Com bens bloqueados, Andrade deixa de pagar dívida de R$ 1,2 bilhão


Construtora tinha prazo até segunda para pagar a detentores de títulos emitidos no exterior, mas não conseguiu levantar o empréstimo que vinha negociando, após sofrer na semana passada um bloqueio de R$ 508 milhões determinado pelo TCU

Por Cynthia Decloedt, Renta Agostini e Renée Pereira

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+ ‘Andrade Gutierrez era deliberadamente remunerada por sua ineficiência’

Apesar de acordo de leniência, tribunal bloqueou bens por irregularidades relacionadas ao Contrato de Obras Civis da Usina Termonuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro​ Foto: Marcio Fernandes/Estadão
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As negociações para fazer o pagamento da dívida estavam avançadas até meados da semana passada, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou R$ 508 milhões em bens da empresa por suposto superfaturamento no contrato de obras civis da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. Agora, com o calote, a companhia tornou-se vulnerável ao pedido de credores para antecipar o pagamento do que têm a receber. 

+ TCU bloqueia R$ 508 milhões da Andrade Gutierrez A construtora aposta, porém, que nenhum investidor tomará essa medida antes de esgotado o chamado período de “cura”, um prazo de carência de 30 dias dado aos devedores para acertar o débito. Mas os títulos emitidos pela Andrade não preveem esse tempo extra e, por isso, o risco a que a empresa está submetida é maior. Mesmo assim, a empreiteira julga que os investidores aguardarão o pagamento, confiando que ela conseguirá levantar os recursos no mercado nas próximas semanas.

+ Gilmar Mendes impede TCU de declarar Andrade Gutierrez inidônea É a mesma aposta feita pela Odebrecht, outra grande empreiteira que foi obrigada a confessar crimes após o avanço das investigações da Lava Jato e enfrenta grave crise. Na semana passada, a empresa baiana deixou de pagar R$ 500 milhões a credores estrangeiros e prometeu honrar a dívida assim que convencer bancos brasileiros a conceder novo empréstimo. Como a rival, a Andrade tem tido dificuldade de fechar acordo e obter dinheiro novo, especialmente depois da decisão do TCU. As tentativas nos últimos meses incluíram bancos brasileiros e investidores estrangeiros com maior apetite ao risco, como a gestora Pimco. O grupo mineiro tenta usar ações da companhia de concessões CCR, da qual é sócia, como garantia para essa nova dívida. Na Odebrecht, a operação envolve ações detidas pelo grupo na Braskem.Caixa. Sem o novo financiamento, a Andrade não tem como honrar o pagamento. Não há recursos em caixa suficientes para cobrir a dívida. Até setembro, último dado disponível, a empreiteira tinha R$ 665 milhões em caixa e uma dívida de R$ 2,1 bilhões, segundo a Fitch. Apesar de conseguir R$ 4,4 bilhões em novos contratos, a carteira de projetos recuou para R$ 17 bilhões em março de 2017 (o novo balanço não foi divulgado). Em 2014, ano em que as construtoras foram envolvidas na Lava Jato, a empresa tinha um portfólio de R$ 30 bilhões em obras. Com o escândalo de corrupção, além da dificuldade em conquistar novas obras, o grupo teve de queimar caixa, aportar capital e vender ativos para honrar compromissos. Um dos últimos negócios foi a venda de 12,69% na Cemig – o que pode ter gerado quase R$ 600 milhões para a empresa. Antes disso, já havia se desfeito de participações na Oi e na Sanepar, empresa de saneamento do Paraná. Ainda estão à venda a participação no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, no Sistema Produtor São Lourenço – uma parceira público-privada de saneamento em São Paulo – e uma participação indireta na Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira – em negociação com grupos chineses. Procurada, a empreiteira não se pronunciou.

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Apesar de acordo de leniência, tribunal bloqueou bens por irregularidades relacionadas ao Contrato de Obras Civis da Usina Termonuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro​ Foto: Marcio Fernandes/Estadão

As negociações para fazer o pagamento da dívida estavam avançadas até meados da semana passada, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou R$ 508 milhões em bens da empresa por suposto superfaturamento no contrato de obras civis da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. Agora, com o calote, a companhia tornou-se vulnerável ao pedido de credores para antecipar o pagamento do que têm a receber. 

+ TCU bloqueia R$ 508 milhões da Andrade Gutierrez A construtora aposta, porém, que nenhum investidor tomará essa medida antes de esgotado o chamado período de “cura”, um prazo de carência de 30 dias dado aos devedores para acertar o débito. Mas os títulos emitidos pela Andrade não preveem esse tempo extra e, por isso, o risco a que a empresa está submetida é maior. Mesmo assim, a empreiteira julga que os investidores aguardarão o pagamento, confiando que ela conseguirá levantar os recursos no mercado nas próximas semanas.

+ Gilmar Mendes impede TCU de declarar Andrade Gutierrez inidônea É a mesma aposta feita pela Odebrecht, outra grande empreiteira que foi obrigada a confessar crimes após o avanço das investigações da Lava Jato e enfrenta grave crise. Na semana passada, a empresa baiana deixou de pagar R$ 500 milhões a credores estrangeiros e prometeu honrar a dívida assim que convencer bancos brasileiros a conceder novo empréstimo. Como a rival, a Andrade tem tido dificuldade de fechar acordo e obter dinheiro novo, especialmente depois da decisão do TCU. As tentativas nos últimos meses incluíram bancos brasileiros e investidores estrangeiros com maior apetite ao risco, como a gestora Pimco. O grupo mineiro tenta usar ações da companhia de concessões CCR, da qual é sócia, como garantia para essa nova dívida. Na Odebrecht, a operação envolve ações detidas pelo grupo na Braskem.Caixa. Sem o novo financiamento, a Andrade não tem como honrar o pagamento. Não há recursos em caixa suficientes para cobrir a dívida. Até setembro, último dado disponível, a empreiteira tinha R$ 665 milhões em caixa e uma dívida de R$ 2,1 bilhões, segundo a Fitch. Apesar de conseguir R$ 4,4 bilhões em novos contratos, a carteira de projetos recuou para R$ 17 bilhões em março de 2017 (o novo balanço não foi divulgado). Em 2014, ano em que as construtoras foram envolvidas na Lava Jato, a empresa tinha um portfólio de R$ 30 bilhões em obras. Com o escândalo de corrupção, além da dificuldade em conquistar novas obras, o grupo teve de queimar caixa, aportar capital e vender ativos para honrar compromissos. Um dos últimos negócios foi a venda de 12,69% na Cemig – o que pode ter gerado quase R$ 600 milhões para a empresa. Antes disso, já havia se desfeito de participações na Oi e na Sanepar, empresa de saneamento do Paraná. Ainda estão à venda a participação no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, no Sistema Produtor São Lourenço – uma parceira público-privada de saneamento em São Paulo – e uma participação indireta na Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira – em negociação com grupos chineses. Procurada, a empreiteira não se pronunciou.

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+ ‘Andrade Gutierrez era deliberadamente remunerada por sua ineficiência’

Apesar de acordo de leniência, tribunal bloqueou bens por irregularidades relacionadas ao Contrato de Obras Civis da Usina Termonuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro​ Foto: Marcio Fernandes/Estadão

As negociações para fazer o pagamento da dívida estavam avançadas até meados da semana passada, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou R$ 508 milhões em bens da empresa por suposto superfaturamento no contrato de obras civis da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. Agora, com o calote, a companhia tornou-se vulnerável ao pedido de credores para antecipar o pagamento do que têm a receber. 

+ TCU bloqueia R$ 508 milhões da Andrade Gutierrez A construtora aposta, porém, que nenhum investidor tomará essa medida antes de esgotado o chamado período de “cura”, um prazo de carência de 30 dias dado aos devedores para acertar o débito. Mas os títulos emitidos pela Andrade não preveem esse tempo extra e, por isso, o risco a que a empresa está submetida é maior. Mesmo assim, a empreiteira julga que os investidores aguardarão o pagamento, confiando que ela conseguirá levantar os recursos no mercado nas próximas semanas.

+ Gilmar Mendes impede TCU de declarar Andrade Gutierrez inidônea É a mesma aposta feita pela Odebrecht, outra grande empreiteira que foi obrigada a confessar crimes após o avanço das investigações da Lava Jato e enfrenta grave crise. Na semana passada, a empresa baiana deixou de pagar R$ 500 milhões a credores estrangeiros e prometeu honrar a dívida assim que convencer bancos brasileiros a conceder novo empréstimo. Como a rival, a Andrade tem tido dificuldade de fechar acordo e obter dinheiro novo, especialmente depois da decisão do TCU. As tentativas nos últimos meses incluíram bancos brasileiros e investidores estrangeiros com maior apetite ao risco, como a gestora Pimco. O grupo mineiro tenta usar ações da companhia de concessões CCR, da qual é sócia, como garantia para essa nova dívida. Na Odebrecht, a operação envolve ações detidas pelo grupo na Braskem.Caixa. Sem o novo financiamento, a Andrade não tem como honrar o pagamento. Não há recursos em caixa suficientes para cobrir a dívida. Até setembro, último dado disponível, a empreiteira tinha R$ 665 milhões em caixa e uma dívida de R$ 2,1 bilhões, segundo a Fitch. Apesar de conseguir R$ 4,4 bilhões em novos contratos, a carteira de projetos recuou para R$ 17 bilhões em março de 2017 (o novo balanço não foi divulgado). Em 2014, ano em que as construtoras foram envolvidas na Lava Jato, a empresa tinha um portfólio de R$ 30 bilhões em obras. Com o escândalo de corrupção, além da dificuldade em conquistar novas obras, o grupo teve de queimar caixa, aportar capital e vender ativos para honrar compromissos. Um dos últimos negócios foi a venda de 12,69% na Cemig – o que pode ter gerado quase R$ 600 milhões para a empresa. Antes disso, já havia se desfeito de participações na Oi e na Sanepar, empresa de saneamento do Paraná. Ainda estão à venda a participação no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, no Sistema Produtor São Lourenço – uma parceira público-privada de saneamento em São Paulo – e uma participação indireta na Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira – em negociação com grupos chineses. Procurada, a empreiteira não se pronunciou.

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