ocorrer tanto para um dos credores, quanto a terceiros.

É nesse documento que consta que o fundo Agroenergia, que pertenceria aos sócios da RK Partners. Os 5% que ficaram com a RK Partners seriam o pagamento pela assessoria financeira prestada na transação. A RK trabalhou tanto no processo de recuperação judicial da Atvos quanto da própria Odebrecht, hoje rebatizada de Novonor. Uma fonte destacou que todos os credores, além de Lone Star e Novonor, serão diluídos, com exceção do Mubadala.

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Os bancos credores argumentam, nos bastidores, que o negocio com o Mubadala poderia, enfim, dar uma solução à situação da empresa. O que teria gerado desconforto, segundo fontes, foi o momento do negócio, pois considera-se que a empresa já está recuperada. Além disso, poderia haver um processo competitivo para encontrar interessados. Outra estranheza é a conclusão do negócio logo após as eleições presidenciais e às vésperas de mudanças de comando nos bancos estatais.

O fundo americano Lone Star chegou ao controle da Atvos em 2020, quando a empresa já estava em recuperação judicial, após uma decisão da Justiça. No mesmo ano, o fundo havia comprado o controle da Atvos do banco Natixis, que tinha executado as ações que os bancos credores da Odebrecht detinham em alienação fiduciária, por meros R$ 5 milhões.

Conforme fontes, as condições do acordo com o fundo árabe incluem um desconto de mais de R$ 2 bilhões no valor da dívida da Atvos, com um prazo de pagamento do restante em 20 anos – e uma carência de três anos para início dos pagamentos. O argumento que o fundo Lone Star teve de apresentar é que, dado o desempenho da empresa, um aporte não é necessário nesse momento.

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No último ano fiscal, de 2021/2022, a Atvos fechou com uma geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, de R$ 2,2 bilhões, aumento de 83% em um ano.

Procurados, BNDES, BB, Bradesco, Itaú e Santander, Mubadala e Ricardo K. não comentaram.

Já o fundo Lone Star, disse, em nota, que a “transação proposta ignora a significativa virada operacional e financeira e a criação de valor alcançada sob a forte equipe instalada na Atvos pela Lone Star. Essa desnecessária transação reduzirá significativamente o valor da dívida da Atvos mantida por seus credores, foi fechada sem um processo competitivo e sem consulta à administração da Atvos em relação ao desempenho, condição financeira ou perspectivas da empresa”.

O executivo Ricardo Knoepfelmacher, conhecido somente como Ricardo K., especialista em reestruturarão de empresas por trás de uma série de empresas em dificuldades, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), o que vale ao menos R$ 150 milhões, apurou o Estadão. A entrada de Ricardo K. no negócio faz parte da mesma transação que marcará um investimento do todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi, na empresa de energia. O especialista em reestruturação não faria um desembolso. As ações seriam reflexo do fato de ele ter sido assessor financeiro da companhia.

Uma assembleia ocorrerá nesta sexta-feira, 16, após ser convocada pelos bancos credores – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, que darão o aval para a troca de controle para o fundo Mubadala. O atual controlador da empresa, o fundo Lone Star, não teria participado das conversas.

A transação entre os credores bancários e o Mubadala inclui um aporte de R$ 500 milhões na empresa. Com isso, o Mubadala ficaria com 31,5% da Atvos e os bancos, com 60%. O que teria chamado atenção de alguns dos envolvidos, contudo, foi que o acordo prevê a entrada do fundo o fundo Agroenergia FIP Multiestratégia, dos sócios Ricardo Knoepfelmacher e Giovanni Forace, da RK Partners, com 5%. Já a Lone Star e Novonor (ex-Odebrecht) dividiriam a fatia restante, de 3,5%.

Fundador da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, assessorou recuperações de diversas grandes empresas Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Ricardo K., conforme fontes, essa não seria a primeira vez que o pagamento por seus serviços seriam pagos com ações, já que essa seria uma forma de alinhar a remuneração com o resultado dos projetos. “Assim existe um alinhamento total com a valorização da empresa”, comenta uma fonte. O especialista também recebeu em papéis quando trabalhou na recuperação da CAB Ambiental, atual Iguá Saneamento.

Assembleia para decisão

A reunião desta sexta-feira será realizada no escritório do Banco do Brasil da Avenida Paulista, em São Paulo. Conforme a pauta da reunião, à qual o Estadão teve acesso, a entrada de um novo controlador era algo já previsto no plano de recuperação judicial da Atvos – o que poderia ocorrer tanto para um dos credores, quanto a terceiros.

É nesse documento que consta que o fundo Agroenergia, que pertenceria aos sócios da RK Partners. Os 5% que ficaram com a RK Partners seriam o pagamento pela assessoria financeira prestada na transação. A RK trabalhou tanto no processo de recuperação judicial da Atvos quanto da própria Odebrecht, hoje rebatizada de Novonor. Uma fonte destacou que todos os credores, além de Lone Star e Novonor, serão diluídos, com exceção do Mubadala.

Os bancos credores argumentam, nos bastidores, que o negocio com o Mubadala poderia, enfim, dar uma solução à situação da empresa. O que teria gerado desconforto, segundo fontes, foi o momento do negócio, pois considera-se que a empresa já está recuperada. Além disso, poderia haver um processo competitivo para encontrar interessados. Outra estranheza é a conclusão do negócio logo após as eleições presidenciais e às vésperas de mudanças de comando nos bancos estatais.

O fundo americano Lone Star chegou ao controle da Atvos em 2020, quando a empresa já estava em recuperação judicial, após uma decisão da Justiça. No mesmo ano, o fundo havia comprado o controle da Atvos do banco Natixis, que tinha executado as ações que os bancos credores da Odebrecht detinham em alienação fiduciária, por meros R$ 5 milhões.

Conforme fontes, as condições do acordo com o fundo árabe incluem um desconto de mais de R$ 2 bilhões no valor da dívida da Atvos, com um prazo de pagamento do restante em 20 anos – e uma carência de três anos para início dos pagamentos. O argumento que o fundo Lone Star teve de apresentar é que, dado o desempenho da empresa, um aporte não é necessário nesse momento.

No último ano fiscal, de 2021/2022, a Atvos fechou com uma geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, de R$ 2,2 bilhões, aumento de 83% em um ano.

Procurados, BNDES, BB, Bradesco, Itaú e Santander, Mubadala e Ricardo K. não comentaram.

Já o fundo Lone Star, disse, em nota, que a “transação proposta ignora a significativa virada operacional e financeira e a criação de valor alcançada sob a forte equipe instalada na Atvos pela Lone Star. Essa desnecessária transação reduzirá significativamente o valor da dívida da Atvos mantida por seus credores, foi fechada sem um processo competitivo e sem consulta à administração da Atvos em relação ao desempenho, condição financeira ou perspectivas da empresa”.

O executivo Ricardo Knoepfelmacher, conhecido somente como Ricardo K., especialista em reestruturarão de empresas por trás de uma série de empresas em dificuldades, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), o que vale ao menos R$ 150 milhões, apurou o Estadão. A entrada de Ricardo K. no negócio faz parte da mesma transação que marcará um investimento do todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi, na empresa de energia. O especialista em reestruturação não faria um desembolso. As ações seriam reflexo do fato de ele ter sido assessor financeiro da companhia.

Uma assembleia ocorrerá nesta sexta-feira, 16, após ser convocada pelos bancos credores – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, que darão o aval para a troca de controle para o fundo Mubadala. O atual controlador da empresa, o fundo Lone Star, não teria participado das conversas.

A transação entre os credores bancários e o Mubadala inclui um aporte de R$ 500 milhões na empresa. Com isso, o Mubadala ficaria com 31,5% da Atvos e os bancos, com 60%. O que teria chamado atenção de alguns dos envolvidos, contudo, foi que o acordo prevê a entrada do fundo o fundo Agroenergia FIP Multiestratégia, dos sócios Ricardo Knoepfelmacher e Giovanni Forace, da RK Partners, com 5%. Já a Lone Star e Novonor (ex-Odebrecht) dividiriam a fatia restante, de 3,5%.

Fundador da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, assessorou recuperações de diversas grandes empresas Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Ricardo K., conforme fontes, essa não seria a primeira vez que o pagamento por seus serviços seriam pagos com ações, já que essa seria uma forma de alinhar a remuneração com o resultado dos projetos. “Assim existe um alinhamento total com a valorização da empresa”, comenta uma fonte. O especialista também recebeu em papéis quando trabalhou na recuperação da CAB Ambiental, atual Iguá Saneamento.

Assembleia para decisão

A reunião desta sexta-feira será realizada no escritório do Banco do Brasil da Avenida Paulista, em São Paulo. Conforme a pauta da reunião, à qual o Estadão teve acesso, a entrada de um novo controlador era algo já previsto no plano de recuperação judicial da Atvos – o que poderia ocorrer tanto para um dos credores, quanto a terceiros.

É nesse documento que consta que o fundo Agroenergia, que pertenceria aos sócios da RK Partners. Os 5% que ficaram com a RK Partners seriam o pagamento pela assessoria financeira prestada na transação. A RK trabalhou tanto no processo de recuperação judicial da Atvos quanto da própria Odebrecht, hoje rebatizada de Novonor. Uma fonte destacou que todos os credores, além de Lone Star e Novonor, serão diluídos, com exceção do Mubadala.

Os bancos credores argumentam, nos bastidores, que o negocio com o Mubadala poderia, enfim, dar uma solução à situação da empresa. O que teria gerado desconforto, segundo fontes, foi o momento do negócio, pois considera-se que a empresa já está recuperada. Além disso, poderia haver um processo competitivo para encontrar interessados. Outra estranheza é a conclusão do negócio logo após as eleições presidenciais e às vésperas de mudanças de comando nos bancos estatais.

O fundo americano Lone Star chegou ao controle da Atvos em 2020, quando a empresa já estava em recuperação judicial, após uma decisão da Justiça. No mesmo ano, o fundo havia comprado o controle da Atvos do banco Natixis, que tinha executado as ações que os bancos credores da Odebrecht detinham em alienação fiduciária, por meros R$ 5 milhões.

Conforme fontes, as condições do acordo com o fundo árabe incluem um desconto de mais de R$ 2 bilhões no valor da dívida da Atvos, com um prazo de pagamento do restante em 20 anos – e uma carência de três anos para início dos pagamentos. O argumento que o fundo Lone Star teve de apresentar é que, dado o desempenho da empresa, um aporte não é necessário nesse momento.

No último ano fiscal, de 2021/2022, a Atvos fechou com uma geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, de R$ 2,2 bilhões, aumento de 83% em um ano.

Procurados, BNDES, BB, Bradesco, Itaú e Santander, Mubadala e Ricardo K. não comentaram.

Já o fundo Lone Star, disse, em nota, que a “transação proposta ignora a significativa virada operacional e financeira e a criação de valor alcançada sob a forte equipe instalada na Atvos pela Lone Star. Essa desnecessária transação reduzirá significativamente o valor da dívida da Atvos mantida por seus credores, foi fechada sem um processo competitivo e sem consulta à administração da Atvos em relação ao desempenho, condição financeira ou perspectivas da empresa”.

O executivo Ricardo Knoepfelmacher, conhecido somente como Ricardo K., especialista em reestruturarão de empresas por trás de uma série de empresas em dificuldades, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), o que vale ao menos R$ 150 milhões, apurou o Estadão. A entrada de Ricardo K. no negócio faz parte da mesma transação que marcará um investimento do todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi, na empresa de energia. O especialista em reestruturação não faria um desembolso. As ações seriam reflexo do fato de ele ter sido assessor financeiro da companhia.

Uma assembleia ocorrerá nesta sexta-feira, 16, após ser convocada pelos bancos credores – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, que darão o aval para a troca de controle para o fundo Mubadala. O atual controlador da empresa, o fundo Lone Star, não teria participado das conversas.

A transação entre os credores bancários e o Mubadala inclui um aporte de R$ 500 milhões na empresa. Com isso, o Mubadala ficaria com 31,5% da Atvos e os bancos, com 60%. O que teria chamado atenção de alguns dos envolvidos, contudo, foi que o acordo prevê a entrada do fundo o fundo Agroenergia FIP Multiestratégia, dos sócios Ricardo Knoepfelmacher e Giovanni Forace, da RK Partners, com 5%. Já a Lone Star e Novonor (ex-Odebrecht) dividiriam a fatia restante, de 3,5%.

Fundador da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, assessorou recuperações de diversas grandes empresas Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Ricardo K., conforme fontes, essa não seria a primeira vez que o pagamento por seus serviços seriam pagos com ações, já que essa seria uma forma de alinhar a remuneração com o resultado dos projetos. “Assim existe um alinhamento total com a valorização da empresa”, comenta uma fonte. O especialista também recebeu em papéis quando trabalhou na recuperação da CAB Ambiental, atual Iguá Saneamento.

Assembleia para decisão

A reunião desta sexta-feira será realizada no escritório do Banco do Brasil da Avenida Paulista, em São Paulo. Conforme a pauta da reunião, à qual o Estadão teve acesso, a entrada de um novo controlador era algo já previsto no plano de recuperação judicial da Atvos – o que poderia ocorrer tanto para um dos credores, quanto a terceiros.

É nesse documento que consta que o fundo Agroenergia, que pertenceria aos sócios da RK Partners. Os 5% que ficaram com a RK Partners seriam o pagamento pela assessoria financeira prestada na transação. A RK trabalhou tanto no processo de recuperação judicial da Atvos quanto da própria Odebrecht, hoje rebatizada de Novonor. Uma fonte destacou que todos os credores, além de Lone Star e Novonor, serão diluídos, com exceção do Mubadala.

Os bancos credores argumentam, nos bastidores, que o negocio com o Mubadala poderia, enfim, dar uma solução à situação da empresa. O que teria gerado desconforto, segundo fontes, foi o momento do negócio, pois considera-se que a empresa já está recuperada. Além disso, poderia haver um processo competitivo para encontrar interessados. Outra estranheza é a conclusão do negócio logo após as eleições presidenciais e às vésperas de mudanças de comando nos bancos estatais.

O fundo americano Lone Star chegou ao controle da Atvos em 2020, quando a empresa já estava em recuperação judicial, após uma decisão da Justiça. No mesmo ano, o fundo havia comprado o controle da Atvos do banco Natixis, que tinha executado as ações que os bancos credores da Odebrecht detinham em alienação fiduciária, por meros R$ 5 milhões.

Conforme fontes, as condições do acordo com o fundo árabe incluem um desconto de mais de R$ 2 bilhões no valor da dívida da Atvos, com um prazo de pagamento do restante em 20 anos – e uma carência de três anos para início dos pagamentos. O argumento que o fundo Lone Star teve de apresentar é que, dado o desempenho da empresa, um aporte não é necessário nesse momento.

No último ano fiscal, de 2021/2022, a Atvos fechou com uma geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, de R$ 2,2 bilhões, aumento de 83% em um ano.

Procurados, BNDES, BB, Bradesco, Itaú e Santander, Mubadala e Ricardo K. não comentaram.

Já o fundo Lone Star, disse, em nota, que a “transação proposta ignora a significativa virada operacional e financeira e a criação de valor alcançada sob a forte equipe instalada na Atvos pela Lone Star. Essa desnecessária transação reduzirá significativamente o valor da dívida da Atvos mantida por seus credores, foi fechada sem um processo competitivo e sem consulta à administração da Atvos em relação ao desempenho, condição financeira ou perspectivas da empresa”.

O executivo Ricardo Knoepfelmacher, conhecido somente como Ricardo K., especialista em reestruturarão de empresas por trás de uma série de empresas em dificuldades, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), o que vale ao menos R$ 150 milhões, apurou o Estadão. A entrada de Ricardo K. no negócio faz parte da mesma transação que marcará um investimento do todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi, na empresa de energia. O especialista em reestruturação não faria um desembolso. As ações seriam reflexo do fato de ele ter sido assessor financeiro da companhia.

Uma assembleia ocorrerá nesta sexta-feira, 16, após ser convocada pelos bancos credores – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, que darão o aval para a troca de controle para o fundo Mubadala. O atual controlador da empresa, o fundo Lone Star, não teria participado das conversas.

A transação entre os credores bancários e o Mubadala inclui um aporte de R$ 500 milhões na empresa. Com isso, o Mubadala ficaria com 31,5% da Atvos e os bancos, com 60%. O que teria chamado atenção de alguns dos envolvidos, contudo, foi que o acordo prevê a entrada do fundo o fundo Agroenergia FIP Multiestratégia, dos sócios Ricardo Knoepfelmacher e Giovanni Forace, da RK Partners, com 5%. Já a Lone Star e Novonor (ex-Odebrecht) dividiriam a fatia restante, de 3,5%.

Fundador da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, assessorou recuperações de diversas grandes empresas Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Ricardo K., conforme fontes, essa não seria a primeira vez que o pagamento por seus serviços seriam pagos com ações, já que essa seria uma forma de alinhar a remuneração com o resultado dos projetos. “Assim existe um alinhamento total com a valorização da empresa”, comenta uma fonte. O especialista também recebeu em papéis quando trabalhou na recuperação da CAB Ambiental, atual Iguá Saneamento.

Assembleia para decisão

A reunião desta sexta-feira será realizada no escritório do Banco do Brasil da Avenida Paulista, em São Paulo. Conforme a pauta da reunião, à qual o Estadão teve acesso, a entrada de um novo controlador era algo já previsto no plano de recuperação judicial da Atvos – o que poderia ocorrer tanto para um dos credores, quanto a terceiros.

É nesse documento que consta que o fundo Agroenergia, que pertenceria aos sócios da RK Partners. Os 5% que ficaram com a RK Partners seriam o pagamento pela assessoria financeira prestada na transação. A RK trabalhou tanto no processo de recuperação judicial da Atvos quanto da própria Odebrecht, hoje rebatizada de Novonor. Uma fonte destacou que todos os credores, além de Lone Star e Novonor, serão diluídos, com exceção do Mubadala.

Os bancos credores argumentam, nos bastidores, que o negocio com o Mubadala poderia, enfim, dar uma solução à situação da empresa. O que teria gerado desconforto, segundo fontes, foi o momento do negócio, pois considera-se que a empresa já está recuperada. Além disso, poderia haver um processo competitivo para encontrar interessados. Outra estranheza é a conclusão do negócio logo após as eleições presidenciais e às vésperas de mudanças de comando nos bancos estatais.

O fundo americano Lone Star chegou ao controle da Atvos em 2020, quando a empresa já estava em recuperação judicial, após uma decisão da Justiça. No mesmo ano, o fundo havia comprado o controle da Atvos do banco Natixis, que tinha executado as ações que os bancos credores da Odebrecht detinham em alienação fiduciária, por meros R$ 5 milhões.

Conforme fontes, as condições do acordo com o fundo árabe incluem um desconto de mais de R$ 2 bilhões no valor da dívida da Atvos, com um prazo de pagamento do restante em 20 anos – e uma carência de três anos para início dos pagamentos. O argumento que o fundo Lone Star teve de apresentar é que, dado o desempenho da empresa, um aporte não é necessário nesse momento.

No último ano fiscal, de 2021/2022, a Atvos fechou com uma geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, de R$ 2,2 bilhões, aumento de 83% em um ano.

Procurados, BNDES, BB, Bradesco, Itaú e Santander, Mubadala e Ricardo K. não comentaram.

Já o fundo Lone Star, disse, em nota, que a “transação proposta ignora a significativa virada operacional e financeira e a criação de valor alcançada sob a forte equipe instalada na Atvos pela Lone Star. Essa desnecessária transação reduzirá significativamente o valor da dívida da Atvos mantida por seus credores, foi fechada sem um processo competitivo e sem consulta à administração da Atvos em relação ao desempenho, condição financeira ou perspectivas da empresa”.

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