Petrobras tem lucro líquido de R$ 38,1 bilhões no primeiro trimestre, queda de 14,4% ante 2022


Resultado foi impactado por queda de 7% no preço do petróleo entre janeiro e março; conselho aprovou R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas

Por Denise Luna e Gabriel Vasconcelos
Atualização:

RIO - A queda de 7% no preço do petróleo entre janeiro e março no mercado internacional levou a Petrobras a ter um lucro de R$ 38,1 bilhões no período, o primeiro trimestre sob o novo governo Lula. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, 11, é 14,4% inferior ao registrado há um ano, quando a estatal começou a ser beneficiada pela disparada no preço do barril no contexto da guerra da Ucrânia.

O lucro da estatal, porém, ficou 18,3% acima do estimado pelo Estadão/Broadcast com base na média das projeções de três instituições: Goldman Sachs, Bradesco BBI e corretora Ativa. A receita também superou as estimativas em 6,1%, enquanto a geração de caixa medida pelo Ebitda ficou 8,7% acima do esperado. O Estadão/Broadcast considera o resultado em linha com as estimativas quando as variações são de até 5% para baixo ou para cima.

O maior destaque dos resultados divulgados pela Petrobras ficou mesmo por conta da aprovação, também, nesta quinta, de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

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A decisão por esse pagamento bilionário aos investidores foi tomada pelo novo conselho de administração da estatal, empossado no fim de abril e já com maioria indicada pelo governo Lula. O fato surpreendeu positivamente os agentes do mercado financeiro e fez o preço das ações preferenciais da Petrobras subirem 3,7% no fechamento do mercado.

Apesar da valorização no pregão, as ações da estatal tendem a seguir voláteis pelo menos até o início do segundo semestre. Isso porque o conselho de administração da companhia também determinou que a diretoria executiva revise a política de dividendos até julho, antes, portanto das deliberações sobre dividendos relativos ao segundo trimestre.

Segundo a regra atual, quando a dívida bruta é menor ou igual a US$ 65 bilhões, a Petrobras distribui 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos do trimestre.

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Investimentos da Petrobras ficaram em US$ 2,5 bilhões, alta de 40,4% com relação ao mesmo período do ano passado Foto: Wilton Junior/Estadão

Pressão política

O pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas, a ser feito em iguais parcelas nos meses de agosto e setembro, contrariou a pressão política de alas do PT capitaneadas pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Parte do governo e o próprio presidente da companhia, Jean Paul Prates, deram seguidas declarações a favor da retenção de recursos para aumentar a capacidade de investimento da estatal.

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Por outro lado, o anúncio desta quinta-feira funciona como um aceno ao mercado financeiro, evitando desgaste da gestão Prates com investidores.

Além disso, a União ainda vai ficar com cerca de R$ 8,8 bilhões dos dividendos aprovados. Isso porque é dona de 36,6% do capital da empresa, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar. Em 2022, a União ficou com cerca de R$ 79 bilhões do total de R$ 215,7 bilhões distribuídos a acionistas relativos àquele exercício.

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Prates

Em carta divulgada aos investidores, Prates ressalta que o pré-sal segue como foco principal da estatal. “Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia. O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total.”

O executivo destaca ainda que a Petrobras avalia a criação de grupos de trabalho com outras empresas para buscar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior no segmento de energias renováveis.

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“Constituímos uma comissão mista com o BNDES para desenvolvimento conjunto de projetos em prol da transição energética, indústria nacional, e fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica”, completou.

Luz amarela

Com a determinação do conselho para a diretoria da Petrobras revisar a política de dividendos, a luz amarela sobre o futuro desses pagamentos segue acesa. Também até julho, o colegiado ainda determinou a revisão do plano estratégico em curso e a possibilidade de recompra de ações.

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Esse, portanto, pode ser o último pagamento alto de proventos antes da definição dos investimentos futuros que devem nortear a atualização do plano estratégico vigente e o próximo, para o quinquênio 2024-2028, a ser divulgado em novembro, segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim.

Esses documentos devem trazer os planos de expansão do parque de refino da empresa e a investida em energias renováveis, esforços que tendem a drenar recursos ora repassados aos investidores.

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, disse que o volume de dividendos do primeiro trimestre surpreendeu todo o mercado, mas que a companhia deve caminhar para um dividendo mais próximo do mínimo obrigatório, de 25% do lucro líquido.

Resultados

O lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre, de R$ 38,1 bilhões, foi também 12% menor do que o registrado no trimestre anterior. A receita de vendas no período caiu 1,8%, para R$ 139 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2022, e 12,3% em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, teve queda de 6,7% contra o primeiro trimestre do ano passado, e recuo de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2022, para R$ 72,5 bilhões.

A dívida líquida da empresa caiu para US$ 37,5 bilhões (R$ 186 bilhões), valor inferior ao primeiro trimestre de 2023. Já os investimentos ficaram em US$ 2,5 bilhões (R$ 12,42 bilhões), uma alta de 40,4% com relação ao mesmo período do ano passado.

RIO - A queda de 7% no preço do petróleo entre janeiro e março no mercado internacional levou a Petrobras a ter um lucro de R$ 38,1 bilhões no período, o primeiro trimestre sob o novo governo Lula. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, 11, é 14,4% inferior ao registrado há um ano, quando a estatal começou a ser beneficiada pela disparada no preço do barril no contexto da guerra da Ucrânia.

O lucro da estatal, porém, ficou 18,3% acima do estimado pelo Estadão/Broadcast com base na média das projeções de três instituições: Goldman Sachs, Bradesco BBI e corretora Ativa. A receita também superou as estimativas em 6,1%, enquanto a geração de caixa medida pelo Ebitda ficou 8,7% acima do esperado. O Estadão/Broadcast considera o resultado em linha com as estimativas quando as variações são de até 5% para baixo ou para cima.

O maior destaque dos resultados divulgados pela Petrobras ficou mesmo por conta da aprovação, também, nesta quinta, de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

A decisão por esse pagamento bilionário aos investidores foi tomada pelo novo conselho de administração da estatal, empossado no fim de abril e já com maioria indicada pelo governo Lula. O fato surpreendeu positivamente os agentes do mercado financeiro e fez o preço das ações preferenciais da Petrobras subirem 3,7% no fechamento do mercado.

Apesar da valorização no pregão, as ações da estatal tendem a seguir voláteis pelo menos até o início do segundo semestre. Isso porque o conselho de administração da companhia também determinou que a diretoria executiva revise a política de dividendos até julho, antes, portanto das deliberações sobre dividendos relativos ao segundo trimestre.

Segundo a regra atual, quando a dívida bruta é menor ou igual a US$ 65 bilhões, a Petrobras distribui 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos do trimestre.

Investimentos da Petrobras ficaram em US$ 2,5 bilhões, alta de 40,4% com relação ao mesmo período do ano passado Foto: Wilton Junior/Estadão

Pressão política

O pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas, a ser feito em iguais parcelas nos meses de agosto e setembro, contrariou a pressão política de alas do PT capitaneadas pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Parte do governo e o próprio presidente da companhia, Jean Paul Prates, deram seguidas declarações a favor da retenção de recursos para aumentar a capacidade de investimento da estatal.

Por outro lado, o anúncio desta quinta-feira funciona como um aceno ao mercado financeiro, evitando desgaste da gestão Prates com investidores.

Além disso, a União ainda vai ficar com cerca de R$ 8,8 bilhões dos dividendos aprovados. Isso porque é dona de 36,6% do capital da empresa, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar. Em 2022, a União ficou com cerca de R$ 79 bilhões do total de R$ 215,7 bilhões distribuídos a acionistas relativos àquele exercício.

Prates

Em carta divulgada aos investidores, Prates ressalta que o pré-sal segue como foco principal da estatal. “Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia. O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total.”

O executivo destaca ainda que a Petrobras avalia a criação de grupos de trabalho com outras empresas para buscar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior no segmento de energias renováveis.

“Constituímos uma comissão mista com o BNDES para desenvolvimento conjunto de projetos em prol da transição energética, indústria nacional, e fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica”, completou.

Luz amarela

Com a determinação do conselho para a diretoria da Petrobras revisar a política de dividendos, a luz amarela sobre o futuro desses pagamentos segue acesa. Também até julho, o colegiado ainda determinou a revisão do plano estratégico em curso e a possibilidade de recompra de ações.

Esse, portanto, pode ser o último pagamento alto de proventos antes da definição dos investimentos futuros que devem nortear a atualização do plano estratégico vigente e o próximo, para o quinquênio 2024-2028, a ser divulgado em novembro, segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim.

Esses documentos devem trazer os planos de expansão do parque de refino da empresa e a investida em energias renováveis, esforços que tendem a drenar recursos ora repassados aos investidores.

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, disse que o volume de dividendos do primeiro trimestre surpreendeu todo o mercado, mas que a companhia deve caminhar para um dividendo mais próximo do mínimo obrigatório, de 25% do lucro líquido.

Resultados

O lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre, de R$ 38,1 bilhões, foi também 12% menor do que o registrado no trimestre anterior. A receita de vendas no período caiu 1,8%, para R$ 139 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2022, e 12,3% em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, teve queda de 6,7% contra o primeiro trimestre do ano passado, e recuo de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2022, para R$ 72,5 bilhões.

A dívida líquida da empresa caiu para US$ 37,5 bilhões (R$ 186 bilhões), valor inferior ao primeiro trimestre de 2023. Já os investimentos ficaram em US$ 2,5 bilhões (R$ 12,42 bilhões), uma alta de 40,4% com relação ao mesmo período do ano passado.

RIO - A queda de 7% no preço do petróleo entre janeiro e março no mercado internacional levou a Petrobras a ter um lucro de R$ 38,1 bilhões no período, o primeiro trimestre sob o novo governo Lula. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, 11, é 14,4% inferior ao registrado há um ano, quando a estatal começou a ser beneficiada pela disparada no preço do barril no contexto da guerra da Ucrânia.

O lucro da estatal, porém, ficou 18,3% acima do estimado pelo Estadão/Broadcast com base na média das projeções de três instituições: Goldman Sachs, Bradesco BBI e corretora Ativa. A receita também superou as estimativas em 6,1%, enquanto a geração de caixa medida pelo Ebitda ficou 8,7% acima do esperado. O Estadão/Broadcast considera o resultado em linha com as estimativas quando as variações são de até 5% para baixo ou para cima.

O maior destaque dos resultados divulgados pela Petrobras ficou mesmo por conta da aprovação, também, nesta quinta, de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

A decisão por esse pagamento bilionário aos investidores foi tomada pelo novo conselho de administração da estatal, empossado no fim de abril e já com maioria indicada pelo governo Lula. O fato surpreendeu positivamente os agentes do mercado financeiro e fez o preço das ações preferenciais da Petrobras subirem 3,7% no fechamento do mercado.

Apesar da valorização no pregão, as ações da estatal tendem a seguir voláteis pelo menos até o início do segundo semestre. Isso porque o conselho de administração da companhia também determinou que a diretoria executiva revise a política de dividendos até julho, antes, portanto das deliberações sobre dividendos relativos ao segundo trimestre.

Segundo a regra atual, quando a dívida bruta é menor ou igual a US$ 65 bilhões, a Petrobras distribui 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos do trimestre.

Investimentos da Petrobras ficaram em US$ 2,5 bilhões, alta de 40,4% com relação ao mesmo período do ano passado Foto: Wilton Junior/Estadão

Pressão política

O pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas, a ser feito em iguais parcelas nos meses de agosto e setembro, contrariou a pressão política de alas do PT capitaneadas pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Parte do governo e o próprio presidente da companhia, Jean Paul Prates, deram seguidas declarações a favor da retenção de recursos para aumentar a capacidade de investimento da estatal.

Por outro lado, o anúncio desta quinta-feira funciona como um aceno ao mercado financeiro, evitando desgaste da gestão Prates com investidores.

Além disso, a União ainda vai ficar com cerca de R$ 8,8 bilhões dos dividendos aprovados. Isso porque é dona de 36,6% do capital da empresa, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar. Em 2022, a União ficou com cerca de R$ 79 bilhões do total de R$ 215,7 bilhões distribuídos a acionistas relativos àquele exercício.

Prates

Em carta divulgada aos investidores, Prates ressalta que o pré-sal segue como foco principal da estatal. “Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia. O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total.”

O executivo destaca ainda que a Petrobras avalia a criação de grupos de trabalho com outras empresas para buscar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior no segmento de energias renováveis.

“Constituímos uma comissão mista com o BNDES para desenvolvimento conjunto de projetos em prol da transição energética, indústria nacional, e fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica”, completou.

Luz amarela

Com a determinação do conselho para a diretoria da Petrobras revisar a política de dividendos, a luz amarela sobre o futuro desses pagamentos segue acesa. Também até julho, o colegiado ainda determinou a revisão do plano estratégico em curso e a possibilidade de recompra de ações.

Esse, portanto, pode ser o último pagamento alto de proventos antes da definição dos investimentos futuros que devem nortear a atualização do plano estratégico vigente e o próximo, para o quinquênio 2024-2028, a ser divulgado em novembro, segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim.

Esses documentos devem trazer os planos de expansão do parque de refino da empresa e a investida em energias renováveis, esforços que tendem a drenar recursos ora repassados aos investidores.

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, disse que o volume de dividendos do primeiro trimestre surpreendeu todo o mercado, mas que a companhia deve caminhar para um dividendo mais próximo do mínimo obrigatório, de 25% do lucro líquido.

Resultados

O lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre, de R$ 38,1 bilhões, foi também 12% menor do que o registrado no trimestre anterior. A receita de vendas no período caiu 1,8%, para R$ 139 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2022, e 12,3% em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Já o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, teve queda de 6,7% contra o primeiro trimestre do ano passado, e recuo de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2022, para R$ 72,5 bilhões.

A dívida líquida da empresa caiu para US$ 37,5 bilhões (R$ 186 bilhões), valor inferior ao primeiro trimestre de 2023. Já os investimentos ficaram em US$ 2,5 bilhões (R$ 12,42 bilhões), uma alta de 40,4% com relação ao mesmo período do ano passado.

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