Sobre a nova âncora fiscal


O local não briga com o federal se há recursos para todos, o que, todavia, não é o caso

Por Gustavo H.B. Franco
Atualização:

O leitor terá notado que, tal como se passa com a verdade durante uma guerra, a primeira vítima em uma eleição contenciosa é a restrição orçamentária. Candidatos não fazem contas, fingem que os recursos são infinitos, ou que vão ser gerados por impostos mágicos ou simplesmente chutam os números como quem cobra um escanteio.

Projeto de reforma da lei que regula os orçamentos públicos foi aprovado no Senado, mas parou na Câmara Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

É fato que temos um problema fiscal grave e que nada tem de incomum: sonhos maiores que as possibilidades. E precisamos lidar com isso, não somos os únicos a conviver com tensões de natureza orçamentária.

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O problema tem se apresentado sob duas rubricas: “teto de gastos” e o “orçamento secreto”. Não é acidente. São ansiedades sobre duas vertentes do problema, o resultado e o processo. De um lado o saldo primário (superávit ou déficit), a sustentabilidade fiscal e a dívida pública e, de outro, os mecanismos decisórios para a alocação política de recursos fiscais escassos.

Bem, há uma discussão em andamento já faz alguns anos sobre a reforma da lei que regula os orçamentos públicos no Brasil (Lei 4.320, de 1964), sob a rubrica “lei das finanças públicas”. Há um projeto já aprovado no Senado e que estacionou na Câmara.

Essa discussão pode perfeitamente convergir para algo como uma segunda Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a “âncora fiscal” de que estamos precisando, e também uma bela melhoria na dinâmica do Orçamento.

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Será ótimo fazer política fiscal ex ante, no orçamento e não apenas ex post, via limitações (tetos) nos gastos ou no endividamento, mas a conversa tem sido muito difícil.

O processo orçamentário brasileiro está no coração do chamado presidencialismo de coalizão: não se consegue imaginar a política fiscal sem contingenciamento e emendas ao Orçamento.

A experiência tende a confirmar que os espaços para o clientelismo (através das emendas) são importantes para a governabilidade, tanto que as emendas parlamentares cresceram de importância, e antes delas as vinculações de receita, como reação do Legislativo diante do contingenciamento.

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Não há nada errado em os parlamentares trabalharem pelos seus distritos, e introduzirem desejos de gasto de natureza (muito) local. Basta olhar a propaganda eleitoral e ver os candidatos ao Legislativo prometendo trazer recursos para as suas bases. É impossível evitar que o Orçamento seja um enorme disputa entre o “local” e o “federal”.

A experiência mostra que essa disputa fica menor quanto maior a irresponsabilidade: o local não briga com o federal se há recursos para todos, o que, todavia, é bem sabido que não é o caso. Mas, se a gente fingir que é, ninguém briga e todos aprovam uma lei orçamentária ficcional...

O leitor terá notado que, tal como se passa com a verdade durante uma guerra, a primeira vítima em uma eleição contenciosa é a restrição orçamentária. Candidatos não fazem contas, fingem que os recursos são infinitos, ou que vão ser gerados por impostos mágicos ou simplesmente chutam os números como quem cobra um escanteio.

Projeto de reforma da lei que regula os orçamentos públicos foi aprovado no Senado, mas parou na Câmara Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

É fato que temos um problema fiscal grave e que nada tem de incomum: sonhos maiores que as possibilidades. E precisamos lidar com isso, não somos os únicos a conviver com tensões de natureza orçamentária.

O problema tem se apresentado sob duas rubricas: “teto de gastos” e o “orçamento secreto”. Não é acidente. São ansiedades sobre duas vertentes do problema, o resultado e o processo. De um lado o saldo primário (superávit ou déficit), a sustentabilidade fiscal e a dívida pública e, de outro, os mecanismos decisórios para a alocação política de recursos fiscais escassos.

Bem, há uma discussão em andamento já faz alguns anos sobre a reforma da lei que regula os orçamentos públicos no Brasil (Lei 4.320, de 1964), sob a rubrica “lei das finanças públicas”. Há um projeto já aprovado no Senado e que estacionou na Câmara.

Essa discussão pode perfeitamente convergir para algo como uma segunda Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a “âncora fiscal” de que estamos precisando, e também uma bela melhoria na dinâmica do Orçamento.

Será ótimo fazer política fiscal ex ante, no orçamento e não apenas ex post, via limitações (tetos) nos gastos ou no endividamento, mas a conversa tem sido muito difícil.

O processo orçamentário brasileiro está no coração do chamado presidencialismo de coalizão: não se consegue imaginar a política fiscal sem contingenciamento e emendas ao Orçamento.

A experiência tende a confirmar que os espaços para o clientelismo (através das emendas) são importantes para a governabilidade, tanto que as emendas parlamentares cresceram de importância, e antes delas as vinculações de receita, como reação do Legislativo diante do contingenciamento.

Não há nada errado em os parlamentares trabalharem pelos seus distritos, e introduzirem desejos de gasto de natureza (muito) local. Basta olhar a propaganda eleitoral e ver os candidatos ao Legislativo prometendo trazer recursos para as suas bases. É impossível evitar que o Orçamento seja um enorme disputa entre o “local” e o “federal”.

A experiência mostra que essa disputa fica menor quanto maior a irresponsabilidade: o local não briga com o federal se há recursos para todos, o que, todavia, é bem sabido que não é o caso. Mas, se a gente fingir que é, ninguém briga e todos aprovam uma lei orçamentária ficcional...

O leitor terá notado que, tal como se passa com a verdade durante uma guerra, a primeira vítima em uma eleição contenciosa é a restrição orçamentária. Candidatos não fazem contas, fingem que os recursos são infinitos, ou que vão ser gerados por impostos mágicos ou simplesmente chutam os números como quem cobra um escanteio.

Projeto de reforma da lei que regula os orçamentos públicos foi aprovado no Senado, mas parou na Câmara Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

É fato que temos um problema fiscal grave e que nada tem de incomum: sonhos maiores que as possibilidades. E precisamos lidar com isso, não somos os únicos a conviver com tensões de natureza orçamentária.

O problema tem se apresentado sob duas rubricas: “teto de gastos” e o “orçamento secreto”. Não é acidente. São ansiedades sobre duas vertentes do problema, o resultado e o processo. De um lado o saldo primário (superávit ou déficit), a sustentabilidade fiscal e a dívida pública e, de outro, os mecanismos decisórios para a alocação política de recursos fiscais escassos.

Bem, há uma discussão em andamento já faz alguns anos sobre a reforma da lei que regula os orçamentos públicos no Brasil (Lei 4.320, de 1964), sob a rubrica “lei das finanças públicas”. Há um projeto já aprovado no Senado e que estacionou na Câmara.

Essa discussão pode perfeitamente convergir para algo como uma segunda Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a “âncora fiscal” de que estamos precisando, e também uma bela melhoria na dinâmica do Orçamento.

Será ótimo fazer política fiscal ex ante, no orçamento e não apenas ex post, via limitações (tetos) nos gastos ou no endividamento, mas a conversa tem sido muito difícil.

O processo orçamentário brasileiro está no coração do chamado presidencialismo de coalizão: não se consegue imaginar a política fiscal sem contingenciamento e emendas ao Orçamento.

A experiência tende a confirmar que os espaços para o clientelismo (através das emendas) são importantes para a governabilidade, tanto que as emendas parlamentares cresceram de importância, e antes delas as vinculações de receita, como reação do Legislativo diante do contingenciamento.

Não há nada errado em os parlamentares trabalharem pelos seus distritos, e introduzirem desejos de gasto de natureza (muito) local. Basta olhar a propaganda eleitoral e ver os candidatos ao Legislativo prometendo trazer recursos para as suas bases. É impossível evitar que o Orçamento seja um enorme disputa entre o “local” e o “federal”.

A experiência mostra que essa disputa fica menor quanto maior a irresponsabilidade: o local não briga com o federal se há recursos para todos, o que, todavia, é bem sabido que não é o caso. Mas, se a gente fingir que é, ninguém briga e todos aprovam uma lei orçamentária ficcional...

O leitor terá notado que, tal como se passa com a verdade durante uma guerra, a primeira vítima em uma eleição contenciosa é a restrição orçamentária. Candidatos não fazem contas, fingem que os recursos são infinitos, ou que vão ser gerados por impostos mágicos ou simplesmente chutam os números como quem cobra um escanteio.

Projeto de reforma da lei que regula os orçamentos públicos foi aprovado no Senado, mas parou na Câmara Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

É fato que temos um problema fiscal grave e que nada tem de incomum: sonhos maiores que as possibilidades. E precisamos lidar com isso, não somos os únicos a conviver com tensões de natureza orçamentária.

O problema tem se apresentado sob duas rubricas: “teto de gastos” e o “orçamento secreto”. Não é acidente. São ansiedades sobre duas vertentes do problema, o resultado e o processo. De um lado o saldo primário (superávit ou déficit), a sustentabilidade fiscal e a dívida pública e, de outro, os mecanismos decisórios para a alocação política de recursos fiscais escassos.

Bem, há uma discussão em andamento já faz alguns anos sobre a reforma da lei que regula os orçamentos públicos no Brasil (Lei 4.320, de 1964), sob a rubrica “lei das finanças públicas”. Há um projeto já aprovado no Senado e que estacionou na Câmara.

Essa discussão pode perfeitamente convergir para algo como uma segunda Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a “âncora fiscal” de que estamos precisando, e também uma bela melhoria na dinâmica do Orçamento.

Será ótimo fazer política fiscal ex ante, no orçamento e não apenas ex post, via limitações (tetos) nos gastos ou no endividamento, mas a conversa tem sido muito difícil.

O processo orçamentário brasileiro está no coração do chamado presidencialismo de coalizão: não se consegue imaginar a política fiscal sem contingenciamento e emendas ao Orçamento.

A experiência tende a confirmar que os espaços para o clientelismo (através das emendas) são importantes para a governabilidade, tanto que as emendas parlamentares cresceram de importância, e antes delas as vinculações de receita, como reação do Legislativo diante do contingenciamento.

Não há nada errado em os parlamentares trabalharem pelos seus distritos, e introduzirem desejos de gasto de natureza (muito) local. Basta olhar a propaganda eleitoral e ver os candidatos ao Legislativo prometendo trazer recursos para as suas bases. É impossível evitar que o Orçamento seja um enorme disputa entre o “local” e o “federal”.

A experiência mostra que essa disputa fica menor quanto maior a irresponsabilidade: o local não briga com o federal se há recursos para todos, o que, todavia, é bem sabido que não é o caso. Mas, se a gente fingir que é, ninguém briga e todos aprovam uma lei orçamentária ficcional...

O leitor terá notado que, tal como se passa com a verdade durante uma guerra, a primeira vítima em uma eleição contenciosa é a restrição orçamentária. Candidatos não fazem contas, fingem que os recursos são infinitos, ou que vão ser gerados por impostos mágicos ou simplesmente chutam os números como quem cobra um escanteio.

Projeto de reforma da lei que regula os orçamentos públicos foi aprovado no Senado, mas parou na Câmara Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

É fato que temos um problema fiscal grave e que nada tem de incomum: sonhos maiores que as possibilidades. E precisamos lidar com isso, não somos os únicos a conviver com tensões de natureza orçamentária.

O problema tem se apresentado sob duas rubricas: “teto de gastos” e o “orçamento secreto”. Não é acidente. São ansiedades sobre duas vertentes do problema, o resultado e o processo. De um lado o saldo primário (superávit ou déficit), a sustentabilidade fiscal e a dívida pública e, de outro, os mecanismos decisórios para a alocação política de recursos fiscais escassos.

Bem, há uma discussão em andamento já faz alguns anos sobre a reforma da lei que regula os orçamentos públicos no Brasil (Lei 4.320, de 1964), sob a rubrica “lei das finanças públicas”. Há um projeto já aprovado no Senado e que estacionou na Câmara.

Essa discussão pode perfeitamente convergir para algo como uma segunda Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a “âncora fiscal” de que estamos precisando, e também uma bela melhoria na dinâmica do Orçamento.

Será ótimo fazer política fiscal ex ante, no orçamento e não apenas ex post, via limitações (tetos) nos gastos ou no endividamento, mas a conversa tem sido muito difícil.

O processo orçamentário brasileiro está no coração do chamado presidencialismo de coalizão: não se consegue imaginar a política fiscal sem contingenciamento e emendas ao Orçamento.

A experiência tende a confirmar que os espaços para o clientelismo (através das emendas) são importantes para a governabilidade, tanto que as emendas parlamentares cresceram de importância, e antes delas as vinculações de receita, como reação do Legislativo diante do contingenciamento.

Não há nada errado em os parlamentares trabalharem pelos seus distritos, e introduzirem desejos de gasto de natureza (muito) local. Basta olhar a propaganda eleitoral e ver os candidatos ao Legislativo prometendo trazer recursos para as suas bases. É impossível evitar que o Orçamento seja um enorme disputa entre o “local” e o “federal”.

A experiência mostra que essa disputa fica menor quanto maior a irresponsabilidade: o local não briga com o federal se há recursos para todos, o que, todavia, é bem sabido que não é o caso. Mas, se a gente fingir que é, ninguém briga e todos aprovam uma lei orçamentária ficcional...

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