Após uma adesão tímida à paralisação nacional dos motoristas de aplicativos de transporte, convocada para esta segunda-feira, 15, cerca de 70 trabalhadores realizaram uma manifestação em frente ao estádio do Pacaembu e seguiram em carreta pela capital paulista até a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Motoristas pretendiam entregar aos deputados estaduais um documento com reivindicações da categoria.
Na manhã desta segunda-feira, a paralisação pegou de surpresa alguns usuários de serviços como Uber e 99. Nas redes sociais, os consumidores relatam que foram surpreendidos com os preços mais altos para as viagens ao tentar solicitar o transporte. Mas não havia queixa generalizada: apesar de alguns relatos, a adesão ao movimento foi abaixo do esperado e o serviço em diversas cidades do País segue operando normalmente.
A paralisação foi organizada por entidades como a Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e pela Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). Um levantamento da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) aponta que o País tem pelo menos 1,66 milhão de brasileiros trabalhando, atualmente, como entregadores ou motoristas de aplicativos no Brasil.
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Conforme divulgado, os trabalhadores devem protestar nesta segunda, por 24 horas, contra a defasagem dos repasses do valor da corrida pelas empresas. Uma das demandas é que as empresas estipulem um valor mínimo de corrida para R$ 10. A expectativa era de que a adesão chegasse a 70% da classe em todo o País.
Entre os tópicos do documento com as reivindicações da categoria estão questões envolvendo a segurança dos motoristas. Eles cobram pela implementação de novos sistemas de segurança com uso de tecnologia para coibir crimes e pedem mais diálogo entre as empresas e o poder público estadual.
Diante das manifestações, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) declarou, em nota, que “respeita o direito de manifestação” dos motoristas e que as empresas associadas vem mantendo seus canais de comunicação com os motoristas parceiros abertos. A entidade diz reafirmar “a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas.”
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Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp e diretor da Fembrapp, afirmou ao Estadão que, apesar do baixo quórum, organizadores das manifestações classificaram o movimento como positivo. “Juntando todos os relatos, eu creio que a paralisação está dando muito certo, mesmo com alguns motoristas trabalhando”, disse.