Doutor em Economia

Em vez do Projeto Fênix, Bolsonaro nos deu o ‘Projeto Minhoca’


Passados quatro anos, ler o programa de governo de Bolsonaro parece um exercício arqueológico

Por Pedro Fernando Nery
Atualização:

Está chegando o aniversário do Projeto Fênix. Na verdade, o título oficial era “Caminho para a Prosperidade”. Projeto Fênix era o nome com que o documento foi arquivado, tipo um codinome, como se fosse uma operação – o que de certa forma indica sua autoria.

O País prometido era um que ficaria livre do crime. Naquela época, se falava em uma “rápida transformação cultural”. Não se aceitariam mais o levar vantagem e a esperteza como parte da identidade nacional, nem sequer a impunidade, a corrupção. O crime, então, acabaria.

Jair Bolsonaro, presidente da República; em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca Foto: Wilton Junior/Estadão
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A “Guerra no Brasil” seria vencida. Pautas com amplo apoio na sociedade seriam finalmente implantadas. Sem saidinhas temporárias nos presídios, redução da maioridade penal, fim das progressões de penas.

Não nos indignaríamos mais com novos Guilhermes de Pádua: “prender e deixar preso!”, assim mesmo, com exclamação, era o lema. A transparência e o combate à corrupção, inegociáveis. Um novo Estado surgiria no Projeto Fênix, com “governo sem toma lá, dá cá, sem acordos espúrios”.

Na Educação, um salto de qualidade. Na Saúde, teríamos respeito com a vida das pessoas. Os usuários do SUS poderiam acessar todos os médicos do Brasil. A autópsia do projeto revela ainda algumas ideias simples e tangíveis: o Prontuário Eletrônico Nacional Interligado, criação da carreira de médico da União, transformação de agentes comunitários em técnicos de saúde, inclusão de educadores físicos no Saúde da Família. Em apenas dois anos, colégios militares em todas as capitais.

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Na Economia, novos produtos baseados em um centro mundial de pesquisa em grafeno e nióbio. O País não teria mais déficits primários. O Orçamento seria do tipo base-zero. A abertura comercial, que nem precisa de novas leis, ganharia ímpeto. A dívida seria cortada em 20% com privatizações.

No Projeto Fênix, uma ênfase é recorrente: o combate à inflação, “maior inimigo das classes desamparadas”. Afinal, ela reduz o investimento e a produtividade. Sua raiz, a ser cortada, é o desequilíbrio fiscal.

Imagine, então, o que poderia ser feito se seus autores tivessem assumido o governo e pudessem pôr o plano em ação. Passados quatro anos, ler o programa de governo de Bolsonaro parece um exercício arqueológico. Houve a pandemia, claro, mas o abandono das promessas, generalizado, é evidente.

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Em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca. Foi o que nos deram: o “Projeto Minhoca”.

Está chegando o aniversário do Projeto Fênix. Na verdade, o título oficial era “Caminho para a Prosperidade”. Projeto Fênix era o nome com que o documento foi arquivado, tipo um codinome, como se fosse uma operação – o que de certa forma indica sua autoria.

O País prometido era um que ficaria livre do crime. Naquela época, se falava em uma “rápida transformação cultural”. Não se aceitariam mais o levar vantagem e a esperteza como parte da identidade nacional, nem sequer a impunidade, a corrupção. O crime, então, acabaria.

Jair Bolsonaro, presidente da República; em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca Foto: Wilton Junior/Estadão

A “Guerra no Brasil” seria vencida. Pautas com amplo apoio na sociedade seriam finalmente implantadas. Sem saidinhas temporárias nos presídios, redução da maioridade penal, fim das progressões de penas.

Não nos indignaríamos mais com novos Guilhermes de Pádua: “prender e deixar preso!”, assim mesmo, com exclamação, era o lema. A transparência e o combate à corrupção, inegociáveis. Um novo Estado surgiria no Projeto Fênix, com “governo sem toma lá, dá cá, sem acordos espúrios”.

Na Educação, um salto de qualidade. Na Saúde, teríamos respeito com a vida das pessoas. Os usuários do SUS poderiam acessar todos os médicos do Brasil. A autópsia do projeto revela ainda algumas ideias simples e tangíveis: o Prontuário Eletrônico Nacional Interligado, criação da carreira de médico da União, transformação de agentes comunitários em técnicos de saúde, inclusão de educadores físicos no Saúde da Família. Em apenas dois anos, colégios militares em todas as capitais.

Na Economia, novos produtos baseados em um centro mundial de pesquisa em grafeno e nióbio. O País não teria mais déficits primários. O Orçamento seria do tipo base-zero. A abertura comercial, que nem precisa de novas leis, ganharia ímpeto. A dívida seria cortada em 20% com privatizações.

No Projeto Fênix, uma ênfase é recorrente: o combate à inflação, “maior inimigo das classes desamparadas”. Afinal, ela reduz o investimento e a produtividade. Sua raiz, a ser cortada, é o desequilíbrio fiscal.

Imagine, então, o que poderia ser feito se seus autores tivessem assumido o governo e pudessem pôr o plano em ação. Passados quatro anos, ler o programa de governo de Bolsonaro parece um exercício arqueológico. Houve a pandemia, claro, mas o abandono das promessas, generalizado, é evidente.

Em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca. Foi o que nos deram: o “Projeto Minhoca”.

Está chegando o aniversário do Projeto Fênix. Na verdade, o título oficial era “Caminho para a Prosperidade”. Projeto Fênix era o nome com que o documento foi arquivado, tipo um codinome, como se fosse uma operação – o que de certa forma indica sua autoria.

O País prometido era um que ficaria livre do crime. Naquela época, se falava em uma “rápida transformação cultural”. Não se aceitariam mais o levar vantagem e a esperteza como parte da identidade nacional, nem sequer a impunidade, a corrupção. O crime, então, acabaria.

Jair Bolsonaro, presidente da República; em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca Foto: Wilton Junior/Estadão

A “Guerra no Brasil” seria vencida. Pautas com amplo apoio na sociedade seriam finalmente implantadas. Sem saidinhas temporárias nos presídios, redução da maioridade penal, fim das progressões de penas.

Não nos indignaríamos mais com novos Guilhermes de Pádua: “prender e deixar preso!”, assim mesmo, com exclamação, era o lema. A transparência e o combate à corrupção, inegociáveis. Um novo Estado surgiria no Projeto Fênix, com “governo sem toma lá, dá cá, sem acordos espúrios”.

Na Educação, um salto de qualidade. Na Saúde, teríamos respeito com a vida das pessoas. Os usuários do SUS poderiam acessar todos os médicos do Brasil. A autópsia do projeto revela ainda algumas ideias simples e tangíveis: o Prontuário Eletrônico Nacional Interligado, criação da carreira de médico da União, transformação de agentes comunitários em técnicos de saúde, inclusão de educadores físicos no Saúde da Família. Em apenas dois anos, colégios militares em todas as capitais.

Na Economia, novos produtos baseados em um centro mundial de pesquisa em grafeno e nióbio. O País não teria mais déficits primários. O Orçamento seria do tipo base-zero. A abertura comercial, que nem precisa de novas leis, ganharia ímpeto. A dívida seria cortada em 20% com privatizações.

No Projeto Fênix, uma ênfase é recorrente: o combate à inflação, “maior inimigo das classes desamparadas”. Afinal, ela reduz o investimento e a produtividade. Sua raiz, a ser cortada, é o desequilíbrio fiscal.

Imagine, então, o que poderia ser feito se seus autores tivessem assumido o governo e pudessem pôr o plano em ação. Passados quatro anos, ler o programa de governo de Bolsonaro parece um exercício arqueológico. Houve a pandemia, claro, mas o abandono das promessas, generalizado, é evidente.

Em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca. Foi o que nos deram: o “Projeto Minhoca”.

Está chegando o aniversário do Projeto Fênix. Na verdade, o título oficial era “Caminho para a Prosperidade”. Projeto Fênix era o nome com que o documento foi arquivado, tipo um codinome, como se fosse uma operação – o que de certa forma indica sua autoria.

O País prometido era um que ficaria livre do crime. Naquela época, se falava em uma “rápida transformação cultural”. Não se aceitariam mais o levar vantagem e a esperteza como parte da identidade nacional, nem sequer a impunidade, a corrupção. O crime, então, acabaria.

Jair Bolsonaro, presidente da República; em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca Foto: Wilton Junior/Estadão

A “Guerra no Brasil” seria vencida. Pautas com amplo apoio na sociedade seriam finalmente implantadas. Sem saidinhas temporárias nos presídios, redução da maioridade penal, fim das progressões de penas.

Não nos indignaríamos mais com novos Guilhermes de Pádua: “prender e deixar preso!”, assim mesmo, com exclamação, era o lema. A transparência e o combate à corrupção, inegociáveis. Um novo Estado surgiria no Projeto Fênix, com “governo sem toma lá, dá cá, sem acordos espúrios”.

Na Educação, um salto de qualidade. Na Saúde, teríamos respeito com a vida das pessoas. Os usuários do SUS poderiam acessar todos os médicos do Brasil. A autópsia do projeto revela ainda algumas ideias simples e tangíveis: o Prontuário Eletrônico Nacional Interligado, criação da carreira de médico da União, transformação de agentes comunitários em técnicos de saúde, inclusão de educadores físicos no Saúde da Família. Em apenas dois anos, colégios militares em todas as capitais.

Na Economia, novos produtos baseados em um centro mundial de pesquisa em grafeno e nióbio. O País não teria mais déficits primários. O Orçamento seria do tipo base-zero. A abertura comercial, que nem precisa de novas leis, ganharia ímpeto. A dívida seria cortada em 20% com privatizações.

No Projeto Fênix, uma ênfase é recorrente: o combate à inflação, “maior inimigo das classes desamparadas”. Afinal, ela reduz o investimento e a produtividade. Sua raiz, a ser cortada, é o desequilíbrio fiscal.

Imagine, então, o que poderia ser feito se seus autores tivessem assumido o governo e pudessem pôr o plano em ação. Passados quatro anos, ler o programa de governo de Bolsonaro parece um exercício arqueológico. Houve a pandemia, claro, mas o abandono das promessas, generalizado, é evidente.

Em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca. Foi o que nos deram: o “Projeto Minhoca”.

Está chegando o aniversário do Projeto Fênix. Na verdade, o título oficial era “Caminho para a Prosperidade”. Projeto Fênix era o nome com que o documento foi arquivado, tipo um codinome, como se fosse uma operação – o que de certa forma indica sua autoria.

O País prometido era um que ficaria livre do crime. Naquela época, se falava em uma “rápida transformação cultural”. Não se aceitariam mais o levar vantagem e a esperteza como parte da identidade nacional, nem sequer a impunidade, a corrupção. O crime, então, acabaria.

Jair Bolsonaro, presidente da República; em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca Foto: Wilton Junior/Estadão

A “Guerra no Brasil” seria vencida. Pautas com amplo apoio na sociedade seriam finalmente implantadas. Sem saidinhas temporárias nos presídios, redução da maioridade penal, fim das progressões de penas.

Não nos indignaríamos mais com novos Guilhermes de Pádua: “prender e deixar preso!”, assim mesmo, com exclamação, era o lema. A transparência e o combate à corrupção, inegociáveis. Um novo Estado surgiria no Projeto Fênix, com “governo sem toma lá, dá cá, sem acordos espúrios”.

Na Educação, um salto de qualidade. Na Saúde, teríamos respeito com a vida das pessoas. Os usuários do SUS poderiam acessar todos os médicos do Brasil. A autópsia do projeto revela ainda algumas ideias simples e tangíveis: o Prontuário Eletrônico Nacional Interligado, criação da carreira de médico da União, transformação de agentes comunitários em técnicos de saúde, inclusão de educadores físicos no Saúde da Família. Em apenas dois anos, colégios militares em todas as capitais.

Na Economia, novos produtos baseados em um centro mundial de pesquisa em grafeno e nióbio. O País não teria mais déficits primários. O Orçamento seria do tipo base-zero. A abertura comercial, que nem precisa de novas leis, ganharia ímpeto. A dívida seria cortada em 20% com privatizações.

No Projeto Fênix, uma ênfase é recorrente: o combate à inflação, “maior inimigo das classes desamparadas”. Afinal, ela reduz o investimento e a produtividade. Sua raiz, a ser cortada, é o desequilíbrio fiscal.

Imagine, então, o que poderia ser feito se seus autores tivessem assumido o governo e pudessem pôr o plano em ação. Passados quatro anos, ler o programa de governo de Bolsonaro parece um exercício arqueológico. Houve a pandemia, claro, mas o abandono das promessas, generalizado, é evidente.

Em uma das versões do Mito da Fênix, ela, depois de queimar, não se transforma em uma nova e grande ave: vira antes uma minhoca. Foi o que nos deram: o “Projeto Minhoca”.

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