Como a Vale quer usar a energia dos ventos para mover seus gigantescos navios de minério


Em viagem de teste, embarcação de 362 metros de comprimento partiu na sexta-feira, 13, de Vitória (ES) rumo à Malásia; navio tem cinco velas rotativas que ajudam a movê-lo e prometem economia de combustível e emissão menor de poluentes

Por Gabriel Vasconcelos
Atualização:

RIO - A Vale está fazendo o maior teste mundial de navio com velas rotativas no mineraleiro Sohar Max. Esse gigante do tipo Valemax, com 362 metros de comprimento e capacidade para transportar 400 mil toneladas, partiu rumo à Malásia na última sexta-feira, 13, com seus sete compartimentos abarrotados de minério de ferro abastecido no Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Nesse navio foram instaladas cinco velas rotativas, torres cilíndricas alinhadas ao longo do convés capazes de girar nas duas direções sobre o próprio eixo em alta velocidade e ajudam a mover a embarcação - é uma força auxiliar ao motor principal, ainda movido a combustível fóssil. Em ação, elas aumentam o vento relativo que incide sobre sua superfície quando o navio se desloca, provocando um diferencial de pressão que acelera o navio. É o chamado “efeito Magnus”, o mesmo que explica a aceleração extra de uma bola de futebol chutada, com efeito.

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Vale testa navio com velas rotativas para gerar energia Foto: COSCO/Divulgação

Resultados

Em testes de laboratório, com a ajuda do vento, esperava-se uma redução no consumo de combustível de até 6% e redução anual de até 3 mil toneladas de CO₂ equivalente por navio.

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Ao Estadão/Broadcast, porém, o diretor de navegação da Vale, Rodrigo Bermelho, disse que na viagem de vinda do Sohar Max da China para o Brasil, a primeira com a tecnologia embarcada, a economia de óleo combustível marítimo (bunker) bateu a casa dos 9%, o que já inclui a queima necessária de energia elétrica para o giro das velas.

“Houve ventos bem fortes, de 18 nós (29 km/h). Em geral, as tripulações não gostam disso, mas estavam felizes por testarem as velas. Conseguimos aumentar a velocidade em 1,5 nós (2,7 km/h). Mas a prioridade não é essa, e sim reduzir o consumo de combustível”, explicou Bermelho.

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Investimento e objetivos

O navio em questão não é de propriedade da Vale, mas da armadora Asyad, de Omã. Está no 13.º ano de afretamento de um contrato de 25 anos. Ainda assim, a mineradora custeia os testes e o acompanhamento das velas rotativas, na fronteira deste tipo de tecnologia. Só a adaptação deste navio custou US$ 13 milhões (R$ 78 milhões).

Adaptação do navio custou US$ 13 milhões (R$ 78 milhões) Foto: André Barcelos/Assessoria Vale
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Um primeiro navio menor, do tipo Guaibamax, já havia recebido a tecnologia em 2021 a um custo de US$ 9 milhões (R$ 54 milhões). A fabricante dessas primeiras velas foi a finlandesa Norsepower. Dentro do seu projeto de pesquisa e desenvolvimento Ecoshipping, a Vale tem outros cinco projetos semelhantes com conclusão prevista para os próximos anos, incluindo um de vela rígida, tecnologia distinta. A iniciativa já tem seis anos e, sua frente mais recente, o piloto no Sohar Max, dois anos.

Segundo Bermelho, há uma tendência de queda de custos com o avanço da tecnologia e a ideia é que a Vale possa, mais do que instalar os aparelhos em toda sua frota, municiar os armadores a respeito dos resultados para que eles tomem à frente do processo no futuro. A Vale tem quase 200 navios afretados e o objetivo é que pelo menos 40% deles recebam alguma propulsão eólica nos próximos anos para atender às metas da Organização Marítima Internacional (IMO), que visa zerar as emissões líquidas do setor em 2050.

“O vento fez parte da navegação por séculos e estamos nos encontrando com isso agora, mas de uma forma diferente. É possível que, à frente, tenhamos de modificar um pouco as rotas dos nossos navios para pegar mais vento”, disse o diretor de Navegação da Vale.

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Outros projetos da área de Navegação da Vale com a mesma finalidade incluem o uso de tinta de silicone para redução de resistência, a instalação de inversores de frequência para redução de consumo elétrico e uso de dispositivos hidrodinâmicos para melhoria na propulsão.

RIO - A Vale está fazendo o maior teste mundial de navio com velas rotativas no mineraleiro Sohar Max. Esse gigante do tipo Valemax, com 362 metros de comprimento e capacidade para transportar 400 mil toneladas, partiu rumo à Malásia na última sexta-feira, 13, com seus sete compartimentos abarrotados de minério de ferro abastecido no Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Nesse navio foram instaladas cinco velas rotativas, torres cilíndricas alinhadas ao longo do convés capazes de girar nas duas direções sobre o próprio eixo em alta velocidade e ajudam a mover a embarcação - é uma força auxiliar ao motor principal, ainda movido a combustível fóssil. Em ação, elas aumentam o vento relativo que incide sobre sua superfície quando o navio se desloca, provocando um diferencial de pressão que acelera o navio. É o chamado “efeito Magnus”, o mesmo que explica a aceleração extra de uma bola de futebol chutada, com efeito.

Vale testa navio com velas rotativas para gerar energia Foto: COSCO/Divulgação

Resultados

Em testes de laboratório, com a ajuda do vento, esperava-se uma redução no consumo de combustível de até 6% e redução anual de até 3 mil toneladas de CO₂ equivalente por navio.

Ao Estadão/Broadcast, porém, o diretor de navegação da Vale, Rodrigo Bermelho, disse que na viagem de vinda do Sohar Max da China para o Brasil, a primeira com a tecnologia embarcada, a economia de óleo combustível marítimo (bunker) bateu a casa dos 9%, o que já inclui a queima necessária de energia elétrica para o giro das velas.

“Houve ventos bem fortes, de 18 nós (29 km/h). Em geral, as tripulações não gostam disso, mas estavam felizes por testarem as velas. Conseguimos aumentar a velocidade em 1,5 nós (2,7 km/h). Mas a prioridade não é essa, e sim reduzir o consumo de combustível”, explicou Bermelho.

Investimento e objetivos

O navio em questão não é de propriedade da Vale, mas da armadora Asyad, de Omã. Está no 13.º ano de afretamento de um contrato de 25 anos. Ainda assim, a mineradora custeia os testes e o acompanhamento das velas rotativas, na fronteira deste tipo de tecnologia. Só a adaptação deste navio custou US$ 13 milhões (R$ 78 milhões).

Adaptação do navio custou US$ 13 milhões (R$ 78 milhões) Foto: André Barcelos/Assessoria Vale

Um primeiro navio menor, do tipo Guaibamax, já havia recebido a tecnologia em 2021 a um custo de US$ 9 milhões (R$ 54 milhões). A fabricante dessas primeiras velas foi a finlandesa Norsepower. Dentro do seu projeto de pesquisa e desenvolvimento Ecoshipping, a Vale tem outros cinco projetos semelhantes com conclusão prevista para os próximos anos, incluindo um de vela rígida, tecnologia distinta. A iniciativa já tem seis anos e, sua frente mais recente, o piloto no Sohar Max, dois anos.

Segundo Bermelho, há uma tendência de queda de custos com o avanço da tecnologia e a ideia é que a Vale possa, mais do que instalar os aparelhos em toda sua frota, municiar os armadores a respeito dos resultados para que eles tomem à frente do processo no futuro. A Vale tem quase 200 navios afretados e o objetivo é que pelo menos 40% deles recebam alguma propulsão eólica nos próximos anos para atender às metas da Organização Marítima Internacional (IMO), que visa zerar as emissões líquidas do setor em 2050.

“O vento fez parte da navegação por séculos e estamos nos encontrando com isso agora, mas de uma forma diferente. É possível que, à frente, tenhamos de modificar um pouco as rotas dos nossos navios para pegar mais vento”, disse o diretor de Navegação da Vale.

Outros projetos da área de Navegação da Vale com a mesma finalidade incluem o uso de tinta de silicone para redução de resistência, a instalação de inversores de frequência para redução de consumo elétrico e uso de dispositivos hidrodinâmicos para melhoria na propulsão.

RIO - A Vale está fazendo o maior teste mundial de navio com velas rotativas no mineraleiro Sohar Max. Esse gigante do tipo Valemax, com 362 metros de comprimento e capacidade para transportar 400 mil toneladas, partiu rumo à Malásia na última sexta-feira, 13, com seus sete compartimentos abarrotados de minério de ferro abastecido no Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Nesse navio foram instaladas cinco velas rotativas, torres cilíndricas alinhadas ao longo do convés capazes de girar nas duas direções sobre o próprio eixo em alta velocidade e ajudam a mover a embarcação - é uma força auxiliar ao motor principal, ainda movido a combustível fóssil. Em ação, elas aumentam o vento relativo que incide sobre sua superfície quando o navio se desloca, provocando um diferencial de pressão que acelera o navio. É o chamado “efeito Magnus”, o mesmo que explica a aceleração extra de uma bola de futebol chutada, com efeito.

Vale testa navio com velas rotativas para gerar energia Foto: COSCO/Divulgação

Resultados

Em testes de laboratório, com a ajuda do vento, esperava-se uma redução no consumo de combustível de até 6% e redução anual de até 3 mil toneladas de CO₂ equivalente por navio.

Ao Estadão/Broadcast, porém, o diretor de navegação da Vale, Rodrigo Bermelho, disse que na viagem de vinda do Sohar Max da China para o Brasil, a primeira com a tecnologia embarcada, a economia de óleo combustível marítimo (bunker) bateu a casa dos 9%, o que já inclui a queima necessária de energia elétrica para o giro das velas.

“Houve ventos bem fortes, de 18 nós (29 km/h). Em geral, as tripulações não gostam disso, mas estavam felizes por testarem as velas. Conseguimos aumentar a velocidade em 1,5 nós (2,7 km/h). Mas a prioridade não é essa, e sim reduzir o consumo de combustível”, explicou Bermelho.

Investimento e objetivos

O navio em questão não é de propriedade da Vale, mas da armadora Asyad, de Omã. Está no 13.º ano de afretamento de um contrato de 25 anos. Ainda assim, a mineradora custeia os testes e o acompanhamento das velas rotativas, na fronteira deste tipo de tecnologia. Só a adaptação deste navio custou US$ 13 milhões (R$ 78 milhões).

Adaptação do navio custou US$ 13 milhões (R$ 78 milhões) Foto: André Barcelos/Assessoria Vale

Um primeiro navio menor, do tipo Guaibamax, já havia recebido a tecnologia em 2021 a um custo de US$ 9 milhões (R$ 54 milhões). A fabricante dessas primeiras velas foi a finlandesa Norsepower. Dentro do seu projeto de pesquisa e desenvolvimento Ecoshipping, a Vale tem outros cinco projetos semelhantes com conclusão prevista para os próximos anos, incluindo um de vela rígida, tecnologia distinta. A iniciativa já tem seis anos e, sua frente mais recente, o piloto no Sohar Max, dois anos.

Segundo Bermelho, há uma tendência de queda de custos com o avanço da tecnologia e a ideia é que a Vale possa, mais do que instalar os aparelhos em toda sua frota, municiar os armadores a respeito dos resultados para que eles tomem à frente do processo no futuro. A Vale tem quase 200 navios afretados e o objetivo é que pelo menos 40% deles recebam alguma propulsão eólica nos próximos anos para atender às metas da Organização Marítima Internacional (IMO), que visa zerar as emissões líquidas do setor em 2050.

“O vento fez parte da navegação por séculos e estamos nos encontrando com isso agora, mas de uma forma diferente. É possível que, à frente, tenhamos de modificar um pouco as rotas dos nossos navios para pegar mais vento”, disse o diretor de Navegação da Vale.

Outros projetos da área de Navegação da Vale com a mesma finalidade incluem o uso de tinta de silicone para redução de resistência, a instalação de inversores de frequência para redução de consumo elétrico e uso de dispositivos hidrodinâmicos para melhoria na propulsão.

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