WASHINGTON - O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira, 1º, que vai impor tarifa de 25% sobre a importação de aço pelos EUA, medida que poderá gerar inflação e desencadear uma guerra comercial em escala global. Os detalhes só serão divulgados na próxima semana, mas o Brasil deverá ser um dos países mais afetados pela medida, já que foi o segundo maior fornecedor do produto ao mercado americano no ano passado.
A barreira é o mais agressivo passo dado por Trump até agora na implementação da retórica protecionista que adotou durante a campanha eleitoral. O índice Dow Jones caiu quase 500 pontos (2%) depois do anúncio da decisão.
Há pouco mais de um mês, Trump começou a impor sua política “América em Primeiro Lugar” ao comércio exterior com a imposição de tarifas sobre a importação de painéis solares e máquinas de lavar roupa, que atingiram principalmente China e Coreia do Sul.
“Nós vamos assinar isso na próxima semana. E vocês terão proteção por um longo período de tempo. Vocês terão que fazer suas indústrias crescerem de novo, isso é tudo o que eu peço”, declarou Trump em reunião na Casa Branca com representantes do setor siderúrgico. O presidente também anunciou sobretaxa de 10% sobre a importação de alumínio.
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“Nossas indústrias de aço e alumínio (e muitas outras) foram dizimadas por décadas de comércio injusto e políticas ruins de países ao redor do mundo. Nós não podemos mais deixar que tirem proveito do nosso país, empresas e trabalhadores. Nós queremos COMÉRCIO INTELIGENTE, livre e justo!”, escreveu o presidente no Twitter na manhã de quinta-feira.
A tarifa única de 25% era uma das três opções apresentadas por Trump pelo secretário de Comércio, Wilbur Ross, que conduziu investigação sobre o impacto da importação de aço e alumínio sobre a segurança nacional. As duas possibilidades descartadas pelo presidente eram a adoção de tarifa de 53% sobre o aço comprado de 12 países, entre os quais o Brasil, e a adoção de quota equivalente a 63% das exportações de cada país em 2017.
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Representantes da indústria siderúrgica brasileira que estiveram em Washington nesta semana avaliaram que a tarifa única de 25% era a opção menos prejudicial para o setor. Trump disse que também imporá sobretaxa de 10% sobre a importação de alumínio.
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, se reuniu com o secretário de Comércio dos EUA na terça-feira, 27, e tentou convencê-lo a excluir o Brasil das barreiras. O argumento é o de que as exportações nacionais são de aço semi-acabado, que é processado e finalizado pelas siderúrgicas americanas. Além disso, ele lembrou que o Brasil é o maior importador de carvão dos EUA, produto usado na fabricação de aço.