Os desafios da economia para o futuro governo


Com 70% da economia global em crise, deve haver queda dos preços das commodities e mais aversão ao risco

Por Claudio Adilson Gonçalez
Atualização:

Por força do cronograma do jornal, este artigo foi redigido antes da divulgação dos resultados das eleições de 2 de outubro. Mas se há (ou havia) dúvidas quanto a quem estará à frente do governo a partir do início do próximo ano, sabe-se que as dificuldades para a condução da política econômica que ele vai enfrentar serão enormes.

O primeiro grande desafio vem da economia mundial. Na Europa, o aumento de oito vezes do preço do gás natural, desde o início da guerra na Ucrânia, poderá ter consequências econômicas tão danosas quanto os choques de petróleo dos anos 1970. Parece inescapável que a União Europeia e o Reino Unido tenham que enfrentar forte recessão, com início já a partir deste último trimestre de 2022. Dados os choques de custos e as expressivas desvalorizações cambiais que essas regiões vêm enfrentando, a inflação continuará elevada, o que impedirá que os seus bancos centrais usem a política monetária para aliviar as quedas de renda e emprego, como fizeram na grande crise financeira de 2008.

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Quanto aos Estados Unidos, dificilmente será possível frear a inflação sem provocar significativo aumento do desemprego e expressiva desaceleração econômica, como o Fed (banco central norte-americano) parecia acreditar até há pouco tempo.

Na China, a política de covid zero, a guinada estatizante do governo Xi Jinping, a crise imobiliária e a existência de capacidade ociosa em vários setores concorrerão para manter o crescimento econômico bem abaixo do que vinha sendo registrado até 2019.

União Europeia e Reino Unido devem enfrentar recessão a partir do último trimestre de 2022 e impactar economia brasileira. Foto: Wolfgang Rattay/Reuters
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Com mais de 70% da economia global em crise, deverá haver queda dos preços das commodities, aumento da aversão ao risco e continuidade do fortalecimento do dólar. Tudo isso é muito ruim para a economia brasileira. Além das ondas de choques negativas para o crescimento, esse cenário externo pode também provocar depreciação do real, o que dificultaria ainda mais a tarefa do Banco Central de conduzir a inflação às metas.

Como sempre ocorre em campanhas eleitorais, todos os candidatos fizeram promessas de benesses como se não existisse restrição orçamentária. O problema é que desta vez o governo Jair Bolsonaro deixou uma enorme bomba fiscal armada. Utilizou aumentos transitórios de receitas para promover desordenadas desonerações fiscais.

Paulo Guedes brada que, apesar da pandemia, 2022 se encerrará com as despesas primárias, como proporção do PIB, no mesmo nível de 2019. O que ele parece esquecer – ou talvez nem saiba – é que isso se deve principalmente a uma repressão de gastos que não poderá mais ser mantida e que o PIB nominal foi inflado pela aceleração da inflação e pela elevação muito maior dos preços ao produtor do que dos preços ao consumidor, e são estes que afetam a maior parte das despesas do governo.

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Bem, tudo isso é problema para 2023. Agora o que interessa é ganhar a eleição. Pobre Brasil.

Por força do cronograma do jornal, este artigo foi redigido antes da divulgação dos resultados das eleições de 2 de outubro. Mas se há (ou havia) dúvidas quanto a quem estará à frente do governo a partir do início do próximo ano, sabe-se que as dificuldades para a condução da política econômica que ele vai enfrentar serão enormes.

O primeiro grande desafio vem da economia mundial. Na Europa, o aumento de oito vezes do preço do gás natural, desde o início da guerra na Ucrânia, poderá ter consequências econômicas tão danosas quanto os choques de petróleo dos anos 1970. Parece inescapável que a União Europeia e o Reino Unido tenham que enfrentar forte recessão, com início já a partir deste último trimestre de 2022. Dados os choques de custos e as expressivas desvalorizações cambiais que essas regiões vêm enfrentando, a inflação continuará elevada, o que impedirá que os seus bancos centrais usem a política monetária para aliviar as quedas de renda e emprego, como fizeram na grande crise financeira de 2008.

Quanto aos Estados Unidos, dificilmente será possível frear a inflação sem provocar significativo aumento do desemprego e expressiva desaceleração econômica, como o Fed (banco central norte-americano) parecia acreditar até há pouco tempo.

Na China, a política de covid zero, a guinada estatizante do governo Xi Jinping, a crise imobiliária e a existência de capacidade ociosa em vários setores concorrerão para manter o crescimento econômico bem abaixo do que vinha sendo registrado até 2019.

União Europeia e Reino Unido devem enfrentar recessão a partir do último trimestre de 2022 e impactar economia brasileira. Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

Com mais de 70% da economia global em crise, deverá haver queda dos preços das commodities, aumento da aversão ao risco e continuidade do fortalecimento do dólar. Tudo isso é muito ruim para a economia brasileira. Além das ondas de choques negativas para o crescimento, esse cenário externo pode também provocar depreciação do real, o que dificultaria ainda mais a tarefa do Banco Central de conduzir a inflação às metas.

Como sempre ocorre em campanhas eleitorais, todos os candidatos fizeram promessas de benesses como se não existisse restrição orçamentária. O problema é que desta vez o governo Jair Bolsonaro deixou uma enorme bomba fiscal armada. Utilizou aumentos transitórios de receitas para promover desordenadas desonerações fiscais.

Paulo Guedes brada que, apesar da pandemia, 2022 se encerrará com as despesas primárias, como proporção do PIB, no mesmo nível de 2019. O que ele parece esquecer – ou talvez nem saiba – é que isso se deve principalmente a uma repressão de gastos que não poderá mais ser mantida e que o PIB nominal foi inflado pela aceleração da inflação e pela elevação muito maior dos preços ao produtor do que dos preços ao consumidor, e são estes que afetam a maior parte das despesas do governo.

Bem, tudo isso é problema para 2023. Agora o que interessa é ganhar a eleição. Pobre Brasil.

Por força do cronograma do jornal, este artigo foi redigido antes da divulgação dos resultados das eleições de 2 de outubro. Mas se há (ou havia) dúvidas quanto a quem estará à frente do governo a partir do início do próximo ano, sabe-se que as dificuldades para a condução da política econômica que ele vai enfrentar serão enormes.

O primeiro grande desafio vem da economia mundial. Na Europa, o aumento de oito vezes do preço do gás natural, desde o início da guerra na Ucrânia, poderá ter consequências econômicas tão danosas quanto os choques de petróleo dos anos 1970. Parece inescapável que a União Europeia e o Reino Unido tenham que enfrentar forte recessão, com início já a partir deste último trimestre de 2022. Dados os choques de custos e as expressivas desvalorizações cambiais que essas regiões vêm enfrentando, a inflação continuará elevada, o que impedirá que os seus bancos centrais usem a política monetária para aliviar as quedas de renda e emprego, como fizeram na grande crise financeira de 2008.

Quanto aos Estados Unidos, dificilmente será possível frear a inflação sem provocar significativo aumento do desemprego e expressiva desaceleração econômica, como o Fed (banco central norte-americano) parecia acreditar até há pouco tempo.

Na China, a política de covid zero, a guinada estatizante do governo Xi Jinping, a crise imobiliária e a existência de capacidade ociosa em vários setores concorrerão para manter o crescimento econômico bem abaixo do que vinha sendo registrado até 2019.

União Europeia e Reino Unido devem enfrentar recessão a partir do último trimestre de 2022 e impactar economia brasileira. Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

Com mais de 70% da economia global em crise, deverá haver queda dos preços das commodities, aumento da aversão ao risco e continuidade do fortalecimento do dólar. Tudo isso é muito ruim para a economia brasileira. Além das ondas de choques negativas para o crescimento, esse cenário externo pode também provocar depreciação do real, o que dificultaria ainda mais a tarefa do Banco Central de conduzir a inflação às metas.

Como sempre ocorre em campanhas eleitorais, todos os candidatos fizeram promessas de benesses como se não existisse restrição orçamentária. O problema é que desta vez o governo Jair Bolsonaro deixou uma enorme bomba fiscal armada. Utilizou aumentos transitórios de receitas para promover desordenadas desonerações fiscais.

Paulo Guedes brada que, apesar da pandemia, 2022 se encerrará com as despesas primárias, como proporção do PIB, no mesmo nível de 2019. O que ele parece esquecer – ou talvez nem saiba – é que isso se deve principalmente a uma repressão de gastos que não poderá mais ser mantida e que o PIB nominal foi inflado pela aceleração da inflação e pela elevação muito maior dos preços ao produtor do que dos preços ao consumidor, e são estes que afetam a maior parte das despesas do governo.

Bem, tudo isso é problema para 2023. Agora o que interessa é ganhar a eleição. Pobre Brasil.

Por força do cronograma do jornal, este artigo foi redigido antes da divulgação dos resultados das eleições de 2 de outubro. Mas se há (ou havia) dúvidas quanto a quem estará à frente do governo a partir do início do próximo ano, sabe-se que as dificuldades para a condução da política econômica que ele vai enfrentar serão enormes.

O primeiro grande desafio vem da economia mundial. Na Europa, o aumento de oito vezes do preço do gás natural, desde o início da guerra na Ucrânia, poderá ter consequências econômicas tão danosas quanto os choques de petróleo dos anos 1970. Parece inescapável que a União Europeia e o Reino Unido tenham que enfrentar forte recessão, com início já a partir deste último trimestre de 2022. Dados os choques de custos e as expressivas desvalorizações cambiais que essas regiões vêm enfrentando, a inflação continuará elevada, o que impedirá que os seus bancos centrais usem a política monetária para aliviar as quedas de renda e emprego, como fizeram na grande crise financeira de 2008.

Quanto aos Estados Unidos, dificilmente será possível frear a inflação sem provocar significativo aumento do desemprego e expressiva desaceleração econômica, como o Fed (banco central norte-americano) parecia acreditar até há pouco tempo.

Na China, a política de covid zero, a guinada estatizante do governo Xi Jinping, a crise imobiliária e a existência de capacidade ociosa em vários setores concorrerão para manter o crescimento econômico bem abaixo do que vinha sendo registrado até 2019.

União Europeia e Reino Unido devem enfrentar recessão a partir do último trimestre de 2022 e impactar economia brasileira. Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

Com mais de 70% da economia global em crise, deverá haver queda dos preços das commodities, aumento da aversão ao risco e continuidade do fortalecimento do dólar. Tudo isso é muito ruim para a economia brasileira. Além das ondas de choques negativas para o crescimento, esse cenário externo pode também provocar depreciação do real, o que dificultaria ainda mais a tarefa do Banco Central de conduzir a inflação às metas.

Como sempre ocorre em campanhas eleitorais, todos os candidatos fizeram promessas de benesses como se não existisse restrição orçamentária. O problema é que desta vez o governo Jair Bolsonaro deixou uma enorme bomba fiscal armada. Utilizou aumentos transitórios de receitas para promover desordenadas desonerações fiscais.

Paulo Guedes brada que, apesar da pandemia, 2022 se encerrará com as despesas primárias, como proporção do PIB, no mesmo nível de 2019. O que ele parece esquecer – ou talvez nem saiba – é que isso se deve principalmente a uma repressão de gastos que não poderá mais ser mantida e que o PIB nominal foi inflado pela aceleração da inflação e pela elevação muito maior dos preços ao produtor do que dos preços ao consumidor, e são estes que afetam a maior parte das despesas do governo.

Bem, tudo isso é problema para 2023. Agora o que interessa é ganhar a eleição. Pobre Brasil.

Por força do cronograma do jornal, este artigo foi redigido antes da divulgação dos resultados das eleições de 2 de outubro. Mas se há (ou havia) dúvidas quanto a quem estará à frente do governo a partir do início do próximo ano, sabe-se que as dificuldades para a condução da política econômica que ele vai enfrentar serão enormes.

O primeiro grande desafio vem da economia mundial. Na Europa, o aumento de oito vezes do preço do gás natural, desde o início da guerra na Ucrânia, poderá ter consequências econômicas tão danosas quanto os choques de petróleo dos anos 1970. Parece inescapável que a União Europeia e o Reino Unido tenham que enfrentar forte recessão, com início já a partir deste último trimestre de 2022. Dados os choques de custos e as expressivas desvalorizações cambiais que essas regiões vêm enfrentando, a inflação continuará elevada, o que impedirá que os seus bancos centrais usem a política monetária para aliviar as quedas de renda e emprego, como fizeram na grande crise financeira de 2008.

Quanto aos Estados Unidos, dificilmente será possível frear a inflação sem provocar significativo aumento do desemprego e expressiva desaceleração econômica, como o Fed (banco central norte-americano) parecia acreditar até há pouco tempo.

Na China, a política de covid zero, a guinada estatizante do governo Xi Jinping, a crise imobiliária e a existência de capacidade ociosa em vários setores concorrerão para manter o crescimento econômico bem abaixo do que vinha sendo registrado até 2019.

União Europeia e Reino Unido devem enfrentar recessão a partir do último trimestre de 2022 e impactar economia brasileira. Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

Com mais de 70% da economia global em crise, deverá haver queda dos preços das commodities, aumento da aversão ao risco e continuidade do fortalecimento do dólar. Tudo isso é muito ruim para a economia brasileira. Além das ondas de choques negativas para o crescimento, esse cenário externo pode também provocar depreciação do real, o que dificultaria ainda mais a tarefa do Banco Central de conduzir a inflação às metas.

Como sempre ocorre em campanhas eleitorais, todos os candidatos fizeram promessas de benesses como se não existisse restrição orçamentária. O problema é que desta vez o governo Jair Bolsonaro deixou uma enorme bomba fiscal armada. Utilizou aumentos transitórios de receitas para promover desordenadas desonerações fiscais.

Paulo Guedes brada que, apesar da pandemia, 2022 se encerrará com as despesas primárias, como proporção do PIB, no mesmo nível de 2019. O que ele parece esquecer – ou talvez nem saiba – é que isso se deve principalmente a uma repressão de gastos que não poderá mais ser mantida e que o PIB nominal foi inflado pela aceleração da inflação e pela elevação muito maior dos preços ao produtor do que dos preços ao consumidor, e são estes que afetam a maior parte das despesas do governo.

Bem, tudo isso é problema para 2023. Agora o que interessa é ganhar a eleição. Pobre Brasil.

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