Pecuária pode desmatar 3 milhões de hectares se não houver melhora na fiscalização da origem do gado


JBS é empresa mais exposta a risco de desmatamento na Amazônia, aponta estudo; Associação das Exportadoras de Carne diz que maior parte da devastação da floresta acontece em áreas públicas, e que governo precisa fazer sua parte

Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

A pecuária pode levar à derrubada de árvores em três milhões de hectares (o equivalente ao território de Alagoas) na Amazônia entre 2023 e 2025 se não adotar medidas mais efetivas de fiscalização, como o rastreamento de todo o gado local. Uma pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mapeou todos os frigoríficos da região, o total de hectares devastados entre 2008 e 2021 nas áreas em que essas empresas compram gado e o risco de desmatamento futuro.

O levantamento também considerou a área total que foi embargada pelo Ibama por devastação ilegal entre 2008 e 2021 para calcular quão exposta uma empresa está ao risco de desmatamento. A companhia em situação mais crítica é a JBS, com quase 10 milhões de hectares desmatados, embargados ou sob risco de derrubada em suas zonas de compra de animais. Em seguida, aparece Vale Grande, com pouco mais de quatro milhões de hectares, e Masterboi, Minerva e Mercúrio Alimentos - essas três com mais de 2 milhões de hectares cada uma.

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A JBS não comentou o assunto. A Masterboi e a Minerva afirmaram adotar medidas para reduzir o desmatamento causado por eventuais fornecedores indiretos, além de monitorarem 100% dos diretos. A Mercúrio não respondeu a reportagem, e o Estadão não conseguiu contato com a Vale Grande (leia mais abaixo).

A exposição dos frigoríficos ao risco de desmatamento também passou de 6,8 milhões de hectares em 2016 para 14,2 milhões de hectares no ano passado, um crescimento de 108%. Entre os três itens analisados (áreas embargadas, desmatamento passado e probabilidade de desmatamento futuro), o desmatamento passado foi o que mais pressionou o aumento do risco, dado que a devastação cresceu 113%.

O trabalho ainda mostra que o número de unidades frigoríficas ativas na Amazônia chegou a 145, uma alta de 14%; a capacidade de abate alcançou 65 mil animais por dia, crescimento de 5%.

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O pesquisador Paulo Barreto, um dos autores do estudo, pondera que a JBS é a empresa com mais frigoríficos em operação na Amazônia e, portanto, está naturalmente exposta a um risco maior. Ele afirma, porém, que a companhia falha no monitoramento de seus fornecedores indiretos. “As fazendas fornecedoras diretas compram de outras bezerros e novilhos para engorda. Se, nessas outras fazendas, tem desmatamento, a empresa acaba estimulando o desmatamento de forma indireta”, diz Barreto.

Área devastada em Mato Grosso; exposição de frigoríficos ao risco de desmatamento cresceu principalmente por causa do aumento da área destruída na Amazônia entre 2016 e 2022 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Dados do Ministério Público Federal (MFP) apontam que a JBS teve 6,1% de inconformidade em suas compras no Pará em 2023 - o índice considerado de tolerância é 5%. O órgão considera que há inconformidade quando as compras violam o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelos frigoríficos no qual eles se comprometeram a adquirir matéria-prima apenas de produtores rurais que não cometem desmatamento ilegal.

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Além disso, esses estabelecimentos têm suas propriedades identificadas por meio de inscrição no Cadastro Ambiental Rural, que iniciam o processo de licenciamento ambiental e não têm ocorrência de trabalho escravo, invasão de unidades de conservação, terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. A violação mais comum é o desmatamento, segundo Barreto, do Imazon.

A parcela de inconformidade da JBS no Pará já caiu 25,8 pontos porcentuais desde 2020, quando atingiu o maior patamar (32%) e quando a tolerância era de 9,95%. Em Rondônia, entretanto, o índice de inconformidade ainda está em 12%. Em Mato Grosso, em 2%.

Procurada, a empresa afirmou que, por se tratar de uma questão setorial, quem falaria sobre o tema seria a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O diretor de sustentabilidade da entidade, Fernando Sampaio, diz que a Abiec entende que a maior parte do desmatamento na Amazônia acontece em áreas públicas.

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Nesses casos, grileiros usam o gado para ocupar o espaço e dar a aparência de terra produtiva. Quando um boi engordado numa área dessa entra na cadeia de fornecimento de um frigorífico, essa empresa não consegue levantar a procedência do animal. “Estamos trabalhando para solucionar isso, mas o governo também precisa atuar”, afirma o executivo.

Sampaio diz ainda que a Abiec está trabalhando com o governo para que os frigoríficos possam usar, em seu controle, dados da guia de trânsito animal (GTA), o documento oficial exigido para deslocar um animal de uma fazenda para outra ou para uma unidade de abate. A entidade também negocia formas para ampliar no País a rastreabilidade individual, feita por meio de brincos nos animais. “A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o governo e nós concordamos que é preciso fazer isso. A divergência está em como fazer a implementação e nos prazos. O pequeno produtor, por exemplo, precisa de ajuda.”

O Estadão não conseguiu contato com a Vale Grande. A Mercúrio Alimentos não retornou à reportagem, mas, segundo o MPF, não registrou inconformidade em 99% de suas compras nos últimos três anos.

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A Masterboi afirmou entender que “o controle da origem da carne é algo fundamental para seu negócio” e que tem feito “esforços nesta direção”. A empresa diz monitorar 100% de seus 5 mil fornecedores diretos e trabalhar em um projeto de monitoramento dos indiretos desde 2018. Com esse programa, os fornecedores diretos são estimulados a levantar dados dos indiretos e lançá-los em um sistema criado pela National Wildlife Federation em parceria com a Universidade de Winsconsin. Nesse sistema, as informações são cruzadas com dados públicos, como Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade de origem. De acordo com o MPF, o frigorífico também não teve inconformidade em 99% de suas compras nos últimos três anos.

A Minerva destacou não ter tido acesso à metodologia usada pela pesquisa. Afirmou monitorar 100% de seus fornecedores diretos no Brasil, no Paraguai e na Colômbia, 90% na Argentina e 40% no Uruguai, além de ter o sistema de monitoramento auditado anualmente. Na rede de fornecedores indiretos, a companhia, segundo disse em nota, passou a compartilhar com produtores rurais a mesma tecnologia que usa para monitorar seus fornecedores, uma iniciativa premiada na Europa pelo Sustainable Food Awards 2023. Os dados do MPF indicam que a Minerva não teve inconformidade em suas compras em 2023 nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará.

A pecuária pode levar à derrubada de árvores em três milhões de hectares (o equivalente ao território de Alagoas) na Amazônia entre 2023 e 2025 se não adotar medidas mais efetivas de fiscalização, como o rastreamento de todo o gado local. Uma pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mapeou todos os frigoríficos da região, o total de hectares devastados entre 2008 e 2021 nas áreas em que essas empresas compram gado e o risco de desmatamento futuro.

O levantamento também considerou a área total que foi embargada pelo Ibama por devastação ilegal entre 2008 e 2021 para calcular quão exposta uma empresa está ao risco de desmatamento. A companhia em situação mais crítica é a JBS, com quase 10 milhões de hectares desmatados, embargados ou sob risco de derrubada em suas zonas de compra de animais. Em seguida, aparece Vale Grande, com pouco mais de quatro milhões de hectares, e Masterboi, Minerva e Mercúrio Alimentos - essas três com mais de 2 milhões de hectares cada uma.

A JBS não comentou o assunto. A Masterboi e a Minerva afirmaram adotar medidas para reduzir o desmatamento causado por eventuais fornecedores indiretos, além de monitorarem 100% dos diretos. A Mercúrio não respondeu a reportagem, e o Estadão não conseguiu contato com a Vale Grande (leia mais abaixo).

A exposição dos frigoríficos ao risco de desmatamento também passou de 6,8 milhões de hectares em 2016 para 14,2 milhões de hectares no ano passado, um crescimento de 108%. Entre os três itens analisados (áreas embargadas, desmatamento passado e probabilidade de desmatamento futuro), o desmatamento passado foi o que mais pressionou o aumento do risco, dado que a devastação cresceu 113%.

O trabalho ainda mostra que o número de unidades frigoríficas ativas na Amazônia chegou a 145, uma alta de 14%; a capacidade de abate alcançou 65 mil animais por dia, crescimento de 5%.

O pesquisador Paulo Barreto, um dos autores do estudo, pondera que a JBS é a empresa com mais frigoríficos em operação na Amazônia e, portanto, está naturalmente exposta a um risco maior. Ele afirma, porém, que a companhia falha no monitoramento de seus fornecedores indiretos. “As fazendas fornecedoras diretas compram de outras bezerros e novilhos para engorda. Se, nessas outras fazendas, tem desmatamento, a empresa acaba estimulando o desmatamento de forma indireta”, diz Barreto.

Área devastada em Mato Grosso; exposição de frigoríficos ao risco de desmatamento cresceu principalmente por causa do aumento da área destruída na Amazônia entre 2016 e 2022 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Dados do Ministério Público Federal (MFP) apontam que a JBS teve 6,1% de inconformidade em suas compras no Pará em 2023 - o índice considerado de tolerância é 5%. O órgão considera que há inconformidade quando as compras violam o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelos frigoríficos no qual eles se comprometeram a adquirir matéria-prima apenas de produtores rurais que não cometem desmatamento ilegal.

Além disso, esses estabelecimentos têm suas propriedades identificadas por meio de inscrição no Cadastro Ambiental Rural, que iniciam o processo de licenciamento ambiental e não têm ocorrência de trabalho escravo, invasão de unidades de conservação, terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. A violação mais comum é o desmatamento, segundo Barreto, do Imazon.

A parcela de inconformidade da JBS no Pará já caiu 25,8 pontos porcentuais desde 2020, quando atingiu o maior patamar (32%) e quando a tolerância era de 9,95%. Em Rondônia, entretanto, o índice de inconformidade ainda está em 12%. Em Mato Grosso, em 2%.

Procurada, a empresa afirmou que, por se tratar de uma questão setorial, quem falaria sobre o tema seria a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O diretor de sustentabilidade da entidade, Fernando Sampaio, diz que a Abiec entende que a maior parte do desmatamento na Amazônia acontece em áreas públicas.

Nesses casos, grileiros usam o gado para ocupar o espaço e dar a aparência de terra produtiva. Quando um boi engordado numa área dessa entra na cadeia de fornecimento de um frigorífico, essa empresa não consegue levantar a procedência do animal. “Estamos trabalhando para solucionar isso, mas o governo também precisa atuar”, afirma o executivo.

Sampaio diz ainda que a Abiec está trabalhando com o governo para que os frigoríficos possam usar, em seu controle, dados da guia de trânsito animal (GTA), o documento oficial exigido para deslocar um animal de uma fazenda para outra ou para uma unidade de abate. A entidade também negocia formas para ampliar no País a rastreabilidade individual, feita por meio de brincos nos animais. “A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o governo e nós concordamos que é preciso fazer isso. A divergência está em como fazer a implementação e nos prazos. O pequeno produtor, por exemplo, precisa de ajuda.”

O Estadão não conseguiu contato com a Vale Grande. A Mercúrio Alimentos não retornou à reportagem, mas, segundo o MPF, não registrou inconformidade em 99% de suas compras nos últimos três anos.

A Masterboi afirmou entender que “o controle da origem da carne é algo fundamental para seu negócio” e que tem feito “esforços nesta direção”. A empresa diz monitorar 100% de seus 5 mil fornecedores diretos e trabalhar em um projeto de monitoramento dos indiretos desde 2018. Com esse programa, os fornecedores diretos são estimulados a levantar dados dos indiretos e lançá-los em um sistema criado pela National Wildlife Federation em parceria com a Universidade de Winsconsin. Nesse sistema, as informações são cruzadas com dados públicos, como Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade de origem. De acordo com o MPF, o frigorífico também não teve inconformidade em 99% de suas compras nos últimos três anos.

A Minerva destacou não ter tido acesso à metodologia usada pela pesquisa. Afirmou monitorar 100% de seus fornecedores diretos no Brasil, no Paraguai e na Colômbia, 90% na Argentina e 40% no Uruguai, além de ter o sistema de monitoramento auditado anualmente. Na rede de fornecedores indiretos, a companhia, segundo disse em nota, passou a compartilhar com produtores rurais a mesma tecnologia que usa para monitorar seus fornecedores, uma iniciativa premiada na Europa pelo Sustainable Food Awards 2023. Os dados do MPF indicam que a Minerva não teve inconformidade em suas compras em 2023 nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará.

A pecuária pode levar à derrubada de árvores em três milhões de hectares (o equivalente ao território de Alagoas) na Amazônia entre 2023 e 2025 se não adotar medidas mais efetivas de fiscalização, como o rastreamento de todo o gado local. Uma pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mapeou todos os frigoríficos da região, o total de hectares devastados entre 2008 e 2021 nas áreas em que essas empresas compram gado e o risco de desmatamento futuro.

O levantamento também considerou a área total que foi embargada pelo Ibama por devastação ilegal entre 2008 e 2021 para calcular quão exposta uma empresa está ao risco de desmatamento. A companhia em situação mais crítica é a JBS, com quase 10 milhões de hectares desmatados, embargados ou sob risco de derrubada em suas zonas de compra de animais. Em seguida, aparece Vale Grande, com pouco mais de quatro milhões de hectares, e Masterboi, Minerva e Mercúrio Alimentos - essas três com mais de 2 milhões de hectares cada uma.

A JBS não comentou o assunto. A Masterboi e a Minerva afirmaram adotar medidas para reduzir o desmatamento causado por eventuais fornecedores indiretos, além de monitorarem 100% dos diretos. A Mercúrio não respondeu a reportagem, e o Estadão não conseguiu contato com a Vale Grande (leia mais abaixo).

A exposição dos frigoríficos ao risco de desmatamento também passou de 6,8 milhões de hectares em 2016 para 14,2 milhões de hectares no ano passado, um crescimento de 108%. Entre os três itens analisados (áreas embargadas, desmatamento passado e probabilidade de desmatamento futuro), o desmatamento passado foi o que mais pressionou o aumento do risco, dado que a devastação cresceu 113%.

O trabalho ainda mostra que o número de unidades frigoríficas ativas na Amazônia chegou a 145, uma alta de 14%; a capacidade de abate alcançou 65 mil animais por dia, crescimento de 5%.

O pesquisador Paulo Barreto, um dos autores do estudo, pondera que a JBS é a empresa com mais frigoríficos em operação na Amazônia e, portanto, está naturalmente exposta a um risco maior. Ele afirma, porém, que a companhia falha no monitoramento de seus fornecedores indiretos. “As fazendas fornecedoras diretas compram de outras bezerros e novilhos para engorda. Se, nessas outras fazendas, tem desmatamento, a empresa acaba estimulando o desmatamento de forma indireta”, diz Barreto.

Área devastada em Mato Grosso; exposição de frigoríficos ao risco de desmatamento cresceu principalmente por causa do aumento da área destruída na Amazônia entre 2016 e 2022 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Dados do Ministério Público Federal (MFP) apontam que a JBS teve 6,1% de inconformidade em suas compras no Pará em 2023 - o índice considerado de tolerância é 5%. O órgão considera que há inconformidade quando as compras violam o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelos frigoríficos no qual eles se comprometeram a adquirir matéria-prima apenas de produtores rurais que não cometem desmatamento ilegal.

Além disso, esses estabelecimentos têm suas propriedades identificadas por meio de inscrição no Cadastro Ambiental Rural, que iniciam o processo de licenciamento ambiental e não têm ocorrência de trabalho escravo, invasão de unidades de conservação, terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. A violação mais comum é o desmatamento, segundo Barreto, do Imazon.

A parcela de inconformidade da JBS no Pará já caiu 25,8 pontos porcentuais desde 2020, quando atingiu o maior patamar (32%) e quando a tolerância era de 9,95%. Em Rondônia, entretanto, o índice de inconformidade ainda está em 12%. Em Mato Grosso, em 2%.

Procurada, a empresa afirmou que, por se tratar de uma questão setorial, quem falaria sobre o tema seria a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O diretor de sustentabilidade da entidade, Fernando Sampaio, diz que a Abiec entende que a maior parte do desmatamento na Amazônia acontece em áreas públicas.

Nesses casos, grileiros usam o gado para ocupar o espaço e dar a aparência de terra produtiva. Quando um boi engordado numa área dessa entra na cadeia de fornecimento de um frigorífico, essa empresa não consegue levantar a procedência do animal. “Estamos trabalhando para solucionar isso, mas o governo também precisa atuar”, afirma o executivo.

Sampaio diz ainda que a Abiec está trabalhando com o governo para que os frigoríficos possam usar, em seu controle, dados da guia de trânsito animal (GTA), o documento oficial exigido para deslocar um animal de uma fazenda para outra ou para uma unidade de abate. A entidade também negocia formas para ampliar no País a rastreabilidade individual, feita por meio de brincos nos animais. “A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o governo e nós concordamos que é preciso fazer isso. A divergência está em como fazer a implementação e nos prazos. O pequeno produtor, por exemplo, precisa de ajuda.”

O Estadão não conseguiu contato com a Vale Grande. A Mercúrio Alimentos não retornou à reportagem, mas, segundo o MPF, não registrou inconformidade em 99% de suas compras nos últimos três anos.

A Masterboi afirmou entender que “o controle da origem da carne é algo fundamental para seu negócio” e que tem feito “esforços nesta direção”. A empresa diz monitorar 100% de seus 5 mil fornecedores diretos e trabalhar em um projeto de monitoramento dos indiretos desde 2018. Com esse programa, os fornecedores diretos são estimulados a levantar dados dos indiretos e lançá-los em um sistema criado pela National Wildlife Federation em parceria com a Universidade de Winsconsin. Nesse sistema, as informações são cruzadas com dados públicos, como Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade de origem. De acordo com o MPF, o frigorífico também não teve inconformidade em 99% de suas compras nos últimos três anos.

A Minerva destacou não ter tido acesso à metodologia usada pela pesquisa. Afirmou monitorar 100% de seus fornecedores diretos no Brasil, no Paraguai e na Colômbia, 90% na Argentina e 40% no Uruguai, além de ter o sistema de monitoramento auditado anualmente. Na rede de fornecedores indiretos, a companhia, segundo disse em nota, passou a compartilhar com produtores rurais a mesma tecnologia que usa para monitorar seus fornecedores, uma iniciativa premiada na Europa pelo Sustainable Food Awards 2023. Os dados do MPF indicam que a Minerva não teve inconformidade em suas compras em 2023 nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará.

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