Fundada em 1967, a escola de idiomas Cel.Lep tem a meta de se tornar um negócio multiplataforma. Com 85 unidades próprias, sem franquias, adota um modelo de crescimento que inclui parcerias com colégios e criação de materiais didáticos – especialmente fora de São Paulo. Desde a semana passada, inicialmente apenas para empresas, transformou também o smartphone pode ser uma sala de aula. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Por que não franquear o Cel.Lep?
Porque perde-se o controle da qualidade. É a espinha dorsal da marca. Penalizo rentabilidade e expansão, mas mantenho fidelidade ao que a gente faz de melhor.
Qual tem sido o foco dos negócios?
Criar um ecossistema multiplataforma. A educação ainda é analógica, mas as crianças e os jovens já são digitais. Existe uma desconexão em como estamos educando nossos filhos. Os jovens não têm ferramentas para esse mundo novo e têm de ficar fazendo cursos extras.
Como mudar isso?
O aluno tem de ser o protagonista na decisão do consumo. Até 2017, eram duas opções: ir até a unidade de rua ou, dentro do colégio, ter aulas extracurriculares no contraturno. Investimos para montar outras plataformas: in company, com professor dentro das empresas; intracurricular, com material didático nosso; e a plataforma online, para consumir no smartphone a qualquer momento.
A expansão pelo Brasil foi com o intracurricular?
Sim, desde 2018. E agora, em 2020, com a plataforma online.
Isso aconteceu durante a crise econômica no País. O que aconteceu?
Preciso estar onde o aluno quer consumir e ofertar todas as opções possíveis. E para cada uma das plataformas a gente quer garantir que seja a melhor experiência.
Como convencer as pessoas de que investir em inglês é importante, mesmo durante a crise?
Quando a gente fala com os pais, é mais fácil. O pai sabe que é um investimento na formação do filho. Já o adulto é mais complicado. A crise (econômica) e a insegurança estão aí. Mas, no fim das contas, o inglês é fundamental (no mercado de trabalho).
O que o Cel.Lep tem visto para projetos a longo prazo?
Realidade aumentada e inteligência artificial (IA) serão determinantes na trilha de estudo. Conforme você vai fazendo exercícios, a IA entende o que é mais eficiente e retroalimenta a nossa metodologia pedagógica. Mas esse é o próximo ciclo, em três a cinco anos.