TAG avalia projetos de R$ 20 bilhões em expansão de gasodutos


Empresa é dona de quase metade da infraestrutura de gasodutos do País, ligando o Sudeste ao Norte e Nordeste e tem ajudado a diversificar o suprimento do insumo, segundo seu presidente

Por Denise Luna

RIO - Quem questionar a evolução do mercado de gás natural desde a aprovação da Lei do Gás, há dois anos, para o presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), Gustavo Labanca, ficará sem argumentos. Nos últimos dois anos, a empresa passou de um para mais de 40 contratos, transportando, entre entradas e saídas para esses novos clientes, cerca de 13 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

A empresa tem projetos em fase de estudos, incluindo melhorias e expansão da sua malha de gasodutos que podem chegar a R$ 20 bilhões. Até 2027, estão garantidos R$ 3,3 bilhões, segundo Labanca, que vê na expansão o melhor caminho para reduzir o preço do gás natural no Brasil.

“Tudo o que estamos fazendo hoje é para garantir que teremos um mercado pujante de gás para o futuro. Temos defendido bastante também o papel do gás na transição energética, a importância do gás natural no Brasil. O Brasil tem reservas de gás e precisa dessas reservas para gerar riqueza para a sociedade. Para isso, precisa de investimentos em infraestrutura. E estamos aqui para liderar esses investimentos”, disse Labanca ao Estadão/Broadcast.

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Gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil Foto: Jussara Peruzzi/Agência Petrobrás

Segundo ele, a demanda tem evoluído na área atendida pela empresa, que pertencia à Petrobras e foi privatizada em 2019. No início, os contratos eram anuais. Posteriormente, mensais e semanais. Agora, existe demanda até para compras diárias, contrato que será oferecido ao mercado até o fim deste ano pela TAG.

Empresa é dona de quase metade da infraestrutura de gasodutos do País, ligando o Sudeste ao Norte e Nordeste e tem ajudado a diversificar o suprimento do insumo, disse Labanca.

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“Hoje, 75% do mercado do Nordeste é atendido por outros produtores que não a Petrobras, isso já está acontecendo. O Nordeste saiu na frente e hoje tem o preço mais competitivo na molécula (de gás), e a TAG ajudou isso acontecer”, afirmou.

O gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil. Segundo o executivo, isso foi possível pela diversificação do fornecimento. “As distribuidoras do Nordeste estão comprando gás aqui no Rio de Janeiro e uma parte também compra dos campos do Nordeste que foram vendidos pela Petrobras, com a 3R, da Origem. Aqui no Rio, compram da Shell, Equinor e da própria Petrobras”, disse.

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Um dos projetos de expansão já identificados pela empresa é a instalação da estação de compressão Itajuípe, na Bahia, que vai permitir a elevação da capacidade de escoamento do gasoduto Gascac (Gasoduto Cacimbas-Catu), de 9,4 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) para 12,4 milhões de m3/d. Outro ganho será a redução do gargalo nesse trecho da malha da TAG, pois, com a nova estação de compressão, será possível disponibilizar mais gás do pré-sal para os consumidores do Nordeste.

“Temos também alguns potenciais projetos no Norte, na região amazônica, com Eneva (Azulão, Juruá), e o próprio Urucu (campo de Urucu, da Petrobras), que teve leilão no ano passado e cliente contratando novas térmicas para o gás de Urucu. Se a demanda aumentar, vou ter que fazer investimentos na malha. São investimentos mais concretos e fazem parte do portfólio de R$ 20 bilhões”, informou.

Expansão da rede deve elevar oferta e reduzir preço do gás

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Segundo o executivo, a expansão dos dutos dará mais robustez ao mercado e maior oferta do combustível, aumentando a competição e reduzindo o preço do gás. “Esse é meu mantra pensando o Brasil para frente”, frisou, alertando que os investimentos na procura de novas reservas do insumo pelos produtores têm que ser contínuos. Para Labanca, o gás nacional tem que ser priorizado, enquanto a importação da Bolívia e de Gás Natural Liquefeito (GNL) é usado apenas com um complemento do mercado.

“Tem que montar a ‘pilha’ valorizando o gás nacional, seja pré-sal, pós-sal, onshore (terra), offshore (mar). Para isso vamos fazer investimentos em infraestrutura, para que esse gás esteja disponível”, disse.

Uma das esperanças do Brasil é um possível reservatório significativo de gás natural na Margem Equatorial brasileira, que pode ter geologia parecida com os que estão sendo explorados na Guiana e em Suriname. A exploração da região, porém, ainda é uma meta distante, na avaliação de Labanca.

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“Precisa aguardar, estão na fase inicial. Estamos conversando mais sobre Sergipe Águas Profundas (Seap), que tem data mais próxima, prevista pela Petrobras para 2027, mas já temos que começar a atuar hoje porque a infraestrutura é investimento de longo prazo. São 18 milhões de metros cúbicos por dia que estarão conectados à TAG”, ressaltou.

Além da expansão, algumas conexões da TAG ajudam a levar o gás a localidades que não eram atendidas com a construção de City Gates (pontos de entrega), como o feito em Itagibá, na Bahia, com investimento de R$ 20 milhões.

“Não é muito alto, mas é importante. O presidente da Bahiagás falou sobre um projeto de interiorização do gás no interior da Bahia, para que ele possa atender esse novo mercado que está se criando”, afirmou Labanca, citando ainda a conexão de entrada entre o Porto de Sergipe e o Terminal de GNL da Eneva, um projeto de R$ 340 milhões que fica pronto no primeiro semestre de 2024.

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A TAG vai terminar, ainda, a configuração original do gasoduto comprado da Petrobras. De acordo com Labanca, hoje o gasoduto adquirido por R$ 33,5 bilhões tem algumas limitações em transportar o gás do Sudeste para o Nordeste, pois apenas uma das cinco estações de compressão programadas foram construídas. A estação de compressão ajuda a aumentar o volume de gás transportado.

“Vamos fazer a segunda (estação), que está em andamento para ser aprovada pelo regulador. Com isso, aumentamos a transferência de gás do Sudeste para o Nordeste em cerca de 3 milhões de m3/d. Isso é ótimo porque estamos tendo essa demanda firme do Nordeste e tivemos que contratar produto no mercado para poder atender. Essa é uma restrição física. Estamos removendo para poder atender melhor o cliente”, disse.

RIO - Quem questionar a evolução do mercado de gás natural desde a aprovação da Lei do Gás, há dois anos, para o presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), Gustavo Labanca, ficará sem argumentos. Nos últimos dois anos, a empresa passou de um para mais de 40 contratos, transportando, entre entradas e saídas para esses novos clientes, cerca de 13 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

A empresa tem projetos em fase de estudos, incluindo melhorias e expansão da sua malha de gasodutos que podem chegar a R$ 20 bilhões. Até 2027, estão garantidos R$ 3,3 bilhões, segundo Labanca, que vê na expansão o melhor caminho para reduzir o preço do gás natural no Brasil.

“Tudo o que estamos fazendo hoje é para garantir que teremos um mercado pujante de gás para o futuro. Temos defendido bastante também o papel do gás na transição energética, a importância do gás natural no Brasil. O Brasil tem reservas de gás e precisa dessas reservas para gerar riqueza para a sociedade. Para isso, precisa de investimentos em infraestrutura. E estamos aqui para liderar esses investimentos”, disse Labanca ao Estadão/Broadcast.

Gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil Foto: Jussara Peruzzi/Agência Petrobrás

Segundo ele, a demanda tem evoluído na área atendida pela empresa, que pertencia à Petrobras e foi privatizada em 2019. No início, os contratos eram anuais. Posteriormente, mensais e semanais. Agora, existe demanda até para compras diárias, contrato que será oferecido ao mercado até o fim deste ano pela TAG.

Empresa é dona de quase metade da infraestrutura de gasodutos do País, ligando o Sudeste ao Norte e Nordeste e tem ajudado a diversificar o suprimento do insumo, disse Labanca.

“Hoje, 75% do mercado do Nordeste é atendido por outros produtores que não a Petrobras, isso já está acontecendo. O Nordeste saiu na frente e hoje tem o preço mais competitivo na molécula (de gás), e a TAG ajudou isso acontecer”, afirmou.

O gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil. Segundo o executivo, isso foi possível pela diversificação do fornecimento. “As distribuidoras do Nordeste estão comprando gás aqui no Rio de Janeiro e uma parte também compra dos campos do Nordeste que foram vendidos pela Petrobras, com a 3R, da Origem. Aqui no Rio, compram da Shell, Equinor e da própria Petrobras”, disse.

Um dos projetos de expansão já identificados pela empresa é a instalação da estação de compressão Itajuípe, na Bahia, que vai permitir a elevação da capacidade de escoamento do gasoduto Gascac (Gasoduto Cacimbas-Catu), de 9,4 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) para 12,4 milhões de m3/d. Outro ganho será a redução do gargalo nesse trecho da malha da TAG, pois, com a nova estação de compressão, será possível disponibilizar mais gás do pré-sal para os consumidores do Nordeste.

“Temos também alguns potenciais projetos no Norte, na região amazônica, com Eneva (Azulão, Juruá), e o próprio Urucu (campo de Urucu, da Petrobras), que teve leilão no ano passado e cliente contratando novas térmicas para o gás de Urucu. Se a demanda aumentar, vou ter que fazer investimentos na malha. São investimentos mais concretos e fazem parte do portfólio de R$ 20 bilhões”, informou.

Expansão da rede deve elevar oferta e reduzir preço do gás

Segundo o executivo, a expansão dos dutos dará mais robustez ao mercado e maior oferta do combustível, aumentando a competição e reduzindo o preço do gás. “Esse é meu mantra pensando o Brasil para frente”, frisou, alertando que os investimentos na procura de novas reservas do insumo pelos produtores têm que ser contínuos. Para Labanca, o gás nacional tem que ser priorizado, enquanto a importação da Bolívia e de Gás Natural Liquefeito (GNL) é usado apenas com um complemento do mercado.

“Tem que montar a ‘pilha’ valorizando o gás nacional, seja pré-sal, pós-sal, onshore (terra), offshore (mar). Para isso vamos fazer investimentos em infraestrutura, para que esse gás esteja disponível”, disse.

Uma das esperanças do Brasil é um possível reservatório significativo de gás natural na Margem Equatorial brasileira, que pode ter geologia parecida com os que estão sendo explorados na Guiana e em Suriname. A exploração da região, porém, ainda é uma meta distante, na avaliação de Labanca.

“Precisa aguardar, estão na fase inicial. Estamos conversando mais sobre Sergipe Águas Profundas (Seap), que tem data mais próxima, prevista pela Petrobras para 2027, mas já temos que começar a atuar hoje porque a infraestrutura é investimento de longo prazo. São 18 milhões de metros cúbicos por dia que estarão conectados à TAG”, ressaltou.

Além da expansão, algumas conexões da TAG ajudam a levar o gás a localidades que não eram atendidas com a construção de City Gates (pontos de entrega), como o feito em Itagibá, na Bahia, com investimento de R$ 20 milhões.

“Não é muito alto, mas é importante. O presidente da Bahiagás falou sobre um projeto de interiorização do gás no interior da Bahia, para que ele possa atender esse novo mercado que está se criando”, afirmou Labanca, citando ainda a conexão de entrada entre o Porto de Sergipe e o Terminal de GNL da Eneva, um projeto de R$ 340 milhões que fica pronto no primeiro semestre de 2024.

A TAG vai terminar, ainda, a configuração original do gasoduto comprado da Petrobras. De acordo com Labanca, hoje o gasoduto adquirido por R$ 33,5 bilhões tem algumas limitações em transportar o gás do Sudeste para o Nordeste, pois apenas uma das cinco estações de compressão programadas foram construídas. A estação de compressão ajuda a aumentar o volume de gás transportado.

“Vamos fazer a segunda (estação), que está em andamento para ser aprovada pelo regulador. Com isso, aumentamos a transferência de gás do Sudeste para o Nordeste em cerca de 3 milhões de m3/d. Isso é ótimo porque estamos tendo essa demanda firme do Nordeste e tivemos que contratar produto no mercado para poder atender. Essa é uma restrição física. Estamos removendo para poder atender melhor o cliente”, disse.

RIO - Quem questionar a evolução do mercado de gás natural desde a aprovação da Lei do Gás, há dois anos, para o presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), Gustavo Labanca, ficará sem argumentos. Nos últimos dois anos, a empresa passou de um para mais de 40 contratos, transportando, entre entradas e saídas para esses novos clientes, cerca de 13 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

A empresa tem projetos em fase de estudos, incluindo melhorias e expansão da sua malha de gasodutos que podem chegar a R$ 20 bilhões. Até 2027, estão garantidos R$ 3,3 bilhões, segundo Labanca, que vê na expansão o melhor caminho para reduzir o preço do gás natural no Brasil.

“Tudo o que estamos fazendo hoje é para garantir que teremos um mercado pujante de gás para o futuro. Temos defendido bastante também o papel do gás na transição energética, a importância do gás natural no Brasil. O Brasil tem reservas de gás e precisa dessas reservas para gerar riqueza para a sociedade. Para isso, precisa de investimentos em infraestrutura. E estamos aqui para liderar esses investimentos”, disse Labanca ao Estadão/Broadcast.

Gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil Foto: Jussara Peruzzi/Agência Petrobrás

Segundo ele, a demanda tem evoluído na área atendida pela empresa, que pertencia à Petrobras e foi privatizada em 2019. No início, os contratos eram anuais. Posteriormente, mensais e semanais. Agora, existe demanda até para compras diárias, contrato que será oferecido ao mercado até o fim deste ano pela TAG.

Empresa é dona de quase metade da infraestrutura de gasodutos do País, ligando o Sudeste ao Norte e Nordeste e tem ajudado a diversificar o suprimento do insumo, disse Labanca.

“Hoje, 75% do mercado do Nordeste é atendido por outros produtores que não a Petrobras, isso já está acontecendo. O Nordeste saiu na frente e hoje tem o preço mais competitivo na molécula (de gás), e a TAG ajudou isso acontecer”, afirmou.

O gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil. Segundo o executivo, isso foi possível pela diversificação do fornecimento. “As distribuidoras do Nordeste estão comprando gás aqui no Rio de Janeiro e uma parte também compra dos campos do Nordeste que foram vendidos pela Petrobras, com a 3R, da Origem. Aqui no Rio, compram da Shell, Equinor e da própria Petrobras”, disse.

Um dos projetos de expansão já identificados pela empresa é a instalação da estação de compressão Itajuípe, na Bahia, que vai permitir a elevação da capacidade de escoamento do gasoduto Gascac (Gasoduto Cacimbas-Catu), de 9,4 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) para 12,4 milhões de m3/d. Outro ganho será a redução do gargalo nesse trecho da malha da TAG, pois, com a nova estação de compressão, será possível disponibilizar mais gás do pré-sal para os consumidores do Nordeste.

“Temos também alguns potenciais projetos no Norte, na região amazônica, com Eneva (Azulão, Juruá), e o próprio Urucu (campo de Urucu, da Petrobras), que teve leilão no ano passado e cliente contratando novas térmicas para o gás de Urucu. Se a demanda aumentar, vou ter que fazer investimentos na malha. São investimentos mais concretos e fazem parte do portfólio de R$ 20 bilhões”, informou.

Expansão da rede deve elevar oferta e reduzir preço do gás

Segundo o executivo, a expansão dos dutos dará mais robustez ao mercado e maior oferta do combustível, aumentando a competição e reduzindo o preço do gás. “Esse é meu mantra pensando o Brasil para frente”, frisou, alertando que os investimentos na procura de novas reservas do insumo pelos produtores têm que ser contínuos. Para Labanca, o gás nacional tem que ser priorizado, enquanto a importação da Bolívia e de Gás Natural Liquefeito (GNL) é usado apenas com um complemento do mercado.

“Tem que montar a ‘pilha’ valorizando o gás nacional, seja pré-sal, pós-sal, onshore (terra), offshore (mar). Para isso vamos fazer investimentos em infraestrutura, para que esse gás esteja disponível”, disse.

Uma das esperanças do Brasil é um possível reservatório significativo de gás natural na Margem Equatorial brasileira, que pode ter geologia parecida com os que estão sendo explorados na Guiana e em Suriname. A exploração da região, porém, ainda é uma meta distante, na avaliação de Labanca.

“Precisa aguardar, estão na fase inicial. Estamos conversando mais sobre Sergipe Águas Profundas (Seap), que tem data mais próxima, prevista pela Petrobras para 2027, mas já temos que começar a atuar hoje porque a infraestrutura é investimento de longo prazo. São 18 milhões de metros cúbicos por dia que estarão conectados à TAG”, ressaltou.

Além da expansão, algumas conexões da TAG ajudam a levar o gás a localidades que não eram atendidas com a construção de City Gates (pontos de entrega), como o feito em Itagibá, na Bahia, com investimento de R$ 20 milhões.

“Não é muito alto, mas é importante. O presidente da Bahiagás falou sobre um projeto de interiorização do gás no interior da Bahia, para que ele possa atender esse novo mercado que está se criando”, afirmou Labanca, citando ainda a conexão de entrada entre o Porto de Sergipe e o Terminal de GNL da Eneva, um projeto de R$ 340 milhões que fica pronto no primeiro semestre de 2024.

A TAG vai terminar, ainda, a configuração original do gasoduto comprado da Petrobras. De acordo com Labanca, hoje o gasoduto adquirido por R$ 33,5 bilhões tem algumas limitações em transportar o gás do Sudeste para o Nordeste, pois apenas uma das cinco estações de compressão programadas foram construídas. A estação de compressão ajuda a aumentar o volume de gás transportado.

“Vamos fazer a segunda (estação), que está em andamento para ser aprovada pelo regulador. Com isso, aumentamos a transferência de gás do Sudeste para o Nordeste em cerca de 3 milhões de m3/d. Isso é ótimo porque estamos tendo essa demanda firme do Nordeste e tivemos que contratar produto no mercado para poder atender. Essa é uma restrição física. Estamos removendo para poder atender melhor o cliente”, disse.

RIO - Quem questionar a evolução do mercado de gás natural desde a aprovação da Lei do Gás, há dois anos, para o presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), Gustavo Labanca, ficará sem argumentos. Nos últimos dois anos, a empresa passou de um para mais de 40 contratos, transportando, entre entradas e saídas para esses novos clientes, cerca de 13 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

A empresa tem projetos em fase de estudos, incluindo melhorias e expansão da sua malha de gasodutos que podem chegar a R$ 20 bilhões. Até 2027, estão garantidos R$ 3,3 bilhões, segundo Labanca, que vê na expansão o melhor caminho para reduzir o preço do gás natural no Brasil.

“Tudo o que estamos fazendo hoje é para garantir que teremos um mercado pujante de gás para o futuro. Temos defendido bastante também o papel do gás na transição energética, a importância do gás natural no Brasil. O Brasil tem reservas de gás e precisa dessas reservas para gerar riqueza para a sociedade. Para isso, precisa de investimentos em infraestrutura. E estamos aqui para liderar esses investimentos”, disse Labanca ao Estadão/Broadcast.

Gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil Foto: Jussara Peruzzi/Agência Petrobrás

Segundo ele, a demanda tem evoluído na área atendida pela empresa, que pertencia à Petrobras e foi privatizada em 2019. No início, os contratos eram anuais. Posteriormente, mensais e semanais. Agora, existe demanda até para compras diárias, contrato que será oferecido ao mercado até o fim deste ano pela TAG.

Empresa é dona de quase metade da infraestrutura de gasodutos do País, ligando o Sudeste ao Norte e Nordeste e tem ajudado a diversificar o suprimento do insumo, disse Labanca.

“Hoje, 75% do mercado do Nordeste é atendido por outros produtores que não a Petrobras, isso já está acontecendo. O Nordeste saiu na frente e hoje tem o preço mais competitivo na molécula (de gás), e a TAG ajudou isso acontecer”, afirmou.

O gás natural no Nordeste é 18% mais barato do que o comercializado no resto do Brasil. Segundo o executivo, isso foi possível pela diversificação do fornecimento. “As distribuidoras do Nordeste estão comprando gás aqui no Rio de Janeiro e uma parte também compra dos campos do Nordeste que foram vendidos pela Petrobras, com a 3R, da Origem. Aqui no Rio, compram da Shell, Equinor e da própria Petrobras”, disse.

Um dos projetos de expansão já identificados pela empresa é a instalação da estação de compressão Itajuípe, na Bahia, que vai permitir a elevação da capacidade de escoamento do gasoduto Gascac (Gasoduto Cacimbas-Catu), de 9,4 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) para 12,4 milhões de m3/d. Outro ganho será a redução do gargalo nesse trecho da malha da TAG, pois, com a nova estação de compressão, será possível disponibilizar mais gás do pré-sal para os consumidores do Nordeste.

“Temos também alguns potenciais projetos no Norte, na região amazônica, com Eneva (Azulão, Juruá), e o próprio Urucu (campo de Urucu, da Petrobras), que teve leilão no ano passado e cliente contratando novas térmicas para o gás de Urucu. Se a demanda aumentar, vou ter que fazer investimentos na malha. São investimentos mais concretos e fazem parte do portfólio de R$ 20 bilhões”, informou.

Expansão da rede deve elevar oferta e reduzir preço do gás

Segundo o executivo, a expansão dos dutos dará mais robustez ao mercado e maior oferta do combustível, aumentando a competição e reduzindo o preço do gás. “Esse é meu mantra pensando o Brasil para frente”, frisou, alertando que os investimentos na procura de novas reservas do insumo pelos produtores têm que ser contínuos. Para Labanca, o gás nacional tem que ser priorizado, enquanto a importação da Bolívia e de Gás Natural Liquefeito (GNL) é usado apenas com um complemento do mercado.

“Tem que montar a ‘pilha’ valorizando o gás nacional, seja pré-sal, pós-sal, onshore (terra), offshore (mar). Para isso vamos fazer investimentos em infraestrutura, para que esse gás esteja disponível”, disse.

Uma das esperanças do Brasil é um possível reservatório significativo de gás natural na Margem Equatorial brasileira, que pode ter geologia parecida com os que estão sendo explorados na Guiana e em Suriname. A exploração da região, porém, ainda é uma meta distante, na avaliação de Labanca.

“Precisa aguardar, estão na fase inicial. Estamos conversando mais sobre Sergipe Águas Profundas (Seap), que tem data mais próxima, prevista pela Petrobras para 2027, mas já temos que começar a atuar hoje porque a infraestrutura é investimento de longo prazo. São 18 milhões de metros cúbicos por dia que estarão conectados à TAG”, ressaltou.

Além da expansão, algumas conexões da TAG ajudam a levar o gás a localidades que não eram atendidas com a construção de City Gates (pontos de entrega), como o feito em Itagibá, na Bahia, com investimento de R$ 20 milhões.

“Não é muito alto, mas é importante. O presidente da Bahiagás falou sobre um projeto de interiorização do gás no interior da Bahia, para que ele possa atender esse novo mercado que está se criando”, afirmou Labanca, citando ainda a conexão de entrada entre o Porto de Sergipe e o Terminal de GNL da Eneva, um projeto de R$ 340 milhões que fica pronto no primeiro semestre de 2024.

A TAG vai terminar, ainda, a configuração original do gasoduto comprado da Petrobras. De acordo com Labanca, hoje o gasoduto adquirido por R$ 33,5 bilhões tem algumas limitações em transportar o gás do Sudeste para o Nordeste, pois apenas uma das cinco estações de compressão programadas foram construídas. A estação de compressão ajuda a aumentar o volume de gás transportado.

“Vamos fazer a segunda (estação), que está em andamento para ser aprovada pelo regulador. Com isso, aumentamos a transferência de gás do Sudeste para o Nordeste em cerca de 3 milhões de m3/d. Isso é ótimo porque estamos tendo essa demanda firme do Nordeste e tivemos que contratar produto no mercado para poder atender. Essa é uma restrição física. Estamos removendo para poder atender melhor o cliente”, disse.

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