Doutor em Economia

Pobreza no Brasil é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe de seus aspones


Com fala alienada de alguém que vive dentro do cercadinho, presidente repete o argumento de que a fome no País é menos grave do que parece

Por Pedro Fernando Nery
Atualização:

O presidente repetiu no debate o argumento da alienada fala sobre a fome do País: “Já viu alguém pedindo um pão?”. Para Bolsonaro, o Auxílio Brasil, de R$ 600, supera confortavelmente a linha da extrema pobreza. Esta, de US$ 1,90 por dia, giraria ao redor de R$ 10 diários, enquanto o Auxílio seria de R$ 20 por dia. Há quatro erros aí:

1. A linha de extrema pobreza é, na verdade, menor do que Bolsonaro pensa. Ela não é de US$ 1,90 por dia, mas de US$ 1,90 “PPC”: uma medida ajustada por poder de compra com base em pesquisas que comparam o custo de vida entre países.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones Foto: Marcos de Paula/Estadão
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Do Banco Mundial, é usada no Brasil pelo IBGE. É quase uma outra moeda, e no seu câmbio o valor está mais próximo de R$ 6 por dia. Quem está abaixo desta linha, portanto, vive com mais privações do que na linha imaginada por Bolsonaro;

2. O valor do Auxílio nem sempre supera a linha da extrema pobreza. A linha é de um consumo por pessoa, e o Auxílio é pago por família.

Em uma família com pais e três crianças, a média é de R$ 120 (R$ 600 por cinco). É, então, possível que uma família no Auxílio esteja na extrema pobreza. Enquanto o Bolsa Família e o auxílio emergencial pagavam valores maiores para famílias maiores, o Auxílio seguiu um valor único – para facilitar o marketing. É um dos seus pontos fracos. A desproporcionalidade faz com que o valor seja baixo em famílias vulneráveis, e alto, em outros casos;

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3. Bolsonaro complementa que basta, para quem está fora do Auxílio, pedir para entrar, porque não haveria fila. É falso. Câmara e Senado aprovaram o fim das filas. O presidente vetou o avanço, e assim o governo nega o benefício mesmo a quem satisfaz seus critérios;

4. A queda na extrema pobreza que, de fato, ocorre com o Auxílio é compatível com a fome. A taxa de extrema pobreza mede o porcentual da população abaixo da citada linha. Mas não mede a distância dos miseráveis em relação a esta linha.

Quem está fora do Auxílio, sofrendo com a inflação, pode ter visto este hiato aumentar. A extrema pobreza cai, e a insuficiência de renda dos miseráveis aumenta. Podemos ter menos miseráveis do que antes, mas os miseráveis restantes podem estar em maior sofrimento.

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A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones. O próximo governo precisará corrigir o Auxílio Brasil: pagar benefícios proporcionais, proibir as filas e instituir metas para a redução da extrema pobreza (outra inovação do Congresso que Bolsonaro vetou). Fundamental é sair do cercadinho.

O presidente repetiu no debate o argumento da alienada fala sobre a fome do País: “Já viu alguém pedindo um pão?”. Para Bolsonaro, o Auxílio Brasil, de R$ 600, supera confortavelmente a linha da extrema pobreza. Esta, de US$ 1,90 por dia, giraria ao redor de R$ 10 diários, enquanto o Auxílio seria de R$ 20 por dia. Há quatro erros aí:

1. A linha de extrema pobreza é, na verdade, menor do que Bolsonaro pensa. Ela não é de US$ 1,90 por dia, mas de US$ 1,90 “PPC”: uma medida ajustada por poder de compra com base em pesquisas que comparam o custo de vida entre países.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones Foto: Marcos de Paula/Estadão

Do Banco Mundial, é usada no Brasil pelo IBGE. É quase uma outra moeda, e no seu câmbio o valor está mais próximo de R$ 6 por dia. Quem está abaixo desta linha, portanto, vive com mais privações do que na linha imaginada por Bolsonaro;

2. O valor do Auxílio nem sempre supera a linha da extrema pobreza. A linha é de um consumo por pessoa, e o Auxílio é pago por família.

Em uma família com pais e três crianças, a média é de R$ 120 (R$ 600 por cinco). É, então, possível que uma família no Auxílio esteja na extrema pobreza. Enquanto o Bolsa Família e o auxílio emergencial pagavam valores maiores para famílias maiores, o Auxílio seguiu um valor único – para facilitar o marketing. É um dos seus pontos fracos. A desproporcionalidade faz com que o valor seja baixo em famílias vulneráveis, e alto, em outros casos;

3. Bolsonaro complementa que basta, para quem está fora do Auxílio, pedir para entrar, porque não haveria fila. É falso. Câmara e Senado aprovaram o fim das filas. O presidente vetou o avanço, e assim o governo nega o benefício mesmo a quem satisfaz seus critérios;

4. A queda na extrema pobreza que, de fato, ocorre com o Auxílio é compatível com a fome. A taxa de extrema pobreza mede o porcentual da população abaixo da citada linha. Mas não mede a distância dos miseráveis em relação a esta linha.

Quem está fora do Auxílio, sofrendo com a inflação, pode ter visto este hiato aumentar. A extrema pobreza cai, e a insuficiência de renda dos miseráveis aumenta. Podemos ter menos miseráveis do que antes, mas os miseráveis restantes podem estar em maior sofrimento.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones. O próximo governo precisará corrigir o Auxílio Brasil: pagar benefícios proporcionais, proibir as filas e instituir metas para a redução da extrema pobreza (outra inovação do Congresso que Bolsonaro vetou). Fundamental é sair do cercadinho.

O presidente repetiu no debate o argumento da alienada fala sobre a fome do País: “Já viu alguém pedindo um pão?”. Para Bolsonaro, o Auxílio Brasil, de R$ 600, supera confortavelmente a linha da extrema pobreza. Esta, de US$ 1,90 por dia, giraria ao redor de R$ 10 diários, enquanto o Auxílio seria de R$ 20 por dia. Há quatro erros aí:

1. A linha de extrema pobreza é, na verdade, menor do que Bolsonaro pensa. Ela não é de US$ 1,90 por dia, mas de US$ 1,90 “PPC”: uma medida ajustada por poder de compra com base em pesquisas que comparam o custo de vida entre países.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones Foto: Marcos de Paula/Estadão

Do Banco Mundial, é usada no Brasil pelo IBGE. É quase uma outra moeda, e no seu câmbio o valor está mais próximo de R$ 6 por dia. Quem está abaixo desta linha, portanto, vive com mais privações do que na linha imaginada por Bolsonaro;

2. O valor do Auxílio nem sempre supera a linha da extrema pobreza. A linha é de um consumo por pessoa, e o Auxílio é pago por família.

Em uma família com pais e três crianças, a média é de R$ 120 (R$ 600 por cinco). É, então, possível que uma família no Auxílio esteja na extrema pobreza. Enquanto o Bolsa Família e o auxílio emergencial pagavam valores maiores para famílias maiores, o Auxílio seguiu um valor único – para facilitar o marketing. É um dos seus pontos fracos. A desproporcionalidade faz com que o valor seja baixo em famílias vulneráveis, e alto, em outros casos;

3. Bolsonaro complementa que basta, para quem está fora do Auxílio, pedir para entrar, porque não haveria fila. É falso. Câmara e Senado aprovaram o fim das filas. O presidente vetou o avanço, e assim o governo nega o benefício mesmo a quem satisfaz seus critérios;

4. A queda na extrema pobreza que, de fato, ocorre com o Auxílio é compatível com a fome. A taxa de extrema pobreza mede o porcentual da população abaixo da citada linha. Mas não mede a distância dos miseráveis em relação a esta linha.

Quem está fora do Auxílio, sofrendo com a inflação, pode ter visto este hiato aumentar. A extrema pobreza cai, e a insuficiência de renda dos miseráveis aumenta. Podemos ter menos miseráveis do que antes, mas os miseráveis restantes podem estar em maior sofrimento.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones. O próximo governo precisará corrigir o Auxílio Brasil: pagar benefícios proporcionais, proibir as filas e instituir metas para a redução da extrema pobreza (outra inovação do Congresso que Bolsonaro vetou). Fundamental é sair do cercadinho.

O presidente repetiu no debate o argumento da alienada fala sobre a fome do País: “Já viu alguém pedindo um pão?”. Para Bolsonaro, o Auxílio Brasil, de R$ 600, supera confortavelmente a linha da extrema pobreza. Esta, de US$ 1,90 por dia, giraria ao redor de R$ 10 diários, enquanto o Auxílio seria de R$ 20 por dia. Há quatro erros aí:

1. A linha de extrema pobreza é, na verdade, menor do que Bolsonaro pensa. Ela não é de US$ 1,90 por dia, mas de US$ 1,90 “PPC”: uma medida ajustada por poder de compra com base em pesquisas que comparam o custo de vida entre países.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones Foto: Marcos de Paula/Estadão

Do Banco Mundial, é usada no Brasil pelo IBGE. É quase uma outra moeda, e no seu câmbio o valor está mais próximo de R$ 6 por dia. Quem está abaixo desta linha, portanto, vive com mais privações do que na linha imaginada por Bolsonaro;

2. O valor do Auxílio nem sempre supera a linha da extrema pobreza. A linha é de um consumo por pessoa, e o Auxílio é pago por família.

Em uma família com pais e três crianças, a média é de R$ 120 (R$ 600 por cinco). É, então, possível que uma família no Auxílio esteja na extrema pobreza. Enquanto o Bolsa Família e o auxílio emergencial pagavam valores maiores para famílias maiores, o Auxílio seguiu um valor único – para facilitar o marketing. É um dos seus pontos fracos. A desproporcionalidade faz com que o valor seja baixo em famílias vulneráveis, e alto, em outros casos;

3. Bolsonaro complementa que basta, para quem está fora do Auxílio, pedir para entrar, porque não haveria fila. É falso. Câmara e Senado aprovaram o fim das filas. O presidente vetou o avanço, e assim o governo nega o benefício mesmo a quem satisfaz seus critérios;

4. A queda na extrema pobreza que, de fato, ocorre com o Auxílio é compatível com a fome. A taxa de extrema pobreza mede o porcentual da população abaixo da citada linha. Mas não mede a distância dos miseráveis em relação a esta linha.

Quem está fora do Auxílio, sofrendo com a inflação, pode ter visto este hiato aumentar. A extrema pobreza cai, e a insuficiência de renda dos miseráveis aumenta. Podemos ter menos miseráveis do que antes, mas os miseráveis restantes podem estar em maior sofrimento.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones. O próximo governo precisará corrigir o Auxílio Brasil: pagar benefícios proporcionais, proibir as filas e instituir metas para a redução da extrema pobreza (outra inovação do Congresso que Bolsonaro vetou). Fundamental é sair do cercadinho.

O presidente repetiu no debate o argumento da alienada fala sobre a fome do País: “Já viu alguém pedindo um pão?”. Para Bolsonaro, o Auxílio Brasil, de R$ 600, supera confortavelmente a linha da extrema pobreza. Esta, de US$ 1,90 por dia, giraria ao redor de R$ 10 diários, enquanto o Auxílio seria de R$ 20 por dia. Há quatro erros aí:

1. A linha de extrema pobreza é, na verdade, menor do que Bolsonaro pensa. Ela não é de US$ 1,90 por dia, mas de US$ 1,90 “PPC”: uma medida ajustada por poder de compra com base em pesquisas que comparam o custo de vida entre países.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones Foto: Marcos de Paula/Estadão

Do Banco Mundial, é usada no Brasil pelo IBGE. É quase uma outra moeda, e no seu câmbio o valor está mais próximo de R$ 6 por dia. Quem está abaixo desta linha, portanto, vive com mais privações do que na linha imaginada por Bolsonaro;

2. O valor do Auxílio nem sempre supera a linha da extrema pobreza. A linha é de um consumo por pessoa, e o Auxílio é pago por família.

Em uma família com pais e três crianças, a média é de R$ 120 (R$ 600 por cinco). É, então, possível que uma família no Auxílio esteja na extrema pobreza. Enquanto o Bolsa Família e o auxílio emergencial pagavam valores maiores para famílias maiores, o Auxílio seguiu um valor único – para facilitar o marketing. É um dos seus pontos fracos. A desproporcionalidade faz com que o valor seja baixo em famílias vulneráveis, e alto, em outros casos;

3. Bolsonaro complementa que basta, para quem está fora do Auxílio, pedir para entrar, porque não haveria fila. É falso. Câmara e Senado aprovaram o fim das filas. O presidente vetou o avanço, e assim o governo nega o benefício mesmo a quem satisfaz seus critérios;

4. A queda na extrema pobreza que, de fato, ocorre com o Auxílio é compatível com a fome. A taxa de extrema pobreza mede o porcentual da população abaixo da citada linha. Mas não mede a distância dos miseráveis em relação a esta linha.

Quem está fora do Auxílio, sofrendo com a inflação, pode ter visto este hiato aumentar. A extrema pobreza cai, e a insuficiência de renda dos miseráveis aumenta. Podemos ter menos miseráveis do que antes, mas os miseráveis restantes podem estar em maior sofrimento.

A realidade é mais complicada do que nos zaps que Bolsonaro recebe dos seus aspones. O próximo governo precisará corrigir o Auxílio Brasil: pagar benefícios proporcionais, proibir as filas e instituir metas para a redução da extrema pobreza (outra inovação do Congresso que Bolsonaro vetou). Fundamental é sair do cercadinho.

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