Doutor em Economia

Reforma da Previdência parece ter virado consenso até mesmo no novo governo


Entre os ministros do novo governo, alguns disseram que versão aprovada era recessiva, e até que era racista; agora parece contentes em mantê-la

Por Pedro Fernando Nery

Carlos Lupi é um injustiçado. Não é que as coisas que ele fala sobre a Previdência estejam certas. É que o que ele diz não é diferente do que outros ministros diziam. Lupi parece só não ter recebido o e-mail avisando “agora não falaremos mais isso”. Enquanto Paris queima, vale discutir: o que aconteceu com a nossa reforma da Previdência?

Lupi, já ministro, havia dito que não existe déficit na Previdência e que a reforma seria revista. Foi desautorizado. Na iminência do novo arcabouço fiscal, não se cogita que espaço seja desperdiçado com a revogação da reforma, que aumentaria gastos. O governo tem outras prioridades: o super Bolsa Família, o salário mínimo, o investimento. E já enfrenta juros muito altos para financiar a dívida.

Se na França há convulsão social, aqui a reforma da Previdência parece ter virado consenso. Os que a criticavam a preservam. Entre os ministros do novo governo, há os que diziam que a versão aprovada era recessiva, ou até que a reforma era racista. Agora, parecem contentes em mantê-la.

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O próprio presidente dizia que a reforma tirava R$ 1 trilhão dos mais pobres. Se tudo isso fosse verdade, seria justo revogar a reforma, como Lupi – que não recebeu o memorando – pede. Por que manter uma medida recessiva com a economia patinando? Por que manter o legado racista da principal emenda constitucional aprovada no período Bolsonaro? Por que não devolver R$ 1 trilhão aos mais pobres?

Lula aparece ao lado de membros do governo durante cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família Foto: Wilton Junior/Estadão - 02/03/2023

Uma visão cínica apontaria que os técnicos sabiam que falavam bobagem, mas buscavam o engajamento da turma – um carreirismo coroado com as nomeações. Outra, mais ingênua, diria que só no governo a realidade dos números foi compreendida – ademais, a eleição apertada impediria mudanças bruscas.

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Sem a reforma, o atual governo teria de arranjar mais R$ 300 bilhões em 4 anos. É a diferença das últimas estimativas do gasto (pós-reforma) em relação ao estimado antes dela pelo próprio governo Dilma, em 2016. Dificultaria muito gastar mais com os mais pobres, como via Bolsa Família, e levaria a juros ainda mais altos, ruim para a dívida e a atividade econômica.

O ônus da reforma recaiu sobre grupos mais bem posicionados na distribuição de renda, do ponto de vista regional, de gênero e de raça. Essa economia permitiu uma vigorosa expansão do gasto com os vulneráveis, viabilizando um orçamento 5 vezes maior para o Bolsa sem que a dívida explodisse. O gasto é mais inclusivo e sustentável com a manutenção da reforma da Previdência. Talvez tenhamos algo para ensinar à França.

Carlos Lupi é um injustiçado. Não é que as coisas que ele fala sobre a Previdência estejam certas. É que o que ele diz não é diferente do que outros ministros diziam. Lupi parece só não ter recebido o e-mail avisando “agora não falaremos mais isso”. Enquanto Paris queima, vale discutir: o que aconteceu com a nossa reforma da Previdência?

Lupi, já ministro, havia dito que não existe déficit na Previdência e que a reforma seria revista. Foi desautorizado. Na iminência do novo arcabouço fiscal, não se cogita que espaço seja desperdiçado com a revogação da reforma, que aumentaria gastos. O governo tem outras prioridades: o super Bolsa Família, o salário mínimo, o investimento. E já enfrenta juros muito altos para financiar a dívida.

Se na França há convulsão social, aqui a reforma da Previdência parece ter virado consenso. Os que a criticavam a preservam. Entre os ministros do novo governo, há os que diziam que a versão aprovada era recessiva, ou até que a reforma era racista. Agora, parecem contentes em mantê-la.

O próprio presidente dizia que a reforma tirava R$ 1 trilhão dos mais pobres. Se tudo isso fosse verdade, seria justo revogar a reforma, como Lupi – que não recebeu o memorando – pede. Por que manter uma medida recessiva com a economia patinando? Por que manter o legado racista da principal emenda constitucional aprovada no período Bolsonaro? Por que não devolver R$ 1 trilhão aos mais pobres?

Lula aparece ao lado de membros do governo durante cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família Foto: Wilton Junior/Estadão - 02/03/2023

Uma visão cínica apontaria que os técnicos sabiam que falavam bobagem, mas buscavam o engajamento da turma – um carreirismo coroado com as nomeações. Outra, mais ingênua, diria que só no governo a realidade dos números foi compreendida – ademais, a eleição apertada impediria mudanças bruscas.

Sem a reforma, o atual governo teria de arranjar mais R$ 300 bilhões em 4 anos. É a diferença das últimas estimativas do gasto (pós-reforma) em relação ao estimado antes dela pelo próprio governo Dilma, em 2016. Dificultaria muito gastar mais com os mais pobres, como via Bolsa Família, e levaria a juros ainda mais altos, ruim para a dívida e a atividade econômica.

O ônus da reforma recaiu sobre grupos mais bem posicionados na distribuição de renda, do ponto de vista regional, de gênero e de raça. Essa economia permitiu uma vigorosa expansão do gasto com os vulneráveis, viabilizando um orçamento 5 vezes maior para o Bolsa sem que a dívida explodisse. O gasto é mais inclusivo e sustentável com a manutenção da reforma da Previdência. Talvez tenhamos algo para ensinar à França.

Carlos Lupi é um injustiçado. Não é que as coisas que ele fala sobre a Previdência estejam certas. É que o que ele diz não é diferente do que outros ministros diziam. Lupi parece só não ter recebido o e-mail avisando “agora não falaremos mais isso”. Enquanto Paris queima, vale discutir: o que aconteceu com a nossa reforma da Previdência?

Lupi, já ministro, havia dito que não existe déficit na Previdência e que a reforma seria revista. Foi desautorizado. Na iminência do novo arcabouço fiscal, não se cogita que espaço seja desperdiçado com a revogação da reforma, que aumentaria gastos. O governo tem outras prioridades: o super Bolsa Família, o salário mínimo, o investimento. E já enfrenta juros muito altos para financiar a dívida.

Se na França há convulsão social, aqui a reforma da Previdência parece ter virado consenso. Os que a criticavam a preservam. Entre os ministros do novo governo, há os que diziam que a versão aprovada era recessiva, ou até que a reforma era racista. Agora, parecem contentes em mantê-la.

O próprio presidente dizia que a reforma tirava R$ 1 trilhão dos mais pobres. Se tudo isso fosse verdade, seria justo revogar a reforma, como Lupi – que não recebeu o memorando – pede. Por que manter uma medida recessiva com a economia patinando? Por que manter o legado racista da principal emenda constitucional aprovada no período Bolsonaro? Por que não devolver R$ 1 trilhão aos mais pobres?

Lula aparece ao lado de membros do governo durante cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família Foto: Wilton Junior/Estadão - 02/03/2023

Uma visão cínica apontaria que os técnicos sabiam que falavam bobagem, mas buscavam o engajamento da turma – um carreirismo coroado com as nomeações. Outra, mais ingênua, diria que só no governo a realidade dos números foi compreendida – ademais, a eleição apertada impediria mudanças bruscas.

Sem a reforma, o atual governo teria de arranjar mais R$ 300 bilhões em 4 anos. É a diferença das últimas estimativas do gasto (pós-reforma) em relação ao estimado antes dela pelo próprio governo Dilma, em 2016. Dificultaria muito gastar mais com os mais pobres, como via Bolsa Família, e levaria a juros ainda mais altos, ruim para a dívida e a atividade econômica.

O ônus da reforma recaiu sobre grupos mais bem posicionados na distribuição de renda, do ponto de vista regional, de gênero e de raça. Essa economia permitiu uma vigorosa expansão do gasto com os vulneráveis, viabilizando um orçamento 5 vezes maior para o Bolsa sem que a dívida explodisse. O gasto é mais inclusivo e sustentável com a manutenção da reforma da Previdência. Talvez tenhamos algo para ensinar à França.

Carlos Lupi é um injustiçado. Não é que as coisas que ele fala sobre a Previdência estejam certas. É que o que ele diz não é diferente do que outros ministros diziam. Lupi parece só não ter recebido o e-mail avisando “agora não falaremos mais isso”. Enquanto Paris queima, vale discutir: o que aconteceu com a nossa reforma da Previdência?

Lupi, já ministro, havia dito que não existe déficit na Previdência e que a reforma seria revista. Foi desautorizado. Na iminência do novo arcabouço fiscal, não se cogita que espaço seja desperdiçado com a revogação da reforma, que aumentaria gastos. O governo tem outras prioridades: o super Bolsa Família, o salário mínimo, o investimento. E já enfrenta juros muito altos para financiar a dívida.

Se na França há convulsão social, aqui a reforma da Previdência parece ter virado consenso. Os que a criticavam a preservam. Entre os ministros do novo governo, há os que diziam que a versão aprovada era recessiva, ou até que a reforma era racista. Agora, parecem contentes em mantê-la.

O próprio presidente dizia que a reforma tirava R$ 1 trilhão dos mais pobres. Se tudo isso fosse verdade, seria justo revogar a reforma, como Lupi – que não recebeu o memorando – pede. Por que manter uma medida recessiva com a economia patinando? Por que manter o legado racista da principal emenda constitucional aprovada no período Bolsonaro? Por que não devolver R$ 1 trilhão aos mais pobres?

Lula aparece ao lado de membros do governo durante cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família Foto: Wilton Junior/Estadão - 02/03/2023

Uma visão cínica apontaria que os técnicos sabiam que falavam bobagem, mas buscavam o engajamento da turma – um carreirismo coroado com as nomeações. Outra, mais ingênua, diria que só no governo a realidade dos números foi compreendida – ademais, a eleição apertada impediria mudanças bruscas.

Sem a reforma, o atual governo teria de arranjar mais R$ 300 bilhões em 4 anos. É a diferença das últimas estimativas do gasto (pós-reforma) em relação ao estimado antes dela pelo próprio governo Dilma, em 2016. Dificultaria muito gastar mais com os mais pobres, como via Bolsa Família, e levaria a juros ainda mais altos, ruim para a dívida e a atividade econômica.

O ônus da reforma recaiu sobre grupos mais bem posicionados na distribuição de renda, do ponto de vista regional, de gênero e de raça. Essa economia permitiu uma vigorosa expansão do gasto com os vulneráveis, viabilizando um orçamento 5 vezes maior para o Bolsa sem que a dívida explodisse. O gasto é mais inclusivo e sustentável com a manutenção da reforma da Previdência. Talvez tenhamos algo para ensinar à França.

Carlos Lupi é um injustiçado. Não é que as coisas que ele fala sobre a Previdência estejam certas. É que o que ele diz não é diferente do que outros ministros diziam. Lupi parece só não ter recebido o e-mail avisando “agora não falaremos mais isso”. Enquanto Paris queima, vale discutir: o que aconteceu com a nossa reforma da Previdência?

Lupi, já ministro, havia dito que não existe déficit na Previdência e que a reforma seria revista. Foi desautorizado. Na iminência do novo arcabouço fiscal, não se cogita que espaço seja desperdiçado com a revogação da reforma, que aumentaria gastos. O governo tem outras prioridades: o super Bolsa Família, o salário mínimo, o investimento. E já enfrenta juros muito altos para financiar a dívida.

Se na França há convulsão social, aqui a reforma da Previdência parece ter virado consenso. Os que a criticavam a preservam. Entre os ministros do novo governo, há os que diziam que a versão aprovada era recessiva, ou até que a reforma era racista. Agora, parecem contentes em mantê-la.

O próprio presidente dizia que a reforma tirava R$ 1 trilhão dos mais pobres. Se tudo isso fosse verdade, seria justo revogar a reforma, como Lupi – que não recebeu o memorando – pede. Por que manter uma medida recessiva com a economia patinando? Por que manter o legado racista da principal emenda constitucional aprovada no período Bolsonaro? Por que não devolver R$ 1 trilhão aos mais pobres?

Lula aparece ao lado de membros do governo durante cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família Foto: Wilton Junior/Estadão - 02/03/2023

Uma visão cínica apontaria que os técnicos sabiam que falavam bobagem, mas buscavam o engajamento da turma – um carreirismo coroado com as nomeações. Outra, mais ingênua, diria que só no governo a realidade dos números foi compreendida – ademais, a eleição apertada impediria mudanças bruscas.

Sem a reforma, o atual governo teria de arranjar mais R$ 300 bilhões em 4 anos. É a diferença das últimas estimativas do gasto (pós-reforma) em relação ao estimado antes dela pelo próprio governo Dilma, em 2016. Dificultaria muito gastar mais com os mais pobres, como via Bolsa Família, e levaria a juros ainda mais altos, ruim para a dívida e a atividade econômica.

O ônus da reforma recaiu sobre grupos mais bem posicionados na distribuição de renda, do ponto de vista regional, de gênero e de raça. Essa economia permitiu uma vigorosa expansão do gasto com os vulneráveis, viabilizando um orçamento 5 vezes maior para o Bolsa sem que a dívida explodisse. O gasto é mais inclusivo e sustentável com a manutenção da reforma da Previdência. Talvez tenhamos algo para ensinar à França.

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