Para governo, chuva causou gargalo no porto


Ministro diz que aumento da safra de grãos, provocado pelo excesso de chuvas, levou mais caminhões às estradas e provocou filas nos terminais

Por Lu Aiko Otta, Venilson Ferreira e BRASÍLIA

O ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, responsabilizou ontem o clima e a produtividade do campo pelo apagão que toma conta do porto de Santos. "Temos de fazer um trabalho científico para diminuir as dificuldades", disse ao Estado, ao ser questionado sobre o que pode ser feito no curto prazo para amenizar o gargalo logístico. "O problema mais grave hoje é o aumento da produção com a quantidade de chuva que está caindo. Com essa chuva, não há condições de movimentar granel." O atraso nos embarques de soja levaram um importador chinês, a Sunrise, a suspender parcialmente suas compras de grãos do País. De acordo com estimativas do gerente comercial no Brasil da estatal chinesa Chinatex, Liones Severo, o país asiático já deveria ter recebido 13,5 milhões de toneladas do grão. Porém, até o momento, só 3,5 milhões foram embarcados. Em sua edição de domingo, o Estado mostrou que os caminhões enfrentam fila de 25 km para chegar ao porto de Santos, por onde são escoados dois terços da produção nacional de grãos. No fim da semana passada, 76 navios estavam parados nas proximidades do porto, aguardando a chegada da carga.Em média, as embarcações são obrigadas a esperar 60 dias entre a chegada e a partida. Cada dia de demora custa US$ 25 mil. No total, estima o gerente da Chinatex, cerca de 200 graneleiros estão na costa brasileira. É quase um quinto da frota mundial desse tipo de embarcação.Problemas climáticos. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, diz que o temido "apagão logístico" ainda não está ocorrendo. Na avaliação do secretário, os atrasos no embarque de soja e filas de caminhões nos portos se devem a problemas climáticos, como as chuvas que retardaram o início da colheita no Centro-Oeste e estão dificultando os carregamentos dos navios.Célio Porto disse que conversou ontem com o setor privado e não obteve confirmação do cancelamento das importações da empresa chinesa Sunrise. Ele acrescentou que os exportadores informaram que está havendo "postergação de embarques por falta de mercadoria e não por dificuldade de embarque". Respostas. O programa de concessão de ferrovias e rodovias e a Medida Provisória 595, que abre espaço a mais investimentos privados em portos, são respostas do governo para as dificuldades de escoar a produção. São, porém, iniciativas lançadas na metade do governo Dilma Rousseff que até o momento estão no papel. Para a atual safra, o governo mal tem respostas."É difícil agir em meio a uma crise", disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Os Ministérios da Agricultura e dos Transportes criaram, na semana passada, um grupo de trabalho para analisar o problema.Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, não há nada que possa ser feito para contornar o apagão na atual safra. "O que precisa é aprovar logo essa MP", diz ele, referindo-se à MP dos Portos. Ele confirmou que as chuvas atrapalham o embarque de grãos.Manteli alertou para o risco de o problema ser agravado por nova paralisação dos portuários, marcada para a próxima semana. Eles pressionam por mudança na MP, para manter a reserva de mercado dos trabalhadores avulsos. Trabalhadores dos portos e sindicalistas tentarão chegar a um acordo sobre mudanças no texto da MP hoje, quando terão um encontro com o relator da medida, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado.

O ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, responsabilizou ontem o clima e a produtividade do campo pelo apagão que toma conta do porto de Santos. "Temos de fazer um trabalho científico para diminuir as dificuldades", disse ao Estado, ao ser questionado sobre o que pode ser feito no curto prazo para amenizar o gargalo logístico. "O problema mais grave hoje é o aumento da produção com a quantidade de chuva que está caindo. Com essa chuva, não há condições de movimentar granel." O atraso nos embarques de soja levaram um importador chinês, a Sunrise, a suspender parcialmente suas compras de grãos do País. De acordo com estimativas do gerente comercial no Brasil da estatal chinesa Chinatex, Liones Severo, o país asiático já deveria ter recebido 13,5 milhões de toneladas do grão. Porém, até o momento, só 3,5 milhões foram embarcados. Em sua edição de domingo, o Estado mostrou que os caminhões enfrentam fila de 25 km para chegar ao porto de Santos, por onde são escoados dois terços da produção nacional de grãos. No fim da semana passada, 76 navios estavam parados nas proximidades do porto, aguardando a chegada da carga.Em média, as embarcações são obrigadas a esperar 60 dias entre a chegada e a partida. Cada dia de demora custa US$ 25 mil. No total, estima o gerente da Chinatex, cerca de 200 graneleiros estão na costa brasileira. É quase um quinto da frota mundial desse tipo de embarcação.Problemas climáticos. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, diz que o temido "apagão logístico" ainda não está ocorrendo. Na avaliação do secretário, os atrasos no embarque de soja e filas de caminhões nos portos se devem a problemas climáticos, como as chuvas que retardaram o início da colheita no Centro-Oeste e estão dificultando os carregamentos dos navios.Célio Porto disse que conversou ontem com o setor privado e não obteve confirmação do cancelamento das importações da empresa chinesa Sunrise. Ele acrescentou que os exportadores informaram que está havendo "postergação de embarques por falta de mercadoria e não por dificuldade de embarque". Respostas. O programa de concessão de ferrovias e rodovias e a Medida Provisória 595, que abre espaço a mais investimentos privados em portos, são respostas do governo para as dificuldades de escoar a produção. São, porém, iniciativas lançadas na metade do governo Dilma Rousseff que até o momento estão no papel. Para a atual safra, o governo mal tem respostas."É difícil agir em meio a uma crise", disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Os Ministérios da Agricultura e dos Transportes criaram, na semana passada, um grupo de trabalho para analisar o problema.Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, não há nada que possa ser feito para contornar o apagão na atual safra. "O que precisa é aprovar logo essa MP", diz ele, referindo-se à MP dos Portos. Ele confirmou que as chuvas atrapalham o embarque de grãos.Manteli alertou para o risco de o problema ser agravado por nova paralisação dos portuários, marcada para a próxima semana. Eles pressionam por mudança na MP, para manter a reserva de mercado dos trabalhadores avulsos. Trabalhadores dos portos e sindicalistas tentarão chegar a um acordo sobre mudanças no texto da MP hoje, quando terão um encontro com o relator da medida, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado.

O ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, responsabilizou ontem o clima e a produtividade do campo pelo apagão que toma conta do porto de Santos. "Temos de fazer um trabalho científico para diminuir as dificuldades", disse ao Estado, ao ser questionado sobre o que pode ser feito no curto prazo para amenizar o gargalo logístico. "O problema mais grave hoje é o aumento da produção com a quantidade de chuva que está caindo. Com essa chuva, não há condições de movimentar granel." O atraso nos embarques de soja levaram um importador chinês, a Sunrise, a suspender parcialmente suas compras de grãos do País. De acordo com estimativas do gerente comercial no Brasil da estatal chinesa Chinatex, Liones Severo, o país asiático já deveria ter recebido 13,5 milhões de toneladas do grão. Porém, até o momento, só 3,5 milhões foram embarcados. Em sua edição de domingo, o Estado mostrou que os caminhões enfrentam fila de 25 km para chegar ao porto de Santos, por onde são escoados dois terços da produção nacional de grãos. No fim da semana passada, 76 navios estavam parados nas proximidades do porto, aguardando a chegada da carga.Em média, as embarcações são obrigadas a esperar 60 dias entre a chegada e a partida. Cada dia de demora custa US$ 25 mil. No total, estima o gerente da Chinatex, cerca de 200 graneleiros estão na costa brasileira. É quase um quinto da frota mundial desse tipo de embarcação.Problemas climáticos. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, diz que o temido "apagão logístico" ainda não está ocorrendo. Na avaliação do secretário, os atrasos no embarque de soja e filas de caminhões nos portos se devem a problemas climáticos, como as chuvas que retardaram o início da colheita no Centro-Oeste e estão dificultando os carregamentos dos navios.Célio Porto disse que conversou ontem com o setor privado e não obteve confirmação do cancelamento das importações da empresa chinesa Sunrise. Ele acrescentou que os exportadores informaram que está havendo "postergação de embarques por falta de mercadoria e não por dificuldade de embarque". Respostas. O programa de concessão de ferrovias e rodovias e a Medida Provisória 595, que abre espaço a mais investimentos privados em portos, são respostas do governo para as dificuldades de escoar a produção. São, porém, iniciativas lançadas na metade do governo Dilma Rousseff que até o momento estão no papel. Para a atual safra, o governo mal tem respostas."É difícil agir em meio a uma crise", disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Os Ministérios da Agricultura e dos Transportes criaram, na semana passada, um grupo de trabalho para analisar o problema.Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, não há nada que possa ser feito para contornar o apagão na atual safra. "O que precisa é aprovar logo essa MP", diz ele, referindo-se à MP dos Portos. Ele confirmou que as chuvas atrapalham o embarque de grãos.Manteli alertou para o risco de o problema ser agravado por nova paralisação dos portuários, marcada para a próxima semana. Eles pressionam por mudança na MP, para manter a reserva de mercado dos trabalhadores avulsos. Trabalhadores dos portos e sindicalistas tentarão chegar a um acordo sobre mudanças no texto da MP hoje, quando terão um encontro com o relator da medida, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.