Petrobras informa descoberta de petróleo em águas da Bacia Potiguar, na Margem Equatorial


Poço está localizado próximo à divisa entre Ceará e Rio Grande do Norte e foi a segunda descoberta na bacia em 2024

Por Marcia Furlan e Gabriel Vasconcelos
Atualização:

A Petrobras comunicou nesta terça-feira, 9, que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da Concessão POT-M-762_R15.

O poço está situado próximo à fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte, a cerca de 190 quilômetros (km) de Fortaleza e 250 km de Natal, a 2.196 metros de profundidade, na Margem Equatorial brasileira.

Segundo comunicado da companhia, esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024 e foi precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões com 100% de participação. As descobertas ainda necessitam de avaliações complementares.

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“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz o comunicado.

Petrobras explora as concessões onde o poço está localizado Foto: Fabio Motta / Estadão

A estatal acrescenta que a constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana (idade da época cretácea) portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar.

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A companhia pretende investir US$ 7,5 bilhões (R$ 37,5 bilhões pela cotação de terça) em exploração até 2028, sendo US$ 3,1 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Está prevista a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial.

“Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o País poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono”, conclui o documento.

Em meio à crise política que assola a Petrobras, a companhia informou a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. Trata-se da parte mais ao sul da faixa da Margem Equatorial.

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Avaliação

Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que a descoberta no poço Anhangá, ainda sem tamanho claro, não deve empolgar o mercado por si só, mas, devido a suas especificidades geológicas, pode funcionar como fator de pressão para o início da exploração em bacias contíguas, mais acima na Margem Equatorial, caso da Foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta uma licença ambiental negada há mais de um ano pelo Ibama.

Geólogo da Petrobras por 34 anos e hoje consultor, Pedro Zalán observa que, ao fim do comunicado sobre a descoberta, a estatal informa ter descoberto óleo em reservatórios “turbidíticos de idade Albiana”, algo inédito Bacia Potiguar e que coincide com as formações encontradas em grandes reservatórios na Guiana e no Suriname, na fronteira norte do litoral brasileiro, e em Gana e na Costa do Marfim, onde também aconteceram descobertas promissoras recentemente.

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“Esse tipo de play (sistema petrolífero), de arenito turbidítico albiano, é o que esperamos encontrar nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. Isso foi encontrado agora na Bacia Potiguar, no extremo da Margem Equatorial, região das menos aptas a isso. Então as chances de encontramos o mesmo nas outras bacias de cima aumentam”, diz.

“Não é a mesma coisa que foi encontrada em Pitu Oeste, é melhor e abre fronteira grande para a Margem Equatorial. Já sabemos, pelas sísmicas, que as outras bacias da Margem (Equatorial) têm essa característica geológica, mas agora essa descoberta deixa isso ainda mais claro”, completa Zalán.

O especialista diz que a terminologia “acumulação de petróleo”, usada pela Petrobras, é mais significativa do que o termo “presença de hidrocarboneto”, usado no comunicado da Petrobras sobre a descoberta do fim de janeiro, no poço de Pitu Oeste, a apenas 24 km de distância de Anhangá, o poço da vez.

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À época, a estatal informou que a descoberta em Pitu Oeste era “inconclusiva quanto a viabilidade econômica” e não mais voltou a fazer atualizações sobre a avaliação do poço, o que apontaria para baixa atratividade econômico-financeira.

Segundo Zalán, mesmo que a descoberta de momento tenda a ser superior àquela do início do ano, ainda não é possível avaliar a nova descoberta nesse sentido e o principal é mesmo a pista sobre a geologia da Margem Equatorial.

No anúncio, a Petrobras se limita a dizer que a descoberta é “inédita” na Bacia Potiguar, tendo sido realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, e que “dará continuidade às atividades exploratórias na concessão, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação”.

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O engenheiro químico especializado em upstream, Marcelo de Assis, se diz cauteloso. “É realmente uma rocha boa, mas tende a não ser um super reservatório”, afirma, descartando efeito positivo sobre as ações no momento em que uma crise política afeta as expectativas do mercado.

“Essa descoberta não é ‘game changer’ como seria se tivessem perfurado no Amapá e encontrado petróleo. É sim uma notícia boa, mas nada retumbante com efeito positivo para o papel. Vai servir mais para dizer que existe petróleo na Margem Equatorial e gerar ‘momentum’ favorável à perfuração da região”, completa.

Ele observa a distância entre o local do poço onde foi feita a descoberta e o Amapá, região com as maiores chances da Margem Equatorial. “É muito longe, não é o mesmo sistema e é difícil fazer paralelos. Esse anúncio, citando avanços na Margem Equatorial, pode mais confundir do que ajudar”, diz Assis.

A Petrobras comunicou nesta terça-feira, 9, que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da Concessão POT-M-762_R15.

O poço está situado próximo à fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte, a cerca de 190 quilômetros (km) de Fortaleza e 250 km de Natal, a 2.196 metros de profundidade, na Margem Equatorial brasileira.

Segundo comunicado da companhia, esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024 e foi precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões com 100% de participação. As descobertas ainda necessitam de avaliações complementares.

“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz o comunicado.

Petrobras explora as concessões onde o poço está localizado Foto: Fabio Motta / Estadão

A estatal acrescenta que a constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana (idade da época cretácea) portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar.

A companhia pretende investir US$ 7,5 bilhões (R$ 37,5 bilhões pela cotação de terça) em exploração até 2028, sendo US$ 3,1 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Está prevista a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial.

“Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o País poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono”, conclui o documento.

Em meio à crise política que assola a Petrobras, a companhia informou a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. Trata-se da parte mais ao sul da faixa da Margem Equatorial.

Avaliação

Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que a descoberta no poço Anhangá, ainda sem tamanho claro, não deve empolgar o mercado por si só, mas, devido a suas especificidades geológicas, pode funcionar como fator de pressão para o início da exploração em bacias contíguas, mais acima na Margem Equatorial, caso da Foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta uma licença ambiental negada há mais de um ano pelo Ibama.

Geólogo da Petrobras por 34 anos e hoje consultor, Pedro Zalán observa que, ao fim do comunicado sobre a descoberta, a estatal informa ter descoberto óleo em reservatórios “turbidíticos de idade Albiana”, algo inédito Bacia Potiguar e que coincide com as formações encontradas em grandes reservatórios na Guiana e no Suriname, na fronteira norte do litoral brasileiro, e em Gana e na Costa do Marfim, onde também aconteceram descobertas promissoras recentemente.

“Esse tipo de play (sistema petrolífero), de arenito turbidítico albiano, é o que esperamos encontrar nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. Isso foi encontrado agora na Bacia Potiguar, no extremo da Margem Equatorial, região das menos aptas a isso. Então as chances de encontramos o mesmo nas outras bacias de cima aumentam”, diz.

“Não é a mesma coisa que foi encontrada em Pitu Oeste, é melhor e abre fronteira grande para a Margem Equatorial. Já sabemos, pelas sísmicas, que as outras bacias da Margem (Equatorial) têm essa característica geológica, mas agora essa descoberta deixa isso ainda mais claro”, completa Zalán.

O especialista diz que a terminologia “acumulação de petróleo”, usada pela Petrobras, é mais significativa do que o termo “presença de hidrocarboneto”, usado no comunicado da Petrobras sobre a descoberta do fim de janeiro, no poço de Pitu Oeste, a apenas 24 km de distância de Anhangá, o poço da vez.

À época, a estatal informou que a descoberta em Pitu Oeste era “inconclusiva quanto a viabilidade econômica” e não mais voltou a fazer atualizações sobre a avaliação do poço, o que apontaria para baixa atratividade econômico-financeira.

Segundo Zalán, mesmo que a descoberta de momento tenda a ser superior àquela do início do ano, ainda não é possível avaliar a nova descoberta nesse sentido e o principal é mesmo a pista sobre a geologia da Margem Equatorial.

No anúncio, a Petrobras se limita a dizer que a descoberta é “inédita” na Bacia Potiguar, tendo sido realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, e que “dará continuidade às atividades exploratórias na concessão, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação”.

O engenheiro químico especializado em upstream, Marcelo de Assis, se diz cauteloso. “É realmente uma rocha boa, mas tende a não ser um super reservatório”, afirma, descartando efeito positivo sobre as ações no momento em que uma crise política afeta as expectativas do mercado.

“Essa descoberta não é ‘game changer’ como seria se tivessem perfurado no Amapá e encontrado petróleo. É sim uma notícia boa, mas nada retumbante com efeito positivo para o papel. Vai servir mais para dizer que existe petróleo na Margem Equatorial e gerar ‘momentum’ favorável à perfuração da região”, completa.

Ele observa a distância entre o local do poço onde foi feita a descoberta e o Amapá, região com as maiores chances da Margem Equatorial. “É muito longe, não é o mesmo sistema e é difícil fazer paralelos. Esse anúncio, citando avanços na Margem Equatorial, pode mais confundir do que ajudar”, diz Assis.

A Petrobras comunicou nesta terça-feira, 9, que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da Concessão POT-M-762_R15.

O poço está situado próximo à fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte, a cerca de 190 quilômetros (km) de Fortaleza e 250 km de Natal, a 2.196 metros de profundidade, na Margem Equatorial brasileira.

Segundo comunicado da companhia, esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024 e foi precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões com 100% de participação. As descobertas ainda necessitam de avaliações complementares.

“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz o comunicado.

Petrobras explora as concessões onde o poço está localizado Foto: Fabio Motta / Estadão

A estatal acrescenta que a constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana (idade da época cretácea) portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar.

A companhia pretende investir US$ 7,5 bilhões (R$ 37,5 bilhões pela cotação de terça) em exploração até 2028, sendo US$ 3,1 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Está prevista a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial.

“Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o País poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono”, conclui o documento.

Em meio à crise política que assola a Petrobras, a companhia informou a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. Trata-se da parte mais ao sul da faixa da Margem Equatorial.

Avaliação

Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que a descoberta no poço Anhangá, ainda sem tamanho claro, não deve empolgar o mercado por si só, mas, devido a suas especificidades geológicas, pode funcionar como fator de pressão para o início da exploração em bacias contíguas, mais acima na Margem Equatorial, caso da Foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta uma licença ambiental negada há mais de um ano pelo Ibama.

Geólogo da Petrobras por 34 anos e hoje consultor, Pedro Zalán observa que, ao fim do comunicado sobre a descoberta, a estatal informa ter descoberto óleo em reservatórios “turbidíticos de idade Albiana”, algo inédito Bacia Potiguar e que coincide com as formações encontradas em grandes reservatórios na Guiana e no Suriname, na fronteira norte do litoral brasileiro, e em Gana e na Costa do Marfim, onde também aconteceram descobertas promissoras recentemente.

“Esse tipo de play (sistema petrolífero), de arenito turbidítico albiano, é o que esperamos encontrar nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. Isso foi encontrado agora na Bacia Potiguar, no extremo da Margem Equatorial, região das menos aptas a isso. Então as chances de encontramos o mesmo nas outras bacias de cima aumentam”, diz.

“Não é a mesma coisa que foi encontrada em Pitu Oeste, é melhor e abre fronteira grande para a Margem Equatorial. Já sabemos, pelas sísmicas, que as outras bacias da Margem (Equatorial) têm essa característica geológica, mas agora essa descoberta deixa isso ainda mais claro”, completa Zalán.

O especialista diz que a terminologia “acumulação de petróleo”, usada pela Petrobras, é mais significativa do que o termo “presença de hidrocarboneto”, usado no comunicado da Petrobras sobre a descoberta do fim de janeiro, no poço de Pitu Oeste, a apenas 24 km de distância de Anhangá, o poço da vez.

À época, a estatal informou que a descoberta em Pitu Oeste era “inconclusiva quanto a viabilidade econômica” e não mais voltou a fazer atualizações sobre a avaliação do poço, o que apontaria para baixa atratividade econômico-financeira.

Segundo Zalán, mesmo que a descoberta de momento tenda a ser superior àquela do início do ano, ainda não é possível avaliar a nova descoberta nesse sentido e o principal é mesmo a pista sobre a geologia da Margem Equatorial.

No anúncio, a Petrobras se limita a dizer que a descoberta é “inédita” na Bacia Potiguar, tendo sido realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, e que “dará continuidade às atividades exploratórias na concessão, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação”.

O engenheiro químico especializado em upstream, Marcelo de Assis, se diz cauteloso. “É realmente uma rocha boa, mas tende a não ser um super reservatório”, afirma, descartando efeito positivo sobre as ações no momento em que uma crise política afeta as expectativas do mercado.

“Essa descoberta não é ‘game changer’ como seria se tivessem perfurado no Amapá e encontrado petróleo. É sim uma notícia boa, mas nada retumbante com efeito positivo para o papel. Vai servir mais para dizer que existe petróleo na Margem Equatorial e gerar ‘momentum’ favorável à perfuração da região”, completa.

Ele observa a distância entre o local do poço onde foi feita a descoberta e o Amapá, região com as maiores chances da Margem Equatorial. “É muito longe, não é o mesmo sistema e é difícil fazer paralelos. Esse anúncio, citando avanços na Margem Equatorial, pode mais confundir do que ajudar”, diz Assis.

A Petrobras comunicou nesta terça-feira, 9, que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da Concessão POT-M-762_R15.

O poço está situado próximo à fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte, a cerca de 190 quilômetros (km) de Fortaleza e 250 km de Natal, a 2.196 metros de profundidade, na Margem Equatorial brasileira.

Segundo comunicado da companhia, esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024 e foi precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões com 100% de participação. As descobertas ainda necessitam de avaliações complementares.

“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz o comunicado.

Petrobras explora as concessões onde o poço está localizado Foto: Fabio Motta / Estadão

A estatal acrescenta que a constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana (idade da época cretácea) portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar.

A companhia pretende investir US$ 7,5 bilhões (R$ 37,5 bilhões pela cotação de terça) em exploração até 2028, sendo US$ 3,1 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Está prevista a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial.

“Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o País poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono”, conclui o documento.

Em meio à crise política que assola a Petrobras, a companhia informou a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. Trata-se da parte mais ao sul da faixa da Margem Equatorial.

Avaliação

Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que a descoberta no poço Anhangá, ainda sem tamanho claro, não deve empolgar o mercado por si só, mas, devido a suas especificidades geológicas, pode funcionar como fator de pressão para o início da exploração em bacias contíguas, mais acima na Margem Equatorial, caso da Foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta uma licença ambiental negada há mais de um ano pelo Ibama.

Geólogo da Petrobras por 34 anos e hoje consultor, Pedro Zalán observa que, ao fim do comunicado sobre a descoberta, a estatal informa ter descoberto óleo em reservatórios “turbidíticos de idade Albiana”, algo inédito Bacia Potiguar e que coincide com as formações encontradas em grandes reservatórios na Guiana e no Suriname, na fronteira norte do litoral brasileiro, e em Gana e na Costa do Marfim, onde também aconteceram descobertas promissoras recentemente.

“Esse tipo de play (sistema petrolífero), de arenito turbidítico albiano, é o que esperamos encontrar nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. Isso foi encontrado agora na Bacia Potiguar, no extremo da Margem Equatorial, região das menos aptas a isso. Então as chances de encontramos o mesmo nas outras bacias de cima aumentam”, diz.

“Não é a mesma coisa que foi encontrada em Pitu Oeste, é melhor e abre fronteira grande para a Margem Equatorial. Já sabemos, pelas sísmicas, que as outras bacias da Margem (Equatorial) têm essa característica geológica, mas agora essa descoberta deixa isso ainda mais claro”, completa Zalán.

O especialista diz que a terminologia “acumulação de petróleo”, usada pela Petrobras, é mais significativa do que o termo “presença de hidrocarboneto”, usado no comunicado da Petrobras sobre a descoberta do fim de janeiro, no poço de Pitu Oeste, a apenas 24 km de distância de Anhangá, o poço da vez.

À época, a estatal informou que a descoberta em Pitu Oeste era “inconclusiva quanto a viabilidade econômica” e não mais voltou a fazer atualizações sobre a avaliação do poço, o que apontaria para baixa atratividade econômico-financeira.

Segundo Zalán, mesmo que a descoberta de momento tenda a ser superior àquela do início do ano, ainda não é possível avaliar a nova descoberta nesse sentido e o principal é mesmo a pista sobre a geologia da Margem Equatorial.

No anúncio, a Petrobras se limita a dizer que a descoberta é “inédita” na Bacia Potiguar, tendo sido realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, e que “dará continuidade às atividades exploratórias na concessão, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação”.

O engenheiro químico especializado em upstream, Marcelo de Assis, se diz cauteloso. “É realmente uma rocha boa, mas tende a não ser um super reservatório”, afirma, descartando efeito positivo sobre as ações no momento em que uma crise política afeta as expectativas do mercado.

“Essa descoberta não é ‘game changer’ como seria se tivessem perfurado no Amapá e encontrado petróleo. É sim uma notícia boa, mas nada retumbante com efeito positivo para o papel. Vai servir mais para dizer que existe petróleo na Margem Equatorial e gerar ‘momentum’ favorável à perfuração da região”, completa.

Ele observa a distância entre o local do poço onde foi feita a descoberta e o Amapá, região com as maiores chances da Margem Equatorial. “É muito longe, não é o mesmo sistema e é difícil fazer paralelos. Esse anúncio, citando avanços na Margem Equatorial, pode mais confundir do que ajudar”, diz Assis.

A Petrobras comunicou nesta terça-feira, 9, que descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da Concessão POT-M-762_R15.

O poço está situado próximo à fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte, a cerca de 190 quilômetros (km) de Fortaleza e 250 km de Natal, a 2.196 metros de profundidade, na Margem Equatorial brasileira.

Segundo comunicado da companhia, esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024 e foi precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões com 100% de participação. As descobertas ainda necessitam de avaliações complementares.

“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz o comunicado.

Petrobras explora as concessões onde o poço está localizado Foto: Fabio Motta / Estadão

A estatal acrescenta que a constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana (idade da época cretácea) portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar.

A companhia pretende investir US$ 7,5 bilhões (R$ 37,5 bilhões pela cotação de terça) em exploração até 2028, sendo US$ 3,1 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Está prevista a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial.

“Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o País poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono”, conclui o documento.

Em meio à crise política que assola a Petrobras, a companhia informou a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. Trata-se da parte mais ao sul da faixa da Margem Equatorial.

Avaliação

Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que a descoberta no poço Anhangá, ainda sem tamanho claro, não deve empolgar o mercado por si só, mas, devido a suas especificidades geológicas, pode funcionar como fator de pressão para o início da exploração em bacias contíguas, mais acima na Margem Equatorial, caso da Foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta uma licença ambiental negada há mais de um ano pelo Ibama.

Geólogo da Petrobras por 34 anos e hoje consultor, Pedro Zalán observa que, ao fim do comunicado sobre a descoberta, a estatal informa ter descoberto óleo em reservatórios “turbidíticos de idade Albiana”, algo inédito Bacia Potiguar e que coincide com as formações encontradas em grandes reservatórios na Guiana e no Suriname, na fronteira norte do litoral brasileiro, e em Gana e na Costa do Marfim, onde também aconteceram descobertas promissoras recentemente.

“Esse tipo de play (sistema petrolífero), de arenito turbidítico albiano, é o que esperamos encontrar nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. Isso foi encontrado agora na Bacia Potiguar, no extremo da Margem Equatorial, região das menos aptas a isso. Então as chances de encontramos o mesmo nas outras bacias de cima aumentam”, diz.

“Não é a mesma coisa que foi encontrada em Pitu Oeste, é melhor e abre fronteira grande para a Margem Equatorial. Já sabemos, pelas sísmicas, que as outras bacias da Margem (Equatorial) têm essa característica geológica, mas agora essa descoberta deixa isso ainda mais claro”, completa Zalán.

O especialista diz que a terminologia “acumulação de petróleo”, usada pela Petrobras, é mais significativa do que o termo “presença de hidrocarboneto”, usado no comunicado da Petrobras sobre a descoberta do fim de janeiro, no poço de Pitu Oeste, a apenas 24 km de distância de Anhangá, o poço da vez.

À época, a estatal informou que a descoberta em Pitu Oeste era “inconclusiva quanto a viabilidade econômica” e não mais voltou a fazer atualizações sobre a avaliação do poço, o que apontaria para baixa atratividade econômico-financeira.

Segundo Zalán, mesmo que a descoberta de momento tenda a ser superior àquela do início do ano, ainda não é possível avaliar a nova descoberta nesse sentido e o principal é mesmo a pista sobre a geologia da Margem Equatorial.

No anúncio, a Petrobras se limita a dizer que a descoberta é “inédita” na Bacia Potiguar, tendo sido realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, e que “dará continuidade às atividades exploratórias na concessão, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação”.

O engenheiro químico especializado em upstream, Marcelo de Assis, se diz cauteloso. “É realmente uma rocha boa, mas tende a não ser um super reservatório”, afirma, descartando efeito positivo sobre as ações no momento em que uma crise política afeta as expectativas do mercado.

“Essa descoberta não é ‘game changer’ como seria se tivessem perfurado no Amapá e encontrado petróleo. É sim uma notícia boa, mas nada retumbante com efeito positivo para o papel. Vai servir mais para dizer que existe petróleo na Margem Equatorial e gerar ‘momentum’ favorável à perfuração da região”, completa.

Ele observa a distância entre o local do poço onde foi feita a descoberta e o Amapá, região com as maiores chances da Margem Equatorial. “É muito longe, não é o mesmo sistema e é difícil fazer paralelos. Esse anúncio, citando avanços na Margem Equatorial, pode mais confundir do que ajudar”, diz Assis.

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