‘Seu Brandão era um líder sutil no jeito de comandar’, diz Luiz Carlos Trabuco


Depoimento de Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho do Bradesco

Por Monica Scaramuzzo

“Lázaro Brandão era uma pessoa privilegiada e especial. Ele era um homem formador, um coaching natural, extremamente discreto, com inteligência emocional. Ele media o tom das palavras. Era um líder: mando, comando, um homem de autoridade, mas extremamente sutil no jeito de fazê-lo. 

Luiz Carlos Trabuco Cappi e Octávio de Lazari Júnior, em pé, e Lázaro Brandão. Foto: Werther Santana/Estadão - 5/2/2018

Vivi intensamente os anos 80 próximo a ele. O Amador Aguiar (fundador do banco), em processo de seleção interna, o escolheu para a presidência executiva e, meses depois, a mim para ser o gerente de marketing. Foi uma longa trajetória. No fim dos anos 90, fui trabalhar na mesma sala e, nos últimos dez anos, na mesa ao lado dele. Quer dizer, a distância entre a minha mesa e a dele era de dois metros.

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Há dez dias, ele estava lúcido no hospital conversando sobre coisas racionais. Ele teve longevidade, racionalidade e foi uma pessoa determinada. Aprendi com ele que disciplina é um valor fundamental, principalmente em uma instituição financeira. Disciplina é comprometimento com as regras. É estar sempre aderente ao compliance (conformidade com controles) de procedimentos. Ele era uma pessoa obstinada, que acredita na carreira.

Não é trivial uma pessoa começar aos 15 anos e morrer na organização. A longevidade e a precocidade ao começar a ser bancário em 1942, quando o Bradesco estava surgindo, deu a ele a oportunidade de trabalhar com algumas lendas do sistema bancário brasileiro, a começar por Amador Aguiar. 

Seu início se deu no momento em que o sistema bancário era fragmentado – fomos da fragmentação à concentração – e o ‘seu’ Brandão foi partícipe de todo esse processo, em diferentes ciclos da economia. 

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Foi bancário antes de acabar a ditadura de Getúlio (Vargas). Viveu intensamente a estruturação de banco de varejo no Brasil. Era muito capaz porque era um homem austero e extremamente disciplinador. Isso talvez seja o motivo de ter ficado na organização até morrer.

Ele passou por todos os testes: da economia à tecnologia. Passou por inflação, hiperinflação e mudanças tecnológicas. Foi criando esse legado que deixa para o Bradesco: um banco forte e de pratas da casa. A gente vê o passado com muita lembrança. Evidente que o presente é de muita saudade e o futuro é o legado que fica.”

*DEPOIMENTO DE LUIZ CARLOS TRABUCO

“Lázaro Brandão era uma pessoa privilegiada e especial. Ele era um homem formador, um coaching natural, extremamente discreto, com inteligência emocional. Ele media o tom das palavras. Era um líder: mando, comando, um homem de autoridade, mas extremamente sutil no jeito de fazê-lo. 

Luiz Carlos Trabuco Cappi e Octávio de Lazari Júnior, em pé, e Lázaro Brandão. Foto: Werther Santana/Estadão - 5/2/2018

Vivi intensamente os anos 80 próximo a ele. O Amador Aguiar (fundador do banco), em processo de seleção interna, o escolheu para a presidência executiva e, meses depois, a mim para ser o gerente de marketing. Foi uma longa trajetória. No fim dos anos 90, fui trabalhar na mesma sala e, nos últimos dez anos, na mesa ao lado dele. Quer dizer, a distância entre a minha mesa e a dele era de dois metros.

Há dez dias, ele estava lúcido no hospital conversando sobre coisas racionais. Ele teve longevidade, racionalidade e foi uma pessoa determinada. Aprendi com ele que disciplina é um valor fundamental, principalmente em uma instituição financeira. Disciplina é comprometimento com as regras. É estar sempre aderente ao compliance (conformidade com controles) de procedimentos. Ele era uma pessoa obstinada, que acredita na carreira.

Não é trivial uma pessoa começar aos 15 anos e morrer na organização. A longevidade e a precocidade ao começar a ser bancário em 1942, quando o Bradesco estava surgindo, deu a ele a oportunidade de trabalhar com algumas lendas do sistema bancário brasileiro, a começar por Amador Aguiar. 

Seu início se deu no momento em que o sistema bancário era fragmentado – fomos da fragmentação à concentração – e o ‘seu’ Brandão foi partícipe de todo esse processo, em diferentes ciclos da economia. 

Foi bancário antes de acabar a ditadura de Getúlio (Vargas). Viveu intensamente a estruturação de banco de varejo no Brasil. Era muito capaz porque era um homem austero e extremamente disciplinador. Isso talvez seja o motivo de ter ficado na organização até morrer.

Ele passou por todos os testes: da economia à tecnologia. Passou por inflação, hiperinflação e mudanças tecnológicas. Foi criando esse legado que deixa para o Bradesco: um banco forte e de pratas da casa. A gente vê o passado com muita lembrança. Evidente que o presente é de muita saudade e o futuro é o legado que fica.”

*DEPOIMENTO DE LUIZ CARLOS TRABUCO

“Lázaro Brandão era uma pessoa privilegiada e especial. Ele era um homem formador, um coaching natural, extremamente discreto, com inteligência emocional. Ele media o tom das palavras. Era um líder: mando, comando, um homem de autoridade, mas extremamente sutil no jeito de fazê-lo. 

Luiz Carlos Trabuco Cappi e Octávio de Lazari Júnior, em pé, e Lázaro Brandão. Foto: Werther Santana/Estadão - 5/2/2018

Vivi intensamente os anos 80 próximo a ele. O Amador Aguiar (fundador do banco), em processo de seleção interna, o escolheu para a presidência executiva e, meses depois, a mim para ser o gerente de marketing. Foi uma longa trajetória. No fim dos anos 90, fui trabalhar na mesma sala e, nos últimos dez anos, na mesa ao lado dele. Quer dizer, a distância entre a minha mesa e a dele era de dois metros.

Há dez dias, ele estava lúcido no hospital conversando sobre coisas racionais. Ele teve longevidade, racionalidade e foi uma pessoa determinada. Aprendi com ele que disciplina é um valor fundamental, principalmente em uma instituição financeira. Disciplina é comprometimento com as regras. É estar sempre aderente ao compliance (conformidade com controles) de procedimentos. Ele era uma pessoa obstinada, que acredita na carreira.

Não é trivial uma pessoa começar aos 15 anos e morrer na organização. A longevidade e a precocidade ao começar a ser bancário em 1942, quando o Bradesco estava surgindo, deu a ele a oportunidade de trabalhar com algumas lendas do sistema bancário brasileiro, a começar por Amador Aguiar. 

Seu início se deu no momento em que o sistema bancário era fragmentado – fomos da fragmentação à concentração – e o ‘seu’ Brandão foi partícipe de todo esse processo, em diferentes ciclos da economia. 

Foi bancário antes de acabar a ditadura de Getúlio (Vargas). Viveu intensamente a estruturação de banco de varejo no Brasil. Era muito capaz porque era um homem austero e extremamente disciplinador. Isso talvez seja o motivo de ter ficado na organização até morrer.

Ele passou por todos os testes: da economia à tecnologia. Passou por inflação, hiperinflação e mudanças tecnológicas. Foi criando esse legado que deixa para o Bradesco: um banco forte e de pratas da casa. A gente vê o passado com muita lembrança. Evidente que o presente é de muita saudade e o futuro é o legado que fica.”

*DEPOIMENTO DE LUIZ CARLOS TRABUCO

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