Novo salário mínimo, pisos e avanço das emendas vão consumir 86% do espaço extra para gastos em 2024


Segundo secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram governo a não prever reajuste para funcionários públicos no ano que vem

Por Adriana Fernandes e Bianca Lima
Atualização:

BRASÍLIA - Apenas quatro itens vão consumir 86% do espaço adicional para gastos em 2024, estimado em R$ 129 bilhões. Nessa lista estão a nova fórmula de correção do salário mínimo, que puxa para cima as despesas previdenciárias e os benefícios sociais; o novo piso dos investimentos; a volta dos pisos constitucionais da educação e da saúde; e o crescimento das emendas parlamentares impositivas, aquelas que são de execução obrigatória.

O secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, que esteve na linha de frente da elaboração da peça orçamentária de 2024, disse ao Estadão que o governo ficou com pouca margem de manobra. “A ampliação das despesas foi quase toda consumida por esses aumentos. E aí, os outros ministérios ficaram limitados”, afirma.

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Segundo Guimarães, o avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram o governo a não prever reajuste para os funcionários públicos em 2024 - decisão que pode ser revista ao longo do próximo ano caso a equipe econômica consiga colocar de pé um plano de corte de gastos.

Com a aprovação do novo arcabouço fiscal e o fim do antigo teto de gastos, os pisos constitucionais, que representam a aplicação mínima de recursos nas áreas de saúde e educação, passam a ter uma correção atrelada à receita: 15% da Receita Corrente Líquida (RCL) para a saúde e 18% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para a educação. Durante a vigência do teto, essas despesas eram corrigidas apenas pela inflação.

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Segundo Guimarães, o avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram o governo a não prever reajuste para os funcionários públicos em 2024 . Foto: Wilton Junior/Estadão

O secretário alerta que a pressão dos pisos sobre as demais despesas seguirá no médio e longo prazos e que esse tema, inevitavelmente, terá de ser rediscutido. É que enquanto os pisos seguem as receitas, as outras despesas do Orçamento só podem crescer de um ano para outro na razão de até 70% da variação da arrecadação, limitadas a uma alta real de 2,5%.

“São duas rubricas das mais importantes (saúde e educação). Agora, a regra tem que continuar a mesma? Tem que ser pró-cíclica? Faz sentido as outras políticas perderem espaço? O debate tem de vir”, afirma Guimarães.

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Já o piso para investimento foi incluído na regra do novo arcabouço fiscal para garantir que esse tipo de gasto não seja sacrificado num cenário de restrição fiscal. Para a política de valorização do salário mínimo, o governo adotou uma diretriz de garantir ganho real (acima da inflação) - uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dos quatro itens de despesas que mais consumiram o espaço fiscal no Orçamento de 2024, o que teve mais peso foi a recomposição dos pisos da saúde e educação, com incremento de R$ 58,8 bilhões.

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O impacto da correção do salário mínimo foi de R$ 39,2 bilhões, conforme dados do Ministério do Planejamento e Orçamento. As emendas impositivas aumentaram R$ 8,7 bilhões e o piso do investimento subiu R$ 3, 9 bilhões no projeto de Orçamento enviado ao Congresso no final de agosto.

BRASÍLIA - Apenas quatro itens vão consumir 86% do espaço adicional para gastos em 2024, estimado em R$ 129 bilhões. Nessa lista estão a nova fórmula de correção do salário mínimo, que puxa para cima as despesas previdenciárias e os benefícios sociais; o novo piso dos investimentos; a volta dos pisos constitucionais da educação e da saúde; e o crescimento das emendas parlamentares impositivas, aquelas que são de execução obrigatória.

O secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, que esteve na linha de frente da elaboração da peça orçamentária de 2024, disse ao Estadão que o governo ficou com pouca margem de manobra. “A ampliação das despesas foi quase toda consumida por esses aumentos. E aí, os outros ministérios ficaram limitados”, afirma.

Segundo Guimarães, o avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram o governo a não prever reajuste para os funcionários públicos em 2024 - decisão que pode ser revista ao longo do próximo ano caso a equipe econômica consiga colocar de pé um plano de corte de gastos.

Com a aprovação do novo arcabouço fiscal e o fim do antigo teto de gastos, os pisos constitucionais, que representam a aplicação mínima de recursos nas áreas de saúde e educação, passam a ter uma correção atrelada à receita: 15% da Receita Corrente Líquida (RCL) para a saúde e 18% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para a educação. Durante a vigência do teto, essas despesas eram corrigidas apenas pela inflação.

Segundo Guimarães, o avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram o governo a não prever reajuste para os funcionários públicos em 2024 . Foto: Wilton Junior/Estadão

O secretário alerta que a pressão dos pisos sobre as demais despesas seguirá no médio e longo prazos e que esse tema, inevitavelmente, terá de ser rediscutido. É que enquanto os pisos seguem as receitas, as outras despesas do Orçamento só podem crescer de um ano para outro na razão de até 70% da variação da arrecadação, limitadas a uma alta real de 2,5%.

“São duas rubricas das mais importantes (saúde e educação). Agora, a regra tem que continuar a mesma? Tem que ser pró-cíclica? Faz sentido as outras políticas perderem espaço? O debate tem de vir”, afirma Guimarães.

Já o piso para investimento foi incluído na regra do novo arcabouço fiscal para garantir que esse tipo de gasto não seja sacrificado num cenário de restrição fiscal. Para a política de valorização do salário mínimo, o governo adotou uma diretriz de garantir ganho real (acima da inflação) - uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dos quatro itens de despesas que mais consumiram o espaço fiscal no Orçamento de 2024, o que teve mais peso foi a recomposição dos pisos da saúde e educação, com incremento de R$ 58,8 bilhões.

O impacto da correção do salário mínimo foi de R$ 39,2 bilhões, conforme dados do Ministério do Planejamento e Orçamento. As emendas impositivas aumentaram R$ 8,7 bilhões e o piso do investimento subiu R$ 3, 9 bilhões no projeto de Orçamento enviado ao Congresso no final de agosto.

BRASÍLIA - Apenas quatro itens vão consumir 86% do espaço adicional para gastos em 2024, estimado em R$ 129 bilhões. Nessa lista estão a nova fórmula de correção do salário mínimo, que puxa para cima as despesas previdenciárias e os benefícios sociais; o novo piso dos investimentos; a volta dos pisos constitucionais da educação e da saúde; e o crescimento das emendas parlamentares impositivas, aquelas que são de execução obrigatória.

O secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, que esteve na linha de frente da elaboração da peça orçamentária de 2024, disse ao Estadão que o governo ficou com pouca margem de manobra. “A ampliação das despesas foi quase toda consumida por esses aumentos. E aí, os outros ministérios ficaram limitados”, afirma.

Segundo Guimarães, o avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram o governo a não prever reajuste para os funcionários públicos em 2024 - decisão que pode ser revista ao longo do próximo ano caso a equipe econômica consiga colocar de pé um plano de corte de gastos.

Com a aprovação do novo arcabouço fiscal e o fim do antigo teto de gastos, os pisos constitucionais, que representam a aplicação mínima de recursos nas áreas de saúde e educação, passam a ter uma correção atrelada à receita: 15% da Receita Corrente Líquida (RCL) para a saúde e 18% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para a educação. Durante a vigência do teto, essas despesas eram corrigidas apenas pela inflação.

Segundo Guimarães, o avanço dessas despesas obrigatórias foi um dos motivos que levaram o governo a não prever reajuste para os funcionários públicos em 2024 . Foto: Wilton Junior/Estadão

O secretário alerta que a pressão dos pisos sobre as demais despesas seguirá no médio e longo prazos e que esse tema, inevitavelmente, terá de ser rediscutido. É que enquanto os pisos seguem as receitas, as outras despesas do Orçamento só podem crescer de um ano para outro na razão de até 70% da variação da arrecadação, limitadas a uma alta real de 2,5%.

“São duas rubricas das mais importantes (saúde e educação). Agora, a regra tem que continuar a mesma? Tem que ser pró-cíclica? Faz sentido as outras políticas perderem espaço? O debate tem de vir”, afirma Guimarães.

Já o piso para investimento foi incluído na regra do novo arcabouço fiscal para garantir que esse tipo de gasto não seja sacrificado num cenário de restrição fiscal. Para a política de valorização do salário mínimo, o governo adotou uma diretriz de garantir ganho real (acima da inflação) - uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dos quatro itens de despesas que mais consumiram o espaço fiscal no Orçamento de 2024, o que teve mais peso foi a recomposição dos pisos da saúde e educação, com incremento de R$ 58,8 bilhões.

O impacto da correção do salário mínimo foi de R$ 39,2 bilhões, conforme dados do Ministério do Planejamento e Orçamento. As emendas impositivas aumentaram R$ 8,7 bilhões e o piso do investimento subiu R$ 3, 9 bilhões no projeto de Orçamento enviado ao Congresso no final de agosto.

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