RIO - A Petrobras estuda repetir a fórmula do ano passado e anunciar a antecipação do pagamento de dividendos aos seus acionistas, incluindo a União, junto com a divulgação do lucro do segundo trimestre deste ano, prevista para quinta-feira, apurou o Estadão/Broadcast.
Nesta segunda-feira, 25, o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmou que o governo encaminhou ofícios para Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobras e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social (BNDES) pedindo o pagamento trimestral de dividendos, que geralmente são semestrais. A Petrobras, porém, já tem feito pagamentos trimestrais dos dividendos.
No início da noite, a Petrobras confirmou o recebimento do ofício e esclareceu, em fato relevante, que todas as solicitações do governo já constam na política de remuneração da companhia aos acionistas. Mesmo assim, informou que ainda não há qualquer decisão tomada sobre novos pagamentos de dividendos em 2022.
O Estadão/Broadcast apurou que a proposta será submetida ao conselho de administração da estatal, que se reúne na quarta e quinta-feira para avaliar o balanço do segundo trimestre deste ano. Se aprovada a antecipação de dividendos, a expectativa é de que sejam distribuídos cerca de R$ 40 bilhões.
Uma fonte da Petrobras disse que quanto mais frequentes e previsíveis forem os pagamentos dos dividendos, melhor para todos os acionistas.
As reuniões do conselho de administração desta semana têm por objetivo analisar o resultado do segundo trimestre, período em que a estatal deve registrar ligeiro crescimento em relação ao primeiro trimestre, e registrar lucro em torno dos R$ 45 bilhões, segundo analistas do banco Credit Suisse. Com o petróleo em alta, a receita da estatal deve ultrapassar os R$ 160 bilhões e o Ebitda (lucro antes do pagamento de juros, impostos, amortização e depreciação) chegar perto dos R$ 100 bilhões.
A antecipação do pagamento de dividendos não é novidade e está previsto na política de dividendos da estatal. A prática foi feita pela última vez em outubro do ano passado, quando o general Joaquim Silva e Luna, ex-presidente da companhia, antecipou o dividendo do exercício de 2021 no terceiro trimestre. No primeiro trimestre, a estatal teve lucro de R$ 44,5 bilhões e anunciou dividendos de R$ 48,5 bilhões para seus acionistas pagos em duas parcelas, em junho e julho.
Segundo uma fonte próxima às discussões, a distribuição de lucros deve ser aprovada com tranquilidade pelo conselho, como ocorreu no ano passado. Um dos argumentos a favor é de que o caixa da empresa está forte e, por isso, não haverá obstáculo.