A Volkswagen vai paralisar toda a produção de carros na fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, por falta de semicondutores. Cerca de 2 mil trabalhadores terão férias coletivas de dez dias a partir de 27 de março. As outras três fábricas do grupo no País já tinham suspendido operações entre meados de fevereiro e início deste mês pelo mesmo motivo.
Outra fabricante que suspenderá atividades na linha de automóveis, por 13 dias, também a partir de 27 deste mês, é a General Motors, na fábrica de São José dos Campos (SP). O motivo, contudo, é diferente. Segundo Renato Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos local, a justificativa da GM foi a demanda do mercado.
“A empresa informou que 7 mil pedidos foram cancelados e, por isso, precisa adequar a produção”, afirma Almeida. Cerca de 3 mil trabalhadores ficarão em casa por 13 dias. A GM confirma a para temporária na produção da picape S10, sem informar número de envolvidos. Informa também que o motivo é a “demanda de mercado”.
A unidade da Volkswagen que ficará parada produz os modelos Polo e Polo Track. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a empresa alegou que a medida será tomada “devido à instabilidade no fornecimento de semicondutores”.
Entre 20 de fevereiro e 3 de março ficaram paradas as áreas produtivas das fábricas de São Bernardo do Campo, onde são feitos os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro; de São Carlos (motores), ambas em São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Paraná, que produz o T-Cross. A planta de Taubaté também já tinha feito uma parada neste ano, de 9 a 28 de janeiro, mas para a implantação da linha do Polo Track.
Leia mais
Em nota, a Volkswagen confirma as férias coletivas “para manutenção na linha de produção e também em razão da instabilidade na cadeia de fornecimento de componentes”. Segundo a montadora, a medida faz parte do pacote de flexibilidade previsto no acordo coletivo com os trabalhadores e o sindicato. Informa também que as outras três fábricas operam normalmente.
Demissões
Na GM de São José, a preocupação é grande entre os funcionários pois a empresa iniciou um processo de demissões na semana passada, que foi suspenso após os funcionários ameaçarem greve. Almeida lembra que a companhia está promovendo cortes de pessoal em fábricas do grupo em vários países, inclusive nos Estados Unidos.
“Mas lá a empresa abriu um Plano de Demissões Voluntárias (PDV)”, diz o sindicalista. As demissões estão suspensas até o dia 19 de abril, quando haverá uma reunião de negociação entre as partes. Segundo ele, o PDV pode ser uma das alternativas para evitar greves.