Terminal eletrificado em Suape quer resgatar rotas internacionais para Pernambuco


APM Terminals, do grupo dinamarquês Maersk, concluiu compra da área para receber o primeiro terminal de contêineres totalmente eletrificado da América Latina; previsão é concluir obras em 2026

Por Gabriel Vasconcelos
Atualização:

RIO - Após mais de dois anos de tratativas, a APM Terminals, empresa do grupo de navegação dinamarquês Maersk, concluiu o processo de compra da área de 50 hectares do porto de Suape (PE). O terreno vai receber o primeiro terminal de contêineres totalmente eletrificado da América Latina, com previsão de conclusão em julho de 2026, e a um investimento de R$ 1,6 bilhão.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente da APM Terminals Suape, Aristides Russi, disse que a ambição é resgatar as escalas internacionais de Suape, aumentando em 27% as rotas de longo curso do porto. Hoje, diz o executivo, as cargas de rotas mais longas fazem transbordo em portos como o de Santos, antes de seguirem por cabotagem para Pernambuco.

“O transbordo em outro porto adiciona custos e tempo à cadeia, torna a operação menos atrativa. Com rotas ligando Suape diretamente aos países de origem ou destino das cargas, podemos reduzir o tempo de transporte da Ásia, por exemplo, em 25 dias, de 65 para 40 dias”, diz Russi.

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Ele destaca a relevância dos clientes asiáticos, interessados nessa redução do tempo de frete. É o caso da indústria de polímeros. “As empresas hoje têm estoques reforçados, com 10% a mais de volume do que o necessário para gerenciar riscos relacionados ao tempo de trânsito das mercadorias. Nossa operação direta pode ser um atrativo para começar a mudar isso”, diz.

Maersk é uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo Foto: Salvatore Cavalli / AP

Autoridades portuárias já elencaram o porto de Suape como o mais caro do País, o que levou as linhas internacionais para outros portos, cenário que a APM Terminals planeja reverter já com a primeira fase do novo empreendimento.

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Planejamento

A área foi adquirida em leilão de 2021 por R$ 455 milhões. A APM Terminals planeja investir ao todo R$ 1,6 bilhão para a construção da primeira fase do terminal, quando a unidade poderá receber até 400 mil contêineres de 20 pés por ano, incrementando em 55% a capacidade total do complexo portuário. Para depois de 2026, uma segunda fase prevê ampliação de mais 300 mil TEUs/ano, o que elevaria a capacidade total a 700 mil TEUs/ano.

No curtíssimo prazo, até o fim de abril, a APM Terminals planeja selecionar via leilão as empresas responsáveis pela demolição das instalações de estruturas do antigo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), além da construção do cais e do pátio de armazenamento em si.

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Além da estrutura física, o terminal vai contar com equipamentos e frota de apoio operacional elétrica, em substituição ao diesel. A princípio, serão 16 caminhões elétricos capazes de levar até 65 toneladas, oito guindastes móveis (RTG) sobre pneus e de controle remoto e dois guindastes fixos (STS), que retiram e colocam as cargas nos navios, todos elétricos. Cada STS vai custar cerca de US$ 12 milhões (R$ 58,7 milhões no câmbio atual). Ao todo, diz Russi, serão quase R$ 500 milhões em equipamentos.

A energia que vai alimentar o complexo será comprada no mercado livre, junto à Neoenergia Pernambuco, por meio de contratos de 24 meses. O maior consumo de energia, projeta o executivo, vai estar ligado aos guindastes e aos contêineres frigorificados, que devem perfazer menos de 10% do total das unidades do pátio.

Fecha o pacote de facilidades uma rede 5G própria para acompanhamento das cargas em tempo integral, além de gestão de resíduos, tratamento de águas e modelagem de fluxo de águas subterrâneas para controle de poluição.

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Oportunidades

As oportunidades, diz Russi, vão muito além da indústria do plástico. Também da Ásia, há importação de equipamentos de tecnologia e demais industrializados. Outra é a exportação de frutas.

“Hoje, a fruta produzida no vale do São Francisco é escoada para a Europa e Estados Unidos pelo Ceará e pela Bahia, por conta das dificuldades logísticas que Pernambuco enfrenta. Queremos fazer isso por Suape”, diz.

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Para Russi, a trajetória de portos como os de Santos e de Santa Catarina deixaram patente para o setor que o investimento deve antecipar a demanda a fim de capturá-la. “Nosso objetivo é reforçar Suape como alternativa e resgatar seu histórico de linhas de navegação de longo curso”, diz.

RIO - Após mais de dois anos de tratativas, a APM Terminals, empresa do grupo de navegação dinamarquês Maersk, concluiu o processo de compra da área de 50 hectares do porto de Suape (PE). O terreno vai receber o primeiro terminal de contêineres totalmente eletrificado da América Latina, com previsão de conclusão em julho de 2026, e a um investimento de R$ 1,6 bilhão.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente da APM Terminals Suape, Aristides Russi, disse que a ambição é resgatar as escalas internacionais de Suape, aumentando em 27% as rotas de longo curso do porto. Hoje, diz o executivo, as cargas de rotas mais longas fazem transbordo em portos como o de Santos, antes de seguirem por cabotagem para Pernambuco.

“O transbordo em outro porto adiciona custos e tempo à cadeia, torna a operação menos atrativa. Com rotas ligando Suape diretamente aos países de origem ou destino das cargas, podemos reduzir o tempo de transporte da Ásia, por exemplo, em 25 dias, de 65 para 40 dias”, diz Russi.

Ele destaca a relevância dos clientes asiáticos, interessados nessa redução do tempo de frete. É o caso da indústria de polímeros. “As empresas hoje têm estoques reforçados, com 10% a mais de volume do que o necessário para gerenciar riscos relacionados ao tempo de trânsito das mercadorias. Nossa operação direta pode ser um atrativo para começar a mudar isso”, diz.

Maersk é uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo Foto: Salvatore Cavalli / AP

Autoridades portuárias já elencaram o porto de Suape como o mais caro do País, o que levou as linhas internacionais para outros portos, cenário que a APM Terminals planeja reverter já com a primeira fase do novo empreendimento.

Planejamento

A área foi adquirida em leilão de 2021 por R$ 455 milhões. A APM Terminals planeja investir ao todo R$ 1,6 bilhão para a construção da primeira fase do terminal, quando a unidade poderá receber até 400 mil contêineres de 20 pés por ano, incrementando em 55% a capacidade total do complexo portuário. Para depois de 2026, uma segunda fase prevê ampliação de mais 300 mil TEUs/ano, o que elevaria a capacidade total a 700 mil TEUs/ano.

No curtíssimo prazo, até o fim de abril, a APM Terminals planeja selecionar via leilão as empresas responsáveis pela demolição das instalações de estruturas do antigo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), além da construção do cais e do pátio de armazenamento em si.

Além da estrutura física, o terminal vai contar com equipamentos e frota de apoio operacional elétrica, em substituição ao diesel. A princípio, serão 16 caminhões elétricos capazes de levar até 65 toneladas, oito guindastes móveis (RTG) sobre pneus e de controle remoto e dois guindastes fixos (STS), que retiram e colocam as cargas nos navios, todos elétricos. Cada STS vai custar cerca de US$ 12 milhões (R$ 58,7 milhões no câmbio atual). Ao todo, diz Russi, serão quase R$ 500 milhões em equipamentos.

A energia que vai alimentar o complexo será comprada no mercado livre, junto à Neoenergia Pernambuco, por meio de contratos de 24 meses. O maior consumo de energia, projeta o executivo, vai estar ligado aos guindastes e aos contêineres frigorificados, que devem perfazer menos de 10% do total das unidades do pátio.

Fecha o pacote de facilidades uma rede 5G própria para acompanhamento das cargas em tempo integral, além de gestão de resíduos, tratamento de águas e modelagem de fluxo de águas subterrâneas para controle de poluição.

Oportunidades

As oportunidades, diz Russi, vão muito além da indústria do plástico. Também da Ásia, há importação de equipamentos de tecnologia e demais industrializados. Outra é a exportação de frutas.

“Hoje, a fruta produzida no vale do São Francisco é escoada para a Europa e Estados Unidos pelo Ceará e pela Bahia, por conta das dificuldades logísticas que Pernambuco enfrenta. Queremos fazer isso por Suape”, diz.

Para Russi, a trajetória de portos como os de Santos e de Santa Catarina deixaram patente para o setor que o investimento deve antecipar a demanda a fim de capturá-la. “Nosso objetivo é reforçar Suape como alternativa e resgatar seu histórico de linhas de navegação de longo curso”, diz.

RIO - Após mais de dois anos de tratativas, a APM Terminals, empresa do grupo de navegação dinamarquês Maersk, concluiu o processo de compra da área de 50 hectares do porto de Suape (PE). O terreno vai receber o primeiro terminal de contêineres totalmente eletrificado da América Latina, com previsão de conclusão em julho de 2026, e a um investimento de R$ 1,6 bilhão.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente da APM Terminals Suape, Aristides Russi, disse que a ambição é resgatar as escalas internacionais de Suape, aumentando em 27% as rotas de longo curso do porto. Hoje, diz o executivo, as cargas de rotas mais longas fazem transbordo em portos como o de Santos, antes de seguirem por cabotagem para Pernambuco.

“O transbordo em outro porto adiciona custos e tempo à cadeia, torna a operação menos atrativa. Com rotas ligando Suape diretamente aos países de origem ou destino das cargas, podemos reduzir o tempo de transporte da Ásia, por exemplo, em 25 dias, de 65 para 40 dias”, diz Russi.

Ele destaca a relevância dos clientes asiáticos, interessados nessa redução do tempo de frete. É o caso da indústria de polímeros. “As empresas hoje têm estoques reforçados, com 10% a mais de volume do que o necessário para gerenciar riscos relacionados ao tempo de trânsito das mercadorias. Nossa operação direta pode ser um atrativo para começar a mudar isso”, diz.

Maersk é uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo Foto: Salvatore Cavalli / AP

Autoridades portuárias já elencaram o porto de Suape como o mais caro do País, o que levou as linhas internacionais para outros portos, cenário que a APM Terminals planeja reverter já com a primeira fase do novo empreendimento.

Planejamento

A área foi adquirida em leilão de 2021 por R$ 455 milhões. A APM Terminals planeja investir ao todo R$ 1,6 bilhão para a construção da primeira fase do terminal, quando a unidade poderá receber até 400 mil contêineres de 20 pés por ano, incrementando em 55% a capacidade total do complexo portuário. Para depois de 2026, uma segunda fase prevê ampliação de mais 300 mil TEUs/ano, o que elevaria a capacidade total a 700 mil TEUs/ano.

No curtíssimo prazo, até o fim de abril, a APM Terminals planeja selecionar via leilão as empresas responsáveis pela demolição das instalações de estruturas do antigo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), além da construção do cais e do pátio de armazenamento em si.

Além da estrutura física, o terminal vai contar com equipamentos e frota de apoio operacional elétrica, em substituição ao diesel. A princípio, serão 16 caminhões elétricos capazes de levar até 65 toneladas, oito guindastes móveis (RTG) sobre pneus e de controle remoto e dois guindastes fixos (STS), que retiram e colocam as cargas nos navios, todos elétricos. Cada STS vai custar cerca de US$ 12 milhões (R$ 58,7 milhões no câmbio atual). Ao todo, diz Russi, serão quase R$ 500 milhões em equipamentos.

A energia que vai alimentar o complexo será comprada no mercado livre, junto à Neoenergia Pernambuco, por meio de contratos de 24 meses. O maior consumo de energia, projeta o executivo, vai estar ligado aos guindastes e aos contêineres frigorificados, que devem perfazer menos de 10% do total das unidades do pátio.

Fecha o pacote de facilidades uma rede 5G própria para acompanhamento das cargas em tempo integral, além de gestão de resíduos, tratamento de águas e modelagem de fluxo de águas subterrâneas para controle de poluição.

Oportunidades

As oportunidades, diz Russi, vão muito além da indústria do plástico. Também da Ásia, há importação de equipamentos de tecnologia e demais industrializados. Outra é a exportação de frutas.

“Hoje, a fruta produzida no vale do São Francisco é escoada para a Europa e Estados Unidos pelo Ceará e pela Bahia, por conta das dificuldades logísticas que Pernambuco enfrenta. Queremos fazer isso por Suape”, diz.

Para Russi, a trajetória de portos como os de Santos e de Santa Catarina deixaram patente para o setor que o investimento deve antecipar a demanda a fim de capturá-la. “Nosso objetivo é reforçar Suape como alternativa e resgatar seu histórico de linhas de navegação de longo curso”, diz.

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