Conhecida pela venda de artigos “chiques” para animais de estimação – com caminhas que chegam a custar R$ 500 no portfólio –, a Zee.Dog está levando o conceito superpremium de sua marca para o segmento de alimentação natural para pets com a Zee.Dog Kitchen. O novo negócio é uma iniciativa que leva a Petz – que comprou a empresa no ano passado por R$ 715 milhões – ao nicho de alimentação natural para cães.
A fábrica, que tem capacidade para produzir até 3,6 mil toneladas por ano e um faturamento estimado em R$ 250 milhões, fica localizada na cidade de Americana, no interior de São Paulo, onde também são cultivados os ingredientes utilizados na fabricação. Toda a matéria-prima do produto – proteína bovina, suína e de frango, arroz, batata-doce, batata inglesa e quiabo – vem de pequenos produtores do município ou de cidades próximas.
Para o consumidor, o preço da ração superpremium lançada pela companhia vai variar entre R$ 90 e R$ 130 por embalagem de 1,6 kg – o valor por quilo é seis vezes maior do que o de uma ração tradicional para cães.
Dessa forma, a grande aposta da companhia para conquistar mercado é na qualidade da alimentação canina. Pedro Vital Brazil, cofundador da ElevenChimps – empresa que foi comprada pela Zee.Dog em abril de 2021, como parte do plano de entrar no segmento de alimentação animal com marca própria –, explica que esse é o diferencial da Zee.Dog Kitchen. “Nossas dietas são de nível de alimentação humana. Esse conceito foi deturpado ao longo das décadas e o nível de qualidade da alimentação para animais passou a ser duvidosa”, afirma.
No Brasil, cada consumidor compra, em média, 12,4 kg de itens de alimentação animal por ano, segundo a consultoria Statista. O faturamento do setor deve subir 10% em 2022.
Receita em dólar
A ração da Zee.Dog Kitchen é feita dentro dos potes em que é vendida ao consumidor. A técnica, que é a mesma utilizada por pequenos produtores de doce de leite, viabiliza a validade de um ano sem a necessidade de refrigeração. Os alimentos naturais da marca serão comercializados em mais de 15 mil pontos de venda no País, incluindo as lojas da Petz.
A companhia também está de olho no mercado externo e o objetivo nos próximos dois anos é iniciar o processo de exportação dos itens para 50 países. A proposta é seguir o modelo adotado por empresas como a JBS, mantendo o custo em real e a receita em dólar.
A pressa para implementar a expansão internacional tem motivo. A ideia é aproveitar o momento para posicionar a marca em um mercado que está em ascensão. “Na última década, houve uma mudança cultural em relação à forma como as pessoas cuidam dos pets. Se você não vê seu pet como um filho, não vai querer investir em produtos e alimentos melhores. Vai simplesmente tratá-lo como um bicho”, afirma Felipe Diz, fundador e CEO da Zee.Dog.
Diversificação
Dona da Zee.Dog, a Petz tem mais de 170 lojas em todo o País e também atua no atendimento veterinário. Mesmo diante da alta taxa de juros e da inflação na economia brasileira, a companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 21,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 57,7% ante a igual período em 2021. Um dos destaques do balanço foi o aumento de vendas de 41,5% nos canais digitais, categoria da qual a Zee.Dog faz parte.
Para ampliar os negócios, a Petz – que captou R$ 700 milhões na Bolsa brasileira, em oferta de ações concluída em novembro de 2021 – também investiu em aquisições de empresas como a plataforma de conteúdo digital Cansei De Ser Gato, a Cão Cidadão, especializada em adestramento, e a Petix, de tapetes higiênicos.