A COP-28 deixou algumas questões em aberto, mas trouxe uma certeza: o setor elétrico brasileiro é referência mundial no tema transição energética e na adoção de fontes renováveis. Esse pioneirismo traz responsabilidades e desafios, e por isso devemos ter plena consciência de quais são os objetivos que queremos conquistar e como vamos atingi-los.
Esses temas são algumas das discussões que a equipe ONS levou para a COP-28, organizada pela ONU, que é um fórum de debates ambientais e de sustentabilidade, e que teve na transição energética um de seus pilares.
Participamos de painéis nos pavilhões do Brasil, Itália, Chile e encontros com os maiores operadores do mundo. Apresentamos nossa experiência de gestão do Sistema Interligado Nacional, que é grande, diversificado e complexo, a países que estão iniciando sua transição energética.
A movimentação no Pavilhão Brasil mostrou que o País terá, nos próximos anos, iniciativas que ampliarão a capacidade de geração de energia. Esses investimentos para ampliar nossa capacidade instalada devem atender a um aumento da demanda pela sociedade. O setor elétrico brasileiro deve se organizar para incorporar no seu planejamento estratégico temas como resposta da demanda, hidrogênio, armazenamento e seu crescimento econômico em novos setores da chamada “economia verde”.
A busca por energia renovável será intensa. Muitos países investem em projetos com esse perfil e disputam recursos e tecnologia. Nossa matriz é diversa, contempla praticamente todas as formas de geração de eletricidade e deve continuar assim, garantindo nossas vantagens competitivas e comparativas. Somos liderança global, mas essa posição não se manterá por inércia, e a competição será ainda maior nos próximos anos.
O aumento da eletrificação da economia é um ponto-chave nesse aspecto. Segmentos como transporte, indústria e agronegócio podem ter um uso maior de energias menos poluentes em suas atividades. O setor elétrico deve buscar sinergia e apoiar os demais setores, e apresentar soluções que atendam às necessidades da sociedade brasileira.
É um desafio de grande complexidade, mas, ao mesmo tempo, muito positivo. Entendo que o papel do ONS nessa discussão é essencial. Somos o operador do sistema elétrico brasileiro e todas essas transformações estão em nosso dia a dia, o que nos coloca numa posição de agente essencial na transição energética.