Crise climática: altas temperaturas impulsionam as vendas de latinhas de alumínio para bebidas


Líder no mercado nacional, a Ball Corporation reativou linhas de produção paralisadas e importou de Argentina e Paraguai; vendas na empresa cresceram 18% até junho

Por Ivo Ribeiro

As altas temperaturas vistas neste ano em quase todas as regiões do País, ultrapassando 40ºC em muitas localidades, favoreceram o aumento do consumo de bebidas em geral, em especial de cervejas, refrigerantes, energéticos e sucos. Isso trouxe um novo fôlego para as fabricantes de latas de alumínio locais, depois da retração de quase 5% em 2022 e do crescimento de apenas 1,7% no ano passado.

A expectativa é que as vendas de latas de alumínio para bebidas neste ano atinjam novo recorde de alta. No primeiro semestre, de acordo com dados das fabricantes do setor, o índice ficou entre 12% e 14% na comparação com o mesmo período de 2023. A Abralatas, entidade que reúne as cinco produtoras de latas do País, deve divulgar números revisados agora em novembro.

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A americana Ball, maior do mundo em embalagens de alumínio para bebidas e líder no mercado brasileiro, com 43% de participação, registrou crescimento de 18%, na média, de suas operação na América do Sul, onde o Brasil tem predominância. “Tivemos de religar linhas de produção paradas que somente seriam reativadas em 2025 e importar de nossas fábricas na Argentina e Paraguai”, disse ao Estadão o CEO da Ball Corporation para América do Sul, Fauze Villatoro.

“Hoje, no Brasil, estamos totalmente vendidos”, diz. “Foi necessário recorrer à importação de latas, mesmo sabendo que a logística disso tem impacto no custo, principalmente por conta da leveza da embalagem. Mas a prioridade é abastecer nossos clientes.”

As fabricantes de latas, em geral, têm suas fábricas localizadas próximo de grandes cervejarias, pois a bebida já é vendida em torno de 50% envasadas em latas de alumínio. Esse fator levou a Ambev, maior cervejaria do País, a investir na produção cativa de latas alguns anos atrás.

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Produção de latas de alumínio em fábrica da Ball: empresa opera dez unidades no Brasil e mais quatro na Argentina, Paraguai e Chile Foto: Divulgação/Ball Corporation

A lata, diz o executivo, tem várias vantagens sobre outras embalagens, como o vidro e o plástico, pela praticidade, conveniência e sustentabilidade - a embalagem em alumínio, no País, é 100% reciclada, virando lata de novo no período de 60 dias.

Conforme o executivo, o segundo semestre deve ficar no mesmo ritmo do primeiro. A chamada temporada de verão para as fabricantes começou em meados de setembro e vai até o carnaval, em março. “Neste ano praticamente não houve inverno, com temperaturas médias mais elevadas que em outros anos. Com a otimização e readequação de nossas fábricas e linhas de produção, estamos preparados para 2025″.

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Da cerveja para o vinho, água e cachaça

A quantidade de bebidas que passaram a ser envasadas na lata de alumínio - com capacidade de 220 ml a 750 mil - cresce a cada ano e no Brasil já abrange dezenas de tipos. O leque vai de cervejas e refrigerantes a bebidas energéticas, bebidas prontas para beber (BPB), sucos, chás, água de coco até vinho, espumantes e cachaça. E, mais recentemente, água natural e com gás.

Em volume envasado, em primeiro lugar está a cerveja, incluindo as marcas tradicionais da bebida e as artesanais, que avançaram bastante no consumo brasileiro na última década. É seguida por refrigerantes e pela energéticos. A cachaça, diz o executivo da Ball, já desponta como a número quatro em uso de latas, com grande consumo na região Nordeste. Muito usadas também na embalagem são as bebidas prontas para beber (em inglês conhecidas com “read to drink-RTD).

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Segundo Villatoro, no ano passado mais de mil novos produtos RTD foram lançados globalmente, e esse ritmo não para. A tendência, afirma, é de aumento da presença de novas marcas de bebidas funcionais. Por exemplo, as com colágenos, reposição de eletrolíticos e com vitamina C, entre outras. Nos Estados Unidos, diz, a sensação do momento são bebidas probióticas e refrigerantes com lactobacilos. Para os fabricantes de latas, tudo isso desponta como potenciais mercados a serem conquistados.

Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de latas de alumínio movimentará neste ano vendas de US$ 51,2 bilhões e a projeção é de atingir US$ 63,9 bilhões em 2030, com crescimento anual médio de 4,5%.

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No Brasil, o mercado de água em lata, que a Ball foi pioneira em introduzir em 2020, tem dobrado a cada ano. A Ball informa que o volume de latas de água no ano passado foi quase nove vezes (aumento de 855%) o de 2020. O grupo Minalba, que tem também a marca Indaiá, passou a adotar a lata anos atrás.

No ano passado, o mercado de energéticos cresceu 20% no volume de latas. Bebidas como mojito e “moscow mule” estão entre as preferidas dos consumidores de RTD. Sem falar nos drinks, que costumam ser preparados com rum, vodka, tequila e também bebidas com sabores de limão, morango, guaraná e até maracujá. Para algumas bebidas, como o vinho, que cresce três dígitos, conforme dados da Abralatas, o fracionamento facilita o consumo em ocasiões e lugares específicos.

Fauze Villatoro: mercado foi favorecido pelas temperaturas mais altas  Foto: Divulgação/Ball Corporation
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A cachaça, bebida típica brasileira produzida a partir da cana de açúcar, apresentou crescimento na última década de 44%. A fabricante da bebida com a marca Pitú é uma das clientes da Ball, que abastece a empresa a partir de sua unidade de latas de Recife. “É um mercado em ascensão, que já ocupa o quarto lugar como usuário de lata. Uma embalagem típica é a lata de 473 ml”, diz o executivo.

Disputa no mercado brasileiro

O Brasil conta com 25 unidades de produção, incluindo as que são voltadas apenas para tampas, espalhadas desde o Sul até o Nordeste. São fábricas operadas por quatro multinacionais - as americanas Ball e Crown, a polonesa Canpack e a irlandesa Ardagh - e pela brasileira Ambev, que fabrica para consumo próprio em Sete Lagoas (MG). Desse número, a Ball atualmente tem em operação dez unidades.

Se for mantido o ritmo da demanda do primeiro semestre, na faixa de 13% de crescimento, o mercado nacional de latas deve bater novo recorde, superando de longe as vendas de 33,4 bilhões de latinhas de 2021. No ano passado, o crescimento foi de 1,7%, chegando a 32,3 bilhões de latas.

A projeção da Abralatas, anunciada no início de abril, era chegar ao final deste ano com 5% de crescimento sobre 2023. De acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a previsão para este ano apenas no segmento de bebidas alcoólicas é de superar 4%. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de cerveja, tendo à frente China e EUA, com um parque instalado de 1850 cervejarias, conforme o Sindicerv.

O desempenho negativo de 2022 e a baixa performance do ano passado levaram empresas a postergar a instalação de fábricas anunciadas para Minas Gerias - caso de Canpack (em Poços de Caldas) e do grupo Ardagh Metal Packaging (AMP), em Juiz de Fora. A Crown também anunciou nova instalação na cidade de Uberaba e uma linha adicional na fábrica de Rio verde (GO).

Gigante mundial

A Ball é a maior fabricante mundial de embalagens de alumínio - apenas em latas para bebidas o volume somou 106,5 bilhões de unidades no ano passado. A companhia tem ainda a divisão de produtos de Home & Personal Care, que produz embalagem para aerossol. No Brasil, tem uma unidade fabril em Itupeva, interior de São Paulo.

Na divisão de Home & Personal Care são produzidos também copos e garrafas em alumínio, uma inovação mais recente da companhia que ainda não chegou ao Brasil. Na América do Norte, a Ball desenvolveu uma marca de água com o ator Jason Momoa, que atuou no filme Aquaman, chamada Mananalu. Momoa é um ativista em favor do meio ambiente e a Mananalu tem seus produtos envasados em latas e agora em garrafas de alumínio.

Fundada em 1880 e com presença em todos os continentes, a Ball Corporation opera mais de 100 fábricas no mundo. No ano passado obteve receita líquida de US$ 14 bilhões. Em fevereiro, concluiu a venda de sua divisão aeroespacial, que era estratégica para o governo americano e atendia instituições como a Nasa.

“Agora, o foco da companhia está todo voltado para as embalagens em alumínio. Com isso, a Ball buscou se tornar uma empresa mais ágil, mais horizontal e com centrada em excelência operacional e mais parcerias com seus clientes mundo afora”, afirma Villatoro.

Na América do Sul, a companhia informou nesta quinta-feira, 31, na divulgação global de resultados, que encerrou o período de janeiro a setembro com receita líquida de US$ 1,38 bilhão (equivalente a R$ 7,98 bilhões pelo câmbio atual ), registrando aumento de 2,9% sobre o mesmo intervalo de 2023. O lucro líquido nos nove meses saltou 20,5% para US$ 170 milhões (R$ 982 milhões). A empresa não divulga resultados por países.

No Brasil, o executivo informa que a Ball passou a operar, neste ano, com uso de 100% de energia elétrica renovável, uma meta que foi definida em 2019 e alcançada seis anos antes do prazo global fixado para 2030. Com isso, a previsão é que as operações da América do Sul fechem o ano com 87% de utilização, dentro da meta de reduzir a pegada de carbono da companhia.

As altas temperaturas vistas neste ano em quase todas as regiões do País, ultrapassando 40ºC em muitas localidades, favoreceram o aumento do consumo de bebidas em geral, em especial de cervejas, refrigerantes, energéticos e sucos. Isso trouxe um novo fôlego para as fabricantes de latas de alumínio locais, depois da retração de quase 5% em 2022 e do crescimento de apenas 1,7% no ano passado.

A expectativa é que as vendas de latas de alumínio para bebidas neste ano atinjam novo recorde de alta. No primeiro semestre, de acordo com dados das fabricantes do setor, o índice ficou entre 12% e 14% na comparação com o mesmo período de 2023. A Abralatas, entidade que reúne as cinco produtoras de latas do País, deve divulgar números revisados agora em novembro.

A americana Ball, maior do mundo em embalagens de alumínio para bebidas e líder no mercado brasileiro, com 43% de participação, registrou crescimento de 18%, na média, de suas operação na América do Sul, onde o Brasil tem predominância. “Tivemos de religar linhas de produção paradas que somente seriam reativadas em 2025 e importar de nossas fábricas na Argentina e Paraguai”, disse ao Estadão o CEO da Ball Corporation para América do Sul, Fauze Villatoro.

“Hoje, no Brasil, estamos totalmente vendidos”, diz. “Foi necessário recorrer à importação de latas, mesmo sabendo que a logística disso tem impacto no custo, principalmente por conta da leveza da embalagem. Mas a prioridade é abastecer nossos clientes.”

As fabricantes de latas, em geral, têm suas fábricas localizadas próximo de grandes cervejarias, pois a bebida já é vendida em torno de 50% envasadas em latas de alumínio. Esse fator levou a Ambev, maior cervejaria do País, a investir na produção cativa de latas alguns anos atrás.

Produção de latas de alumínio em fábrica da Ball: empresa opera dez unidades no Brasil e mais quatro na Argentina, Paraguai e Chile Foto: Divulgação/Ball Corporation

A lata, diz o executivo, tem várias vantagens sobre outras embalagens, como o vidro e o plástico, pela praticidade, conveniência e sustentabilidade - a embalagem em alumínio, no País, é 100% reciclada, virando lata de novo no período de 60 dias.

Conforme o executivo, o segundo semestre deve ficar no mesmo ritmo do primeiro. A chamada temporada de verão para as fabricantes começou em meados de setembro e vai até o carnaval, em março. “Neste ano praticamente não houve inverno, com temperaturas médias mais elevadas que em outros anos. Com a otimização e readequação de nossas fábricas e linhas de produção, estamos preparados para 2025″.

Da cerveja para o vinho, água e cachaça

A quantidade de bebidas que passaram a ser envasadas na lata de alumínio - com capacidade de 220 ml a 750 mil - cresce a cada ano e no Brasil já abrange dezenas de tipos. O leque vai de cervejas e refrigerantes a bebidas energéticas, bebidas prontas para beber (BPB), sucos, chás, água de coco até vinho, espumantes e cachaça. E, mais recentemente, água natural e com gás.

Em volume envasado, em primeiro lugar está a cerveja, incluindo as marcas tradicionais da bebida e as artesanais, que avançaram bastante no consumo brasileiro na última década. É seguida por refrigerantes e pela energéticos. A cachaça, diz o executivo da Ball, já desponta como a número quatro em uso de latas, com grande consumo na região Nordeste. Muito usadas também na embalagem são as bebidas prontas para beber (em inglês conhecidas com “read to drink-RTD).

Segundo Villatoro, no ano passado mais de mil novos produtos RTD foram lançados globalmente, e esse ritmo não para. A tendência, afirma, é de aumento da presença de novas marcas de bebidas funcionais. Por exemplo, as com colágenos, reposição de eletrolíticos e com vitamina C, entre outras. Nos Estados Unidos, diz, a sensação do momento são bebidas probióticas e refrigerantes com lactobacilos. Para os fabricantes de latas, tudo isso desponta como potenciais mercados a serem conquistados.

Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de latas de alumínio movimentará neste ano vendas de US$ 51,2 bilhões e a projeção é de atingir US$ 63,9 bilhões em 2030, com crescimento anual médio de 4,5%.

No Brasil, o mercado de água em lata, que a Ball foi pioneira em introduzir em 2020, tem dobrado a cada ano. A Ball informa que o volume de latas de água no ano passado foi quase nove vezes (aumento de 855%) o de 2020. O grupo Minalba, que tem também a marca Indaiá, passou a adotar a lata anos atrás.

No ano passado, o mercado de energéticos cresceu 20% no volume de latas. Bebidas como mojito e “moscow mule” estão entre as preferidas dos consumidores de RTD. Sem falar nos drinks, que costumam ser preparados com rum, vodka, tequila e também bebidas com sabores de limão, morango, guaraná e até maracujá. Para algumas bebidas, como o vinho, que cresce três dígitos, conforme dados da Abralatas, o fracionamento facilita o consumo em ocasiões e lugares específicos.

Fauze Villatoro: mercado foi favorecido pelas temperaturas mais altas  Foto: Divulgação/Ball Corporation

A cachaça, bebida típica brasileira produzida a partir da cana de açúcar, apresentou crescimento na última década de 44%. A fabricante da bebida com a marca Pitú é uma das clientes da Ball, que abastece a empresa a partir de sua unidade de latas de Recife. “É um mercado em ascensão, que já ocupa o quarto lugar como usuário de lata. Uma embalagem típica é a lata de 473 ml”, diz o executivo.

Disputa no mercado brasileiro

O Brasil conta com 25 unidades de produção, incluindo as que são voltadas apenas para tampas, espalhadas desde o Sul até o Nordeste. São fábricas operadas por quatro multinacionais - as americanas Ball e Crown, a polonesa Canpack e a irlandesa Ardagh - e pela brasileira Ambev, que fabrica para consumo próprio em Sete Lagoas (MG). Desse número, a Ball atualmente tem em operação dez unidades.

Se for mantido o ritmo da demanda do primeiro semestre, na faixa de 13% de crescimento, o mercado nacional de latas deve bater novo recorde, superando de longe as vendas de 33,4 bilhões de latinhas de 2021. No ano passado, o crescimento foi de 1,7%, chegando a 32,3 bilhões de latas.

A projeção da Abralatas, anunciada no início de abril, era chegar ao final deste ano com 5% de crescimento sobre 2023. De acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a previsão para este ano apenas no segmento de bebidas alcoólicas é de superar 4%. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de cerveja, tendo à frente China e EUA, com um parque instalado de 1850 cervejarias, conforme o Sindicerv.

O desempenho negativo de 2022 e a baixa performance do ano passado levaram empresas a postergar a instalação de fábricas anunciadas para Minas Gerias - caso de Canpack (em Poços de Caldas) e do grupo Ardagh Metal Packaging (AMP), em Juiz de Fora. A Crown também anunciou nova instalação na cidade de Uberaba e uma linha adicional na fábrica de Rio verde (GO).

Gigante mundial

A Ball é a maior fabricante mundial de embalagens de alumínio - apenas em latas para bebidas o volume somou 106,5 bilhões de unidades no ano passado. A companhia tem ainda a divisão de produtos de Home & Personal Care, que produz embalagem para aerossol. No Brasil, tem uma unidade fabril em Itupeva, interior de São Paulo.

Na divisão de Home & Personal Care são produzidos também copos e garrafas em alumínio, uma inovação mais recente da companhia que ainda não chegou ao Brasil. Na América do Norte, a Ball desenvolveu uma marca de água com o ator Jason Momoa, que atuou no filme Aquaman, chamada Mananalu. Momoa é um ativista em favor do meio ambiente e a Mananalu tem seus produtos envasados em latas e agora em garrafas de alumínio.

Fundada em 1880 e com presença em todos os continentes, a Ball Corporation opera mais de 100 fábricas no mundo. No ano passado obteve receita líquida de US$ 14 bilhões. Em fevereiro, concluiu a venda de sua divisão aeroespacial, que era estratégica para o governo americano e atendia instituições como a Nasa.

“Agora, o foco da companhia está todo voltado para as embalagens em alumínio. Com isso, a Ball buscou se tornar uma empresa mais ágil, mais horizontal e com centrada em excelência operacional e mais parcerias com seus clientes mundo afora”, afirma Villatoro.

Na América do Sul, a companhia informou nesta quinta-feira, 31, na divulgação global de resultados, que encerrou o período de janeiro a setembro com receita líquida de US$ 1,38 bilhão (equivalente a R$ 7,98 bilhões pelo câmbio atual ), registrando aumento de 2,9% sobre o mesmo intervalo de 2023. O lucro líquido nos nove meses saltou 20,5% para US$ 170 milhões (R$ 982 milhões). A empresa não divulga resultados por países.

No Brasil, o executivo informa que a Ball passou a operar, neste ano, com uso de 100% de energia elétrica renovável, uma meta que foi definida em 2019 e alcançada seis anos antes do prazo global fixado para 2030. Com isso, a previsão é que as operações da América do Sul fechem o ano com 87% de utilização, dentro da meta de reduzir a pegada de carbono da companhia.

As altas temperaturas vistas neste ano em quase todas as regiões do País, ultrapassando 40ºC em muitas localidades, favoreceram o aumento do consumo de bebidas em geral, em especial de cervejas, refrigerantes, energéticos e sucos. Isso trouxe um novo fôlego para as fabricantes de latas de alumínio locais, depois da retração de quase 5% em 2022 e do crescimento de apenas 1,7% no ano passado.

A expectativa é que as vendas de latas de alumínio para bebidas neste ano atinjam novo recorde de alta. No primeiro semestre, de acordo com dados das fabricantes do setor, o índice ficou entre 12% e 14% na comparação com o mesmo período de 2023. A Abralatas, entidade que reúne as cinco produtoras de latas do País, deve divulgar números revisados agora em novembro.

A americana Ball, maior do mundo em embalagens de alumínio para bebidas e líder no mercado brasileiro, com 43% de participação, registrou crescimento de 18%, na média, de suas operação na América do Sul, onde o Brasil tem predominância. “Tivemos de religar linhas de produção paradas que somente seriam reativadas em 2025 e importar de nossas fábricas na Argentina e Paraguai”, disse ao Estadão o CEO da Ball Corporation para América do Sul, Fauze Villatoro.

“Hoje, no Brasil, estamos totalmente vendidos”, diz. “Foi necessário recorrer à importação de latas, mesmo sabendo que a logística disso tem impacto no custo, principalmente por conta da leveza da embalagem. Mas a prioridade é abastecer nossos clientes.”

As fabricantes de latas, em geral, têm suas fábricas localizadas próximo de grandes cervejarias, pois a bebida já é vendida em torno de 50% envasadas em latas de alumínio. Esse fator levou a Ambev, maior cervejaria do País, a investir na produção cativa de latas alguns anos atrás.

Produção de latas de alumínio em fábrica da Ball: empresa opera dez unidades no Brasil e mais quatro na Argentina, Paraguai e Chile Foto: Divulgação/Ball Corporation

A lata, diz o executivo, tem várias vantagens sobre outras embalagens, como o vidro e o plástico, pela praticidade, conveniência e sustentabilidade - a embalagem em alumínio, no País, é 100% reciclada, virando lata de novo no período de 60 dias.

Conforme o executivo, o segundo semestre deve ficar no mesmo ritmo do primeiro. A chamada temporada de verão para as fabricantes começou em meados de setembro e vai até o carnaval, em março. “Neste ano praticamente não houve inverno, com temperaturas médias mais elevadas que em outros anos. Com a otimização e readequação de nossas fábricas e linhas de produção, estamos preparados para 2025″.

Da cerveja para o vinho, água e cachaça

A quantidade de bebidas que passaram a ser envasadas na lata de alumínio - com capacidade de 220 ml a 750 mil - cresce a cada ano e no Brasil já abrange dezenas de tipos. O leque vai de cervejas e refrigerantes a bebidas energéticas, bebidas prontas para beber (BPB), sucos, chás, água de coco até vinho, espumantes e cachaça. E, mais recentemente, água natural e com gás.

Em volume envasado, em primeiro lugar está a cerveja, incluindo as marcas tradicionais da bebida e as artesanais, que avançaram bastante no consumo brasileiro na última década. É seguida por refrigerantes e pela energéticos. A cachaça, diz o executivo da Ball, já desponta como a número quatro em uso de latas, com grande consumo na região Nordeste. Muito usadas também na embalagem são as bebidas prontas para beber (em inglês conhecidas com “read to drink-RTD).

Segundo Villatoro, no ano passado mais de mil novos produtos RTD foram lançados globalmente, e esse ritmo não para. A tendência, afirma, é de aumento da presença de novas marcas de bebidas funcionais. Por exemplo, as com colágenos, reposição de eletrolíticos e com vitamina C, entre outras. Nos Estados Unidos, diz, a sensação do momento são bebidas probióticas e refrigerantes com lactobacilos. Para os fabricantes de latas, tudo isso desponta como potenciais mercados a serem conquistados.

Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de latas de alumínio movimentará neste ano vendas de US$ 51,2 bilhões e a projeção é de atingir US$ 63,9 bilhões em 2030, com crescimento anual médio de 4,5%.

No Brasil, o mercado de água em lata, que a Ball foi pioneira em introduzir em 2020, tem dobrado a cada ano. A Ball informa que o volume de latas de água no ano passado foi quase nove vezes (aumento de 855%) o de 2020. O grupo Minalba, que tem também a marca Indaiá, passou a adotar a lata anos atrás.

No ano passado, o mercado de energéticos cresceu 20% no volume de latas. Bebidas como mojito e “moscow mule” estão entre as preferidas dos consumidores de RTD. Sem falar nos drinks, que costumam ser preparados com rum, vodka, tequila e também bebidas com sabores de limão, morango, guaraná e até maracujá. Para algumas bebidas, como o vinho, que cresce três dígitos, conforme dados da Abralatas, o fracionamento facilita o consumo em ocasiões e lugares específicos.

Fauze Villatoro: mercado foi favorecido pelas temperaturas mais altas  Foto: Divulgação/Ball Corporation

A cachaça, bebida típica brasileira produzida a partir da cana de açúcar, apresentou crescimento na última década de 44%. A fabricante da bebida com a marca Pitú é uma das clientes da Ball, que abastece a empresa a partir de sua unidade de latas de Recife. “É um mercado em ascensão, que já ocupa o quarto lugar como usuário de lata. Uma embalagem típica é a lata de 473 ml”, diz o executivo.

Disputa no mercado brasileiro

O Brasil conta com 25 unidades de produção, incluindo as que são voltadas apenas para tampas, espalhadas desde o Sul até o Nordeste. São fábricas operadas por quatro multinacionais - as americanas Ball e Crown, a polonesa Canpack e a irlandesa Ardagh - e pela brasileira Ambev, que fabrica para consumo próprio em Sete Lagoas (MG). Desse número, a Ball atualmente tem em operação dez unidades.

Se for mantido o ritmo da demanda do primeiro semestre, na faixa de 13% de crescimento, o mercado nacional de latas deve bater novo recorde, superando de longe as vendas de 33,4 bilhões de latinhas de 2021. No ano passado, o crescimento foi de 1,7%, chegando a 32,3 bilhões de latas.

A projeção da Abralatas, anunciada no início de abril, era chegar ao final deste ano com 5% de crescimento sobre 2023. De acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a previsão para este ano apenas no segmento de bebidas alcoólicas é de superar 4%. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de cerveja, tendo à frente China e EUA, com um parque instalado de 1850 cervejarias, conforme o Sindicerv.

O desempenho negativo de 2022 e a baixa performance do ano passado levaram empresas a postergar a instalação de fábricas anunciadas para Minas Gerias - caso de Canpack (em Poços de Caldas) e do grupo Ardagh Metal Packaging (AMP), em Juiz de Fora. A Crown também anunciou nova instalação na cidade de Uberaba e uma linha adicional na fábrica de Rio verde (GO).

Gigante mundial

A Ball é a maior fabricante mundial de embalagens de alumínio - apenas em latas para bebidas o volume somou 106,5 bilhões de unidades no ano passado. A companhia tem ainda a divisão de produtos de Home & Personal Care, que produz embalagem para aerossol. No Brasil, tem uma unidade fabril em Itupeva, interior de São Paulo.

Na divisão de Home & Personal Care são produzidos também copos e garrafas em alumínio, uma inovação mais recente da companhia que ainda não chegou ao Brasil. Na América do Norte, a Ball desenvolveu uma marca de água com o ator Jason Momoa, que atuou no filme Aquaman, chamada Mananalu. Momoa é um ativista em favor do meio ambiente e a Mananalu tem seus produtos envasados em latas e agora em garrafas de alumínio.

Fundada em 1880 e com presença em todos os continentes, a Ball Corporation opera mais de 100 fábricas no mundo. No ano passado obteve receita líquida de US$ 14 bilhões. Em fevereiro, concluiu a venda de sua divisão aeroespacial, que era estratégica para o governo americano e atendia instituições como a Nasa.

“Agora, o foco da companhia está todo voltado para as embalagens em alumínio. Com isso, a Ball buscou se tornar uma empresa mais ágil, mais horizontal e com centrada em excelência operacional e mais parcerias com seus clientes mundo afora”, afirma Villatoro.

Na América do Sul, a companhia informou nesta quinta-feira, 31, na divulgação global de resultados, que encerrou o período de janeiro a setembro com receita líquida de US$ 1,38 bilhão (equivalente a R$ 7,98 bilhões pelo câmbio atual ), registrando aumento de 2,9% sobre o mesmo intervalo de 2023. O lucro líquido nos nove meses saltou 20,5% para US$ 170 milhões (R$ 982 milhões). A empresa não divulga resultados por países.

No Brasil, o executivo informa que a Ball passou a operar, neste ano, com uso de 100% de energia elétrica renovável, uma meta que foi definida em 2019 e alcançada seis anos antes do prazo global fixado para 2030. Com isso, a previsão é que as operações da América do Sul fechem o ano com 87% de utilização, dentro da meta de reduzir a pegada de carbono da companhia.

As altas temperaturas vistas neste ano em quase todas as regiões do País, ultrapassando 40ºC em muitas localidades, favoreceram o aumento do consumo de bebidas em geral, em especial de cervejas, refrigerantes, energéticos e sucos. Isso trouxe um novo fôlego para as fabricantes de latas de alumínio locais, depois da retração de quase 5% em 2022 e do crescimento de apenas 1,7% no ano passado.

A expectativa é que as vendas de latas de alumínio para bebidas neste ano atinjam novo recorde de alta. No primeiro semestre, de acordo com dados das fabricantes do setor, o índice ficou entre 12% e 14% na comparação com o mesmo período de 2023. A Abralatas, entidade que reúne as cinco produtoras de latas do País, deve divulgar números revisados agora em novembro.

A americana Ball, maior do mundo em embalagens de alumínio para bebidas e líder no mercado brasileiro, com 43% de participação, registrou crescimento de 18%, na média, de suas operação na América do Sul, onde o Brasil tem predominância. “Tivemos de religar linhas de produção paradas que somente seriam reativadas em 2025 e importar de nossas fábricas na Argentina e Paraguai”, disse ao Estadão o CEO da Ball Corporation para América do Sul, Fauze Villatoro.

“Hoje, no Brasil, estamos totalmente vendidos”, diz. “Foi necessário recorrer à importação de latas, mesmo sabendo que a logística disso tem impacto no custo, principalmente por conta da leveza da embalagem. Mas a prioridade é abastecer nossos clientes.”

As fabricantes de latas, em geral, têm suas fábricas localizadas próximo de grandes cervejarias, pois a bebida já é vendida em torno de 50% envasadas em latas de alumínio. Esse fator levou a Ambev, maior cervejaria do País, a investir na produção cativa de latas alguns anos atrás.

Produção de latas de alumínio em fábrica da Ball: empresa opera dez unidades no Brasil e mais quatro na Argentina, Paraguai e Chile Foto: Divulgação/Ball Corporation

A lata, diz o executivo, tem várias vantagens sobre outras embalagens, como o vidro e o plástico, pela praticidade, conveniência e sustentabilidade - a embalagem em alumínio, no País, é 100% reciclada, virando lata de novo no período de 60 dias.

Conforme o executivo, o segundo semestre deve ficar no mesmo ritmo do primeiro. A chamada temporada de verão para as fabricantes começou em meados de setembro e vai até o carnaval, em março. “Neste ano praticamente não houve inverno, com temperaturas médias mais elevadas que em outros anos. Com a otimização e readequação de nossas fábricas e linhas de produção, estamos preparados para 2025″.

Da cerveja para o vinho, água e cachaça

A quantidade de bebidas que passaram a ser envasadas na lata de alumínio - com capacidade de 220 ml a 750 mil - cresce a cada ano e no Brasil já abrange dezenas de tipos. O leque vai de cervejas e refrigerantes a bebidas energéticas, bebidas prontas para beber (BPB), sucos, chás, água de coco até vinho, espumantes e cachaça. E, mais recentemente, água natural e com gás.

Em volume envasado, em primeiro lugar está a cerveja, incluindo as marcas tradicionais da bebida e as artesanais, que avançaram bastante no consumo brasileiro na última década. É seguida por refrigerantes e pela energéticos. A cachaça, diz o executivo da Ball, já desponta como a número quatro em uso de latas, com grande consumo na região Nordeste. Muito usadas também na embalagem são as bebidas prontas para beber (em inglês conhecidas com “read to drink-RTD).

Segundo Villatoro, no ano passado mais de mil novos produtos RTD foram lançados globalmente, e esse ritmo não para. A tendência, afirma, é de aumento da presença de novas marcas de bebidas funcionais. Por exemplo, as com colágenos, reposição de eletrolíticos e com vitamina C, entre outras. Nos Estados Unidos, diz, a sensação do momento são bebidas probióticas e refrigerantes com lactobacilos. Para os fabricantes de latas, tudo isso desponta como potenciais mercados a serem conquistados.

Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de latas de alumínio movimentará neste ano vendas de US$ 51,2 bilhões e a projeção é de atingir US$ 63,9 bilhões em 2030, com crescimento anual médio de 4,5%.

No Brasil, o mercado de água em lata, que a Ball foi pioneira em introduzir em 2020, tem dobrado a cada ano. A Ball informa que o volume de latas de água no ano passado foi quase nove vezes (aumento de 855%) o de 2020. O grupo Minalba, que tem também a marca Indaiá, passou a adotar a lata anos atrás.

No ano passado, o mercado de energéticos cresceu 20% no volume de latas. Bebidas como mojito e “moscow mule” estão entre as preferidas dos consumidores de RTD. Sem falar nos drinks, que costumam ser preparados com rum, vodka, tequila e também bebidas com sabores de limão, morango, guaraná e até maracujá. Para algumas bebidas, como o vinho, que cresce três dígitos, conforme dados da Abralatas, o fracionamento facilita o consumo em ocasiões e lugares específicos.

Fauze Villatoro: mercado foi favorecido pelas temperaturas mais altas  Foto: Divulgação/Ball Corporation

A cachaça, bebida típica brasileira produzida a partir da cana de açúcar, apresentou crescimento na última década de 44%. A fabricante da bebida com a marca Pitú é uma das clientes da Ball, que abastece a empresa a partir de sua unidade de latas de Recife. “É um mercado em ascensão, que já ocupa o quarto lugar como usuário de lata. Uma embalagem típica é a lata de 473 ml”, diz o executivo.

Disputa no mercado brasileiro

O Brasil conta com 25 unidades de produção, incluindo as que são voltadas apenas para tampas, espalhadas desde o Sul até o Nordeste. São fábricas operadas por quatro multinacionais - as americanas Ball e Crown, a polonesa Canpack e a irlandesa Ardagh - e pela brasileira Ambev, que fabrica para consumo próprio em Sete Lagoas (MG). Desse número, a Ball atualmente tem em operação dez unidades.

Se for mantido o ritmo da demanda do primeiro semestre, na faixa de 13% de crescimento, o mercado nacional de latas deve bater novo recorde, superando de longe as vendas de 33,4 bilhões de latinhas de 2021. No ano passado, o crescimento foi de 1,7%, chegando a 32,3 bilhões de latas.

A projeção da Abralatas, anunciada no início de abril, era chegar ao final deste ano com 5% de crescimento sobre 2023. De acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a previsão para este ano apenas no segmento de bebidas alcoólicas é de superar 4%. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de cerveja, tendo à frente China e EUA, com um parque instalado de 1850 cervejarias, conforme o Sindicerv.

O desempenho negativo de 2022 e a baixa performance do ano passado levaram empresas a postergar a instalação de fábricas anunciadas para Minas Gerias - caso de Canpack (em Poços de Caldas) e do grupo Ardagh Metal Packaging (AMP), em Juiz de Fora. A Crown também anunciou nova instalação na cidade de Uberaba e uma linha adicional na fábrica de Rio verde (GO).

Gigante mundial

A Ball é a maior fabricante mundial de embalagens de alumínio - apenas em latas para bebidas o volume somou 106,5 bilhões de unidades no ano passado. A companhia tem ainda a divisão de produtos de Home & Personal Care, que produz embalagem para aerossol. No Brasil, tem uma unidade fabril em Itupeva, interior de São Paulo.

Na divisão de Home & Personal Care são produzidos também copos e garrafas em alumínio, uma inovação mais recente da companhia que ainda não chegou ao Brasil. Na América do Norte, a Ball desenvolveu uma marca de água com o ator Jason Momoa, que atuou no filme Aquaman, chamada Mananalu. Momoa é um ativista em favor do meio ambiente e a Mananalu tem seus produtos envasados em latas e agora em garrafas de alumínio.

Fundada em 1880 e com presença em todos os continentes, a Ball Corporation opera mais de 100 fábricas no mundo. No ano passado obteve receita líquida de US$ 14 bilhões. Em fevereiro, concluiu a venda de sua divisão aeroespacial, que era estratégica para o governo americano e atendia instituições como a Nasa.

“Agora, o foco da companhia está todo voltado para as embalagens em alumínio. Com isso, a Ball buscou se tornar uma empresa mais ágil, mais horizontal e com centrada em excelência operacional e mais parcerias com seus clientes mundo afora”, afirma Villatoro.

Na América do Sul, a companhia informou nesta quinta-feira, 31, na divulgação global de resultados, que encerrou o período de janeiro a setembro com receita líquida de US$ 1,38 bilhão (equivalente a R$ 7,98 bilhões pelo câmbio atual ), registrando aumento de 2,9% sobre o mesmo intervalo de 2023. O lucro líquido nos nove meses saltou 20,5% para US$ 170 milhões (R$ 982 milhões). A empresa não divulga resultados por países.

No Brasil, o executivo informa que a Ball passou a operar, neste ano, com uso de 100% de energia elétrica renovável, uma meta que foi definida em 2019 e alcançada seis anos antes do prazo global fixado para 2030. Com isso, a previsão é que as operações da América do Sul fechem o ano com 87% de utilização, dentro da meta de reduzir a pegada de carbono da companhia.

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