Nova taxa sindical poderá ser cobrada como percentual do salário


Representantes das centrais discutem como fazer cobrança após STF permitir que sindicatos cobrem contribuição de trabalhadores não filiados

Por Mariana Carneiro

BRASÍLIA - Representantes das maiores centrais sindicais do País discutem como fixar os valores da contribuição que eles desejam cobrar de trabalhadores, sindicalizados ou não, após o Supremo Tribunal Federal dar o sinal verde para a cobrança.

Como mostrou o Estadão, uma proposta de autorregulação elaborada pelas seis maiores centrais sindicais — CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central — não estabelece um teto para a cobrança, deixando a quantia a cargo de cada sindicato. A única ressalva feita é a de que sejam valores “razoáveis”.

A discussão sobre o valor, porém, ocorre nos bastidores, entre os líderes dos trabalhadores e ainda não é objeto de consenso.

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Ricardo Patah, que preside da UGT, defende que a taxa sindical seja de, no máximo, 1% do salário do trabalhador por mês, até um limite. Ele cita como exemplo o cobrado aos filiados pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. O valor máximo é de R$ 50 por mês.

“Os trabalhadores têm que entender que o reajuste anual acima da inflação não é automático, o patrão pode não dar. É um ganho obtido pelo sindicato numa campanha negocial que tem altos custos, não é barata. Quem paga carro de som, anúncio em jornal? Isso tudo é caro”, afirma o sindicalista.

A Força Sindical estuda a sugestão de estabelecer uma linha de corte, a partir da qual o valor deixa de ser variável (um porcentual do salário) e passa a ser uma contribuição fixa.

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“A tendência é que haja um valor variável até um limite, um teto”, afirma João Carlos Juruna, secretário-geral da Força.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal do último dia 12 declarou a constitucionalidade da cobrança da taxa assistencial (um tipo de contribuição) para trabalhadores não sindicalizados. O veredicto abriu a possibilidade para os sindicatos cobrarem uma taxa de todos os trabalhadores, inclusive dos não filiados, para financiar as entidades.

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A repercussão, no entanto, tem sido negativa por parte de trabalhadores e de políticos, que acusam os sindicatos de tentar ressuscitar o imposto sindical, encerrado na reforma trabalhista de 2017.

As centrais querem propor ao governo e aos empregadores que a cobrança seja feita por meio de uma autorregulação, ou seja, sem passar pelo Congresso.

Pela proposta, a taxa seria cobrada somente após a aprovação dos trabalhadores em assembleia e estaria vinculada ao sucesso de negociações salariais — por isso, tem sido chamada de taxa negocial. No imposto sindical, o valor era fixo, equivalente a um dia de jornada do trabalhador, e era repassado a todos os sindicatos registrados, mesmo os que existiam apenas no papel.

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A decisão do STF, porém, não permite que seja cobrada a taxa como uma mensalidade, com o argumento de que não se pode filiar alguém à revelia. Por isso, a escolha do formato divide os representantes dos trabalhadores. Há uma parte dos sindicalistas que defende que seja dado um valor fixo de contribuição, com a possibilidade de o trabalhador escolher se prefere parcelar ou pagar à vista, para descaracterizar uma contribuição mensal.

Os sindicalistas debatem ainda como dividir a receita obtida com esses recursos. No imposto sindical, 60% da arrecadação ficava com o sindicato, e o restante era repassado a federações e confederações. Até o Ministério do Trabalho ficava com 10% do valor descontado do trabalhador.

Agora, as centrais discutem aumentar a fatia do sindicato para 80%, uma vez que o governo não fará mais parte da distribuição da taxa. Uma fatia de 2% a 3% poderia irrigar uma entidade que faria a gestão da regulação, que incluiria também os sindicatos patronais.

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As propostas ainda estão em debate e devem ser levadas a um grupo tripartite formado por trabalhadores, empregadores e governo na próxima semana. Mais duas centrais decidiram aderir à autorregulação nesta sexta-feira, 29, a Pública e a Intersindical.

Os representantes das centrais deverão se reunir ainda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema.

BRASÍLIA - Representantes das maiores centrais sindicais do País discutem como fixar os valores da contribuição que eles desejam cobrar de trabalhadores, sindicalizados ou não, após o Supremo Tribunal Federal dar o sinal verde para a cobrança.

Como mostrou o Estadão, uma proposta de autorregulação elaborada pelas seis maiores centrais sindicais — CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central — não estabelece um teto para a cobrança, deixando a quantia a cargo de cada sindicato. A única ressalva feita é a de que sejam valores “razoáveis”.

A discussão sobre o valor, porém, ocorre nos bastidores, entre os líderes dos trabalhadores e ainda não é objeto de consenso.

Ricardo Patah, que preside da UGT, defende que a taxa sindical seja de, no máximo, 1% do salário do trabalhador por mês, até um limite. Ele cita como exemplo o cobrado aos filiados pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. O valor máximo é de R$ 50 por mês.

“Os trabalhadores têm que entender que o reajuste anual acima da inflação não é automático, o patrão pode não dar. É um ganho obtido pelo sindicato numa campanha negocial que tem altos custos, não é barata. Quem paga carro de som, anúncio em jornal? Isso tudo é caro”, afirma o sindicalista.

A Força Sindical estuda a sugestão de estabelecer uma linha de corte, a partir da qual o valor deixa de ser variável (um porcentual do salário) e passa a ser uma contribuição fixa.

“A tendência é que haja um valor variável até um limite, um teto”, afirma João Carlos Juruna, secretário-geral da Força.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal do último dia 12 declarou a constitucionalidade da cobrança da taxa assistencial (um tipo de contribuição) para trabalhadores não sindicalizados. O veredicto abriu a possibilidade para os sindicatos cobrarem uma taxa de todos os trabalhadores, inclusive dos não filiados, para financiar as entidades.

A repercussão, no entanto, tem sido negativa por parte de trabalhadores e de políticos, que acusam os sindicatos de tentar ressuscitar o imposto sindical, encerrado na reforma trabalhista de 2017.

As centrais querem propor ao governo e aos empregadores que a cobrança seja feita por meio de uma autorregulação, ou seja, sem passar pelo Congresso.

Pela proposta, a taxa seria cobrada somente após a aprovação dos trabalhadores em assembleia e estaria vinculada ao sucesso de negociações salariais — por isso, tem sido chamada de taxa negocial. No imposto sindical, o valor era fixo, equivalente a um dia de jornada do trabalhador, e era repassado a todos os sindicatos registrados, mesmo os que existiam apenas no papel.

A decisão do STF, porém, não permite que seja cobrada a taxa como uma mensalidade, com o argumento de que não se pode filiar alguém à revelia. Por isso, a escolha do formato divide os representantes dos trabalhadores. Há uma parte dos sindicalistas que defende que seja dado um valor fixo de contribuição, com a possibilidade de o trabalhador escolher se prefere parcelar ou pagar à vista, para descaracterizar uma contribuição mensal.

Os sindicalistas debatem ainda como dividir a receita obtida com esses recursos. No imposto sindical, 60% da arrecadação ficava com o sindicato, e o restante era repassado a federações e confederações. Até o Ministério do Trabalho ficava com 10% do valor descontado do trabalhador.

Agora, as centrais discutem aumentar a fatia do sindicato para 80%, uma vez que o governo não fará mais parte da distribuição da taxa. Uma fatia de 2% a 3% poderia irrigar uma entidade que faria a gestão da regulação, que incluiria também os sindicatos patronais.

As propostas ainda estão em debate e devem ser levadas a um grupo tripartite formado por trabalhadores, empregadores e governo na próxima semana. Mais duas centrais decidiram aderir à autorregulação nesta sexta-feira, 29, a Pública e a Intersindical.

Os representantes das centrais deverão se reunir ainda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema.

BRASÍLIA - Representantes das maiores centrais sindicais do País discutem como fixar os valores da contribuição que eles desejam cobrar de trabalhadores, sindicalizados ou não, após o Supremo Tribunal Federal dar o sinal verde para a cobrança.

Como mostrou o Estadão, uma proposta de autorregulação elaborada pelas seis maiores centrais sindicais — CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central — não estabelece um teto para a cobrança, deixando a quantia a cargo de cada sindicato. A única ressalva feita é a de que sejam valores “razoáveis”.

A discussão sobre o valor, porém, ocorre nos bastidores, entre os líderes dos trabalhadores e ainda não é objeto de consenso.

Ricardo Patah, que preside da UGT, defende que a taxa sindical seja de, no máximo, 1% do salário do trabalhador por mês, até um limite. Ele cita como exemplo o cobrado aos filiados pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. O valor máximo é de R$ 50 por mês.

“Os trabalhadores têm que entender que o reajuste anual acima da inflação não é automático, o patrão pode não dar. É um ganho obtido pelo sindicato numa campanha negocial que tem altos custos, não é barata. Quem paga carro de som, anúncio em jornal? Isso tudo é caro”, afirma o sindicalista.

A Força Sindical estuda a sugestão de estabelecer uma linha de corte, a partir da qual o valor deixa de ser variável (um porcentual do salário) e passa a ser uma contribuição fixa.

“A tendência é que haja um valor variável até um limite, um teto”, afirma João Carlos Juruna, secretário-geral da Força.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal do último dia 12 declarou a constitucionalidade da cobrança da taxa assistencial (um tipo de contribuição) para trabalhadores não sindicalizados. O veredicto abriu a possibilidade para os sindicatos cobrarem uma taxa de todos os trabalhadores, inclusive dos não filiados, para financiar as entidades.

A repercussão, no entanto, tem sido negativa por parte de trabalhadores e de políticos, que acusam os sindicatos de tentar ressuscitar o imposto sindical, encerrado na reforma trabalhista de 2017.

As centrais querem propor ao governo e aos empregadores que a cobrança seja feita por meio de uma autorregulação, ou seja, sem passar pelo Congresso.

Pela proposta, a taxa seria cobrada somente após a aprovação dos trabalhadores em assembleia e estaria vinculada ao sucesso de negociações salariais — por isso, tem sido chamada de taxa negocial. No imposto sindical, o valor era fixo, equivalente a um dia de jornada do trabalhador, e era repassado a todos os sindicatos registrados, mesmo os que existiam apenas no papel.

A decisão do STF, porém, não permite que seja cobrada a taxa como uma mensalidade, com o argumento de que não se pode filiar alguém à revelia. Por isso, a escolha do formato divide os representantes dos trabalhadores. Há uma parte dos sindicalistas que defende que seja dado um valor fixo de contribuição, com a possibilidade de o trabalhador escolher se prefere parcelar ou pagar à vista, para descaracterizar uma contribuição mensal.

Os sindicalistas debatem ainda como dividir a receita obtida com esses recursos. No imposto sindical, 60% da arrecadação ficava com o sindicato, e o restante era repassado a federações e confederações. Até o Ministério do Trabalho ficava com 10% do valor descontado do trabalhador.

Agora, as centrais discutem aumentar a fatia do sindicato para 80%, uma vez que o governo não fará mais parte da distribuição da taxa. Uma fatia de 2% a 3% poderia irrigar uma entidade que faria a gestão da regulação, que incluiria também os sindicatos patronais.

As propostas ainda estão em debate e devem ser levadas a um grupo tripartite formado por trabalhadores, empregadores e governo na próxima semana. Mais duas centrais decidiram aderir à autorregulação nesta sexta-feira, 29, a Pública e a Intersindical.

Os representantes das centrais deverão se reunir ainda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema.

BRASÍLIA - Representantes das maiores centrais sindicais do País discutem como fixar os valores da contribuição que eles desejam cobrar de trabalhadores, sindicalizados ou não, após o Supremo Tribunal Federal dar o sinal verde para a cobrança.

Como mostrou o Estadão, uma proposta de autorregulação elaborada pelas seis maiores centrais sindicais — CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central — não estabelece um teto para a cobrança, deixando a quantia a cargo de cada sindicato. A única ressalva feita é a de que sejam valores “razoáveis”.

A discussão sobre o valor, porém, ocorre nos bastidores, entre os líderes dos trabalhadores e ainda não é objeto de consenso.

Ricardo Patah, que preside da UGT, defende que a taxa sindical seja de, no máximo, 1% do salário do trabalhador por mês, até um limite. Ele cita como exemplo o cobrado aos filiados pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. O valor máximo é de R$ 50 por mês.

“Os trabalhadores têm que entender que o reajuste anual acima da inflação não é automático, o patrão pode não dar. É um ganho obtido pelo sindicato numa campanha negocial que tem altos custos, não é barata. Quem paga carro de som, anúncio em jornal? Isso tudo é caro”, afirma o sindicalista.

A Força Sindical estuda a sugestão de estabelecer uma linha de corte, a partir da qual o valor deixa de ser variável (um porcentual do salário) e passa a ser uma contribuição fixa.

“A tendência é que haja um valor variável até um limite, um teto”, afirma João Carlos Juruna, secretário-geral da Força.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal do último dia 12 declarou a constitucionalidade da cobrança da taxa assistencial (um tipo de contribuição) para trabalhadores não sindicalizados. O veredicto abriu a possibilidade para os sindicatos cobrarem uma taxa de todos os trabalhadores, inclusive dos não filiados, para financiar as entidades.

A repercussão, no entanto, tem sido negativa por parte de trabalhadores e de políticos, que acusam os sindicatos de tentar ressuscitar o imposto sindical, encerrado na reforma trabalhista de 2017.

As centrais querem propor ao governo e aos empregadores que a cobrança seja feita por meio de uma autorregulação, ou seja, sem passar pelo Congresso.

Pela proposta, a taxa seria cobrada somente após a aprovação dos trabalhadores em assembleia e estaria vinculada ao sucesso de negociações salariais — por isso, tem sido chamada de taxa negocial. No imposto sindical, o valor era fixo, equivalente a um dia de jornada do trabalhador, e era repassado a todos os sindicatos registrados, mesmo os que existiam apenas no papel.

A decisão do STF, porém, não permite que seja cobrada a taxa como uma mensalidade, com o argumento de que não se pode filiar alguém à revelia. Por isso, a escolha do formato divide os representantes dos trabalhadores. Há uma parte dos sindicalistas que defende que seja dado um valor fixo de contribuição, com a possibilidade de o trabalhador escolher se prefere parcelar ou pagar à vista, para descaracterizar uma contribuição mensal.

Os sindicalistas debatem ainda como dividir a receita obtida com esses recursos. No imposto sindical, 60% da arrecadação ficava com o sindicato, e o restante era repassado a federações e confederações. Até o Ministério do Trabalho ficava com 10% do valor descontado do trabalhador.

Agora, as centrais discutem aumentar a fatia do sindicato para 80%, uma vez que o governo não fará mais parte da distribuição da taxa. Uma fatia de 2% a 3% poderia irrigar uma entidade que faria a gestão da regulação, que incluiria também os sindicatos patronais.

As propostas ainda estão em debate e devem ser levadas a um grupo tripartite formado por trabalhadores, empregadores e governo na próxima semana. Mais duas centrais decidiram aderir à autorregulação nesta sexta-feira, 29, a Pública e a Intersindical.

Os representantes das centrais deverão se reunir ainda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema.

BRASÍLIA - Representantes das maiores centrais sindicais do País discutem como fixar os valores da contribuição que eles desejam cobrar de trabalhadores, sindicalizados ou não, após o Supremo Tribunal Federal dar o sinal verde para a cobrança.

Como mostrou o Estadão, uma proposta de autorregulação elaborada pelas seis maiores centrais sindicais — CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central — não estabelece um teto para a cobrança, deixando a quantia a cargo de cada sindicato. A única ressalva feita é a de que sejam valores “razoáveis”.

A discussão sobre o valor, porém, ocorre nos bastidores, entre os líderes dos trabalhadores e ainda não é objeto de consenso.

Ricardo Patah, que preside da UGT, defende que a taxa sindical seja de, no máximo, 1% do salário do trabalhador por mês, até um limite. Ele cita como exemplo o cobrado aos filiados pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. O valor máximo é de R$ 50 por mês.

“Os trabalhadores têm que entender que o reajuste anual acima da inflação não é automático, o patrão pode não dar. É um ganho obtido pelo sindicato numa campanha negocial que tem altos custos, não é barata. Quem paga carro de som, anúncio em jornal? Isso tudo é caro”, afirma o sindicalista.

A Força Sindical estuda a sugestão de estabelecer uma linha de corte, a partir da qual o valor deixa de ser variável (um porcentual do salário) e passa a ser uma contribuição fixa.

“A tendência é que haja um valor variável até um limite, um teto”, afirma João Carlos Juruna, secretário-geral da Força.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal do último dia 12 declarou a constitucionalidade da cobrança da taxa assistencial (um tipo de contribuição) para trabalhadores não sindicalizados. O veredicto abriu a possibilidade para os sindicatos cobrarem uma taxa de todos os trabalhadores, inclusive dos não filiados, para financiar as entidades.

A repercussão, no entanto, tem sido negativa por parte de trabalhadores e de políticos, que acusam os sindicatos de tentar ressuscitar o imposto sindical, encerrado na reforma trabalhista de 2017.

As centrais querem propor ao governo e aos empregadores que a cobrança seja feita por meio de uma autorregulação, ou seja, sem passar pelo Congresso.

Pela proposta, a taxa seria cobrada somente após a aprovação dos trabalhadores em assembleia e estaria vinculada ao sucesso de negociações salariais — por isso, tem sido chamada de taxa negocial. No imposto sindical, o valor era fixo, equivalente a um dia de jornada do trabalhador, e era repassado a todos os sindicatos registrados, mesmo os que existiam apenas no papel.

A decisão do STF, porém, não permite que seja cobrada a taxa como uma mensalidade, com o argumento de que não se pode filiar alguém à revelia. Por isso, a escolha do formato divide os representantes dos trabalhadores. Há uma parte dos sindicalistas que defende que seja dado um valor fixo de contribuição, com a possibilidade de o trabalhador escolher se prefere parcelar ou pagar à vista, para descaracterizar uma contribuição mensal.

Os sindicalistas debatem ainda como dividir a receita obtida com esses recursos. No imposto sindical, 60% da arrecadação ficava com o sindicato, e o restante era repassado a federações e confederações. Até o Ministério do Trabalho ficava com 10% do valor descontado do trabalhador.

Agora, as centrais discutem aumentar a fatia do sindicato para 80%, uma vez que o governo não fará mais parte da distribuição da taxa. Uma fatia de 2% a 3% poderia irrigar uma entidade que faria a gestão da regulação, que incluiria também os sindicatos patronais.

As propostas ainda estão em debate e devem ser levadas a um grupo tripartite formado por trabalhadores, empregadores e governo na próxima semana. Mais duas centrais decidiram aderir à autorregulação nesta sexta-feira, 29, a Pública e a Intersindical.

Os representantes das centrais deverão se reunir ainda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema.

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