Doutor em Economia

Mulheres podem ser as mais prejudicadas pela difusão de IA no mercado de trabalho


Há uma preocupação de caráter estrutural com o futuro do mercado de trabalho feminino

Por Pedro Fernando Nery
Atualização:

A desigualdade de gênero no acesso ao emprego ainda é menos discutida do que deveria no Brasil, e é até possível que piore com o avanço da tecnologia. Chegamos à Semana da Mulher, e o governo sinaliza para um combate mais duro à desigualdade salarial no mercado de trabalho. É um discurso um pouco importado, afeito a países mais ricos. Aqui temos um problema pior: a taxa de desemprego entre mulheres é 50% maior do que a dos homens. Uma desigualdade que começa antes da discriminação salarial – precisamos nos preocupar mais com as mulheres que nem sequer recebem salário.

Há uma preocupação de caráter estrutural com o futuro do mercado de trabalho feminino. Embora a literatura não seja consensual sobre a relação entre avanço tecnológico, desemprego e gênero, há aqueles que apontam que mulheres podem ser as mais prejudicadas por mudanças como a difusão da inteligência artificial (IA).

Fazem esses alertas organizações como Unesco e o Fórum Econômico Mundial. Elas teriam maior participação em atividades mais tendentes a automação ou substituição por IA, que no estágio atual seriam aquelas relacionadas a atendimento. Por exemplo, caixas, mas também recepcionistas e secretárias.

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Pense em quantos “robôs” de interação com usuários e consumidores têm vozes ou avatares femininos. Da Alexa a Lu da Magalu, passando pela Siri, essas escolhas das empresas são provavelmente baseadas no costume que temos de interagir com mulheres quando serviços comparáveis são de fato desempenhados por humanos.

Estudo do Bureau of Labor Statistics aponta que quase 60% das vagas vulneráveis às mudanças tecnológicas são hoje preenchidas por mulheres, com destaque para os serviços administrativos Foto: Taba Benedicto/Estadão

O Bureau of Labor Statistics, espécie de IBGE americano, estudou quais tipos de vaga têm mais chance de serem negativamente afetadas pela mudança tecnológica até 2026. Avaliou ainda, dentre essas, aquelas que menos permitem transicionar para outras áreas. Quase 60% dessas vagas vulneráveis são hoje preenchidas por mulheres. Um destaque aqui são os serviços administrativos.

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Especificamente quanto à automação, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que “trabalhadoras possuem um risco significativamente maior de substituição do que trabalhadores homens”.

Seria então ainda mais necessário fortalecer a inserção feminina no mercado de trabalho: um emprego formal é um bom veículo para ganhos de experiência e contatos, ampliando a empregabilidade futura. Como temos martelado, é preciso expandir a rede de creches e talvez coubesse tributar menos o trabalho feminino em relação ao masculino. Criar uma nova desigualdade, para rebater as outras.

A desigualdade de gênero no acesso ao emprego ainda é menos discutida do que deveria no Brasil, e é até possível que piore com o avanço da tecnologia. Chegamos à Semana da Mulher, e o governo sinaliza para um combate mais duro à desigualdade salarial no mercado de trabalho. É um discurso um pouco importado, afeito a países mais ricos. Aqui temos um problema pior: a taxa de desemprego entre mulheres é 50% maior do que a dos homens. Uma desigualdade que começa antes da discriminação salarial – precisamos nos preocupar mais com as mulheres que nem sequer recebem salário.

Há uma preocupação de caráter estrutural com o futuro do mercado de trabalho feminino. Embora a literatura não seja consensual sobre a relação entre avanço tecnológico, desemprego e gênero, há aqueles que apontam que mulheres podem ser as mais prejudicadas por mudanças como a difusão da inteligência artificial (IA).

Fazem esses alertas organizações como Unesco e o Fórum Econômico Mundial. Elas teriam maior participação em atividades mais tendentes a automação ou substituição por IA, que no estágio atual seriam aquelas relacionadas a atendimento. Por exemplo, caixas, mas também recepcionistas e secretárias.

Pense em quantos “robôs” de interação com usuários e consumidores têm vozes ou avatares femininos. Da Alexa a Lu da Magalu, passando pela Siri, essas escolhas das empresas são provavelmente baseadas no costume que temos de interagir com mulheres quando serviços comparáveis são de fato desempenhados por humanos.

Estudo do Bureau of Labor Statistics aponta que quase 60% das vagas vulneráveis às mudanças tecnológicas são hoje preenchidas por mulheres, com destaque para os serviços administrativos Foto: Taba Benedicto/Estadão

O Bureau of Labor Statistics, espécie de IBGE americano, estudou quais tipos de vaga têm mais chance de serem negativamente afetadas pela mudança tecnológica até 2026. Avaliou ainda, dentre essas, aquelas que menos permitem transicionar para outras áreas. Quase 60% dessas vagas vulneráveis são hoje preenchidas por mulheres. Um destaque aqui são os serviços administrativos.

Especificamente quanto à automação, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que “trabalhadoras possuem um risco significativamente maior de substituição do que trabalhadores homens”.

Seria então ainda mais necessário fortalecer a inserção feminina no mercado de trabalho: um emprego formal é um bom veículo para ganhos de experiência e contatos, ampliando a empregabilidade futura. Como temos martelado, é preciso expandir a rede de creches e talvez coubesse tributar menos o trabalho feminino em relação ao masculino. Criar uma nova desigualdade, para rebater as outras.

A desigualdade de gênero no acesso ao emprego ainda é menos discutida do que deveria no Brasil, e é até possível que piore com o avanço da tecnologia. Chegamos à Semana da Mulher, e o governo sinaliza para um combate mais duro à desigualdade salarial no mercado de trabalho. É um discurso um pouco importado, afeito a países mais ricos. Aqui temos um problema pior: a taxa de desemprego entre mulheres é 50% maior do que a dos homens. Uma desigualdade que começa antes da discriminação salarial – precisamos nos preocupar mais com as mulheres que nem sequer recebem salário.

Há uma preocupação de caráter estrutural com o futuro do mercado de trabalho feminino. Embora a literatura não seja consensual sobre a relação entre avanço tecnológico, desemprego e gênero, há aqueles que apontam que mulheres podem ser as mais prejudicadas por mudanças como a difusão da inteligência artificial (IA).

Fazem esses alertas organizações como Unesco e o Fórum Econômico Mundial. Elas teriam maior participação em atividades mais tendentes a automação ou substituição por IA, que no estágio atual seriam aquelas relacionadas a atendimento. Por exemplo, caixas, mas também recepcionistas e secretárias.

Pense em quantos “robôs” de interação com usuários e consumidores têm vozes ou avatares femininos. Da Alexa a Lu da Magalu, passando pela Siri, essas escolhas das empresas são provavelmente baseadas no costume que temos de interagir com mulheres quando serviços comparáveis são de fato desempenhados por humanos.

Estudo do Bureau of Labor Statistics aponta que quase 60% das vagas vulneráveis às mudanças tecnológicas são hoje preenchidas por mulheres, com destaque para os serviços administrativos Foto: Taba Benedicto/Estadão

O Bureau of Labor Statistics, espécie de IBGE americano, estudou quais tipos de vaga têm mais chance de serem negativamente afetadas pela mudança tecnológica até 2026. Avaliou ainda, dentre essas, aquelas que menos permitem transicionar para outras áreas. Quase 60% dessas vagas vulneráveis são hoje preenchidas por mulheres. Um destaque aqui são os serviços administrativos.

Especificamente quanto à automação, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que “trabalhadoras possuem um risco significativamente maior de substituição do que trabalhadores homens”.

Seria então ainda mais necessário fortalecer a inserção feminina no mercado de trabalho: um emprego formal é um bom veículo para ganhos de experiência e contatos, ampliando a empregabilidade futura. Como temos martelado, é preciso expandir a rede de creches e talvez coubesse tributar menos o trabalho feminino em relação ao masculino. Criar uma nova desigualdade, para rebater as outras.

A desigualdade de gênero no acesso ao emprego ainda é menos discutida do que deveria no Brasil, e é até possível que piore com o avanço da tecnologia. Chegamos à Semana da Mulher, e o governo sinaliza para um combate mais duro à desigualdade salarial no mercado de trabalho. É um discurso um pouco importado, afeito a países mais ricos. Aqui temos um problema pior: a taxa de desemprego entre mulheres é 50% maior do que a dos homens. Uma desigualdade que começa antes da discriminação salarial – precisamos nos preocupar mais com as mulheres que nem sequer recebem salário.

Há uma preocupação de caráter estrutural com o futuro do mercado de trabalho feminino. Embora a literatura não seja consensual sobre a relação entre avanço tecnológico, desemprego e gênero, há aqueles que apontam que mulheres podem ser as mais prejudicadas por mudanças como a difusão da inteligência artificial (IA).

Fazem esses alertas organizações como Unesco e o Fórum Econômico Mundial. Elas teriam maior participação em atividades mais tendentes a automação ou substituição por IA, que no estágio atual seriam aquelas relacionadas a atendimento. Por exemplo, caixas, mas também recepcionistas e secretárias.

Pense em quantos “robôs” de interação com usuários e consumidores têm vozes ou avatares femininos. Da Alexa a Lu da Magalu, passando pela Siri, essas escolhas das empresas são provavelmente baseadas no costume que temos de interagir com mulheres quando serviços comparáveis são de fato desempenhados por humanos.

Estudo do Bureau of Labor Statistics aponta que quase 60% das vagas vulneráveis às mudanças tecnológicas são hoje preenchidas por mulheres, com destaque para os serviços administrativos Foto: Taba Benedicto/Estadão

O Bureau of Labor Statistics, espécie de IBGE americano, estudou quais tipos de vaga têm mais chance de serem negativamente afetadas pela mudança tecnológica até 2026. Avaliou ainda, dentre essas, aquelas que menos permitem transicionar para outras áreas. Quase 60% dessas vagas vulneráveis são hoje preenchidas por mulheres. Um destaque aqui são os serviços administrativos.

Especificamente quanto à automação, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que “trabalhadoras possuem um risco significativamente maior de substituição do que trabalhadores homens”.

Seria então ainda mais necessário fortalecer a inserção feminina no mercado de trabalho: um emprego formal é um bom veículo para ganhos de experiência e contatos, ampliando a empregabilidade futura. Como temos martelado, é preciso expandir a rede de creches e talvez coubesse tributar menos o trabalho feminino em relação ao masculino. Criar uma nova desigualdade, para rebater as outras.

A desigualdade de gênero no acesso ao emprego ainda é menos discutida do que deveria no Brasil, e é até possível que piore com o avanço da tecnologia. Chegamos à Semana da Mulher, e o governo sinaliza para um combate mais duro à desigualdade salarial no mercado de trabalho. É um discurso um pouco importado, afeito a países mais ricos. Aqui temos um problema pior: a taxa de desemprego entre mulheres é 50% maior do que a dos homens. Uma desigualdade que começa antes da discriminação salarial – precisamos nos preocupar mais com as mulheres que nem sequer recebem salário.

Há uma preocupação de caráter estrutural com o futuro do mercado de trabalho feminino. Embora a literatura não seja consensual sobre a relação entre avanço tecnológico, desemprego e gênero, há aqueles que apontam que mulheres podem ser as mais prejudicadas por mudanças como a difusão da inteligência artificial (IA).

Fazem esses alertas organizações como Unesco e o Fórum Econômico Mundial. Elas teriam maior participação em atividades mais tendentes a automação ou substituição por IA, que no estágio atual seriam aquelas relacionadas a atendimento. Por exemplo, caixas, mas também recepcionistas e secretárias.

Pense em quantos “robôs” de interação com usuários e consumidores têm vozes ou avatares femininos. Da Alexa a Lu da Magalu, passando pela Siri, essas escolhas das empresas são provavelmente baseadas no costume que temos de interagir com mulheres quando serviços comparáveis são de fato desempenhados por humanos.

Estudo do Bureau of Labor Statistics aponta que quase 60% das vagas vulneráveis às mudanças tecnológicas são hoje preenchidas por mulheres, com destaque para os serviços administrativos Foto: Taba Benedicto/Estadão

O Bureau of Labor Statistics, espécie de IBGE americano, estudou quais tipos de vaga têm mais chance de serem negativamente afetadas pela mudança tecnológica até 2026. Avaliou ainda, dentre essas, aquelas que menos permitem transicionar para outras áreas. Quase 60% dessas vagas vulneráveis são hoje preenchidas por mulheres. Um destaque aqui são os serviços administrativos.

Especificamente quanto à automação, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que “trabalhadoras possuem um risco significativamente maior de substituição do que trabalhadores homens”.

Seria então ainda mais necessário fortalecer a inserção feminina no mercado de trabalho: um emprego formal é um bom veículo para ganhos de experiência e contatos, ampliando a empregabilidade futura. Como temos martelado, é preciso expandir a rede de creches e talvez coubesse tributar menos o trabalho feminino em relação ao masculino. Criar uma nova desigualdade, para rebater as outras.

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