Como a temperatura e o clima influenciam o resultado das empresas de varejo de moda


A antecipação do inverno, por exemplo, pode garantir preços melhores para as companhias; da mesma forma, o atraso na chegada do frio obriga as empresas a promover liquidações e dar mais descontos

Por Talita Nascimento

Temperaturas mais altas ou mais baixas do que o esperado são comuns em divulgações de resultados de varejistas de moda. A chegada mais rápida de uma determinada estação, por exemplo, pode determinar se as novas coleções serão vendidas a preço cheio ou com descontos ao longo do trimestre.

O fenômeno La Niña, que consiste na diminuição da temperatura das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, pode explicar algumas surpresas nos números das companhias no último ano. Da mesma forma, sua partida, no outono deste ano, pode dar pistas para o planejamento dessas empresas.

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No segundo trimestre de 2022, as companhias do setor mostraram números positivamente surpreendentes pela chegada antecipada do inverno. Já o último verão, foi mais frustrante em vendas. O clima, mais uma vez, foi determinante. Para frente, é possível prever um inverno menos frio. Prestar atenção nisso pode influenciar o planejamento do segmento de moda.

Segundo a Nottus, consultoria especializada em meteorologia, algumas das principais capitais do País tiveram mais frio do que o normal de abril a junho do ano passado. No Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, abril foi mais gelado do que a média para o período. Ou seja, um frio antecipado, como consequência do La Niña.

No mesmo período, a Lojas Renner reportou que as vendas foram impulsionadas por um inverno antecipado e mais rigoroso, que levou o consumidor a comprar mais peças de vestuário. Assim, a coleção de outono/inverno atingiu número de transações e tíquetes aproximadamente 10% acima do registrado em 2019, antes da pandemia de covid-19.

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Em crise, Lojas Marisa aposta que inverno ajude a melhorar as vendas Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Da mesma forma, a Marisa comentou em seu documento de balanço do mesmo trimestre sobre a influência do clima no resultado. “Observamos uma aceleração importante na atividade do setor no trimestre, com destaque para os meses de abril e maio, cujas vendas foram impulsionadas por temperaturas mais frias e pela ótima aceitação de nossa coleção de inverno, além das campanhas promocionais dos Dias das Mães e Namorados”, disse a companhia.

O problema é que o mesmo fenômeno levou a um verão mais frio no fim de 2022. Novamente, as empresas sentiram a mudança do clima em suas contas. O fim de ano chuvoso fez as companhias venderem menos. Na C&A, esse foi um dos eventos citados como motivadores de uma venda menos acelerada.

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“O desempenho da categoria no trimestre foi impactado pelo clima frio atípico para o período, principalmente na região sudeste, e pela Copa do Mundo de futebol - nos dias com jogo da seleção brasileira, o fluxo nas lojas ficava praticamente zerado após o horário do almoço”, dizia o documento de balanço da empresa.

Rebote

Se a chegada da La Niña surpreendeu, sua partida também causou estragos. O fenômeno acabou no outono deste ano. “Como resultado, até agora, não tivemos frio capaz de ‘aquecer’ a economia”, aponta o estudo da Nottus. Em geral, as vendas de outono/inverno começam ainda no primeiro trimestre, no mês de março. Motivo pelo qual a Renner tem diminuído as coleções de transição de estação. Dessa vez, porém, o cálculo deu errado.

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O CFO da Renner, Daniel Martins dos Santos, disse a investidores, que a decisão de fazer uma coleção de meia estação menor afetou negativamente as vendas do primeiro trimestre de 2023. Como o clima ficou mais quente do que a companhia previa, a coleção de inverno não vendeu como o esperado e a companhia teve de vender itens de verão em liquidação.

O sócio-diretor da Nottus, Alexandre Nascimento, diz que as baixas temperaturas no início de maio costumam ser determinantes para o sucesso das varejistas de moda no Dia das Mães, segunda maior data para o varejo brasileiro. Por sua experiência, quando a capital de São Paulo chega a 10 ºC cerca de 15 dias antes da data, cria-se um gatilho para vendas de roupas de inverno, que costumam ter margens de lucro maiores do que as peças de verão.

Nesse mês, porém, o frio chegou bem mais perto do segundo domingo, o que pode ter efeito negativo no resultado das companhias. Algumas delas já avisaram os investidores de que a base de comparação de abril a junho do ano passado é muito alta e, por isso, difícil de bater.

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Para frente, a Nottus prevê alguns episódios de frio para a temporada, mas nada parecido com o ano passado. Em média, o inverno de 2023 deve ser, na visão da consultoria, mais quente do que o normal. Ou seja, os resultados devem ser afetados.

Temperaturas mais altas ou mais baixas do que o esperado são comuns em divulgações de resultados de varejistas de moda. A chegada mais rápida de uma determinada estação, por exemplo, pode determinar se as novas coleções serão vendidas a preço cheio ou com descontos ao longo do trimestre.

O fenômeno La Niña, que consiste na diminuição da temperatura das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, pode explicar algumas surpresas nos números das companhias no último ano. Da mesma forma, sua partida, no outono deste ano, pode dar pistas para o planejamento dessas empresas.

No segundo trimestre de 2022, as companhias do setor mostraram números positivamente surpreendentes pela chegada antecipada do inverno. Já o último verão, foi mais frustrante em vendas. O clima, mais uma vez, foi determinante. Para frente, é possível prever um inverno menos frio. Prestar atenção nisso pode influenciar o planejamento do segmento de moda.

Segundo a Nottus, consultoria especializada em meteorologia, algumas das principais capitais do País tiveram mais frio do que o normal de abril a junho do ano passado. No Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, abril foi mais gelado do que a média para o período. Ou seja, um frio antecipado, como consequência do La Niña.

No mesmo período, a Lojas Renner reportou que as vendas foram impulsionadas por um inverno antecipado e mais rigoroso, que levou o consumidor a comprar mais peças de vestuário. Assim, a coleção de outono/inverno atingiu número de transações e tíquetes aproximadamente 10% acima do registrado em 2019, antes da pandemia de covid-19.

Em crise, Lojas Marisa aposta que inverno ajude a melhorar as vendas Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Da mesma forma, a Marisa comentou em seu documento de balanço do mesmo trimestre sobre a influência do clima no resultado. “Observamos uma aceleração importante na atividade do setor no trimestre, com destaque para os meses de abril e maio, cujas vendas foram impulsionadas por temperaturas mais frias e pela ótima aceitação de nossa coleção de inverno, além das campanhas promocionais dos Dias das Mães e Namorados”, disse a companhia.

O problema é que o mesmo fenômeno levou a um verão mais frio no fim de 2022. Novamente, as empresas sentiram a mudança do clima em suas contas. O fim de ano chuvoso fez as companhias venderem menos. Na C&A, esse foi um dos eventos citados como motivadores de uma venda menos acelerada.

“O desempenho da categoria no trimestre foi impactado pelo clima frio atípico para o período, principalmente na região sudeste, e pela Copa do Mundo de futebol - nos dias com jogo da seleção brasileira, o fluxo nas lojas ficava praticamente zerado após o horário do almoço”, dizia o documento de balanço da empresa.

Rebote

Se a chegada da La Niña surpreendeu, sua partida também causou estragos. O fenômeno acabou no outono deste ano. “Como resultado, até agora, não tivemos frio capaz de ‘aquecer’ a economia”, aponta o estudo da Nottus. Em geral, as vendas de outono/inverno começam ainda no primeiro trimestre, no mês de março. Motivo pelo qual a Renner tem diminuído as coleções de transição de estação. Dessa vez, porém, o cálculo deu errado.

O CFO da Renner, Daniel Martins dos Santos, disse a investidores, que a decisão de fazer uma coleção de meia estação menor afetou negativamente as vendas do primeiro trimestre de 2023. Como o clima ficou mais quente do que a companhia previa, a coleção de inverno não vendeu como o esperado e a companhia teve de vender itens de verão em liquidação.

O sócio-diretor da Nottus, Alexandre Nascimento, diz que as baixas temperaturas no início de maio costumam ser determinantes para o sucesso das varejistas de moda no Dia das Mães, segunda maior data para o varejo brasileiro. Por sua experiência, quando a capital de São Paulo chega a 10 ºC cerca de 15 dias antes da data, cria-se um gatilho para vendas de roupas de inverno, que costumam ter margens de lucro maiores do que as peças de verão.

Nesse mês, porém, o frio chegou bem mais perto do segundo domingo, o que pode ter efeito negativo no resultado das companhias. Algumas delas já avisaram os investidores de que a base de comparação de abril a junho do ano passado é muito alta e, por isso, difícil de bater.

Para frente, a Nottus prevê alguns episódios de frio para a temporada, mas nada parecido com o ano passado. Em média, o inverno de 2023 deve ser, na visão da consultoria, mais quente do que o normal. Ou seja, os resultados devem ser afetados.

Temperaturas mais altas ou mais baixas do que o esperado são comuns em divulgações de resultados de varejistas de moda. A chegada mais rápida de uma determinada estação, por exemplo, pode determinar se as novas coleções serão vendidas a preço cheio ou com descontos ao longo do trimestre.

O fenômeno La Niña, que consiste na diminuição da temperatura das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, pode explicar algumas surpresas nos números das companhias no último ano. Da mesma forma, sua partida, no outono deste ano, pode dar pistas para o planejamento dessas empresas.

No segundo trimestre de 2022, as companhias do setor mostraram números positivamente surpreendentes pela chegada antecipada do inverno. Já o último verão, foi mais frustrante em vendas. O clima, mais uma vez, foi determinante. Para frente, é possível prever um inverno menos frio. Prestar atenção nisso pode influenciar o planejamento do segmento de moda.

Segundo a Nottus, consultoria especializada em meteorologia, algumas das principais capitais do País tiveram mais frio do que o normal de abril a junho do ano passado. No Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, abril foi mais gelado do que a média para o período. Ou seja, um frio antecipado, como consequência do La Niña.

No mesmo período, a Lojas Renner reportou que as vendas foram impulsionadas por um inverno antecipado e mais rigoroso, que levou o consumidor a comprar mais peças de vestuário. Assim, a coleção de outono/inverno atingiu número de transações e tíquetes aproximadamente 10% acima do registrado em 2019, antes da pandemia de covid-19.

Em crise, Lojas Marisa aposta que inverno ajude a melhorar as vendas Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Da mesma forma, a Marisa comentou em seu documento de balanço do mesmo trimestre sobre a influência do clima no resultado. “Observamos uma aceleração importante na atividade do setor no trimestre, com destaque para os meses de abril e maio, cujas vendas foram impulsionadas por temperaturas mais frias e pela ótima aceitação de nossa coleção de inverno, além das campanhas promocionais dos Dias das Mães e Namorados”, disse a companhia.

O problema é que o mesmo fenômeno levou a um verão mais frio no fim de 2022. Novamente, as empresas sentiram a mudança do clima em suas contas. O fim de ano chuvoso fez as companhias venderem menos. Na C&A, esse foi um dos eventos citados como motivadores de uma venda menos acelerada.

“O desempenho da categoria no trimestre foi impactado pelo clima frio atípico para o período, principalmente na região sudeste, e pela Copa do Mundo de futebol - nos dias com jogo da seleção brasileira, o fluxo nas lojas ficava praticamente zerado após o horário do almoço”, dizia o documento de balanço da empresa.

Rebote

Se a chegada da La Niña surpreendeu, sua partida também causou estragos. O fenômeno acabou no outono deste ano. “Como resultado, até agora, não tivemos frio capaz de ‘aquecer’ a economia”, aponta o estudo da Nottus. Em geral, as vendas de outono/inverno começam ainda no primeiro trimestre, no mês de março. Motivo pelo qual a Renner tem diminuído as coleções de transição de estação. Dessa vez, porém, o cálculo deu errado.

O CFO da Renner, Daniel Martins dos Santos, disse a investidores, que a decisão de fazer uma coleção de meia estação menor afetou negativamente as vendas do primeiro trimestre de 2023. Como o clima ficou mais quente do que a companhia previa, a coleção de inverno não vendeu como o esperado e a companhia teve de vender itens de verão em liquidação.

O sócio-diretor da Nottus, Alexandre Nascimento, diz que as baixas temperaturas no início de maio costumam ser determinantes para o sucesso das varejistas de moda no Dia das Mães, segunda maior data para o varejo brasileiro. Por sua experiência, quando a capital de São Paulo chega a 10 ºC cerca de 15 dias antes da data, cria-se um gatilho para vendas de roupas de inverno, que costumam ter margens de lucro maiores do que as peças de verão.

Nesse mês, porém, o frio chegou bem mais perto do segundo domingo, o que pode ter efeito negativo no resultado das companhias. Algumas delas já avisaram os investidores de que a base de comparação de abril a junho do ano passado é muito alta e, por isso, difícil de bater.

Para frente, a Nottus prevê alguns episódios de frio para a temporada, mas nada parecido com o ano passado. Em média, o inverno de 2023 deve ser, na visão da consultoria, mais quente do que o normal. Ou seja, os resultados devem ser afetados.

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