O impacto da gestão feminina nas empresas


Encontro discute situação das mulheres em cargo de liderança e destaca a importância de não ter vergonha de pedir ajuda

Por Estadão Blue Studio
Rita Lisauskas, Lina Nakata, Mônica Carvalho e Raquel Reis participaram do Meet Point sobre liderança feminina, organizado pelo Estadão Blue Studio Foto: Fernando Roberto/Estadão Blue Studio

O mercado de trabalho, a mulher deve ocupar o espaço que quiser. Em qualquer cargo que atue, ela não deve ter vergonha de pedir ajuda e pode contar também com a colaboração masculina. Essa é a conclusão do Meet Point sobre liderança feminina, organizado pelo Estadão Blue Studio, e que contou com a presença de Raquel Reis, presidente da SulAmérica Saúde e Odonto, Mônica Carvalho, diretora de Negócios da Google, e Lina Nakata, pesquisadora da FIA Employee Experience.

Os dados sobre a diferença de gênero no mercado de trabalho abriram o debate. Atualmente, 51,6% das mulheres economicamente ativas estão empregadas, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. A porcentagem indica que a participação feminina vem crescendo – em 1990, eram 34,8%. Ao mesmo tempo, 71,6% dos homens têm empregos, ou seja, sua participação no mercado de trabalho é 20 pontos porcentu­ais acima da feminina. Além de ocuparem mais vagas de liderança nas empresas, os homens também ganham salários mais altos, mesmo quando exercem as mesmas funções. As mulheres, por sua vez, têm uma taxa de escolaridade mais alta.

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No encontro, a pesquisadora Lina Nakata, uma das responsáveis pela pesquisa Lugares Incríveis para Trabalhar (Lipt), da FIA Employee Experience, destacou que a valorização do trabalho feminino tende a ser maior nas empresas reconhecidas por oferecer bons locais de trabalho para seus funcionários. “Essas empresas investem em mais ações afirmativas de gênero e são mais proativas na contratação de mulheres”, afirma Lina.

Raquel preside uma companhia que tem a igualdade de gênero nos cargos de alta liderança, mesmo sem ter ações específicas para isso. “Não é porque não temos cota, mas porque o processo na companhia foi justo, sempre valorizando as capacidades das pessoas”, afirma ela. Mônica, apesar de atuar no setor de tecnologia, que é fortemente masculino, está em uma empresa que valoriza a diversidade de gênero, de raça e a sexual.

A pesquisa da FIA mostra uma participação crescente de mulheres na alta liderança, que passou de 27% para 33% entre 2021 e 2022. Essa liderança feminina atrai mais mulheres a essas empresas. “Isso indica que há empresas empenhadas em melhorar o equilíbrio de gênero, porque essa política gera resultados”, afirma Lina.

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Um dos exemplos está no momento da maternidade. Muitas mulheres interrompem a carreira quando se tornam mães, seja por opção pessoal, seja por serem demitidas de seus empregos. Mas empresas Lipt têm ações para evitar que isso aconteça. Raquel lembra ter planejado sair do emprego quando regressou da licença-maternidade, 15 anos atrás. Foi convencida a ficar por seu gestor. “Ele me deu um mês para pensar e tentar conciliar as funções de mãe com a de coordenadora. Em uma semana eu já sabia que não queria parar.”

Mônica, por sua vez, destaca o fato de ter dois filhos como uma de suas competências no currículo. “A experiência de ser mãe me torna uma profissional melhor, com mais inteligência emocional. Com as crianças, aprendemos a ouvir mais, a negociar mais”, destaca ela. O exemplo mostra que a maternidade, que tanto impacta o mercado de trabalho, pode ser um diferencial positivo. “Eu fui promovida grávida”, lembra ela.

Mas a história de Mônica contrasta com as estatísticas: “cerca de 50% das mulheres são demitidas no retorno da licença-maternidade”, levanta Lina. Isso mostra a importância das ações afirmativas e das políticas públicas para reter as mulheres em seus empregos. No caso da maternidade, há empresas que incluem a licença parental entre seus benefícios, mas enfrentam a questão cultural de homens com dificuldade de usar o benefício.

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“Às vezes, a empresa tem uma regra disponível, mas as pessoas não seguem por medo do julgamento de seus pares. Há homens receosos de sair em licença-paternidade. No Google, a licença-paternidade é de quatro meses e o funcionário é obrigado a tirar”, destaca Mônica.

E ela acrescenta: “É fundamental a liderança estimular esta licença. A partir do momento que o homem sai em licença, tem um plano de sucessão. Isso faz com que o profissional amadureça”.

Rita Lisauskas, Lina Nakata, Mônica Carvalho e Raquel Reis participaram do Meet Point sobre liderança feminina, organizado pelo Estadão Blue Studio Foto: Fernando Roberto/Estadão Blue Studio

O mercado de trabalho, a mulher deve ocupar o espaço que quiser. Em qualquer cargo que atue, ela não deve ter vergonha de pedir ajuda e pode contar também com a colaboração masculina. Essa é a conclusão do Meet Point sobre liderança feminina, organizado pelo Estadão Blue Studio, e que contou com a presença de Raquel Reis, presidente da SulAmérica Saúde e Odonto, Mônica Carvalho, diretora de Negócios da Google, e Lina Nakata, pesquisadora da FIA Employee Experience.

Os dados sobre a diferença de gênero no mercado de trabalho abriram o debate. Atualmente, 51,6% das mulheres economicamente ativas estão empregadas, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. A porcentagem indica que a participação feminina vem crescendo – em 1990, eram 34,8%. Ao mesmo tempo, 71,6% dos homens têm empregos, ou seja, sua participação no mercado de trabalho é 20 pontos porcentu­ais acima da feminina. Além de ocuparem mais vagas de liderança nas empresas, os homens também ganham salários mais altos, mesmo quando exercem as mesmas funções. As mulheres, por sua vez, têm uma taxa de escolaridade mais alta.

No encontro, a pesquisadora Lina Nakata, uma das responsáveis pela pesquisa Lugares Incríveis para Trabalhar (Lipt), da FIA Employee Experience, destacou que a valorização do trabalho feminino tende a ser maior nas empresas reconhecidas por oferecer bons locais de trabalho para seus funcionários. “Essas empresas investem em mais ações afirmativas de gênero e são mais proativas na contratação de mulheres”, afirma Lina.

Raquel preside uma companhia que tem a igualdade de gênero nos cargos de alta liderança, mesmo sem ter ações específicas para isso. “Não é porque não temos cota, mas porque o processo na companhia foi justo, sempre valorizando as capacidades das pessoas”, afirma ela. Mônica, apesar de atuar no setor de tecnologia, que é fortemente masculino, está em uma empresa que valoriza a diversidade de gênero, de raça e a sexual.

A pesquisa da FIA mostra uma participação crescente de mulheres na alta liderança, que passou de 27% para 33% entre 2021 e 2022. Essa liderança feminina atrai mais mulheres a essas empresas. “Isso indica que há empresas empenhadas em melhorar o equilíbrio de gênero, porque essa política gera resultados”, afirma Lina.

Um dos exemplos está no momento da maternidade. Muitas mulheres interrompem a carreira quando se tornam mães, seja por opção pessoal, seja por serem demitidas de seus empregos. Mas empresas Lipt têm ações para evitar que isso aconteça. Raquel lembra ter planejado sair do emprego quando regressou da licença-maternidade, 15 anos atrás. Foi convencida a ficar por seu gestor. “Ele me deu um mês para pensar e tentar conciliar as funções de mãe com a de coordenadora. Em uma semana eu já sabia que não queria parar.”

Mônica, por sua vez, destaca o fato de ter dois filhos como uma de suas competências no currículo. “A experiência de ser mãe me torna uma profissional melhor, com mais inteligência emocional. Com as crianças, aprendemos a ouvir mais, a negociar mais”, destaca ela. O exemplo mostra que a maternidade, que tanto impacta o mercado de trabalho, pode ser um diferencial positivo. “Eu fui promovida grávida”, lembra ela.

Mas a história de Mônica contrasta com as estatísticas: “cerca de 50% das mulheres são demitidas no retorno da licença-maternidade”, levanta Lina. Isso mostra a importância das ações afirmativas e das políticas públicas para reter as mulheres em seus empregos. No caso da maternidade, há empresas que incluem a licença parental entre seus benefícios, mas enfrentam a questão cultural de homens com dificuldade de usar o benefício.

“Às vezes, a empresa tem uma regra disponível, mas as pessoas não seguem por medo do julgamento de seus pares. Há homens receosos de sair em licença-paternidade. No Google, a licença-paternidade é de quatro meses e o funcionário é obrigado a tirar”, destaca Mônica.

E ela acrescenta: “É fundamental a liderança estimular esta licença. A partir do momento que o homem sai em licença, tem um plano de sucessão. Isso faz com que o profissional amadureça”.

Rita Lisauskas, Lina Nakata, Mônica Carvalho e Raquel Reis participaram do Meet Point sobre liderança feminina, organizado pelo Estadão Blue Studio Foto: Fernando Roberto/Estadão Blue Studio

O mercado de trabalho, a mulher deve ocupar o espaço que quiser. Em qualquer cargo que atue, ela não deve ter vergonha de pedir ajuda e pode contar também com a colaboração masculina. Essa é a conclusão do Meet Point sobre liderança feminina, organizado pelo Estadão Blue Studio, e que contou com a presença de Raquel Reis, presidente da SulAmérica Saúde e Odonto, Mônica Carvalho, diretora de Negócios da Google, e Lina Nakata, pesquisadora da FIA Employee Experience.

Os dados sobre a diferença de gênero no mercado de trabalho abriram o debate. Atualmente, 51,6% das mulheres economicamente ativas estão empregadas, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. A porcentagem indica que a participação feminina vem crescendo – em 1990, eram 34,8%. Ao mesmo tempo, 71,6% dos homens têm empregos, ou seja, sua participação no mercado de trabalho é 20 pontos porcentu­ais acima da feminina. Além de ocuparem mais vagas de liderança nas empresas, os homens também ganham salários mais altos, mesmo quando exercem as mesmas funções. As mulheres, por sua vez, têm uma taxa de escolaridade mais alta.

No encontro, a pesquisadora Lina Nakata, uma das responsáveis pela pesquisa Lugares Incríveis para Trabalhar (Lipt), da FIA Employee Experience, destacou que a valorização do trabalho feminino tende a ser maior nas empresas reconhecidas por oferecer bons locais de trabalho para seus funcionários. “Essas empresas investem em mais ações afirmativas de gênero e são mais proativas na contratação de mulheres”, afirma Lina.

Raquel preside uma companhia que tem a igualdade de gênero nos cargos de alta liderança, mesmo sem ter ações específicas para isso. “Não é porque não temos cota, mas porque o processo na companhia foi justo, sempre valorizando as capacidades das pessoas”, afirma ela. Mônica, apesar de atuar no setor de tecnologia, que é fortemente masculino, está em uma empresa que valoriza a diversidade de gênero, de raça e a sexual.

A pesquisa da FIA mostra uma participação crescente de mulheres na alta liderança, que passou de 27% para 33% entre 2021 e 2022. Essa liderança feminina atrai mais mulheres a essas empresas. “Isso indica que há empresas empenhadas em melhorar o equilíbrio de gênero, porque essa política gera resultados”, afirma Lina.

Um dos exemplos está no momento da maternidade. Muitas mulheres interrompem a carreira quando se tornam mães, seja por opção pessoal, seja por serem demitidas de seus empregos. Mas empresas Lipt têm ações para evitar que isso aconteça. Raquel lembra ter planejado sair do emprego quando regressou da licença-maternidade, 15 anos atrás. Foi convencida a ficar por seu gestor. “Ele me deu um mês para pensar e tentar conciliar as funções de mãe com a de coordenadora. Em uma semana eu já sabia que não queria parar.”

Mônica, por sua vez, destaca o fato de ter dois filhos como uma de suas competências no currículo. “A experiência de ser mãe me torna uma profissional melhor, com mais inteligência emocional. Com as crianças, aprendemos a ouvir mais, a negociar mais”, destaca ela. O exemplo mostra que a maternidade, que tanto impacta o mercado de trabalho, pode ser um diferencial positivo. “Eu fui promovida grávida”, lembra ela.

Mas a história de Mônica contrasta com as estatísticas: “cerca de 50% das mulheres são demitidas no retorno da licença-maternidade”, levanta Lina. Isso mostra a importância das ações afirmativas e das políticas públicas para reter as mulheres em seus empregos. No caso da maternidade, há empresas que incluem a licença parental entre seus benefícios, mas enfrentam a questão cultural de homens com dificuldade de usar o benefício.

“Às vezes, a empresa tem uma regra disponível, mas as pessoas não seguem por medo do julgamento de seus pares. Há homens receosos de sair em licença-paternidade. No Google, a licença-paternidade é de quatro meses e o funcionário é obrigado a tirar”, destaca Mônica.

E ela acrescenta: “É fundamental a liderança estimular esta licença. A partir do momento que o homem sai em licença, tem um plano de sucessão. Isso faz com que o profissional amadureça”.

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