TecToy quer deixar nostalgia dos anos 80 e 90 para trás e crescer com novos produtos


Ainda associada aos brinquedos conhecidos por quem tem hoje mais de 40 anos, empresa aposta no setor de automação do varejo para ganhar fôlego financeiro

Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Com imagem associada à nostalgia de quem foi criança ou adolescente nos anos 1980 e 1990 - com brinquedos como Pense Bem (um clássico que ela mesma criou) e Atari (que passou a fabricar mais recentemente) -, a TecToy não quer mais ficar presa ao apelo do passado somente. E isso quer dizer que a companhia poderá deixar os brinquedos e games em segundo plano, mas sem abandoná-los. Perto de completar 35 anos, a empresa pretende apostar em novos segmentos, como a automação de varejo. Entre os produtos que ela quer produzir estão os totens de autoatendimento cada vez mais populares nas grandes redes do País.

O presidente da TecToy, Valdeni Rodrigues, escalado há três anos para redirecionar os rumos da companhia, vê as chances de “virada” com otimismo – e garante que o crescimento atual tem aprovado que a decisão foi acertada. “Não tivemos uma mudança de foco, mas uma diversificação do negócio. A própria TecToy não se sustentava mais a base dos videogames”, afirma o executivo.

Isso não quer dizer que essa linha de entretenimento não siga relevante para a empresa. Em Manaus, local para onde foi atraída por benefícios fiscais e onde hoje mantém sua única fábrica, a TecToy produz mais de 200 mil consoles por ano – todos de marcas com apelo “vintage”, como Atari, Master System e Mega Drive. O executivo conta que muitos clientes, preocupados em ver seus produtores de estimação desaparecerem do mercado, indagaram a TecToy sobre a nova estratégia de crescimento voltada ao fornecimento de produtos para outras empresas.

continua após a publicidade
Presidente da Tectoy, Valdeni Rodrigues: automação do varejo é nova avenida de crescimento Foto: Felipe Rau/Estadão

Sem abrir números, Rodrigues diz que a situação financeira da empresa está equalizada. Isso ocorreu após uma série de fundos investir no negócio, momento no qual o fundador Stefano Arnhold saiu da companhia. Em 2017, conforme os últimos dados públicos, pois a empresa tinha capital aberto, o prejuízo havia sido de R$ 21,5 milhões. Em 2019, ano da chegada dos investidores, a TecToy tinha 35 funcionários e uma fábrica praticamente parada. Hoje são quase 2 mil colaboradores, segundo Rodrigues.

Tivemos um primeiro modelo de celular, mas foi um balão de ensaio. Agora sabemos que precisaremos ter algum diferencial.”

Valdeni Rodrigues, presidente da TecToy

continua após a publicidade

Dentro desse trabalho de colocar a casa em ordem, a companhia decidiu pelo fechamento recente de sua fábrica em Cotia, na Grande São Paulo. O presidente da TecToy disse que a unidade fabril não fazia sentido economicamente. E por isso foi tomada a decisão de consolidar toda a produção da marca em Manaus. No processo de desativação da unidade paulista, que havia sido montada apenas dois anos antes, 200 funcionários foram demitidos.

Valdeni Rodrigues: diversificação é necessária, mas segmento de eletrônicos e games segue forte Foto: Felipe Rau/Estadão

Apego emocional à marca continua forte

continua após a publicidade

Segundo o executivo, adultos que usaram os produtos durante a infância seguem clientes da marca. Hoje, muitos presenteiam os filhos com Pense Bem ou Atari, uma vez que os jogos não são violentos como a maioria de concorrentes famosos, como os gigantes globais Xbox e Play Station. E também há a questão do valor muito mais acessível – o Mega Drive é vendido por R$ 299, enquanto o novo Play Station, da Sony, sai por R$ 4,5 mil.

Na linha de eletrônicos, a companhia oferece ainda tablets, babá eletrônica e lâmpadas inteligentes. Com a chegada da internet ultrarrápida 5G ao Brasil, o presidente da TecToy afirma que o lançamento de um novo celular entrou nos planos já para 2023. “Tivemos um primeiro modelo de celular, mas foi um balão de ensaio. Agora sabemos que precisaremos ter algum diferencial.”

Automação do varejo é aposta

continua após a publicidade

Mesmo que trazer novos produtos ao portfólio seja encarado como uma prioridade, a aposta de maior crescimento está mesmo na área de automação do varejo, que no último ano deu um salto de 60%, segundo Rodrigues. Nesse negócio a empresa fornece, por exemplo, quiosques em que o cliente pode fazer o seu próprio check-out, algo que já começa a se popularizar e alguns varejistas mais avançados no processo de digitalização.

O desafio é uma marca que se espelha no passado, com apelo retrô, se sustentar em IoT e automação, que são muito associadas à inovação e ao futuro.”

Fábio Milnitzky, consultor de marcas

A TecToy tem ainda um terceiro braço de negócio: a fabricação das maquininhas de pagamento no varejo. Pouca gente sabe que passa seu cartão de débito ou crédito em um produto da fabricante do Pense Bem. “Nossos clientes nesse segmento são as grandes adquirentes, como PagSeguro, Stone e Cielo. Temos 80% desse mercado”, afirma o executivo. É a partir dessa experiência que a companhia pretende oferecer novos produtos ligados à automação do varejo.

continua após a publicidade

Dá para deixar o passado para trás?

Para o fundador da consultoria da marcas iN, Fábio Milnitzky, é evidente que a marca TecToy possui em uma parte do público uma “percepção associada a uma esfera emocional e ao território de games”. “A origem e originalidade da marca estão nesse universo, mas a associação é mais indireta no que se refere a tecnologia e inovação”, diz.

continua após a publicidade

Por isso, ainda é difícil dizer se a companhia terá um lugar ao sol no setor de internet das coisas (IoT). Tudo vai depender, diz o especialista, da flexibilidade em abraçar novos públicos e necessidades. “O desafio é uma marca que se espelha no passado, com apelo retrô, se sustentar em IoT e automação, que são muito associadas à inovação e ao futuro.”

Com imagem associada à nostalgia de quem foi criança ou adolescente nos anos 1980 e 1990 - com brinquedos como Pense Bem (um clássico que ela mesma criou) e Atari (que passou a fabricar mais recentemente) -, a TecToy não quer mais ficar presa ao apelo do passado somente. E isso quer dizer que a companhia poderá deixar os brinquedos e games em segundo plano, mas sem abandoná-los. Perto de completar 35 anos, a empresa pretende apostar em novos segmentos, como a automação de varejo. Entre os produtos que ela quer produzir estão os totens de autoatendimento cada vez mais populares nas grandes redes do País.

O presidente da TecToy, Valdeni Rodrigues, escalado há três anos para redirecionar os rumos da companhia, vê as chances de “virada” com otimismo – e garante que o crescimento atual tem aprovado que a decisão foi acertada. “Não tivemos uma mudança de foco, mas uma diversificação do negócio. A própria TecToy não se sustentava mais a base dos videogames”, afirma o executivo.

Isso não quer dizer que essa linha de entretenimento não siga relevante para a empresa. Em Manaus, local para onde foi atraída por benefícios fiscais e onde hoje mantém sua única fábrica, a TecToy produz mais de 200 mil consoles por ano – todos de marcas com apelo “vintage”, como Atari, Master System e Mega Drive. O executivo conta que muitos clientes, preocupados em ver seus produtores de estimação desaparecerem do mercado, indagaram a TecToy sobre a nova estratégia de crescimento voltada ao fornecimento de produtos para outras empresas.

Presidente da Tectoy, Valdeni Rodrigues: automação do varejo é nova avenida de crescimento Foto: Felipe Rau/Estadão

Sem abrir números, Rodrigues diz que a situação financeira da empresa está equalizada. Isso ocorreu após uma série de fundos investir no negócio, momento no qual o fundador Stefano Arnhold saiu da companhia. Em 2017, conforme os últimos dados públicos, pois a empresa tinha capital aberto, o prejuízo havia sido de R$ 21,5 milhões. Em 2019, ano da chegada dos investidores, a TecToy tinha 35 funcionários e uma fábrica praticamente parada. Hoje são quase 2 mil colaboradores, segundo Rodrigues.

Tivemos um primeiro modelo de celular, mas foi um balão de ensaio. Agora sabemos que precisaremos ter algum diferencial.”

Valdeni Rodrigues, presidente da TecToy

Dentro desse trabalho de colocar a casa em ordem, a companhia decidiu pelo fechamento recente de sua fábrica em Cotia, na Grande São Paulo. O presidente da TecToy disse que a unidade fabril não fazia sentido economicamente. E por isso foi tomada a decisão de consolidar toda a produção da marca em Manaus. No processo de desativação da unidade paulista, que havia sido montada apenas dois anos antes, 200 funcionários foram demitidos.

Valdeni Rodrigues: diversificação é necessária, mas segmento de eletrônicos e games segue forte Foto: Felipe Rau/Estadão

Apego emocional à marca continua forte

Segundo o executivo, adultos que usaram os produtos durante a infância seguem clientes da marca. Hoje, muitos presenteiam os filhos com Pense Bem ou Atari, uma vez que os jogos não são violentos como a maioria de concorrentes famosos, como os gigantes globais Xbox e Play Station. E também há a questão do valor muito mais acessível – o Mega Drive é vendido por R$ 299, enquanto o novo Play Station, da Sony, sai por R$ 4,5 mil.

Na linha de eletrônicos, a companhia oferece ainda tablets, babá eletrônica e lâmpadas inteligentes. Com a chegada da internet ultrarrápida 5G ao Brasil, o presidente da TecToy afirma que o lançamento de um novo celular entrou nos planos já para 2023. “Tivemos um primeiro modelo de celular, mas foi um balão de ensaio. Agora sabemos que precisaremos ter algum diferencial.”

Automação do varejo é aposta

Mesmo que trazer novos produtos ao portfólio seja encarado como uma prioridade, a aposta de maior crescimento está mesmo na área de automação do varejo, que no último ano deu um salto de 60%, segundo Rodrigues. Nesse negócio a empresa fornece, por exemplo, quiosques em que o cliente pode fazer o seu próprio check-out, algo que já começa a se popularizar e alguns varejistas mais avançados no processo de digitalização.

O desafio é uma marca que se espelha no passado, com apelo retrô, se sustentar em IoT e automação, que são muito associadas à inovação e ao futuro.”

Fábio Milnitzky, consultor de marcas

A TecToy tem ainda um terceiro braço de negócio: a fabricação das maquininhas de pagamento no varejo. Pouca gente sabe que passa seu cartão de débito ou crédito em um produto da fabricante do Pense Bem. “Nossos clientes nesse segmento são as grandes adquirentes, como PagSeguro, Stone e Cielo. Temos 80% desse mercado”, afirma o executivo. É a partir dessa experiência que a companhia pretende oferecer novos produtos ligados à automação do varejo.

Dá para deixar o passado para trás?

Para o fundador da consultoria da marcas iN, Fábio Milnitzky, é evidente que a marca TecToy possui em uma parte do público uma “percepção associada a uma esfera emocional e ao território de games”. “A origem e originalidade da marca estão nesse universo, mas a associação é mais indireta no que se refere a tecnologia e inovação”, diz.

Por isso, ainda é difícil dizer se a companhia terá um lugar ao sol no setor de internet das coisas (IoT). Tudo vai depender, diz o especialista, da flexibilidade em abraçar novos públicos e necessidades. “O desafio é uma marca que se espelha no passado, com apelo retrô, se sustentar em IoT e automação, que são muito associadas à inovação e ao futuro.”

Com imagem associada à nostalgia de quem foi criança ou adolescente nos anos 1980 e 1990 - com brinquedos como Pense Bem (um clássico que ela mesma criou) e Atari (que passou a fabricar mais recentemente) -, a TecToy não quer mais ficar presa ao apelo do passado somente. E isso quer dizer que a companhia poderá deixar os brinquedos e games em segundo plano, mas sem abandoná-los. Perto de completar 35 anos, a empresa pretende apostar em novos segmentos, como a automação de varejo. Entre os produtos que ela quer produzir estão os totens de autoatendimento cada vez mais populares nas grandes redes do País.

O presidente da TecToy, Valdeni Rodrigues, escalado há três anos para redirecionar os rumos da companhia, vê as chances de “virada” com otimismo – e garante que o crescimento atual tem aprovado que a decisão foi acertada. “Não tivemos uma mudança de foco, mas uma diversificação do negócio. A própria TecToy não se sustentava mais a base dos videogames”, afirma o executivo.

Isso não quer dizer que essa linha de entretenimento não siga relevante para a empresa. Em Manaus, local para onde foi atraída por benefícios fiscais e onde hoje mantém sua única fábrica, a TecToy produz mais de 200 mil consoles por ano – todos de marcas com apelo “vintage”, como Atari, Master System e Mega Drive. O executivo conta que muitos clientes, preocupados em ver seus produtores de estimação desaparecerem do mercado, indagaram a TecToy sobre a nova estratégia de crescimento voltada ao fornecimento de produtos para outras empresas.

Presidente da Tectoy, Valdeni Rodrigues: automação do varejo é nova avenida de crescimento Foto: Felipe Rau/Estadão

Sem abrir números, Rodrigues diz que a situação financeira da empresa está equalizada. Isso ocorreu após uma série de fundos investir no negócio, momento no qual o fundador Stefano Arnhold saiu da companhia. Em 2017, conforme os últimos dados públicos, pois a empresa tinha capital aberto, o prejuízo havia sido de R$ 21,5 milhões. Em 2019, ano da chegada dos investidores, a TecToy tinha 35 funcionários e uma fábrica praticamente parada. Hoje são quase 2 mil colaboradores, segundo Rodrigues.

Tivemos um primeiro modelo de celular, mas foi um balão de ensaio. Agora sabemos que precisaremos ter algum diferencial.”

Valdeni Rodrigues, presidente da TecToy

Dentro desse trabalho de colocar a casa em ordem, a companhia decidiu pelo fechamento recente de sua fábrica em Cotia, na Grande São Paulo. O presidente da TecToy disse que a unidade fabril não fazia sentido economicamente. E por isso foi tomada a decisão de consolidar toda a produção da marca em Manaus. No processo de desativação da unidade paulista, que havia sido montada apenas dois anos antes, 200 funcionários foram demitidos.

Valdeni Rodrigues: diversificação é necessária, mas segmento de eletrônicos e games segue forte Foto: Felipe Rau/Estadão

Apego emocional à marca continua forte

Segundo o executivo, adultos que usaram os produtos durante a infância seguem clientes da marca. Hoje, muitos presenteiam os filhos com Pense Bem ou Atari, uma vez que os jogos não são violentos como a maioria de concorrentes famosos, como os gigantes globais Xbox e Play Station. E também há a questão do valor muito mais acessível – o Mega Drive é vendido por R$ 299, enquanto o novo Play Station, da Sony, sai por R$ 4,5 mil.

Na linha de eletrônicos, a companhia oferece ainda tablets, babá eletrônica e lâmpadas inteligentes. Com a chegada da internet ultrarrápida 5G ao Brasil, o presidente da TecToy afirma que o lançamento de um novo celular entrou nos planos já para 2023. “Tivemos um primeiro modelo de celular, mas foi um balão de ensaio. Agora sabemos que precisaremos ter algum diferencial.”

Automação do varejo é aposta

Mesmo que trazer novos produtos ao portfólio seja encarado como uma prioridade, a aposta de maior crescimento está mesmo na área de automação do varejo, que no último ano deu um salto de 60%, segundo Rodrigues. Nesse negócio a empresa fornece, por exemplo, quiosques em que o cliente pode fazer o seu próprio check-out, algo que já começa a se popularizar e alguns varejistas mais avançados no processo de digitalização.

O desafio é uma marca que se espelha no passado, com apelo retrô, se sustentar em IoT e automação, que são muito associadas à inovação e ao futuro.”

Fábio Milnitzky, consultor de marcas

A TecToy tem ainda um terceiro braço de negócio: a fabricação das maquininhas de pagamento no varejo. Pouca gente sabe que passa seu cartão de débito ou crédito em um produto da fabricante do Pense Bem. “Nossos clientes nesse segmento são as grandes adquirentes, como PagSeguro, Stone e Cielo. Temos 80% desse mercado”, afirma o executivo. É a partir dessa experiência que a companhia pretende oferecer novos produtos ligados à automação do varejo.

Dá para deixar o passado para trás?

Para o fundador da consultoria da marcas iN, Fábio Milnitzky, é evidente que a marca TecToy possui em uma parte do público uma “percepção associada a uma esfera emocional e ao território de games”. “A origem e originalidade da marca estão nesse universo, mas a associação é mais indireta no que se refere a tecnologia e inovação”, diz.

Por isso, ainda é difícil dizer se a companhia terá um lugar ao sol no setor de internet das coisas (IoT). Tudo vai depender, diz o especialista, da flexibilidade em abraçar novos públicos e necessidades. “O desafio é uma marca que se espelha no passado, com apelo retrô, se sustentar em IoT e automação, que são muito associadas à inovação e ao futuro.”

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.