Doutor em Economia

Países desenvolvidos lucram com combustível fóssil e usam Fundo Amazônia para fazer ‘greenwashing’


Teríamos de desmatar muito mais a floresta para conseguir chegar ao nível de emissão dos países doadores, de algumas toneladas de CO2 a mais por ano por cidadão

Por Pedro Fernando Nery

Tá na hora de o Jair já ir embora – e de o debate público ficar mais lúcido em alguns temas. Como o da Amazônia. Sem Bolsonaro e seu elã de destruição, podemos receber com menos entusiasmo às críticas dos países desenvolvidos em relação ao desmatamento.

Noruega e Alemanha prometeram retomar as doações do Fundo Amazônia, suspensas desde 2019. Festejamos. Países riquíssimos doam valores módicos para a preservação da floresta, enquanto continuam impactando o clima em escala maior do que fazemos.

Enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha, e o padrão de vida é dependente das emissões Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 28/7/2021
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Com o retorno das doações ao Fundo Amazônia, Noruega e Alemanha ajudarão a pagar umas duas horas do gasto primário federal. A animação em torno da iniciativa é tanta que a equipe de transição sugeriu tirar as doações do teto de gastos.

Entre 2008 e 2018, o Fundo teria recebido cerca de R$ 4 bilhões no total. Dá um real por mês para cada habitante da Amazônia. Não tem como fazer lá muita diferença, mas também custa pouquíssimo – a Alemanha, por exemplo, tem um PIB superior a R$ 10 trilhões. Os países doam alguns minutinhos do seu PIB, pagam de bons moços e transferem a pressão da mitigação da mudança climática.

Mas teríamos de desmatar muito mais a floresta para conseguir chegar ao nível de emissão dos países doadores, de algumas toneladas de CO2 a mais por ano por cidadão.

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Este é um problema de desigualdade: enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha. E o padrão de vida é dependente das emissões.

O nível de conforto que os moradores de países desenvolvidos usufruem jamais será alcançado pela população amazônida diante do imperativo de preservação da floresta, razão pela qual é mesmo justo que a remunerem. Conservar custa perda de renda para a população local, enquanto beneficia a economia mundial pelo seu efeito climático.

Mas o “fundo do um real” é pouco, diante de tanta riqueza e tantas emissões. Em pleno 2022, a Noruega anuncia que irá explorar mais petróleo em novas áreas do Ártico. Já tem um dos maiores níveis de renda do mundo e lucrará com a queima de mais combustível fóssil.

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Greenwashing é a expressão usada para indicar quando empresas sinalizam virtude com a agenda ambiental, em esforço de relações públicas: iludem, enquanto na prática pouco fazem para minimizar a destruição do planeta (traduz-se como “lavagem verde”).

A Alemanha, do carvão, vem esta semana tratar do Fundo Amazônia. Para que ele não seja mero greenwashing, devemos cobrar mais.

Tá na hora de o Jair já ir embora – e de o debate público ficar mais lúcido em alguns temas. Como o da Amazônia. Sem Bolsonaro e seu elã de destruição, podemos receber com menos entusiasmo às críticas dos países desenvolvidos em relação ao desmatamento.

Noruega e Alemanha prometeram retomar as doações do Fundo Amazônia, suspensas desde 2019. Festejamos. Países riquíssimos doam valores módicos para a preservação da floresta, enquanto continuam impactando o clima em escala maior do que fazemos.

Enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha, e o padrão de vida é dependente das emissões Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 28/7/2021

Com o retorno das doações ao Fundo Amazônia, Noruega e Alemanha ajudarão a pagar umas duas horas do gasto primário federal. A animação em torno da iniciativa é tanta que a equipe de transição sugeriu tirar as doações do teto de gastos.

Entre 2008 e 2018, o Fundo teria recebido cerca de R$ 4 bilhões no total. Dá um real por mês para cada habitante da Amazônia. Não tem como fazer lá muita diferença, mas também custa pouquíssimo – a Alemanha, por exemplo, tem um PIB superior a R$ 10 trilhões. Os países doam alguns minutinhos do seu PIB, pagam de bons moços e transferem a pressão da mitigação da mudança climática.

Mas teríamos de desmatar muito mais a floresta para conseguir chegar ao nível de emissão dos países doadores, de algumas toneladas de CO2 a mais por ano por cidadão.

Este é um problema de desigualdade: enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha. E o padrão de vida é dependente das emissões.

O nível de conforto que os moradores de países desenvolvidos usufruem jamais será alcançado pela população amazônida diante do imperativo de preservação da floresta, razão pela qual é mesmo justo que a remunerem. Conservar custa perda de renda para a população local, enquanto beneficia a economia mundial pelo seu efeito climático.

Mas o “fundo do um real” é pouco, diante de tanta riqueza e tantas emissões. Em pleno 2022, a Noruega anuncia que irá explorar mais petróleo em novas áreas do Ártico. Já tem um dos maiores níveis de renda do mundo e lucrará com a queima de mais combustível fóssil.

Greenwashing é a expressão usada para indicar quando empresas sinalizam virtude com a agenda ambiental, em esforço de relações públicas: iludem, enquanto na prática pouco fazem para minimizar a destruição do planeta (traduz-se como “lavagem verde”).

A Alemanha, do carvão, vem esta semana tratar do Fundo Amazônia. Para que ele não seja mero greenwashing, devemos cobrar mais.

Tá na hora de o Jair já ir embora – e de o debate público ficar mais lúcido em alguns temas. Como o da Amazônia. Sem Bolsonaro e seu elã de destruição, podemos receber com menos entusiasmo às críticas dos países desenvolvidos em relação ao desmatamento.

Noruega e Alemanha prometeram retomar as doações do Fundo Amazônia, suspensas desde 2019. Festejamos. Países riquíssimos doam valores módicos para a preservação da floresta, enquanto continuam impactando o clima em escala maior do que fazemos.

Enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha, e o padrão de vida é dependente das emissões Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 28/7/2021

Com o retorno das doações ao Fundo Amazônia, Noruega e Alemanha ajudarão a pagar umas duas horas do gasto primário federal. A animação em torno da iniciativa é tanta que a equipe de transição sugeriu tirar as doações do teto de gastos.

Entre 2008 e 2018, o Fundo teria recebido cerca de R$ 4 bilhões no total. Dá um real por mês para cada habitante da Amazônia. Não tem como fazer lá muita diferença, mas também custa pouquíssimo – a Alemanha, por exemplo, tem um PIB superior a R$ 10 trilhões. Os países doam alguns minutinhos do seu PIB, pagam de bons moços e transferem a pressão da mitigação da mudança climática.

Mas teríamos de desmatar muito mais a floresta para conseguir chegar ao nível de emissão dos países doadores, de algumas toneladas de CO2 a mais por ano por cidadão.

Este é um problema de desigualdade: enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha. E o padrão de vida é dependente das emissões.

O nível de conforto que os moradores de países desenvolvidos usufruem jamais será alcançado pela população amazônida diante do imperativo de preservação da floresta, razão pela qual é mesmo justo que a remunerem. Conservar custa perda de renda para a população local, enquanto beneficia a economia mundial pelo seu efeito climático.

Mas o “fundo do um real” é pouco, diante de tanta riqueza e tantas emissões. Em pleno 2022, a Noruega anuncia que irá explorar mais petróleo em novas áreas do Ártico. Já tem um dos maiores níveis de renda do mundo e lucrará com a queima de mais combustível fóssil.

Greenwashing é a expressão usada para indicar quando empresas sinalizam virtude com a agenda ambiental, em esforço de relações públicas: iludem, enquanto na prática pouco fazem para minimizar a destruição do planeta (traduz-se como “lavagem verde”).

A Alemanha, do carvão, vem esta semana tratar do Fundo Amazônia. Para que ele não seja mero greenwashing, devemos cobrar mais.

Tá na hora de o Jair já ir embora – e de o debate público ficar mais lúcido em alguns temas. Como o da Amazônia. Sem Bolsonaro e seu elã de destruição, podemos receber com menos entusiasmo às críticas dos países desenvolvidos em relação ao desmatamento.

Noruega e Alemanha prometeram retomar as doações do Fundo Amazônia, suspensas desde 2019. Festejamos. Países riquíssimos doam valores módicos para a preservação da floresta, enquanto continuam impactando o clima em escala maior do que fazemos.

Enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha, e o padrão de vida é dependente das emissões Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 28/7/2021

Com o retorno das doações ao Fundo Amazônia, Noruega e Alemanha ajudarão a pagar umas duas horas do gasto primário federal. A animação em torno da iniciativa é tanta que a equipe de transição sugeriu tirar as doações do teto de gastos.

Entre 2008 e 2018, o Fundo teria recebido cerca de R$ 4 bilhões no total. Dá um real por mês para cada habitante da Amazônia. Não tem como fazer lá muita diferença, mas também custa pouquíssimo – a Alemanha, por exemplo, tem um PIB superior a R$ 10 trilhões. Os países doam alguns minutinhos do seu PIB, pagam de bons moços e transferem a pressão da mitigação da mudança climática.

Mas teríamos de desmatar muito mais a floresta para conseguir chegar ao nível de emissão dos países doadores, de algumas toneladas de CO2 a mais por ano por cidadão.

Este é um problema de desigualdade: enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha. E o padrão de vida é dependente das emissões.

O nível de conforto que os moradores de países desenvolvidos usufruem jamais será alcançado pela população amazônida diante do imperativo de preservação da floresta, razão pela qual é mesmo justo que a remunerem. Conservar custa perda de renda para a população local, enquanto beneficia a economia mundial pelo seu efeito climático.

Mas o “fundo do um real” é pouco, diante de tanta riqueza e tantas emissões. Em pleno 2022, a Noruega anuncia que irá explorar mais petróleo em novas áreas do Ártico. Já tem um dos maiores níveis de renda do mundo e lucrará com a queima de mais combustível fóssil.

Greenwashing é a expressão usada para indicar quando empresas sinalizam virtude com a agenda ambiental, em esforço de relações públicas: iludem, enquanto na prática pouco fazem para minimizar a destruição do planeta (traduz-se como “lavagem verde”).

A Alemanha, do carvão, vem esta semana tratar do Fundo Amazônia. Para que ele não seja mero greenwashing, devemos cobrar mais.

Tá na hora de o Jair já ir embora – e de o debate público ficar mais lúcido em alguns temas. Como o da Amazônia. Sem Bolsonaro e seu elã de destruição, podemos receber com menos entusiasmo às críticas dos países desenvolvidos em relação ao desmatamento.

Noruega e Alemanha prometeram retomar as doações do Fundo Amazônia, suspensas desde 2019. Festejamos. Países riquíssimos doam valores módicos para a preservação da floresta, enquanto continuam impactando o clima em escala maior do que fazemos.

Enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha, e o padrão de vida é dependente das emissões Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 28/7/2021

Com o retorno das doações ao Fundo Amazônia, Noruega e Alemanha ajudarão a pagar umas duas horas do gasto primário federal. A animação em torno da iniciativa é tanta que a equipe de transição sugeriu tirar as doações do teto de gastos.

Entre 2008 e 2018, o Fundo teria recebido cerca de R$ 4 bilhões no total. Dá um real por mês para cada habitante da Amazônia. Não tem como fazer lá muita diferença, mas também custa pouquíssimo – a Alemanha, por exemplo, tem um PIB superior a R$ 10 trilhões. Os países doam alguns minutinhos do seu PIB, pagam de bons moços e transferem a pressão da mitigação da mudança climática.

Mas teríamos de desmatar muito mais a floresta para conseguir chegar ao nível de emissão dos países doadores, de algumas toneladas de CO2 a mais por ano por cidadão.

Este é um problema de desigualdade: enquanto na Amazônia quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, esse porcentual não passa de 0,5% na Noruega ou na Alemanha. E o padrão de vida é dependente das emissões.

O nível de conforto que os moradores de países desenvolvidos usufruem jamais será alcançado pela população amazônida diante do imperativo de preservação da floresta, razão pela qual é mesmo justo que a remunerem. Conservar custa perda de renda para a população local, enquanto beneficia a economia mundial pelo seu efeito climático.

Mas o “fundo do um real” é pouco, diante de tanta riqueza e tantas emissões. Em pleno 2022, a Noruega anuncia que irá explorar mais petróleo em novas áreas do Ártico. Já tem um dos maiores níveis de renda do mundo e lucrará com a queima de mais combustível fóssil.

Greenwashing é a expressão usada para indicar quando empresas sinalizam virtude com a agenda ambiental, em esforço de relações públicas: iludem, enquanto na prática pouco fazem para minimizar a destruição do planeta (traduz-se como “lavagem verde”).

A Alemanha, do carvão, vem esta semana tratar do Fundo Amazônia. Para que ele não seja mero greenwashing, devemos cobrar mais.

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