A Shein espera que 85% de suas vendas no Brasil sejam provenientes do mercado nacional até o final de 2026, ou seja, compostas por produtos locais ou realizadas por vendedores brasileiros no marketplace da empresa. A plataforma conta atualmente com 30 mil vendedores e 50 milhões de consumidores no País.
Até o fim do ano que vem, a varejista online de fast fashion espera também gerar 100 mil empregos, diretos e indiretos. Até hoje, a companhia calcula ter gerado mais de 50 mil.
“O Brasil foi o primeiro País a contar com o marketplace da Shein e, de abril de 2023 para cá, notamos um crescimento expressivo e uma forte adesão dos vendedores nacionais”, disse o CEO da Shein no Brasil, Felipe Feistler.
Quando a Shein estabeleceu uma presença corporativa no País, em maio de 2022, Feistler disse que teve a oportunidade de dialogar com comerciantes brasileiros e, que de forma “lenta e manual”, passou a entender como funcionava a venda e a digitalização destes empreendedores.
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“No início, fomos ao Brás e ao Bom Retiro para entender como era a venda online. E de uma forma bem prática, abríamos o computador e entendíamos o site do vendedor. Apenas assim entendemos a oportunidade do marketplace como uma vitrine para os negócios no País”, contou.
Entre os produtos disponíveis no marketplace da Shein no Brasil, 75% são produzidos localmente. E entre os itens de vestuário e calçados, 85% são fabricados no Brasil.
Quando questionada, a empresa não diz ao certo qual a garantia de que o produto é feito 100% no Brasil e com insumos locais, mas diz que faz uma triagem para entender a procedência e a origem dos produtos e insumos usados.
Na plataforma, a Shein recebe de comissão cerca de 16% do preço do produto, podendo ter uma taxa extra diante da logística alterada devido aos diferentes pesos dos produtos.
Segundo a empreendedora digital Paolla Peixoto, da empresa Mapolla Intense, em três meses após a entrada da empresa na Shein, o marketplace se tornou responsável por 80% da receita em vendas. Além disso, o faturamento mensal subiu de R$ 40 mil, em novembro de 2023, para R$ 300 mil, em fevereiro de 2024.
Para Feistler, o modelo de negócio de marketplace no País surpreendeu. “A lentidão da transformação digital de forma orgânica e a circunstância da pandemia mostraram uma oportunidade de expansão única”, disse.
Santa Catarina, a ‘menina dos olhos’
Após mirar apenas em São Paulo para estruturar seu marketplace, a Shein decidiu iniciar um processo de expansão no ano passado e abriu as portas da plataforma para vendedores de outros três Estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Este ano, planeja expandir atuação em outros cinco, embora Santa Catarina seja a “menina dos olhos” de seus investimentos e esteja no foco neste primeiro trimestre.
“Santa Catarina sempre esteve mapeada como uma região estratégica para a empresa, já que concentra diversas indústrias do setor têxtil”, disse Feistler, estimando que o Estado deve contar com mil vendedores na plataforma até o final de março.
Até o momento, cerca de 600 vendedores de Santa Catarina utilizam o marketplace. O plano de expansão vai priorizar cinco cidades: Blumenau, Joinville, Florianópolis, Brusque e Itajaí.
A proximidade relativa com o centro logístico da empresa, em São Paulo, é um dos fatores que justificam a escolha de estimular a entrada de mais vendedores de Santa Catarina. “Temos três centros de distribuição (CDs) em São Paulo e, ao manter proximidade com o Estado, podemos reduzir custos de logística e entregar mais rápido”, afirmou.
Segundo dados do observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o Estado é o maior fabricante de vestuário do País, com 26% da produção nacional. Para além de Santa Catarina, a Shein planeja agregar no marketplace vendedores do Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul.
“Nossa expansão tem como objetivo tornar a Shein cada vez mais brasileira. Este ano, nós levaremos nosso ecossistema para mais regiões do País, sempre fiéis à nossa missão de tornar a beleza da moda acessível a todos”, disse o executivo.