Nova York - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil tem uma oportunidade única de mostrar que é aberto a negócios verdes. Segundo ele, o País voltou firme com os compromissos ambientais e busca “resultados ambiciosos”.
“Não existe divórcio entre sustentabilidade e desenvolvimento. Isso é coisa do passado. Futuro é do desenvolvimento sustentável”, disse Haddad, em evento da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Bolsa de Nova York (Nyse).
Ele ressaltou ainda a necessidade de o Brasil aproveitar uma janela que está aberta agora para negócios verdes. Em cinco anos, alertou, ela pode se fechar.
“Nós temos de abrir a nossa economia para o green business, tornar o Brasil um ponto de chegada, um investimento que vise à sustentabilidade econômica, à sustentabilidade social, à sustentabilidade das contas públicas”, disse Haddad.
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O ministro também defendeu maior interação e parcerias entre empresas públicas e privadas. Citou, por exemplo, recente anúncio da Petrobras e da Weg. “A Petrobras está com os olhos voltados para o futuro”, disse.
Ele afirmou ainda que a agenda ambiental e a aprovação da reforma tributária são complementares e estão caminhando conforme o cronograma estabelecido pelo Executivo. De acordo com ele, o Congresso está debruçado sobre todas as ações da pasta com um grau de abertura “bastante significativo”.
“Temos de aproveitar esse momento de harmonização dos poderes para fazer a agenda avançar”, disse Haddad. “Quanto mais cedo nós colhermos os frutos dessa agenda, mais facilmente a economia brasileira vai decolar para patamares de crescimento compatíveis com o nosso potencial.”
O que é taxonomia sustentável?
Haddad afirmou que será lançada no mês que vem uma consulta pública para definição da taxonomia, que ouvirá sociedade, ONGs e investidores a respeito da pauta verde. A taxonomia se trata de um instrumento usado para classificar e determinar as atividades econômicas que são sustentáveis e que geram impactos ambientais positivos. “É fundamental para que o País decida no que ele quer investir na transição ecológica prioritariamente”, disse ele.
O ministro enfatizou ainda que a agenda pecuária e agricultura moderna tem de estar no horizonte do Brasil, mas que há interesse do setor. Pontuou também que, se o segmento do agronegócios não endereçar agenda moderna, vai perder mercado internacional. “Temos condições regulatórias que podem alavancar muito investimento [verde] no País”, acrescentou.